quinta-feira, 25 de abril de 2024

"No Rancho Fundo" tem início menos corrido que "Mar do Sertão"

 Mário Teixeira foi chamado às pressas pela Globo para apresentar uma nova sinopse para a faixa das seis. Isso porque "O País de Alice", novela que Lícia Manzo preparava para o horário e já em processo de escalação, foi  cancelada de última hora pela cúpula da emissora por considerar o enredo elitista. E após o fiasco do remake de "Elas por Elas", o objetivo era reerguer a audiência com uma história de apelo popular. O autor, então, decidiu produzir uma espécie de continuação de "Mar do Sertão". E nasceu "No Rancho Fundo", que estreou segunda-feira passada, dia 15.


A novela sofreu uma avalanche de críticas nas redes sociais assim que seu material começou a ser divulgado e grande parte da indignação veio de nordestinos, que não aguentam mais se verem representados como miseráveis. As fotos da família central do enredo apresentavam os personagens sujos, com roupa maltrapilha e pele queimada do sol através de uma maquiagem bem evidente. A produção da trama sentiu o peso dos apontamentos do público e mudaram um pouco o figurino dos personagens, segundo matérias de vários sites de notícias. 

E dá para entender a revolta de parte das pessoas, afinal, esse tipo de abordagem é algo comum em se tratando de nordeste na ficção. São sempre cenários áridos, com pessoas de pouca condição financeira e uma aparência de seca por todo lado. Por mais que a desigualdade social no Brasil seja uma constante e ainda tenha muita gente passando sérias dificuldades (não é uma situação inverossímil), já passou um pouco da hora de mudar esse tipo de abordagem na teledramaturgia.

terça-feira, 23 de abril de 2024

Morte de Venâncio rende ótimas cenas em "Renascer"

 Nesta segunda-feira, dia 22, foi ao ar o assassinato de Venâncio (Rodrigo Simas) em "Renascer". A morte trágica de um dos filhos de José Inocêncio aconteceu na versão original por conta de uma briga entre Taumaturgo Ferreira, intérprete de Venâncio em 1993, e o autor Benedito Ruy Barbosa. Alguns dizem que a morte estava planejada e foi antecipada, mas é uma polêmica antiga. Bruno Luperi, como costuma copiar e colar praticamente todo o enredo do avô, manteve o desfecho do personagem e a morte rendeu um grande capítulo. 


O momento de maior catarse foi toda a sequência da tocaia armada por Egídio (Vladimir Brichta). A direção de Gustavo Fernández e equipe merece aplausos de pé, principalmente porque nos tempos atuais há uma preguiça em grande parte da direção de novelas da Globo, além de corte de custos da emissora que prejudica bastante o resultado final de várias cenas, principalmente nas produções das seis e das sete. Toda a tensão daquele instante trágico foi demonstrado com precisão, tanto nas movimentações de câmera quanto nas imagens escolhidas. 

A cena da tocaia durou um minuto e 25 segundos. Egídio no alto de um grande pedregulho (como ele subiu até lá é uma liberdade poética) mirando no caminhão dirigido por João Pedro (Juan Paiva), enquanto Zé Inocêncio (Marcos Palmeira) cavalga em busca dos filhos e Inácia (Edvana Carvalho) reza diante de Nossa Senhora com duas velas acesas.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Série "Tributo" presta merecidas homenagens, mas expõe a hipocrisia da Globo

 Uma reverência ao legado de artistas apaixonados por seu ofício. Com essa perspectiva, "Tributo" reúne um grupo de pessoas cujas trajetórias profissionais se confundem intensamente com a própria história da televisão brasileira e deixam marcas profundas na cultura da nossa sociedade. A série documental, que já conta com seis episódios no Globoplay, terá uma leva de quatro deles exibida na Globo e o primeiro foi ao ar nesta sexta-feira, dia 19, após o "Globo Repórter", em homenagem a Lima Duarte.


O projeto "Tributo" ---- com redação de Isadora Wilkinson e Lalo Homrich, direção artística de Antônia Prado, direção de Matheus Malafaia e direção de gênero de Mariano Boni ---- foi iniciado no Globoplay em 23 de agosto de 2023 com uma bonita homenagem a Léa Garcia em virtude de sua morte no mesmo dia. Ainda irão ao ar na tevê aberta as homenagens a Laura Cardoso, Manoel Carlos (que estreou recentemente no Globoplay), Zezé Motta, Fernanda Montenegro, Ary Fontoura e Boni. Além de um processo de pesquisa em diversas fontes ---- acervo da TV Globo, jornais, revistas e películas ----, foram captadas cerca de dez horas de gravações inéditas para cada um dos convidados. 

O programa sobre Lima Duarte valorizou a grandiosidade de um dos maiores atores do país, que aos 20 anos estava presente na cerimônia de inauguração da TV Tupi --- a emissora pioneira no país ---, em 18 de setembro de 1950.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Com ótimo elenco e campeão justo, "BBB 24" foi um sucesso de audiência e repercussão

 A vigésima quarta edição do "Big Brother Brasil" chegou ao fim nesta terça-feira, dia 16, com tudo o que um bom reality precisa ter: ótimo elenco, boas rivalidades, entrega no jogo, polêmicas, barracos e o melhor: repercussão. Após duas temporadas fracassadas em sequência ("BBB 22 e 23"), Boninho voltou a sorrir com o "BBB" de volta na boca do povo, o que refletiu na audiência e no engajamento das torcidas. 


Mesmo diante dos problemas que a temporada teve, todos bem visíveis, é inegável que o "BBB 24" entra para a lista de melhores edições do reality. Não chegou nem perto dos fenômenos "BBB 20 e 21", que explodiram na época da pandemia, mas forneceu o que o fã do formato espera. Embora tenha repetido o erro de manter uma parte do elenco com famosos, os chamados "Camarotes", Boninho voltou a selecionar pessoas que realmente precisam do dinheiro e não querem apenas número de seguidores nas redes sociais para ganhar com publicidade. Isso fez toda diferença. 

O time "Pipoca" foi recheado de participantes carismáticos e que quiseram jogar sem maiores medos. O diretor só errou ao colocar 26 pessoas na casa para criar um início mais movimentado com várias eliminações por semana. O começo 'turbo' do "BBB" prejudicou o andamento do jogo porque o público não tinha tempo para conhecer quase ninguém e os paredões não causavam emoção alguma.

segunda-feira, 15 de abril de 2024

"No Rancho Fundo": o que esperar da nova novela das seis?

 A Globo estreou nesta segunda-feira (15/04) a segunda continuação de uma novela sua. O primeiro caso foi com "Verdades Secretas 2", mas a trama de Walcyr Carrasco foi direcionada apenas para o Globoplay. O segundo foi com "Nos Tempos do Imperador", uma sequência de "Novo Mundo". Por mais que os responsáveis neguem, "No Rancho Fundo" é, sim, uma espécie de segunda parte de "Mar do Sertão", trama de sucesso exibida entre 2022 e 2023 na faixa das seis. Tanto que há uma aposta na produção por ser considerada algo mais 'seguro' para levantar os índices do horário, após o fracasso do remake de "Elas por Elas". 


A história tem todos os clichês que costumam funcionar e deram certo em "Mar do Sertão". Na beira do riacho, Quinota (Larissa Bocchino), moça de Lasca Fogo, um pequeno distrito fictício do Cariri, sonha em encontrar Marcelo Gouveia (José Loreto), que ela acredita ser seu grande amor. Enquanto Quinota nasceu e foi criada em meio às galinhas, Marcelo viveu em Lapão da Beirada, a parte urbana da região sertaneja. Dois universos distintos que se caracterizam pelo contraste, onde a cultura e as tradições se misturam e desempenham papel fundamental na identidade do sertão brasileiro. 

