Baseada no argumento de Márcia Prates e inspirada no livro "Joaquina, Filha do Tiradentes" --- da autora Maria José de Queiroz, lançado em 1987 ---, a trama retratará o Brasil do século XVIII, capitania de Minas Gerais, Vila Rica. O enredo começará no período da Inconfidência Mineira e se desenvolverá na época em que a família real portuguesa vem para a colônia, nas Américas. Será uma verdadeira 'aula' de história, com direito a muitas situações folhetinescas, obviamente. Ou seja, o horário das onze terá novamente uma novela de época ---- a primeira foi o remake de "Gabriela", em 2012.
Porém, ao contrário da maioria das tramas desse período, o foco não será o Tiradentes, figura que marcou a luta pela independência do Brasil. O foco será justamente a sua filha, cuja história ainda não é muito conhecida. Aliás, muitos nem sabem que um dos homens mais representativos do país teve uma herdeira.
O personagem, inclusive, estará no primeiro capítulo e será interpretado por Thiago Lacerda. A ideia inicialmente seria não exibir o icônico homem, mas houve uma mudança de planos, até porque o momento do enforcamento tem tudo para contribuir bastante com o início da produção.
Apesar de retratar fatos históricos, claro que o enredo será meramente ficcional, principalmente a trajetória da filha de Tiradentes. Joaquina será interpretada pela talentosa Andreia Horta e a escalação foi uma das mais acertadas da novela. A atriz estava merecendo há tempos uma protagonista e já conseguiu mostrar o seu talento nas chamadas. Com certeza brilhará e honrará a sua importância no enredo. A personagem será vivida pela ótima Mel Maia na rápida primeira fase, sendo filha de Tiradentes com Antônia (Letícia Sabatella em uma luxuosa participação). A menina fica órfã e acaba sendo criada por Raposo (Dalton Vigh), simpatizante dos inconfidentes que a resgata, passando a cuidar da sofrida garota que presenciou o seu pai ser morto.
O homem --- um importante fidalgo graças aos bens que adquiriu junto à família real --- trata Joaquina como filha e ensina tudo que sabe para a menina em terras lusitanas. Também muda o nome dela para Rosa com o intuito de não levantar suspeitas. O tempo passa e a herdeira de Tiradentes vira uma mulher forte, decidida e sonhadora. Raposo volta ao Brasil, anos depois (em virtude da ida dos nobres para terras brasileiras), levando consigo o filho André (Caio Blat), Bertoleza (Sheron Menezzes) --- negra alforriada tratada como filha --- e, claro, Joaquina. É justamente a partir desse acontecimento que a trama da protagonista é iniciada de fato.
O elenco ainda contará com a grande Lília Cabral, intérprete da dona do Cabaré de Vila Rica, a Virgínia. A participação da atriz promete, assim como Nathalia Dill vivendo a esnobe Branca, a grande vilã do folhetim e rival de Joaquina ---- a personagem esperou seis anos pelo noivo Xavier (Bruno Ferrari de volta à Globo, após um longo período na Record) e se indignará quando perceber que o mesmo se apaixonou pela fidalga recém-chegada. A produção também marca o retorno de Mateus Solano aos folhetins, após o imenso sucesso de Félix, em "Amor à Vida" (2013). Ele será o vilão Rubião, homem inescrupuloso e defensor dos interesses da família real.
Além dos ótimos atores mencionados, o elenco ainda conta com Maitê Proença (Dionísia, irmã de Raposo), Zezé Polessa (Ascensão), Marco Ricca (Mão de Luva, sujeito ambicioso e perigoso), Lu Grimaldi (Dona Maria I), Letícia Isnard (Simoa), Chris Couto (Luzia), Guilherme Piva (Bruno), Hanna Romanazzi (Gironda), Yasmin Gomlesvky (Vidinha), Marcos Oliveira (Sam Nunes), entre outros.
Vale lembrar a grande novela que ocorreu nos bastidores do folhetim. A trama inicialmente seria de autoria de Márcia Prattes, criadora da obra e estreante como autora solo. Porém, o texto não foi bem recebido pela Globo, pois analistas encontraram erros históricos e a qualidade artística deixou a desejar. A emissora acabou colocando o autor Euclydes Marinho como supervisor de texto, mas seu trabalho também não surtiu efeito e o mesmo foi dispensado da função em novembro de 2015. Glória Perez assumiu a função de supervisora logo depois, mas também abandonou o barco. Após várias discussões e polêmicas em torno na nova novela, acabou ficando decidida a retirada de Márcia do projeto, que foi para as mãos de Mário Teixeira, coautor da fraca "I love Paraisópolis". O novo responsável pela obra reescreveu praticamente a trama inteira e assumiu de vez o comando.
Outro ponto que despertou atenção foi o 'troca-troca' de atrizes escaladas para interpretar a vilã Branca. Mariana Ximenes foi a primeira escolhida, mas a intérprete foi realocada para "Haja Coração", próxima novela das sete, onde viverá a espalhafatosa Tancinha. Depois cogitaram o nome de Marjorie Estiano, mas a personagem acabou ficando com a Nathalia Dill. O lado bom nesse caso específico é que as três são talentosas e já apresentaram vários bons trabalhos na teledramaturgia. Ou seja, uma foi bem substituída pela outra.
