Entretanto, a boa impressão não conseguiu se sustentar nos demais capítulos. O realismo fantástico, um dos grandes atrativos do remake, ficou deixado de lado e o autor parecia que estava 'poupando' as esquisitices dos personagens para somente explorá-las mais para o final do folhetim. Ricardo preferiu focar primeiramente no romance proibido de Zico com Vitória (Lília Cabral) e na guerra das famílias Rosado e Vilar. Porém, o resultado foi entediante.
José Mayer e Lilia Cabral tiveram muita química mas o par não empolgava e não demorou muito para as idas e vindas caírem na repetição. Já a briga das famílias soava ultrapassada e cansativa em uma novela contemporânea, além de ter deixado a história estagnada durante várias semanas. O telespectador
podia se dar ao luxo de ignorar inúmeros capítulos sem a preocupação de perder alguma cena importante.
Porém, o reencontro de Tibério (Tarcísio Meira) e Candinha (Fernanda Montenegro) foi um prenúncio de que nem tudo estava perdido. A emocionante cena protagonizada pelos veteranos deu esperanças em relação ao futuro da novela: boas cenas e interessantes conflitos estavam por vir. E de fato vieram.
O remake encontrou seu rumo quando João Gibão (Sérgio Guizé) mostrou suas asas para Marcina (Chandelly Braz) e saiu voando pela cidade em uma sequência que primou pelo capricho. A partir de então, o telespectador foi presentado com inúmeras situações interessantes, recheadas de bons conflitos, emoção e efeitos especiais caprichados.
A explosão da Dona Redonda (Vera Holtz) foi o momento mais aguardado e não decepcionou. A atriz deu um show de atuação e a tecnologia trabalhou a favor, resultando em uma união perfeita. A transformação de Candinha e Tibério em uma só árvore também entrou para a lista de cenas memoráveis do remake e da própria teledramaturgia. Já a hora em que João mostra suas asas para que Zélia (Leandra Leal) não se desespere com seu bebê alado, serviu como uma cutucada na ferida do preconceito ---- crítica muito bem abordada em vários contextos da trama, como na cena onde a população se revolta contra o casamento de um 'lobisomem' com uma mulher (Aristóbulo e Risoleta), por exemplo -----, além de proporcionar grandes atuações de Sérgio Guizé, Renata Sorrah (Leocádia), Leandra Leal, Fernando Belo e Lília Cabral.
É necessário também elogiar a tensa sequência em que Zico tenta matar Risoleta (Deborah Bloch), mas é atacado por Professor Aristóbulo (Gabriel Braga Nunes) que se transforma lobisomem para defender sua amada. E o retorno de Vera Holtz foi espetacular. Dona Bitela era tão gorda quanto sua irmã gêmea Redonda, mas apresentou uma personalidade totalmente distinta. Mais um trabalho impecável da atriz que conseguiu diferenciá-las com competência.
Aliás, o elenco do remake foi primoroso. Tarcísio Meira e Fernanda Montenegro fizeram um encantador casal; Sérgio Guizé e Chandelly Braz mostraram que terão vida longa na carreira; Deborah Bloch, José Mayer, Lília Cabral e Mateus Nachtergaele brilharam em todas as cenas e Aracy Balabanian fez uma adorável Dona Pupu, enquanto que Luiz Henrique Nogueira conseguiu marcar presença mesmo só sendo a 'cabeça' do Belisário. Já Ana Beatriz Nogueira interpretou magnificamente sua preconceituosa Maria Aparadeira, fazendo uma boa parceria com Vera Holtz e Georgiana Góes (Fifi). Pedro Tergolina (Tiago) e Laura Neiva (Stela) convenceram e fizeram bonito em meio a tantos atores veteranos. André Frateschi (Dr. Rochinha) foi outro bom nome do time.
Marcos Palmeira (Cazuza), Gabriel Braga Nunes (Aristóbulo), Marcos Pasquim (Carlito) e Leandra Leal não comprometeram, mas também não conseguiram se sobressair. Lívia de Bueno (Laura) foi uma grata revelação da série "Oscar Freire 279", do Multishow, mas extrapolou na cara de sofrimento de sua personagem, embora não tenha errado sozinha: a direção também contribuiu para o excesso de tintas, uma vez que perdeu a mão na maquiagem dela ---- a palidez e as olheiras, ainda que propositais, ficaram exageradas. E apesar do elenco ter sido enxuto, não conseguiram valorizar Renata Sorrah. A grande atriz apareceu bem menos do que merecia e não teve oportunidade de mostrar seu conhecido talento.