Criada e escrita por Mário Teixeira com direção artística de Allan Fiterman, "No Rancho Fundo" é uma comédia romântica contemporânea e narra a trajetória dos Leonel Limoeiro, conduzidos pelo braço forte e coração aberto da matriarca Zefa Leonel (Andrea Beltrão), a líder da família do interior que precisa lidar com o choque entre o lugar onde vivem e a cidade.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

"Elas por Elas" teve problemas visíveis, mas foi prejudicada pelo horário

 Ao contrário do que a atual cúpula da Globo pensa, remake não é garantia de sucesso. Até porque a emissora já teve muitas provas disso ao longo de seus quase 60 anos de existência. E "Elas por Elas", que chegou ao fim nesta sexta-feira (12/04), entra para a lista de adaptações que não deram certo na teledramaturgia. No entanto, a releitura da obra de Cassiano Gabus Mendes, exibida em 1982, não merece ser classificada como uma novela ruim. Muitos pontos precisam ser analisados a respeito da rejeição do público ao enredo que contou a saga de sete amigas. 


A sinopse era simples. Lara (Deborah Secco), Taís (Késia), Helena (Isabel Teixeira), Adriana (Thalita Carauta), Renée (Maria Clara Spinelli), Natália (Mariana Santos) e Carol (Karine Teles) se conheceram em um curso de inglês e, inseparáveis, compartilharam as alegrias e desafios típicos da juventude. Porém, em uma viagem de fim de semana, um trágico acontecimento quebra esse laço e provoca um hiato nessa amizade. Duas décadas e meia depois, Lara encontra uma foto antiga e tem a ideia de juntar o grupo novamente em sua casa, sem desconfiar que o momento do reencontro, que deveria ser de apenas alegria, iria trazer também grandes revelações e desenterrar mágoas que tinham ficado guardadas no passado. 

A trama original era marcada pelo marasmo, onde a ausência de grandes conflitos era uma constante. Até porque era outra época. Não havia internet, celular, redes sociais, enfim, uma avalanche de distrações para o telespectador. Nem mesmo a concorrência nos demais canais de televisão provocava uma disputa. Mas já naquela época o quesito comicidade fazia a diferença nos folhetins das sete.

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Insuportavelmente marcante no "BBB 24", Beatriz do Brás será lembrada por bem mais que 127 horas

 Hoje foi o fim da trajetória de Beatriz do Brás no "BBB 24". A participante marcou a vigésima quarta edição "Big Brother Brasil", mas caiu na maldição da perda do favoritismo na reta final por conta de atitudes impensadas, assim como aconteceu com Pink no "BBB 5" e Daniel Rolim no "BBB 11". Ela não tinha a menor chance de ganhar, mas garantiria o segundo lugar com certa folga. No entanto, sua presença será eternamente lembrada, tanto pelos que gostaram quanto que odiaram. 


Bia foi uma máquina de memes ao longo da temporada e caiu na boca do povo assim que apareceu nas chamadas por conta de sua personalidade histriônica. Isso porque vários vídeos seus fazendo propaganda de produtos no Brás, Região Central do município de São Paulo, caíram nas redes e comprovaram que ela não estava fazendo um tipo na casa mais vigiada do Brasil. E claro que não demorou para a participante se destacar na edição. É um perfil que não tem como passar despercebido. 

O jeito exagerado de Beatriz logo passou a gerar ódio de parte do público ao mesmo tempo que provocou simpatia de uma grande parcela. Ela jamais despertou indiferença e isso também valeu para seus concorrentes. Não demorou para a participante despertar um ranço em vários rivais, principalmente Fernanda e Pitel.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Tudo sobre a coletiva online de "Justiça 2", a nova série do Globoplay

 O Globoplay promoveu na primeira quarta-feira de abril, dia 3, a coletiva virtual de "Justiça 2", a nova série da plataforma de streaming. Participaram a autora Manuela Dias, o diretor Gustavo Fernández e os atores Murilo Benício, Leandra Leal, Paolla Oliveira, Nanda Costa, Belize Pombal, Juan Paiva, Leandra Leal, Alice Wegmann, Marco Ricca, Maria Padilha, Julia Lemmertz, Rita Assemany, Giovanni Venturini, Danton Mello, Gi Fernandes, Marcello Novaes, Tereza Seiblitz e Danton Mello. Fui um dos convidados e conto sobre o bate-papo. 


Manuela Dias analisou sua obra: "Não é uma série focada nas questões judiciais, é focada no que a gente acredita o que é a justiça. A gente acredita tanto na justiça que quando a justiça na terra falha a gente acaba acreditando que uma justiça divina vai acontecer. E há crimes que não há reparação. Se você tem um carro roubado, ele pode ser recuperado. Mas, se você foi abusada, qual a reparação? A maior parte da série se passa em Ceilândia e é uma forma da gente abordar questões sociais ali. Foi maravilhoso gravar lá. A série restitui a humanidade a pessoas que são apagadas pela sociedade. São 28 episódios e as quatro histórias se entrelaçam".

Gustavo Fernández acrescentou: "A primeira ideia era gravar em uma cidade da Bahia, localizada no oeste, próximo da divisa com Maranhão, Piauí e Tocantins.

segunda-feira, 8 de abril de 2024

Ótimo como Sérgio, Marcos Caruso foi valorizado em "Elas por Elas"

 O telespectador mais atento já está cansado de saber que todas as novelas depois da pandemia praticamente aboliram a presença de atores mais velhos em cena. Dá para contar nos dedos de uma mão quantos estão no elenco dos três folhetins atuais da Globo. O etarismo está a cada dia mais descarado. Ator ou atriz com mais de 65 anos na televisão virou raridade. Por isso é tão gratificante ver Marcos Caruso em "Elas por Elas". 


O veterano, aos 72 anos, ganhou um dos melhores personagens do remake de Alessandro Marson e Thereza Falcão. O personagem foi interpretado brilhantemente pelo saudoso Mário Lago na obra original de Cassiano Cabus Mendes, exibida em 1982. Mas há 42 anos o pai de Helena (Aracy Balabanian) não tinha o mesmo destaque que tem agora. Até porque a releitura dos autores passou a contar uma história inédita depois do centésimo capítulo, que marcou o encerramento da obra na época. A descoberta da troca dos bebês ocorreu apenas no penúltimo capítulo e nem deu tempo para aproveitar os bons desdobramentos que aquele crime causaria. A dupla soube aproveitá-los na adaptação. 

E o aproveitamento dos conflitos em torno do principal núcleo de "Elas por Elas" vem proporcionando para Caruso uma sucessão de ótimas cenas. Até porque na versão original Sérgio era o responsável pela troca das crianças, mas não pelo assassinato de Bruno.

sábado, 6 de abril de 2024

"Caldeirão com Mion" emocionou com homenagem a Caetano Veloso e Maria Bethânia

 ‘Reconvexo’, ‘Olhos nos Olhos’, ‘Leãozinho’, ‘Quereres’, ‘Índio’ foram alguns dos clássicos que os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia cantaram no palco do "Caldeirão com Mion", neste sábado (06/04), para o ‘Especial Setlist Caetano & Bethânia’, que celebra a cumplicidade, a trajetória dos artistas e, principalmente, a música. Os filhos de Dona Canô, nascidos na década de 1940, em Santo Amaro, na Bahia, falaram sobre a turnê que estreiam juntos em agosto, relembraram momentos importantes de suas carreiras e foram homenageados por diversos artistas presentes na plateia. Nomes como Regina Casé, Fátima Bernardes, Claudia Ohana, Dira Paes, Mart’nália, Andreia Horta, Maria Ribeiro, Rita Batista, Sandra Annenberg, entre outros talentos e fãs, participaram desta homenagem.


Durante a gravação, além de experenciar as performances destes dois grandes artistas, o público testemunhou ainda o grande carinho que existe entre os irmãos. “Esse último disco dele me tocou muito. Quando eu ouvi fiquei deslumbrada e falei para ele que era muito próximo de mim e muito comovente. Tem muita potência e muita dramaticidade, somada a uma voz e a um autor extraordinário. Tinha toda a suavidade e uma potência musical que me arrebatou”, diz Maria Bethânia sobre o mais recente trabalho autoral de Caetano. Já o cantor não disfarçou o orgulho de ter seu trabalho reconhecido pela irmã mais nova.  “Foi uma surpresa para mim a reação de Bethânia ao álbum ‘Meu Côco’. Ela ouviu o disco e ficou impressionada. Depois foi ver o show, e foi mais de uma vez (risos). Fora do comum. Fiquei super orgulhoso, ela falava com entusiasmo”, disse Caetano.

