Balacobaco chega ao fim sem escapar do fracasso

Após muitos problemas iniciais e uma discreta reação da audiência nos últimos meses, chegou ao fim "Balacobaco", novela da Rede Record. Tendo estreado com a difícil missão de recuperar o ibope perdido pela esquecível "Máscaras" (de Lauro César Muniz), um dos maiores fracassos da emissora, a trama começou errando ao apresentar cenários exagerados, caricaturas sem um pingo de graça e diálogos despreocupados com a apresentação dos personagens, deixando o telespectador totalmente perdido.

Mirando no sucesso de "Cheias de Charme", a novela estreou em outubro de 2012, apostando no exagero. Porém, não levaram em consideração que o êxito da novela da Globo não estava baseado exclusivamente nas cores fortes e nas caricaturas, e sim na criatividade da trama envolvendo a ascensão das populares 'empreguetes' e no carisma de Chayene. Ou seja, esqueceram do conteúdo e o tiro acabou saindo pela culatra: o público rejeitou a confusa história de Gisele Joras.

Como a novela não estava conseguindo elevar a audiência da emissora, houve a necessidade de algumas mudanças. A trama ficou mais focada nos núcleos principais e o foco passou a ser as vilanias de Norberto, vilão vivido por Bruno Ferrari. Alguns exageros foram diminuídos e a comédia acabou ficando
mais focada em cima dos personagens de André Mattos e Simone Spoladore. Já um equívoco que não conseguiu ser alterado foi a dupla bizarra formada por Dóris e Diva, que continuaram sem graça e exageradas. Roberta Gualda e Bárbara Borges são boas atrizes, mas não foram felizes nessa novela. Em relação ao casal protagonista, pode-se dizer que Victor Pecoraro de mocinho foi um desastre e o ator mais uma vez mostrou que não evoluiu nada na carreira, porém, Juliana Silveira fez uma boa mocinha.

Mesmo tendo sido cogitado várias vezes o encurtamento de "Balacobaco", após as mudanças feitas na história e a elevação discreta nos números de audiência, a emissora desistiu dessa ideia. Porém, como essa trama começou totalmente equivocada --- a começar pelo horário de exibição, uma vez que a história popularesca e cômica nunca foi apropriada para ser exibida depois das dez da noite ---, foi impossível corrigir todos os erros mesmo com as alterações feitas. Afinal, a novela continuava cafona e havia muita caricatura e muito exagero para pouco conteúdo. Ou seja, apesar das mudanças, a 'essência' permaneceu. O que é louvável por um lado, já que manteve a identidade do produto, e lamentável por outro, pois manteve também grande parte dos equívocos.

"Balacobaco" foi encerrada em plena segunda-feira (características das novelas da Record), tendo uma repercussão nula e adequada com o fraco desempenho da novela. A trama de Gisele Joras conseguiu fugir do pesadelo de "Máscaras" ao conseguir pelo menos índices maiores em alguns capítulos. Porém, ainda não foi dessa vez que a emissora voltou a ter dois dígitos de audiência, fato alcançado com certa facilidade na época de "Vidas em Jogo". Os seus 7 pontos de média geral (somente um ponto acima do resultado obtido pela trama de Lauro César Muniz) apenas comprovam que, apesar da melhora em comparação com os índices do seu desanimador período inicial, a novela da Record não escapou do fracasso.