O último capítulo da novela foi excelente. A cena de Zico atirando (com o efeito clássico de câmera lenta também usado em "Belíssima" com a vilã Bia Falcão) em João Gibão, mas acertando Marcina, foi tensa e emocionante. O momento em que João Gibão mostra suas asas para todos na cidade e volta no tempo (claramente inspirada no Superman) também foi ótimo, embora a situação tenha ficado forçada até mesmo dentro do contexto dos absurdos da história. O desfecho do casal Zico e Vitória foi fantástico. José Mayer e Lilia Cabral protagonizaram uma sequência magistral e encerraram suas respectivas participações em grande estilo: com o casal se beijando enquanto a casa do vilão desabava sobre suas cabeças. Trágico e ousado. O autor abusou da criatividade em cima do fim da até então preconceituosa Maria Aparadeira, que desistiu de se envergonhar da família e assumiu suas origens (é filha da Mulher Barbada e do anão malabarista). Já Dona Pupu ficou com seu Belisário (mas com o corpo junto da cabeça) e Gibão terminou feliz ao lado de Marcina, recebendo a notícia do nascimento de novos bebês alados, iniciando uma nova geração 'mudancista'. Aliás, o capítulo encerrou com o clássico voo de João pela cidade ao som de 'Pavão Misterioso', em uma sequência que primou pelo bom gosto e pelo encantamento ----- destaque para a homenagem feita aos diretores da primeira versão, chamados de 'pratasmente diretores': Roberto Talma, Gonzaga Blota e Walter Avancini. E no lugar da tradicional palavra 'fim' foi exibido 'Início de um novo tempo'. Lindo final.
Com direção de Denise Saraceni e Fabrício Mamberti, "Saramandaia" fechou seu ciclo em meio a erros e acertos, incluindo o divertido linguajar 'saramandista' na lista de boas surpresas: afinal, foi divertido ouvir os personagens proferindo palavras inexistentes ----- vide desmorreu, aconchegamento bulinatório, admirância, apressamento, desaforenta, desengordar, deverasmente, desmudar, mexericância, entre tantas outras ----- e que lembravam o vocabulário do clássico Odorico Paraguaçu (de "O Bem Amado", do mesmo Dias Gomes).
Os pontos altos da reta final conseguiram deixar o remake de Ricardo Linhares com uma imagem geral positiva, embora tenha se perdido no desenvolvimento da história nos primeiros meses. Apesar dos claros tropeços, a novela das onze ---- que terminou com uma média geral de 15 pontos, menor que a alcançada pelas duas tramas anteriores ("O Astro": 19 e "Gabriela": 18) ---- proporcionou boas cenas para o telespectador, conseguiu (ainda que tardiamente) amenizar seus equívocos e saiu de cena com sensação de dever cumprido.
52 comentários:
Ótima crítica ! Uma novela merecedente de muitos aplausos ! Foi de uma granditude e entrega tamanha de todo o elenco... Com uma produção juramentada e direção inenarrável, Saramandaia vai deixar saudosismo !
Só porque você quer né, Sergio?! Esse remake passou despercebido(pros padrões globais, lógico).
Uma finalação lindenta. Sequências emocionativas, realismo fantastiquento e elenco apenasmente fantástico. [saramandês off]
A história começou promissora, mas em pouco tempo se tornou maçante devido ao romance insosso entre Zico e Vitória e a guerra de famílias. E eu sou dos que não viram química entre Lília Cabral e Zé Mayer, apesar do talento dos dois. Pelo menos não agora.
Da turma jovem, destaco Sérgio Guizé, Chandelly Braz, Laura Neiva e Pedro Tergolina pelos ótimos pares. Quando à Lívia, como não assisti alguns capítulos da fase menos atraente, não reparei nesse "excesso de sofrimento".
Retiro o Braga Nunes da lista dos que não comprometeram porque gostei muito da composição que deu ao Aristóbulo (não apenas ao lobisomem, mas também ao tipão culto do professor) e pela química junto a Débora Bloch. Dos outros, Leandra foi a que menos teve sorte: pegou uma personagem insuportável.