Os convidados presentes fizeram diversas declarações emocionada sobre a dupla, e amigos como Gilberto Gil, Alcione e Djavan enviaram mensagens exibidas no programa. Mas o vídeo que mais os tocou foi uma gravação de Nicinha Veloso interpretando a música ‘Alguém Cantando’. A irmã mais velha foi uma grande influência para os dois e sempre os cuidou. Ela foi adotada por Dona Canô aos 3 anos.

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Tudo sobre a coletiva online de "No Rancho Fundo", a próxima novela das seis

 A Globo promoveu nesta segunda-feira, dia 1º, a coletiva online de "No Rancho Fundo", a próxima novela das seis escrita por Mário Teixeira e dirigida por Allan Fiterman. Participaram o autor, o diretor e os atores Alexandre Nero, Andrea Beltrão, Mariana Lima, Larissa Bocchino, Túlio Starling, Welder Rodrigues, Titina Medeiros, Igor Jansen, Clara Moneke, Haroldo Guimarães, Rhaisa Batista, Eduardo Moscovis, Valdineia Soriano, Luisa Arraes, José Loreto, Iris Broken, Debora Bloch, Thardelly Lima, Leandro Daniel, entre outros. Fui um dos convidados e conto sobre o bate-papo. 


Mário Teixeira explicou sua nova trama: "Essa novela é um retrato do Brasil e decidi fazer essa história a partir de uma família. Essa família representa muito bem um microcosmo da família brasileira. Os pais tiveram a grandeza de adotar várias crianças, o que é comum no nordeste. Esse elo familiar que a história tem com a realidade tem a ver com nosso sonho de ver as coisas dando certo. O diferencial dessa novela é que é uma produção das seis e a forma de contar. Esses arquétipos representam o nosso imaginário e são símbolos muito fortes. Os romances em si, apesar de serem mergulhos existenciais, todos eles se inserem no nosso imaginário. O que há em comum nas novelas é o amor, o ódio e a vontade de ser feliz. E em uma novela os atores são o diferencial. A ideia de trazer personagens de 'Mar do Sertão' surgiu junto com o Allan. Gosto de Balzac e ele faz isso: cruza perfis de uma história para outra. Essa é a melhor novela que já escrevi. São quase 30 páginas por dia e queria dizer que o processo está passando quase em branco para mim porque tem sido prazeroso demais". 

Allan Fiterman acrescentou: "Fico feliz em fazer essa novela de novo com o Mário. A família principal é a mais simples da novela e a mais rica em valores. Vamos ver essa família seguindo junto e transcendendo da pobreza para a riqueza. Apesar de termos dez personagens de 'Mar do Sertão' é uma história totalmente nova.

terça-feira, 2 de abril de 2024

Isabel Teixeira domina a cena como Helena em "Elas por Elas"

 O elenco principal de "Elas por Elas" tem sete protagonistas, o que é um desafio para qualquer autor. É uma missão difícil desenvolver bem o enredo de todas, ainda mais em um folhetim das seis, onde a duração dos capítulos é menor que de uma produção das nove. Cassiano Gabus Mendes não conseguiu explorar todas as suas personagens em 1982, assim como Alessandro Marson e Theresa Falcão não conseguiram no remake. Mas os autores souberam valorizar a força cênica de Helena. 

Interpretada com destreza por Isabel Teixeira, a personagem teve uma importância infinitamente maior na releitura de 2024. Helena foi interpretada pela saudosa Aracy Balabanian há 42 anos e teve um tom mais sóbrio. A novela original utilizava o exagero apenas na figura do Mário Fofoca (Luis Gustavo) e focava em uma narrativa mais naturalista no conjunto. Agora tudo foi diferente, o que provocou até uma rejeição do público, ainda mais por se tratar de uma obra das seis e não das sete. Mas o excesso nunca prejudicou o desenvolvimento de Helena. 

O comportamento de uma vilã de novela mexicana proporcionou para a atriz um trabalho totalmente diferente do realizado em "Amor de Mãe" e "Pantanal". Apesar da longa carreira no teatro, a veterana ainda é considerada uma 'novata' em novelas.

domingo, 31 de março de 2024

"Dona Lurdes - o filme" é um bom entretenimento para a família

 A mãezona que emocionou o Brasil está de volta, e, desta vez, para arrancar boas risadas do público. A personagem vivida por Regina Casé pode ser revista em "Dona Lurdes - O Filme", comédia do Núcleo de Filmes dos Estúdios Globo, que chegou aos cinemas da rede Cinemark no dia 28 de março, em mais de 80 salas nas principais cidades do país. 


Inspirado no livro "Diário de Dona Lurdes", de Manuela Dias, trata-se de um spin-off da novela "Amor de Mãe", também assinada por Manuela. O longa, com direção artística de Cristiano Marques e escrito por Manuela com Claudio Torres Gonzaga, mostra, de forma leve e divertida, como Lurdes, depois de enfrentar um período de tristeza quando os filhos saíram de casa, deu a volta por cima e passou a aproveitar mais a vida. 

Rodado entre novembro e dezembro de 2023, nos Estúdios Globo e em locações no Rio de Janeiro, "Dona Lurdes - O Filme" é o segundo longa realizado pelo Núcleo de Filmes dos Estúdios Globo e o primeiro que faz uma experimentação nas salas de cinemas. O início foi com "Ritmo de Natal" no fim do ano passado, uma obra temática exibida como especial de fim de ano.

sexta-feira, 29 de março de 2024

Tudo sobre a pré-estreia e a coletiva de "Dona Lurdes - o filme"

 O Globoplay promoveu nesta segunda-feira, dia 25, a pré-estreia de "Dona Lurdes - o filme" e a coletiva virtual do filme na terça, dia 26. Participaram do bate papo online a autora Manuela Dias, o diretor Cristiano Marques e os atores Juliano Cazarré, Nanda Costa, Jéssica Ellen, Arlete Salles, Evandro Mesquita, Maria Gal, Enrique Diaz e Regina Casé. Estive nos dois eventos e conto sobre a boa conversa sobre o longa produzido pelos Estúdios Globo. 


Manuela Dias contou como foi o processo de criação do filme: "Acabei escrevendo um livro chamado 'O Diário de Dona Lurdes' e um ano depois fiz o filme que até ultrapassou o livro. A gente tinha a responsabilidade que matar a saudade de quem viu 'Amor de Mãe' e fazer também o filme não ser dependente da novela. A maior expectativa que tenho com Dona Lurdes é essa questão afetiva e a ode à mãe brasileira. Quando o Cristiano me ligou e disse que Arlete Salles tinha topado fazer o filme eu pedi para reescrever a personagem dela. Aliás, é o maior luxo um elenco desse. A Regina é uma das maiores comunicadoras desse país. Ela tem a força de quebrar a quarta parede com humor e inteligência, o que traz uma comunicação com o público", concluiu a autora. 

Cristiano Marques comentou sobre as diferenças entre o longa e 'Amor de Mãe': "Isso de ter um diferencial entre o filme e a novela eu acho que não é tão assim. A novela foi uma obra de 150 capítulos e o filme um projeto de duas horas. O ponto de partida mais importante foi saber que o filme seria mais leve e cômico do que a novela.

quarta-feira, 27 de março de 2024

"BBB 24" virou um jogo de 'expulsa ou não expulsa'

 O clima está fervendo no "BBB 24". Não só dentro da casa, como fora também. Nas redes sociais há um clima de passionalidade das torcidas, onde praticamente inexiste qualquer diálogo e proliferam os ataques. Não é uma novidade da atual edição. Todo ano o comportamento se repete, principalmente perto da reta final. Acaba sendo um sinal do bom engajamento que o reality ainda tem, mesmo há 22 anos no ar (o primeiro ano, em 2002, foram duas temporadas exibidas). 