"Liberdade Liberdade" será dirigida pelo ótimo Vinícius Coimbra (responsável pela elogiada direção de "Ligações Perigosas") e a premissa da novela tem bastante potencial. As chamadas, pelo menos, têm apresentado um produto promissor. Resta apenas aguardar a estreia do novo folhetim das onze para ver se o horário será ou não enriquecido por uma obra de qualidade.
28 comentários:
Não sei o que esperar. Juro. Essa novela foi tão mexida que pode ser uma bosta ou algo mt bom.
Acho que vai ser chaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaata...
Vou confessar que to super feliz em ver o Bruno Ferrari de volta a Globo após bons momentos na Record. Espero que ele continue sendo valorizado pela emissora após esse trabalho. Fora isso, to bem desanimada com essa novela, sinto que será uma história difícil para o telespectador digerir... vamos ver!
Eram tantas informações desencontradas sobre essa novela que eu não tinha ideia do que vinha.Lendo seu texto eu já estou mais inteirado e me animei.Parece uma boa e forte história.Só acho que essa mudança de autor pode prejudicar e acho injusto com a idealizadora da novela que agora vê seu projeto 'roubado' por outro.E concordo que Andreia Horta merecia uma protagonista há muito tempo.
Acho que será bem caprichada e o elenco tá ótimo. Mas a história tem mt potencial pra ser chata.
Eu estou otimista e lendo seu texto fiquei mais ainda.Promete uma boa história e o elenco é ótimo.Só n~]ao irei considerar nunca uma novela do Mário Teixeira porque quem criou tudo foi a Márcia Prates. Ele será só o 'condutor'. E acho que quem criou I love Paraisópolis nem teria capacidade para elaborar uma trama tão rica quanto essa.
Acho um tema interessante e forte.Vai ser meio Xica da Silva pelo que vi.E o elenco é muito bom.
Olá Sérgio,
Confesso que nada sabia sobre a filha de Tiradentes (Joaquina). Enredo ficcional para retratar fatos históricos pode ir em contra mão da história, fantasiando demais os fatos reais (penso eu). Contudo, a julgar pela qualidade do elenco, acredito que será uma boa novela. É esperar para saber.
Suas considerações estão excelentes, como sempre.
Abraço.
OI SÉRGIO!
COMO BEM O DISSESTE, SERÁ UMA VERDADEIRA AULA DE HISTÓRIA DO BRASIL E COMO SOU APAIXONADA PELAS MESMAS, ESTOU ANSIOSA PELO COMEÇO. ALÉM DO QUE O ELENCO ME PARECEU ÓTIMO.
UM ÓTIMO TEXTO AMIGO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Tenho um certo pé atrás com o autor Mário Teixeira, além de ter sido o autor de uma das novelas mais fracas que eu já vi, sempre focou no humor as suas autorias. O foco de Liberdade, Liberdade é no drama total. Tenho bastante medo que ele se equivoque no texto. Acho que o elenco e a direção sempre competente do Vinícius Coimbra, expert em produções de época, vão garantir a qualidade da trama, mas não sei se vão garantir a audiência.
Como sempre, Sérgio, você faz uma apanhado bem completo dos programas que comenta. E não deixa de nos passar os detalhes importantes do enredo. Gostei muito de sua postagem e tenho grandes expectativas quanto à novela. Aguardemos! Bjs.
Isso é, Italo...
Aguardemos, Samara...
Eu nunca fui mt fã dele, Pamela, mas gostei dele no clipe e nas chamadas. Vamos ver.
Andreia merecia muito, Heródoto. E tb me coloco no lugar da autora e imagino a frustração.
Tá claro que será caprichada mesmo, Kellen.
Entendo perfeitamente, Fernanda.
Elenco excelente, anonimo.
Mt obrigado, Vera. Eu tb não tinha noção dessa filha. Mas isso pode ser benéfico pra condução mais fantasiosa. Vamos ver. bj
Mt obrigado, Zilani!
Eu tb tenho, Ghilherme, mas as chamadas parecem promissoras. E a trama não é dele, né. Então, vamos ver.
Fico feliz, Marilene!
Olá Sérgio! Boa análise! Estou ansioso pela estréia. Mas só uma dúvida, Mariana Ximenes não está escalada para o novo seriado "Super Max" que estreia no segundo semestre?
Olá Sérgio! Boa análise! Estou ansioso pela estréia. Mas só uma dúvida, Mariana Ximenes não está escalada para o novo seriado "Super Max" que estreia no segundo semestre?
Doo Bidu, essa série já está toda gravada e deve ir ao ar no fim do ano. Lá para outubro. A Mariana fez parte do elenco sim. Mas agora está na novela também. abçs
Espero uma releitura da História, tal e qual acontece com as aulas nos cursinhos pré-vestibulares, que desmistificam muitos "herois". Mas as chamadas me impactaram e gostei de boa parte do elenco.
Aguardemos, Elvira. bjssss
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