Fernanda Montenegro e Tarcísio Meira emocionaram nos primeiros reencontros de Candinha e Tibério e ainda mais no momento em que este se livrou das raízes e, num beijo emocionado, os dois se unem para sempre.
A explosão da Dona Redonda impressionou pelo impacto e efeitos psicodélicos e, felizmente, a personagem ganhou maior destaque na atual versão, na abordagem do preconceito. Ela que xingava quem era anormal, passou a ser vítima da própria discriminação quando engordou demais.
O desfecho de Zico e Vitória deu medo. Foi de arrepiar o impacto do desabamento da fazenda enquanto os dois ficavam juntos pra sempre.
Ana Beatriz Nogueira fez bem em pedir pra sair de Salve Jorge e ganhou uma ótima personagem, que se revelou ainda melhor nas últimas semanas. Aparadeira era discriminatória até a alma, a ponto de pedir perdão ao Santo Dias por tentar abortar o filho de Marcina. Foi hilário vê-la como filha da mulher barbada com o anão.
O voo final de Gibão foi belíssimo e valeu pela sacada de encerrar "iniciando um novo tempo". Se bem que achei bem curioso o Gibão, antes dar uma de Superman e conseguir voar ao contrário pra evitar o tiro em Marcina.
Um final lindíssimo e que encerrou com dignidade uma trama que soube corrigir os erros de 'pratrasmente' e se tornar atraente a tempo. Linhares e equipe merecem os aplausos e Saramandaia termina com saldo positivo. Embora, dos três remakes, O Astro ainda lidere na minha preferência.
Agora, resta saber quem vai entrar depois. Se Lícia Manzo com sua trama inédita (Sete Vidas) ou se haverá algum remake planejado (falavam em O Semideus, depois O Rebu), já que as informações são um tanto desencontradas. Abçs!
Eu acho que criei muita expectativa com Saramandaia. Acompanhei, gostei, mas pra mim faltou algo que não sei bem explicar...
Olá!Bom dia
Sérgio
... bela análise imparcial!
penso que o remake teve seus altos e baixos,com belas cenas e personagens inéditos , com destaques para Tarcisio Meira e a cena da "transformação em árvore" e sofreu muito com a "comparação" com a original, pois esta foi surpreendente na época, um realismo fantástico, que muitos se pegaram pensando sobre, e hoje, com a evolução da tecnologia, já estamos mais do que acostumados.
Aguardar...
Agradeço é pelo carinho
Belo final de semana
Abraços
Pois pra mim, Saramandaia foi uma enorme decepção... Desde que a Globo confirmou o remake, fiquei na maior expectativa, contando os dias pra começar e organizando a minha vida profissional para que pudesse ficar acordado até mais tarde... Sempre tive uma enorme curiosidade a respeito dessa novela, de tudo que já havia lido sobre a 1ª versão... Achei que o remake seria inesquecível... A primeira decepção foi na estreia, assisti com o coração na boca (como seu Cazuza) esperando a abertura. Logicamente que eu esperava ouvir Ednardo e seu Pavão Mysteriozo... Fiquei tão irritado com a abertura que me deu vontade de desligar a TV. Mesmo assim, estava eu toda noite, grudado na televisão, lutando contra o sono (principalmente às quartas), para assistir uma novela que definitivamente não conseguia me atrair. Até que desisti... Quando ouvi que ela estava melhorando, tentei voltar,mas sinceramente já havia perdido o encanto. De qualquer maneira, procurei assistir na Internet algumas cenas (voo do Gibão, Candinha e Tibério virando árvore, etc), mas apenas cenas esporádicas. Lógico que vi o último capítulo e gostei, mas na minha opinião, Saramandaia será sempre lembrada como uma grande decepção, apesar dos pontos positivos que você detalhou. Infelizmente em mim não deixará saudades...
Sua análise ficou perfeita, Sérgio, creio que essa remake não deixou nada a desejar apesar dos tropeços, o final com o pavão misterioso foi mesmo sensacional. beijinhos
Sérgio, também gostei das cenas do João Gibão fazendo o tempo voltar, para salvar Marcina da morte, e do voo dele sobre a cidade. Outra sequência digna de nota foi o final surpreendente de Vitória e Zico, soterrados pelo formigueiro.