E, ao contrário das duas edições anteriores (os fracassados "BBB 22" e "BBB 23"), o elenco atual tem garra pelo jogo e não foge de conflito, o que propicia mais embates e consequentemente mais rivalidades à flor da pele. Já foram tantos barracos que fica até difícil enumerar. Ou seja, a temporada está do jeito que o fã de reality gosta. No entanto, o comportamento dos telespectadores nas redes sociais, com raras exceções, vem causando a sensação de querer vencer no 'tapetão', termo comum no meio do futebol, quando um time entra na justiça para contestar o resultado de alguma partida. E isso tem sido feito através dos pedidos de expulsão de participantes. 

Tudo tem sido motivo para protestos indignados no X, antigo Twitter, ou Facebook e Instagram, enfim, qualquer rede social. A primeira reclamação se deu por conta da primeira briga feia entre Davi e Bin Laden, quando o favorito disse para Lucas "Calma aí, Calabreso".

segunda-feira, 25 de março de 2024

Chico Diaz fará falta em "Renascer"

 Nesta segunda-feira (25/03), a segunda fase de "Renascer" sofreu mais uma dura perda. Após o final da primeira fase do remake de Bruno Luperi, muitos personagens desapareceram do enredo, mas ainda estão na memória do público ---- e suas ausências são sentidas. Um dos poucos que continuaram foi padre Santo, interpretado com magnitude por Chico Diaz. 


O personagem teve uma licença poética para se manter na história com a passagem de tempo. Afinal, o padre já tinha certa idade na primeira fase e com o avanço de mais de 30 anos era para estar bem mais idoso do que o apresentado no enredo baseado na obra original de Benedito Ruy Barbosa. No entanto, esse tipo de situação é sempre relevado, tanto por público quanto crítica em virtude do talento do intérprete. É sempre bom ver um veterano em cena, ainda mais em um momento em que o etarismo reina na teledramaturgia. 

Padre Santo representou uma figura que transmitia amor e sabedoria. Chico declarou em várias entrevistas que pesquisou a vida do padre Júlio Lancelloti para compor o personagem e não havia ninguém melhor para representar a bondade do ser humano.

quinta-feira, 21 de março de 2024

Divina como Inácia, Edvana Carvalho é o maior destaque da segunda fase de "Renascer"

 O remake de "Renascer vem apresentando mudanças praticamente imperceptíveis em relação ao enredo original de Benedito Ruy Barbosa, exibido em 1993. Bruno Luperi vem seguindo à risca o método que adotou no remake de "Pantanal": copiando e colando praticamente todo o texto de 31 anos atrás e alterando o que hoje não é mais aceitável na sociedade. No entanto, o neto do autor vem aproveitando melhor a potência de Inácia, vivida por Edvana Carvalho.


A personagem foi interpretada em 1993 por Solange Couto na primeira fase e pela saudosa Chica Xavier na segunda. Luperi chegou a convidar a grandiosa Lea Garcia para interpretá-la no remake, mas a veterana não aceitou de imediato por ser mais uma empregada doméstica que viveria na ficção em seus quase setenta anos de carreira. Porém, lamentavelmente, a atriz faleceu no dia 15 de agosto de 2023, aos 90 anos, durante o Festival de Cinema de Gramado, onde receberia o Troféu Oscarito. Partiu sem dar uma resposta. 

O autor então escalou Edvana Carvalho e preferiu mantê-la nas duas fases ao invés de escalar outra atriz mais velha para o papel na segunda. Houve apenas um 'embranquecimento' de seu cabelo, mas nada de maquiagem artificial, como fizeram com Juliana Paes na pele de Jacutinga.

terça-feira, 19 de março de 2024

"Família é Tudo" tem potencial para conquistar o público

 A missão de Daniel Ortiz é ingrata: elevar a média da faixa das sete, após o fiasco de "Fuzuê", que saiu de cena com o título de pior audiência da história do horário. Porém, o objetivo de Gustavo Reiz também não era simples, pois tinha que manter os números em alta, após o fenômeno "Vai na Fé". Substituir um fracasso acaba sendo tão desafiador quanto entrar no lugar de um sucesso. E o autor já tem experiência na faixa, uma vez que já escreveu quatro folhetins que foram muito bem-sucedidos às 19h40. 


A estreia de Ortiz como autor solo foi com "Alto Astral", em 2014, deliciosa novela espírita que tinha como base a sinopse da saudosa autora Andrea Maltarolli, que faleceu em setembro de 2009. O escritor desenvolveu o enredo de forma criativa e divertida. Foi sua melhor trama na faixa até agora. Depois, em 2016, emplacou mais um sucesso com "Haja Coração", uma releitura de "Sassaricando", produção de Silvio de Abreu de 1987/88. Já em 2020 estreou sua primeira obra original, "Salve-se Quem Puder", protagonizada por três mocinhas, e mais uma vez atingiu excelentes índices de audiência, mesmo com uma pandemia no meio do caminho que interrompeu as gravações durante longos meses. 

Agora, com "Família é Tudo", Daniel mostra ter novamente uma boa história em mãos e o início vem apresentando todos os ingredientes de um bom folhetim das sete. Houve uma preocupação em não correr demais com a história para causar aquela famigerada sensação de agilidade, mas que na verdade é apenas uma correria desnecessária que só prejudica o início de qualquer novela.

quinta-feira, 14 de março de 2024

Segunda fase de "Renascer" apresenta histórias principais cansativas e sem construção

 A primeira fase de "Renascer" foi um primor. E Bruno Luperi acertou em cheio ao deixá-la com 13 capítulos, nove a mais que a da versão original que teve apenas quatro por ordens de Boni, que tinha medo do público se apegar demais aos personagens e rejeitar a segunda. O todo poderoso da Globo, no entanto, tinha sua razão. A segunda fase da trama de Benedito Ruy Barbosa apresenta uma queda brusca de qualidade em 1993 e o mesmo acontece agora com o remake. 


Um dos grandes problemas da história é o triângulo central formado por Zé Inocêncio (Marcos Palmeira), Mariana (Theresa Fonseca) e João Pedro (Juan Paiva). Há 31 anos, o enredo sofreu uma forte rejeição do público e quem mais sofreu foi Adriana Esteves, que teve sua atuação massacrada pela crítica especializada e entrou em depressão no fim da novela. No entanto, a atriz não teve culpa e a imprensa preferiu criticá-la ao invés de apontar o equívoco na condução do autor. Tudo o que envolve o trio principal é ruim. 

O fator decisivo para o estranhamento dos telespectadores na época, além do incômodo contexto envolvendo pai e filho se apaixonando pela mesma mulher, foi a rapidez com que tudo aconteceu. Não houve uma mínima construção para deixar aquelas relações críveis. Tudo foi simplesmente jogado e o público que engolisse. Pois não engoliu.

terça-feira, 12 de março de 2024

Tudo sobre a coletiva online da segunda temporada de "Encantado`s"

 O Globoplay promoveu nesta segunda-feira (11/03) a coletiva virtual da segunda temporada de "Encantado`s", que estreou nesta terça na plataforma de streaming da Globo. Participaram as autoras Renata Andrade e Thais Pontes, além dos atores Luiz Miranda, Vilma Melo, Evelyn Castro, Augusto Madeira, Ludmillah Anjos, Digão Ribeiro, Dandara Mariana, Romeu Evaristo, Luellen de Castro, João Côrtes e Eliane Giardini. Fui um dos convidados e conto sobre o bate-papo. 


Vilma Melo falou brevemente da dupla central e da importância de um projeto coo esse: "Precisa ter o Eraldo para ter a Olímpia. Eles funcionam muito juntos. E temos surpresas na segunda temporada. Olímpia está mais cansada porque na primeira ela segurou com pulso firme o supermercado e as autoras prepararam um revés... E ter pessoas pretas em um contexto como na série, que não fala disso, é importante demais. A gente não fala sobre pretitude, sobre racismo. É só o pano de fundo. A série poderia ser com uma família branca, mas seria outra série. Somos profissionais independente da caixinha que queiram nos colocar. Cresci vendo as atrizes mais velhas pretas sempre nos mesmos lugares e agora não mais. O audiovisual tem uma importância muito grande na vida do brasileiro. A gente liga a tevê e aquelas pessoas entram nas nossas casas sem a gente convidar. Eu ainda não tinha visto uma série brasileira com esse porte, só em produções americanas, como "Todo Mundo Odeia o Cris", "Eu, a Patroa e as Crianças", enfim... E mostramos que preto também vende". 

