Do alto da sabedoria cultivada ao longo dos seus 94 anos, Tony Tornado lembra: “Esse nome é muito forte. Tornado. Não é rodamoinho, é Tornado mesmo!”. O nome artístico que lhe consagrou veio dos passos e piruetas da dança que impressionaram quem teve o privilégio de assisti-lo nos anos 1970. Era o tempo dos festivais da canção, onde Tony Tornado imortalizou, ao lado do Trio Ternura, o jeito inconfundível de dançar e a música ‘BR-3’. “Teve uma época em que eu dancei muito e fiquei conhecido também pela dança, que era um mise-en-scène interessante, diferente. Não inventei nada, trouxe tudo isso de fora”, revela o homenageado de ‘Tributo’, que foi ao ar nesta sexta-feira (23), após o ‘Globo Repórter’.

Em ‘Tributo’, o público conheceu um pouco da história e da luta que Tony Tornado travou para conquistar seus sonhos. Quando tinha apenas 12 anos, Tony pegou a estrada pela primeira vez, rumo ao sonho de ser paraquedista no Rio. Desde então, seus caminhos foram muitos, sendo o mais especial o que o levou ao Harlem, em Nova York, onde testemunhou a efervescência do movimento negro e um novo estilo musical representado por nomes como James Brown e Chubby Checker. O período foi fundamental para a sua formação como artista. Tony também conta sua história inusitada com Janis Joplin e sobre a época da ditadura militar, que lhe obrigou a deixar o Brasil, cada vez mais incomodada com seu espírito combativo. Em um encontro especial com Tony, o ator e diretor Lázaro Ramos faz questão de destacar a importância do artista como símbolo e como um caminho a ser sonhado e seguido. “Eu, lá na Bahia, vendo o Tony, comecei a sonhar: ‘Olha aí, dá pra ir um pouco além, dá pra querer mais do que apenas isso que parece ser o que está estabelecido para mim’”, lembra Lázaro.
Parceiro de profissão, com quem Tony colaborou na canção ‘Ainda Ontem’, Emicida também reflete sobre o legado de Tornado: “Tem uma coisa que é muito importante: não existe o movimento negro, existem os movimentos negros. Existem muitos pensamentos diferentes. Mas tem algo muito poderoso nisso. De tempos em tempos, algumas figuras, seja por causa da sua ascensão, da sua relevância, das suas ideias ou do seu significado para o Brasil, acabam se transformando em símbolos desses vários movimentos. E eu acho que o Tony foi uma dessas figuras”, reflete o rapper. O episódio ainda conta com as participações de Juliana Alves, Lincoln Tornado, Haroldo Costa, Camila Pitanga, entre outros.
A genialidade de Tony na música e dança fez com que ele construísse uma carreira versátil, revelando seu grande talento também para a atuação, o que inspirou gerações. Tony Tornado passou pela TV Tupi, onde fez sua estreia em novelas com ‘Jerônimo, o Herói do Sertão’ (1972), antes de ser contratado pela TV Globo em 1976. Na emissora carioca, fez parte de atrações que marcaram o humor, como ‘Chico Anysio’ (1976), ‘Os Trapalhões’ (1977) e ‘Balança, Mas Não Cai’ (1982). Com um vasto trabalho em novelas e minisséries, Tony Tornado esteve no clássico ‘Roque Santeiro’ (1985), na primeira versão de ‘Sinhá Moça’ (1986), ‘Vamp’ (1991), ‘Agosto’ (1993), ‘Cordel Encantado’ (2011) e ‘Amor Perfeito’ (2023), além das séries ‘Carcereiros’ (2018), ‘Encantado’s’ (2022 - 2025) e ‘A Divisão’ (2023). O cantor e ator também integrou o elenco da produção infantojuvenil ‘Caça-Talentos’, protagonizada por Angélica entre 1996 e 1998, entre outras.
Esse “tornado” também estremeceu o cinema. Tony atuou em dezenas de filmes, com destaque para ‘Pixote: A Lei do Mais Fraco’ (1980) e ‘Quilombo’ (1984), além do recente ‘Juntos e Enrolados’ (2023), abrindo, ao longo das últimas décadas, as portas de festivais nacionais e internacionais que consagraram sua carreira de ator. “[Gostaria de ser lembrado] como um artista que sempre buscou dar o seu melhor, independente do personagem, da fala – ou da ausência dela –, e da fama. Com a música, sempre quis falar algo e usar a arte para tocar as pessoas, tanto para se divertir, quanto para refletir”, afirma o artista. “Convido a todos para viajar comigo no tempo e descobrir um pouco como a minha trajetória influenciou a sua vida televisiva. Devo ter participado em algum momento – talvez comece a fazer parte agora. Espero que gostem tanto quanto eu gostei", finaliza.
‘Tributo’ é uma série Original Globoplay e TV Globo com redação de Nathalia Oliveira, Carlyle Junior e Lalo Homrich; direção artística de Antonia Prado; direção de Matheus Malafaia e Marcos Nepomuceno, produção de Elaine Sá, produção executiva de Fernanda Neves e direção de gênero de Claudio Marques.
12 comentários:
Lindo tributo ,tão merecido ao Tony que tem maravilhosa trajetória! Fará 94 anos, CREDO! Não parece! abração, tudo de bom,chica
Oi Sérgio, acho que agora vou conseguir voltar aos blogs em um ritmo mais devagarinho, mas creio que o pior já passou , pois meu pai venceu a infecção e começou a se recuperar.
Meu coração está em festa, ainda contido, mas já está!! :)))
Encantada com a carreira do Tony Tornado, que artista grandioso, que ser de luz!!
Não parece a idade que tem, está tão forte e ativo!!
Obrigada por tudo querido amigo!
Tenha um lindo final de semana! :)))
Tenho especial admiração por artistas como o Tony Tornado. Primeiramente devido à insistência e força da fé deles. E também porque esses acabam abrindo caminhos para outros, como foi o caso da inspiração sobre o Lázaro Ramos. Homenagem muito merecida!
Beijão
Olá, tudo bem? No horário, assisti ao Persona na TV Cultura com a boa entrevista do ator Eduardo Moscovis. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
Genial. Te mando un beso.
Gostei do post! Quase todos os dias estou aqui lendo seus conteúdos, já salvei este blog em favoritos do meu navegador..
Parabéns pelo blog!
como fazer personalização GB whats
nao parece msm kkk
que bom que seu pai está se recuperando bem, Dri!
muitoooo
abc
bj
que honra, Bruna
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