Para mim, "Saramandaia" mereceu nota 8,5, devido especialmente às cenas de realismo fantástico (explosão de dona Redonda e transformação de Tibério e Candinho numa árvore) e ao primoroso elenco.
Gostei do par Débora Bloch e Gabriel Braga Nunes e das cenas de transformação dele em lobisomem.
Você tem talento e competência para fazer essas análises. Como lhe disse, em outra postagem, a única cena que vi foi a da explosão de Dona Redonda. Mas me inteirei do desempenho de atores, de momentos relevantes, da comparação com a novela anterior, através de suas informações. Bjs.
Serginho querido não assisti ,mas pelo que li a respeito foi boa mesmo, que pena não ter visto nada
Mas valei seu texto
Deixo um abraço de bom final de semana
└──●► ¸.·*Rita!!
Toda vez q assisti deu vontade de desligar a tv. Abçs.
Te acompanho há muito tempo, Sérgio. Reparei uma coisa no blog. Você sempre apresenta o primeiro texto em cima da estreia de alguma novela com o logotipo dela e no último texto com a foto do autor. Virou uma marca sua.
Sobre Saramandaia, ressalto o detalhismo do seu texto falando de tudo o que se passou. Não é por acaso o título do blog. kkkk
Mas não gostei do remake. Apesar dos bons efeitos, a história foi sem graça não impactou. Bjinho.
o que o par Zico e Vitoria não empolgou o lindo casal Aristóbulo e Risoleta compensou deverasmente. O Professor e Dona Risoleta tinham muita química em cena! Os talentosos Gabriel Braga Nunes e Debora Bloch foram sensacionais!!!
Não posso negar que me decepcionei com a trama, esperava mais de Saramandaia, a novela não foi completamente um fiasco, mas tb não foi boa!
Assisti poucos capítulos, mas em consequência do ritmo lento, sem muitos atrativos e novidades, deu pra acompanhar bem. Acho que a compensação pro telespectador foi mesmo os últimos capítulos, dando destaque para o último, foi mesmo muito bom!
Como vc falou foi marcada por erros e acertos, apesar que na minha opinião teve mais erros, mas não chegou a ser um desastre.
O que irritou mesmo foi a insistência em dar destaque para o cansativo casal Zico e Vitória, até achei que teve química, mas a trama não favoreceu nem um pouco, além do exagero ao tratar do assunto de rivalidade entre famílias.
De resto vc foi bem na sua crítica Sérgio, ótimo texto!
Beijos.
Eu tbm esperava mais,existiu sim momentos bacanas...mas com todo aparato que a Rede Globo tem deixou a desejar. A primeira versão da de 10X0
OI SERGIO!
QUANDO INICIOU, TENTEI ACOMPANHAR, EMBORA NÃO GOSTE DE REMAKES, MAS, SEMPRE NA EXPECTATIVA DE ME SURPREENDER, FUI VENDO UM OU OUTRO CAPÍTULO, SENDO QUE, NA ÚLTIMA SEMANA FIQUEI MAIS ASSÍDUA E NÃO ME ARREPENDI, POIS ACHO QUE O QUE FALTOU DURANTE O DESENVOLVIMENTO, NO FINAL SOBROU, AGRADANDO NO GERAL.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Muito obrigado, Ramon. Abraços.
Paulo, eu sei que passou despercebido. E muito. Não disse no texto que foi um sucesso, disse que saiu com a sensação de dever cumprido. Mas passou longe de ser uma novela incrível.
Eu vi química entre Lilia e José, Thallys. Mas o casal era fraco e não atraiu.
A novela começou muito bem mas logo depois decaiu e muito. Pelo menos conseguiu dar a volta por cima e por isso conseguiu sair com um saldo positivo e grandes cenas na bagagem.
Não vi grandes coisas no Gabriel Braga Nunes e o vi mais do mesmo. No início cheguei a gostar do par com Risoleta, mas depois achei cansativo.
Torço para a próxima que seja a da Lícia Manzo, mas só aguardando. abçs
Diogo, compactuo da sua concepção. Gostei do saldo geral mas não foi uma novela incrível.
Felis, muito obrigado. Abraços.