Eliane Giardini não escondeu a empolgação a respeito de sua entrada na segunda temporada: "Dalva entra na posição que o Tony Ramos ocupava, mas ela é muito mais passional. Ela vem para se vingar dessa família. É divertidíssimo porque essa turma é uma bagunça louca. Nunca vi um elenco mais maluco. Delicioso esse povo.

sexta-feira, 8 de março de 2024

"Falas Femininas" muda de formato em 2024 e se mantém assertivo

 Ano passado, a Globo lançou uma antologia do projeto "Falas" através de histórias ficcionais exibidas em episódios únicos ao longo do ano. "Falas Femininas" (em homenagem ao Dia Internacional da Mulher), "Falas da Terra" (em homenagem ao Dia dos Povos Indígenas), "Falas de Orgulho" (em homenagem ao Dia do Orgulho LGBTQIAP+), "Falas da Vida" (em homenagem ao Dia Internacional das Pessoas Idosas) e o "Falas Negras" (em homenagem ao Dia da Consciência Negra) tiveram tramas que impactaram de diferentes formas. 


A emissora, agora, mudou o método. Sai de cena a dramaturgia e entra um programa que aborda várias questões pertinentes sobre cada tema na sociedade. E o primeiro foi o "Falas Femininas", exibido nesta sexta-feira, no Dia Internacional da Mulher. O formato nunca foi tão literal quanto em 2024. Intitulado "Louca", o programa foi inteiro sobre a voz das silenciadas, abandonadas, descredibilizadas, manipuladas, e a urgência de serem ouvidas. 

Com apresentação de Taís Araújo e Paolla Oliveira, direção de Antonia Prado e autoria de Veronica Debom e Isabela Aquino, o episódio debateu a exaustão e os diversos fatores que impactam e corroem a saúde mental feminina, abordando temas como assédio, gaslighting e abandono.

quarta-feira, 6 de março de 2024

"Mulheres de Areia" repetiu o sucesso em sua terceira reprise

 No dia 1º de fevereiro, a estreia de "Mulheres de Areia" completou 31 anos. O remake da saudosa Ivani Ribeiro, com direção de Wolf Maya, foi um imenso sucesso e marcou a carreira de vários atores que participaram da produção. Foram muitos personagens emblemáticos e a história arrebatou o público da mesma forma como ocorreu em 1974, quando foi exibida a versão original protagonizada por Eva Wilma. A novela foi reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo" duas vezes: entre novembro de 1996 e abril de 1997, e entre setembro de 2011 e março de 2012. A sua terceira reprise estreou em 26 de junho de 2023, no início das tardes, em uma faixa que até hoje não foi nomeada pela Globo. 


A trama central aborda a clássica rivalidade de duas irmãs gêmeas que, embora fisicamente idênticas, têm personalidades completamente distintas. Gloria Pires brilhou absoluta interpretando Ruth e Raquel em uma época onde os efeitos visuais ainda estavam engatinhando, o que provocava um trabalho ainda maior nas cenas que necessitavam da presença das irmãs juntas. A doce Ruth é uma mulher tímida que volta para a fictícia cidade Pontal D`Areia, após dar aulas para alunos em uma fazenda do interior. Raquel (que tem um caso com o malandro Wanderley - Paulo Betti) é uma mulher ambiciosa e extremamente sedutora que tem como principal objetivo de vida ficar rica sem fazer esforço.

As duas são filhas de Isaura (Laura Cardoso) e Floriano (Sebastião Vasconcellos), humildes pescadores que lutam para ter uma vida digna. A mãe tem uma clara predileção por Raquel, enquanto que o pai se identifica com Ruth.

segunda-feira, 4 de março de 2024

"Família é Tudo": o que esperar da nova novela das sete?

 As confusões geradas por causa do tesouro de "Fuzuê" saíram de cena e agora o horário dá lugar aos tradicionais dramas familiares. Entrelaçada por laços de sangue, parentesco, amizade ou convivência --- muitas vezes imperfeitas ----, toda "Família é Tudo" e mais um pouco. É assim, em plena capital paulista, que a nova novela das sete da Globo, que estreou nesta segunda-feira (04/03), criada e escrita por Daniel Ortiz com direção artística de Fred Mayrink, vai orbitar pelas alegrias, aventuras e conflitos que marcam as relações familiares. 


A avó, Frida Mancini (Arlete Salles), sonha reunir seus cinco netos ---- Vênus (Nathalia Dill), Júpiter (Thiago Martins), Andrômeda (Ramille), Electra (Juliana Paiva) e Plutão (Isacque Lopes) ----, que estão há anos sem se ver. Mais que isso, ela deseja ---- e fará qualquer coisa ---- para ter sua família unida novamente. Por ironia ou não do destino, é seu desaparecimento que promove a união do clã. Mas será que apenas o desejo de uma matriarca é capaz de superar as diferenças de personalidade, o tempo e a distância física que separam a família? 

Para a obstinada Frida, dona da gravadora Mancini Music, sim. Confiante na reunião da família, a avó organiza um cruzeiro para celebrar seu aniversário e o de sua irmã gêmea, Catarina (Arlete Salles). Porém, em meio a rusgas e armações, os netos não comparecem e ela embarca apenas com a irmã e o sobrinho, Hans (Raphael Logam). Mas um acidente em pleno alto mar resulta em um misterioso sumiço.

sexta-feira, 1 de março de 2024

E não rolou o "Fuzuê"

 A missão de Gustavo Reiz não era das mais fáceis: manter a audiência em alta, após o fenômeno "Vai na Fé", de Rosane Svartman, e com uma proposta totalmente diferente da trama anterior. O início de "Fuzuê" até manteve o interesse do público e parecia uma produção promissora. Mas, ao longo dos meses, o interesse do telespectador foi diminuindo gradativamente diante do roteiro repetitivo e a queda nos números do Ibope se tornou uma constante. O folhetim chegou ao fim nesta sexta-feira (01/03), depois de muitas intervenções na narrativa, e com o título de maior fracasso do horário das sete. 


A estreia do autor na Globo, infelizmente, não foi bem-sucedida. Gustavo escreveu "Os Ricos Também Choram", no SBT em 2005; o remake de "Dona Xepa", na Record em 2013; além de "Escrava Mãe" (2016) e "Belaventura" (2017) na emissora do bispo Edir Macedo. A sua proposta em "Fuzuê", prevista inicialmente para 2019 e depois adiada por conta da pandemia, era devolver ao horário das sete a conhecida comédia pastelão repleta de cenas farsescas. No início, até funcionou, vide o enredo dinâmico e bem conduzido nas duas primeiras semanas, principalmente em torno do quarteto central formado por Luna (Giovana Cordeiro), Miguel (Nicolas Prattes), Preciosa (Marina Ruy Barbosa) e Heitor (Felipe Simas). A forma como o casal de mocinhos e o par de vilões se conheceram proporcionou momentos divertidos. 

No entanto, foi ficando claro que a proposta da história, dirigida por Fabrício Mamberti, era até interessante em uma série curta, mas não em uma novela com mais de 170 capítulos. Um filme de caça ao tesouro costuma ser repleto de ação e boas viradas, o que desperta atenção do público, mas o desafio de proporcionar isso em um folhetim é bem mais complicado. Até porque o recurso ficcional exige que pistas sejam colocadas com cautela, a ponto de manter o interesse de quem assiste sem entregar muito o conteúdo para não esvaziar o roteiro.

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Tudo sobre a coletiva online da terceira temporada de "As Five"

 O Globoplay promoveu nesta terça-feira (27/02) a coletiva online da terceira temporada de "As Five", que marca o fim da série originada do sucesso "Malhação - Viva a Diferença". Participaram as atrizes Heslaine Vieira, Gabriela Medvedovski, Manoela Aliperti, Daphne Bozaski e Ana Hikari. Fui um dos convidados e conto sobre o bate-papo. 


