domingo, 17 de julho de 2011

O Astro: uma homenagem em forma de sucesso

Para comemorar os sessenta anos da telenovela no Brasil, a Rede Globo, grande responsável pela produção das mesmas no país, resolveu presentear o público com o remake de umas das tramas de maior sucesso da saudosa Janete Clair: "O Astro". Para isso "inaugurou" uma nova faixa em sua programação que se inicia a partir das 23 horas. Chamada inicialmente de macrossérie, acabou virando a "nova novela das 11".

Sendo constantemente anunciada durante toda a grade da emissora e com uma considerável antecedência, obviamente que a ansiedade de todos pela estréia estava mais do que nítida. Gerando muitos comentários na internet e em todas as mídias, "O Astro" estava sendo aguardada  tanto pelos saudosistas que puderam ter o privilégio de assistir a versão original, quanto pelos telespectadores "mais jovens" que ainda desconheciam toda a história.

Assim que as chamadas começaram a ser exibidas contando a trajetória de Herculano Quintanilha e dos demais personagens que fazem parte do enredo, pudemos ver que viria uma obra de qualidade.Essa boa impressão inicial se confirmou na estréia.

Vimos uma ótima história, um grande elenco em sua maioria, direção caprichada e um texto de qualidade. Óbvio que algumas coisas mudaram, e isso se faz necessário já que estamos em outros tempos, além, claro, do fato de condensarem uma novela de 185 capítulos em 60. E justamente por isso é preciso dizer que houve, sim, um excesso de correria.

Nada mais interessante do que se ver uma novela ágil e que não "enche linguiça". Mas essa agilidade está,pelo menos por enquanto, se tornando acima do ideal. Por vários momentos tem-se a impressão que o telespectador tinha que ter tido a obrigação de já ter se informado sobre todo o conteúdo da trama. Em um curto espaço de tempo vimos Herculano (Rodrigo Lombardi) sendo traído pelo amigo,perseguido por populares, sendo preso, aprendendo truques de ilusionismo com um misterioso homem (Ferragus-Francisco Cuoco) na  prisão,  sendo solto e atingindo o sucesso com seu show de mágicas. Tudo isso só no primeiro capítulo.

Além disso, também observamos Marcio Hayalla(Thiago Fragoso), filho do poderoso Salomão Hayalla (Daniel Filho), revoltado com o pai porque ele tem muito dinheiro e é incapaz de ajudar os necessitados (?). Tal conflito o fez ficar nú no meio de uma festa em que o empresário comemorava a inauguração de mais um Supermercado do grupo. A rapidez com que tudo foi mostrado fez parecer que o rapaz é um só mais um jovem mimado e que quer mudar o mundo com a grana dos outros. O intuito disso tudo era fazer o público sentir raiva do Salomão. Mas como ninguém teve tempo de entender os motivos dos personagens ficou uma situação meio forçada. E assim acabou diluindo todo o impacto que essa cena causou na versão original, onde Tony Ramos interpretava o filho do empresário. A pressa com que Clô Hayalla (Regina Duarte) começa a se envolver e já sair dando dinheiro para seu amante, Felipe (Henri Castelli), também se faz necessário criticar.

O elenco tem grandes nomes e muita gente que não aparece sempre na telinha como: Selma Egrei, Pascoal da Conceição, Maria Pompeu, Daniel Filho, Rosamaria Murtinho e José Rubens Chachá. E os conhecidos de sempre, que nem por isso desmerecem o reconhecimento: Alinne Moraes, Antonio Calloni, Reginaldo Faria,Regina Duarte (que há tempos não fazia uma novela inteira), Humberto Martins, Carolina Ferraz, Tatu Gabus Mendes, Marco Ricca, Carolina Casting,enfim. Os únicos destoantes desse imponente time são:Guilhermina Guinle, que não muda de expressões, Rodrigo Lombardi,exagera na canastrice, e Carolina Ferraz,que acaba fazendo ela mesma na maioria das novelas em que participa.

"O Astro", adaptado pelos autores Alcides Nogueira (também autor do ótimo remake de "Ciranda de Pedra") e Geraldo Carneiro, estreou com uma ótima audiência (27 pontos) e se manteve com bons índices para o tardio horário das 23 horas (que na quarta se inicia às 23h45m, nas quintas e sextas às 23h30m). O sucesso é merecido e duvido muito que esses dados diminuam com o tempo. A qualidade e o capricho estão tão presentes que a tendência são esses números subirem ainda mais. Janete Clair, onde quer que ela esteja,  merece. E o público também!

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