Demian, entendo e até concordo com seu comentário. Realmente a imensa expectativa que o remake despertou foi enfraquecida logo após sua estreia. Achei que a trama se perdeu completamente mas depois deu uma volta por cima, o que fez os acertos ficarem maiores que os erros. Mas concordo com sua opinião. abçs
ps: Thallys, o voo do João Gibão pra voltar o tempo foi ridículo. Ele não tinha supervelocidade do Superman pra fazer isso. Até dentro dos absurdos é preciso ter uma lógica.
Obrigado, Barbie. bj
Elvira, essa cena do voo do Gibão foi justamente o ponto negativo do último capítulo na minha opinião. Bastava Stella chorar pra ressuscitar Marcina, não precisava daquela bobagem. Mas o final de Zico e Vitória foi épico e corajoso.
Não vi grandes coisas na atuação do Gabriel e por isso deixei ele de fora do que considerei bons destaques. Confesso que aqueles sussurros dele também me irritam bastante. Ele precisa acabar com esse cacoete. Bjsss
Marilene, obrigado pelo seu carinho. bjsss
Sem problemas, Rita. bjs
Eder, eu entendo. rs abçs
Tatiana, vc é muito boa observadora. Realmente eu sempre faço isso. =)
Pois é, às vezes o texto fica tão grande que eu acho que detalhei demais. Porém, como o título do blog já dá um aviso, ok, acabo deixando. rs bjs
Obrigado pelo comentário, Rafael! Abçsss
Thairys, eu também me decepcionei com o remake, embora tenham consegui melhorar e muito uma situação que cheguei a considerar perdida. E concordo com sua opinião. Bjão!
Patrícia, obrigado pelo comentário. bjsssss
Exato, Zilani. O que faltou no início, esbanjou no final. Bom comentário. bjs
Sérgio, não assisti a toda Salamandaia, mas as cenas que assisti percebi um cuidado por cada cena, os atores fluindo nos papeis. Claro, que toda obra tem seus erros, mas acredito que os acertos foram maiores. Tenha uma linda noite. Bjs
" Saramandaia" :)
Obrigado pelo comentário, Cléu! =) bjs e boa noite.
Sergio, gostei do seu texto. Gostaria de fazer alguns comentatios.
Eu assisti Saramandaia do começo ao fim, nao perdi um capitulo. Achei a novela maravilhosa - bem escrita, bem produzida, com atores muito bons. Teve alguns momentos mais fracos, mas no geral foi uma novela otima.
Alem de nos entreter, ela abordou questoes importantes, como o preconceito, a intolerancia com as diferencas alheias, a corrupcao na politica, a necessidade de mudanca e renovacao, a liberdade. Foi uma novela inteligente, que deu prazer de assistir.
Adorei o casal Aristobulo e Risoleta. Alem de eles terem muita quimica, tiveram otimos momentos juntos. E a fase quando ele "saiu do armario" e assumiu ser lobisomem foi muito boa, gerou bons dialogos sobre preconceito.
Tambem gostei muito do Tiberio e da Candinha. Eles tiveram um final lindo, mostrando que o amor pode superar odios passados e que sempre eh possivel mudar. A cena final deles foi poetica.
Tambem foi bonito o romance do Joao Gibao e da Marcina. A cena quando ele mostrou as asas para ela pela primeira vez foi demais, pura poesia.
Houve ainda outras grandes atuacoes, como a Dona Redonda e o Seu Encolheu, o Cazuza e a Aparadeira. E Zico Rosado, como vilao, foi muito bom. Ele cumpriu o papel. Tambem achei que a Vitoria cumpriu seu papel ao mostrar a complexidade do Zico. Sei que muita gente criticou este casal, mas eles tinham uma funcao importante na trama. Assistindo a novela como um todo, tinha sentido sim.
Enfim, gostei muito de Saramandaia. Pena que nao teve audiencia maior, mas isso acontece a vezes (isto e, as vezes a novela eh boa, mas acontece de nao ter boa audiencia. Lado a Lado foi um exemplo disso). No caso de Saramandaia, acho que dois fatores prejudicaram a novela. Um foi o horario: muito tarde, variava demais, as vezes o capitulo era muito curto. A Globo ficou brincando com a paciencia dos telespectadores... Outro fator foi a expectativa exagerada no comeco da novela. Tinha gente que queria que a versao atual fosse exatamente igual a versao de 1976... Impossivel, ne? O contexto historico eh outro. E depois, a versao de 1976 foi marcante, mas nao era perfeita tambem (eu assisti. O ritmo da novela era mais lento, nao tinha tantos efeitos especiais. Era boa para aquela epoca, mas para os dias de hoje, nao daria tao certo).