Gabriela Medvedovski falou sobre a sensação de fechamento de ciclo: "Ao mesmo tempo que a gente está muito feliz em entregar esse trabalho, estamos tristes em nos despedir delas. Quando acabamos 'Malhação' sentimos que ainda tínhamos muita história para contar. A Keyla terá uma relação com o personagem do Edu, vivido pelo Samuel de Assis, e existe um processo grande de amadurecimento nela. A vida cobrava isso dela há muito tempo e agora consegue dar uma estabilizada e vai poder aproveitar um pouco os benefícios de ter alguém que cuide de você. Era sempre o filho, o outro, ela nunca era prioridade. Agora terá uma retomada da autoestima", observou.

Ana Hikari fez um balanço da série e de sua personagem: "A gente está muito feliz porque a temporada está muito bonita e profunda. Conseguimos aprofundar bastante a questão de cada uma nessa temporada. Fica a sensação de felicidade e dever cumprido, mas um luto também. Uma das minhas cenas mais emocionantes foi quando a Tina entrou no restaurante dos pais na segunda temporada.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

"Betinho - no fio da navalha" mescla entretenimento com boa informação

 O Globoplay estreou a série "Betinho: No Fio da Navalha" no dia 1º de dezembro de 2023 propositalmente. Afinal, a data representa o Dia Mundial de Luta contra a AIDS, doença que vitimou Herbert José de Souza no dia 9 de agosto de 1997. A saga do sociólogo e ativista dos direitos humanos é contada de forma delicada e com ótimas interpretações de um elenco bem escalado. 


Herbert de Souza era um homem que sempre tinha pressa. De agir, de ajudar, de transformar vidas, de viver. Um herói brasileiro conhecido por muitos, mas nem sempre reconhecido. A história pessoal do sociólogo e o legado social que contribuiu para o país são as vertentes da série protagonizada por Júlio Andrade e criada por José Júnior, com direção geral de Lipe Binder. O trabalho impressiona principalmente pelo processo de caracterização do ator, feito por Martín Macías Trujillo, que o fez ficar tão parecido com Betinho a ponto de ser visto como um filho real do ativista. 

Em oito episódios, a obra dramatúrgica biográfica retrata a luta de Herbert por grandes causas sociais, em especial o combate à AIDS e à fome, e resgata momentos importantes da vida do homenageado entre os anos 1960 e 1990, intercalando imagens de diferentes fases de Betinho.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Núcleo de Helena é o que sustenta "Elas por Elas"

 O remake de "Elas por Elas" está a cerca de dois meses de seu fim. A produção baseada na obra original de Cassiano Gabus Mendes, exibida em 1982, e adaptada por Alessandro Marson e Thereza Falcão, tem sete protagonistas, mas ao longo dos meses foi ficando evidente que a novela era sustentada pelos dramas do núcleo de Helena, interpretada com brilhantismo por Isabel Teixeira. 


As outras seis protagonistas até têm conflitos e dramas, mas poucos se mostram realmente convidativos. Já todos os conflitos em cima da família Aranha são dignos de um dramalhão e vêm rendendo bons desdobramentos. Todos os personagens do núcleo enfrentam atualmente um momento caótico, fruto de reviravoltas que explodiram no centésimo capítulo. Vale lembrar que agora o público está acompanhando uma obra inédita porque a trama de 1982 chegou ao fim logo depois que o mistério envolvendo a troca de bebês foi revelado, o que causou uma solução rasa para os dramas na época. 

Na obra original, Helena nem pode ser considerada uma vilã de fato. Havia muito mais sutileza em tudo. Agora as tintas são bem mais carregadas e em todos os personagens integrantes da família. Cassiano criou uma troca de bebês na maternidade promovida por Sérgio (antes Mário Lago e agora Marcos Caruso), já que o dono da empresa queria um sucessor e não uma sucessora.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Ótima em "Fuzuê", Giovana Cordeiro estava pronta para protagonizar uma novela

 O sonho de quase todo ator é ter um protagonista para chamar de seu, ao menos uma vez na carreira. Ainda que muitos neguem, é uma ambição natural. Porém, não são poucas as vezes em que um intérprete é colocado para protagonizar uma produção e demonstra despreparo com a trama no ar. Felizmente, não é o caso de "Fuzuê", que está a menos de duas semanas de seu fim. Gustavo Reiz acertou na escolha de Giovana Cordeiro para viver a mocinha de seu primeiro folhetim das sete da Globo. 


O autor também é feliz na composição da personagem. Luna não é ingênua, nem idiota e muito menos passiva. É uma mulher que sabe o que quer e não pensa duas vezes antes de ir atrás de seus objetivos. Assim foi a saga em busca de sua mãe, Maria Navalha (Olívia Araújo), onde a protagonista não mediu esforços até achar pistas concretas sobre o seu paradeiro. A procura durou o primeiro mês de novela porque assim que achou a carta da então desaparecida constatou que ela na verdade fugiu atrás do famigerado tesouro cobiçado por Preciosa (Marina Ruy Barbosa). 

Giovana está muito segura no papel e empresta seu carisma e sua beleza à personagem. A mocinha era uma das poucas figuras da trama que tinha algumas cenas dramáticas nos meses iniciais, época em que o enredo em quase sua totalidade se resumia a um festival de pastelão ou sequências farsescas.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Tudo sobre a segunda coletiva online de "Família é Tudo", a próxima novela das sete

 A Globo promoveu na quinta-feira passada, dia 8, a segunda coletiva online de "Família é Tudo", a próxima novela das sete, escrita por Daniel Ortiz e dirigida por Fred Mayrink. Participaram o autor, o diretor e os atores Jayme Matarazzo, Cris Vianna, Thiago Martins, Henrique Barreira, Rafa Kalimann, Daphne Bozaski, Daniel Rangel, Cláudio Torres Gonzaga, Gabriel Godoy, Ramille, Grace Gianoukas, Cristina Pereira, Ramille, Thaila Ayala, Rafael Logam, Mila Carmo, Guilherme Canellas, Caio Giovani, Juliana Paiva e Arlete Salles. Fui um dos convidados e conto neste texto sobre o bate-papo. 


Arlete Salles estava animada: "É a primeira vez que interpreto duas personagens e são perfis de personalidades totalmente diferentes. Uma é empresária vitoriosa e a outra tem um lado sombrio. É trabalhoso, mas muito prazeroso. Quero agradecer ao autor e ao diretor. Trabalhar com o Fred Mayrink é um sonho. Quero agradecer também a turminha que me abraçou, uma delas a Raquel, da equipe de caracterização e maquiagem. Me sinto muito acolhida, o elenco é muito bacana".

Fred Mayrink agradeceu o carinho de Arlete: "Ela é um resumo da harmonia do nosso trabalho. 'Família é Tudo' tem ingredientes de uma boa novela. Temos núcleos de comédia muito potentes e histórias emocionantes", finalizou o diretor. Já Daniel Ortiz rasgou elogios para a veterana e falou um pouco de sua história: "Arlete representa bem o que é a Frida, essa avó maternal que quer tanto fazer o bem para os netos. Alguns deles são muito mimados pelo dinheiro dela.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Ruan Aguiar ganhou uma merecida oportunidade em "Fuzuê"

 Há vários atores talentosos buscando uma oportunidade no audiovisual. Infelizmente, muitos não conseguem quebrar a barreira das chamadas 'panelinhas' de autores e diretores, enquanto alguns que atingem o objetivo acabam limitados a pequenas participações sem maior relevância. Por isso é tão bom ver Ruan Aguiar se destacando em "Fuzuê". 


A novela das sete da Globo está em seu último mês de exibição e enfrentou inúmeras turbulências. A trama marcou a estreia do competente Gustavo Reiz como autor na emissora, mas a audiência não correspondeu, o que provocou várias mudanças no enredo e a entrada de Ricardo Linhares na supervisão de texto. De fato, a história tem vários defeitos evidentes e quase todos não conseguiram ser consertados. Mas, entre tantas alterações equivocadas, uma mudança deu certo: o crescimento de Merreca.

