A nova versão desse clássico de Janete Clair ficará marcada pelo excelente elenco que,em sua maioria, deu conta do recado com maestria. Tato Gabus Mendes, José Rubens Chachá e Marco Ricca fizeram um grande trabalho dando vida a três irmãos nada confiáveis e que sempre invejavam o mais velho, Salomão Hayalla, vivido por Daniel Filho. Marco, aliás, estava precisando de um bom papel há anos. Após tantos personagens submissos e apagados, ele deu um show como o frio Samir Hayalla (cuja crítica sobre sua atuação você pode ver aqui).
Regina Duarte foi outro destaque. Criticada por uns e elogiada por outros,a nossa eterna namoradinha do Brasil fez de sua exagerada Clô Hayalla uma personagem inesquecível. Seus gritos, seus dramalhões, suas caras e bocas, enfim, toda a composição da atriz, acabou causando uma repulsa inicial, mas depois se transformou em um dos atrativos da trama. Todos vibraram quando a perua gritava: "Seu mooooonstro!".
Rodrigo Lombardi e Carolina Ferraz, apesar de irregulares, tiveram uma nítida química e o casal funcionou. Rosamaria Murtinho fez uma Tia Magda impecável e fazia falta vê-la na televisão. Humberto Martins compôs um Neco asqueroso e mais uma vez mostrou o quanto lhe fez bem 'abandonar' o autor Carlos Lombardi. Carolina Casting, Reginaldo Faria, Fernanda Rodrigues, Antonio Calloni, Simone Soares, Guilhermina Guinle, Vera Zimermann, Pascoal da Conceição, Francisco Cuoco, Bel Kutner e Daniel Dantas foram mais alguns ótimos atores que compuseram esse vitorioso time.
Alinne Moraes, além de linda, sempre se destaca nas produções que trabalha. Agora não foi diferente. Fez uma Lili que agradou a todos e foi merecidamente valorizada. O par com Thiago Fragoso (Márcio) funcionou e o casal protagonizou cenas bonitas, tendo música do Legião Urbana (Quando o sol bater na janela do teu quarto) como tema.
Outro dupla que funcionou, e nos proporcionou cenas leves em meio a uma obra tão pesada, foi formada pelos atores Frank Menezes (Cleiton) e Pablo Sanábio (Pablo). Os cabeleireiros tinham sempre tiradas apropriadas e que divertiam os telespectadores.
Mas nem tudo são flores. Alguns atores tiveram um destaque pífio. Selma Egrei (Consolação), Maria Pompeu (Dalva), Tuna Dwek (Nilza), Jonas Mello(Dr.Alberico),Carolina Chalita(Tânia),Marcella Muniz (Doralice), Celso Frateschi (Cerqueira) e Bernardo Marinho (Alan) são alguns deles. Profissionais talentosos que mal apareceram. Uma pena que isso seja tão comum em várias obras.
Um ponto negativo e que comprometeu muito a qualidade do remake foi a correria e os constantes cortes nos capítulos. Era de se supor que seria difícil compactar 185 capítulos em apenas 64. E o resultado acabou dificultando o entendimento de algumas situações, além de cenas importantes terem sido excluídas. Após a morte de Natal e Jôse, por exemplo, não vimos as respectivas reações dos demais personagens e cortes eram visíveis.
O que também não rendeu foi a trama policial. Se em 1978 o país parou para saber quem havia matado Salomão Hayalla, agora o resultado foi diferente. Os mistérios envolvendo esse importante crime acabaram sendo diluídos. Houve uma preferência clara pelos dramas de família e relacionamentos. Se os autores tivessem mais tempo, talvez conseguissem mesclar as situações com igualdade.
Em uma rápida análise podemos observar que os prós superaram os contras. "O Astro" cumpriu o seu papel de nos apresentar uma trama atrativa e que fez o espectador dormir um pouco mais tarde para poder acompanhar as situações envolvendo Herculano Quintanilha e a família Hayalla. Alcides Nogueira, Geraldo Carneiro e o diretor Mauro Mendonça Filho mereceram o reconhecimento da crítica e do público.
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