Enfim, concordo com voce que o remake sai com a sensacao de dever cumprido. Foi uma novela muito boa. Vou ficar com saudades.
Achei o remake repleto de altos e baixos, mais baixos do que altos. Beijos.
Ana, obrigado pelo comentário. Eu não achei o remake maravilhoso, mas gostei. No final o saldo ficou positivo.
E quanto a ser igual a primeira versão, isso nunca entrará em consenso. Silvio de Abreu manteve quase tudo parecido com a primeira versão de Guerra dos Sexos e foi criticado justamente por isso. Ou seja, nunca gostam.
Mas todas as novelas de antigamente eram bem mais lentas. Hoje em dia cansariam com muita facilidade.
Beijos.
Obrigado pelo comentário, Flávia. bj
Sérgio, bem lembrado o caso de Guerra dos Sexos.
Fazer um remake é uma tarefa difícil. O autor tem que preservar a essência da versão original, mas ao tempo tempo tem que ser capaz de renovar e adaptar a novela para os tempos atuais. O Silvio de Abreu foi fiel demais à versão original e acabou fazendo um remake com cara de "velho".
É difícil também lidar com as expectativas (quase sempre exageradas) do público. Quando começou o remake de Gabriela, choveram críticas. As pessoas reclamavam que não era igual à versão de 1975, que a Juliana Paes não era como a Sônia Braga... No fundo, era tudo discurso saudosista, do tipo "antigamente TUDO era melhor". Era nada, mas você sabe como é a memória das pessoas, rsrsrs. Tem gente que endeusa demais as novelas de antigamente. Elas eram boas, mas não eram perfeitas. Nenhuma novela é.
Eu gostei dos remakes do Astro, Gabriela e Saramandaia. De Gabriela gostei muito. Do Astro gostei um pouco menos, mas é porque eu vi a versão original e eu gostava muito do Francisco Cuoco como Herculano Quintanilha. Às vezes tem esse fator também - o atores que são escolhidos para fazer os personagens principais influenciam muito o gosto do público. No caso de Guerra dos Sexos, eu preferia os atores da versão original. E no caso de Saramandaia, gostei muito dos atores da versão atual.
Um abraço!
Mas, Ana, acredite, muita das críticas em cima do remake de Gabriela se deram por causa da perseguição que alguns têm pelo Walcyr. O remake dele foi excelente, mesmo tendo a Juliana Paes se equivocando na interpretação da Gabriela.
Eu adorei o remake de Guerra dos Sexos e lamentei o fracasso.
Vc tem razão, as novelas de antigamente também tinham seus erros e também tinham tramas fracassadas. Mas muitas gente prefere fazer uma memória seletiva. Beijos.
Pois eu adorei toda a novela para mim ela merece nota mil e tomara que passa no vale a pena ver de novo
A mensagem da ir de cima e minha
Também uma cena que me deixou arrepiada de emoção foi a cena em que Gibão faz o tempo voltar e salva Marcina
M_sinistra, obrigado pelo seu comentário! Pra mim o único ponto fraco do último capítulos foi justamente essa cena de voltar no tempo porque até dentro dos absurdos é preciso ter uma lógica: Gibão não tinha a supervelocidade do Superman. Abraços.
Querido Sergio
justamente o Gibao não sabia que ele tinha esse poder todo
M_Sinistra, eu entendo, mas acho que seria mais interessante para a trama se as lágrimas da Stella salvassem a Marcina. Considerei esse fato específico como se o Wolverine começasse a soltar fogo no final do filme. Mas respeito que tenha gostado do final. bjs
Querido Sergio
sera que ser saramadaia tivesse passado cedo faria mais sucesso ainda mais
tomara então que passe no vale apena ver de novo mais essa versão agora
Não sei, m_sinistra, acho que não por causa dos equívocos iniciais mencionados. Mas quem sabe. Essa novela pode ser exibida no VAPVDN porque ao contrário de O Astro e Gabriela, quase não teve cenas fortes. Acho que teria sido muito mais condizente com o horário das seis.
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