O bandido que 'comanda' o bairro em que vários personagens moram não tinha muito destaque no início do folhetim. O sujeito mal-encarado fazia aparições pontuais e quase sempre sequestrando alguém. Mas, mesmo com poucas cenas, já ficava perceptível a boa atuação de Ruan Aguiar.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Tudo sobre a primeira coletiva online de "Família é Tudo", a próxima novela das sete

 A Globo promoveu nesta terça-feira, dia 6, a primeira coletiva online de "Família é Tudo", próxima novela das sete escrita por Daniel Ortiz e dirigida por Fred Mayrink. Participaram o autor, o diretor e os atores Isacque Lopes, Nathalia Dill, Alexandra Richter, Fernando Pavão, Paulo Tifenthaler, Ana Carbatti, Ana Hikari, Jayme Periard, Aisha Moura, Renato Góes, Nina Frosi, Livia Rossy e Lucy Ramos. Fui um dos convidados e conto um pouco sobre o bate-papo. 


Fred Mayrink fez um resumo da trama: "A gente fala de uma novela muito divertida e emocionante escrita por Daniel. Uma família de cinco irmãos de mães diferentes e do mesmo pai e com uma regra que todos deverão cumprir por conta de um testamento. Uma grande aventura, reencontro de amores, reencontro de família. Tem muito romance nas novelas do Daniel, o que acho maravilhoso. Temos uma gravadora na novela que é a Mancini. Teremos vários ritmos e temas diferentes. Um desfile musical que será aberto. É meu quarto trabalho ao lado do Daniel e nos entendemos muito bem. Temos um respeito e admiração mútua. O início de uma aventura que é toda novela", contou o diretor.

Daniel Ortiz explicou o mote central: "Pedro se casou cinco vezes com cinco mulheres diferentes e com cada uma teve um filho. Quando o pai morre misteriosamente as ex-mulheres dele colocaram os filhos como inimigos. Elas se odiavam e impediram os filhos de conviver. Todos os irmãos se odeiam com exceção da Vênus.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Lucas e Ana Luísa conquistaram o público em "Paraíso Tropical"

 O Viva reprisou "Paraíso Tropical" em 2021 e a Globo colocou a novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares no "Vale a Pena Ver de Novo" três anos depois. A segunda reprise mostra novamente como a obra é bem estruturada e movimentada. Tudo através de planejados ciclos que se abrem e fecham ao longo das semanas em um esquema de rodízio onde todos os personagens acabam sendo bem aproveitados. E uma das gratas surpresas da trama na época, exibida em 2007, foi o casal formado por Lucas e Ana Luísa. 


Interpretados por Rodrigo Veronese e Renée de Vielmond, respectivamente, os personagens só se conheceram após algumas semanas de novela no ar. E a química foi imediata. Isso porque Ana Luísa caiu nas graças do público já no início. A esposa do poderoso Antenor Cavalcante (Tony Ramos) já começa a história sendo enganada pelo marido, que a trai com várias mulheres, incluindo uma amante 'fixa', Fabiana, vivida por Maria Fernanda Cândido. Não foi difícil o telespectador logo se afeiçoar pela ricaça, que esbanja delicadeza e elegância. 

O primeiro encontro com Lucas, melhor amigo do mocinho Daniel (Fábio Assunção), se dá, ironicamente, após uma suspeita (correta) que Ana tem sobre a fidelidade do esposo. Os dois se esbarram em uma galeria de arte e a troca de olhares promove o clichê mais comum na teledramaturgia. O jovem se encanta e a milionária fica balançada.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Humberto Carrão honrou a força de Zé Inocêncio em "Renascer"

 A primeira fase de "Renascer" chegou ao fim nesta segunda-feira (05/02), após 13 capítulos repletos de emoção, linda fotografia e cenas interpretadas por um elenco que transbordou talento. O remake de Bruno Luperi, baseado no sucesso de Benedito Ruy Barbosa, teve como maior acerto até então o aumento da duração do início da história, que em 1993 teve apenas 4 capítulos. E Humberto Carrão segurou o posto de protagonista com talento. 


O ator já é conhecido pelo seu bom desempenho em todas as produções que contam com sua presença em cena. Mocinho, vilão, personagens secundários, não importa o papel, Humberto sempre consegue despertar a atenção do telespectador. Apenas citando seus trabalhos mais recentes, o intérprete esteve muito bem na pele de Rafael, um mocinho que passou boa parte de "Todas as Flores" sendo enganado e apenas na segunda parte conseguiu agir. Também mereceu elogios na série "Betinho - no fio da navalha", onde viveu Henfil, irmão do protagonista da série baseada na vida do sociólogo.

A escolha de Humberto para viver Zé Inocêncio foi uma aposta certeira. O personagem, por mais controverso que pareça e com todo respeito ao trabalho do extraordinário Antônio Fagundes, marcou muito mais na primeira fase do que na segunda.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Elenco engrandeceu primeira fase de "Renascer"

 O remake do grande sucesso de Benedito Ruy Barbosa estreou na segunda-feira passada, dia 22, e vem impressionando pela qualidade artística da obra agora adaptada por Bruno Luperi e dirigida por Gustavo Fernandez. As imagens estão belíssimas, assim como a fotografia e a captação de cenas. No entanto, o que mais engrandeceu a primeira fase da história, que chega ao fim neste sábado (03/02), foi o elenco. 

Logo no primeiro capítulo, o público foi presenteado com a volta de Maria Fernanda Cândido aos folhetins, ainda que em uma participação relâmpago. A atriz estava afastada da teledramaturgia desde "A Força do Querer", exibida em 2017, e ganhou uma personagem que não existia na versão original e foi escrita especialmente para ela: Cândida. A viúva protagonizou um ótimo embate com outro personagem que também foi criado apenas para a primeira fase do remake: Firmino. Interpretado por Enrique Diaz, o coronel tinha um quê de breguice em seu visual, mas metia medo. 

A dona da fazenda enfrentava um período de quase falência e ainda assim não aceitou vender suas terras ao rival, responsável pela morte de seu marido. Pouco tempo depois, a personagem encontrou José Inocêncio (Humberto Carrão) jogado em sua fazenda e muito ferido.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Duda Santos foi uma grata surpresa de "Renascer"

 A primeira fase de "Renascer" vem recebendo uma imensidão de elogios e todos são muito justos. Entre os vários acertos está o bem escalado elenco. Há muitos atores experientes e outros mais novatos. Todos vêm brilhando na trama. E um dos maiores êxitos foi a seleção de Duda Santos para viver a mocinha da história de Benedito Ruy Barbosa, adaptada por Bruno Luperi. 


É verdade que Maria Santa é a mocinha apenas da primeira fase, o que é uma pena. O desfecho trágico da personagem é conhecido por todos que acompanharam o enredo em 1993. Mas, mesmo com uma participação breve, é um dos papéis mais marcantes da produção. Por isso qualquer deslize na escolha da atriz prejudicaria o impacto dramático que a figura daquela mulher representa no roteiro. 

A ideia de apostar em um novo rosto é sempre válida, embora arriscada em se tratando de um papel central. É necessário um cuidado maior em cima da escalação. E que bom que viram em Duda Santos uma Santinha. A intérprete não está estreando na televisão, mas é apenas seu segundo trabalho. O primeiro foi em "Travessia", novela fracassada de Gloria Perez encerrada em maio do ano passado.

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Antônio Calloni e Enrique Diaz farão falta no remake de "Renascer"

 O capítulo desta segunda-feira (29/01) fechou o ciclo de dois excelentes personagens da primeira fase de "Renascer", interpretados por atores magníficos. O trágico fim de Firmino e Belarmino resultou em duas sequências de tirar o fôlego, onde a direção somada ao trabalho irretocável dos intérpretes deu o tom necessário para o adeus de dois vilões sanguinários.

O personagem vivido por Enrique Diaz não existiu na versão original de 1993, o que só comprovou o quanto Bruno Luperi poderia melhorar a trama de Benedito Ruy Barbosa se realmente quisesse. Um remake não tem a obrigação de ser 100% fiel ao enredo original e mudanças são necessárias, tanto em cima da atualização de termos hoje em dia questionáveis no texto, quanto no dinamismo da história. Mas voltando ao Firmino, o coronel foi um ótimo vilão e protagonizou uma rivalidade com Belarmino que fez toda diferença. 

O vilão protagonizou um embate com Cândida (Maria Fernanda Cândido), outra personagem que não existia há 31 anos, no primeiro capítulo e ficou claro que aquele tipo seria um trunfo para a primeira fase da trama. E realmente foi. Firmino logo rivalizou com Berlarmino e pouco tempo depois virou inimigo de José Inocêncio (Humberto Carrão).

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Não existia papel secundário para Jandira Martini

 O mundo das artes cênicas sofreu mais uma grande perda. Jandira Martini faleceu nesta segunda-feira (29/01), aos 78 anos, após uma batalha de cinco anos contra um câncer de pulmão. A atriz, diretora e produtora teatral era uma das profissionais mais admiradas no meio e interpretou vários personagens marcantes ao longo de sua vida. 


A carreira de Jandira começou no teatro no final dos anos 1960 com a peça "Joana D`Arc entre as Chamas". Nos palcos, a trajetória somou mais de 20 peças, entre elas "Sua Excelência o Candidato", "Porca Miséria" e "Operação Abafa". A atriz começou na televisão em 1983 na novela "Braço de Ferro", produzida pela Band. Migrou para a Globo em 1986, onde atuou em "Roda de Fogo". No ano seguinte, ganhou seu primeiro papel de destaque, a ricaça Theodora Abdalla, do sucesso "Sassaricando".  

Em 1990, Jandira foi para a TV Manchete, onde atuou como colaboradora de "Ana Raio e Zé Trovão", novela escrita por Marcus Caruso, um de seus melhores amigos e fiel parceiro, e Rita Buzzar. A atriz também fez uma breve participação na trama como Vitória Imperial.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Belize Pombal e Fábio Lago formam uma dupla visceral em "Renascer"

 O remake do sucesso de Benedito Ruy Barbosa estreou nesta segunda-feira, dia 22, provocando a melhor das impressões, tanto na beleza das imagens quanto no desempenho do elenco. A primeira fase "Renascer" tem como maior trunfo o talento do time de atores muito bem escalados. Dá gosto de ver a atuação de cada um. E entre os grandes nomes há uma dupla que tem arrebatado desde a primeira aparição: Belize Pombal e Fábio Lago. 


Os atores estão viscerais em cena. E são cenas difíceis, onde a carga dramática está viva a todo instante. Quitéria e Venâncio são pais de Maria Santa (Duda Santos), grande amor de José Inocêncio (Humberto Carrão), que se encantou pela moça assim que a viu. Mas os pais têm métodos de criação bem diferentes. A mãe é amorosa e compreensiva, enquanto o pai é violento e intimidador. Tanto que por causa dele a filha praticamente vive trancada em casa. E aos poucos foi sendo exposto o motivo de tanta arbitrariedade. 

Venâncio estuprou a filha mais velha, que não aparece na história, e a expulsou de casa quando a menina apareceu grávida (e do filho dele). Quitéria nunca perdoou o marido pela atitude, mas nunca teve total certeza sobre o abuso. Está sempre com a desconfiança assombrando sua mente, ainda que no fundo já sinta a verdade.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

"Renascer": o que esperar da nova novela das nove?

 O imenso sucesso do remake de "Pantanal" fez a Globo encomendar mais um remake a Bruno Luperi, desta vez de "Renascer", novela que marcou o retorno de Benedito Ruy Barbosa à emissora em 1993, após o fenômeno de "Pantanal" na Rede Manchete em 1990. E o folhetim na época chegou a marcar 60 pontos na líder, consagrando o autor. Nada é por acaso. O intuito da empresa é repetir o êxito do remake copiado e colado pelo neto do escritor em 2022. A novela estreou nesta segunda-feira, dia 22, em clima de superprodução. 


Na vastidão das plantações de cacau, que um homem sem posses e sozinho no mundo finca seu destino aos pés de um jequitibá ---- o maior que já havia encontrado em toda sua vida. E tendo a natureza exuberante da região como testemunha, entre lendas e mistérios --- ele renasce --- e estabelece um pacto que o acompanhará ao longo de toda sua trajetória. Assim começa "Renascer" com a saga de José Inocêncio (Humberto Carrão/Marcos Palmeira), um homem obstinado e destemido, que carrega consigo a coragem e a vontade de se tornar alguém na vida. 

Após o pacto com Jequitibá, José Inocêncio fica conhecido como uma figura mítica ao se tornar o fazendeiro mais bem-sucedido da região por seus êxitos como produtor de cacau. Ainda jovem, ele conquista o amor de Maria Santa (Duda Santos).

sábado, 20 de janeiro de 2024

Após início turbulento, "Terra e Paixão" chega ao fim como um grande sucesso

 O começo não foi fácil. A missão de Walcyr Carrasco era reerguer a audiência do horário nobre da Globo, após o completo fiasco de "Travessia", que afundou a ótima média conquistada pelo remake de "Pantanal". Conhecido como o 'coringa' da emissora, o autor costuma fazer o impossível e sempre consegue entregar um sucesso. Pois não foi diferente com "Terra e Paixão", que estreou em maio de 2023 e chegou ao fim nesta sexta-feira, dia 19, após 221 capítulos, um número impressionante para os dias de hoje. 

A história não teve um caminho tranquilo. Como a trama era longa, Walcyr optou por um início mais lento e longe dos atropelos que muitos folhetins recentes fazem para causar a sensação de agilidade. A estratégia foi inteligente e o começo se mostrou muito bem estruturado em cima da saga de Aline (Barbara Reis), que logo no primeiro capítulo viu seu marido ser assassinado a mando de Antônio La Selva (Tony Ramos), poderoso empresário do agronegócio que fez fortuna através do desmatamento de florestas e tomando terras de pequenos produtores. 

Porém, após uma estreia repleta de adrenalina, o folhetim 'amornou' diante da falta de embates diretos entre mocinha e vilão e também por conta de um dilema amoroso envolvendo a protagonista. Logo na primeira semana, Caio (Cauã Reymond) se declarou para a protagonista e não houve construção alguma do sentimento. Foi algo súbito.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Capítulo 100 de "Elas por Elas" apresenta sequência de tirar o fôlego

 A atual novela das seis, baseada na obra original de Cassiano Gabus Mendes, escrita em 1982, segue com baixos índices de audiência. E dificilmente o cenário irá mudar. A Globo cometeu um erro crasso colocando o remake de uma novela que foi exibida às sete e tem todas as características do horário em plena faixa das 18h e agora tem que enfrentar as consequências. Mas a releitura de Alessandro Marson e Thereza Falcão vem se mostrando uma obra agradável e agora uma nova fase acaba de ser iniciada. 


A produção original não teve nem um terço dos acontecimentos da atual. Era muito mais lenta e Helena, vivida na época por Aracy Balabanian, passava longe de ser uma vilã, de fato. Os grandes conflitos do enredo só foram resolvidos no último capítulo, o que impediu a exibição dos desdobramentos das situações. A identidade real da Patinha, a revelação do mistério da morte de Bruno e a verdade sobre a troca dos bebês só foram expostos no último dia, o que deixou tudo raso. 

No remake, os autores tiveram a preocupação de aproveitar bem os 'plots'. Tanto que Taís (Kesia) já revelou a Lara (Deborah Secco) que era a amante de Átila (Sergio Guizé) na semana passada e agora a farsa sobre a troca dos bebês foi revelada no gancho do capítulo exibido nesta quinta-feira (18) e desmembrado hoje, dia do centésimo capítulo. Vale lembrar que na versão original Ísis (Rayssa Bratillieri) era filha de Helena (Isabel Teixeira) e, não irmã, como é na nova versão.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Gloria Pires: dose tripla de talento

 A atual novela das nove está em sua última semana de exibição. "Terra e Paixão" foi um sucesso de Walcyr Carrasco e Thelma Guedes e um dos acertos da trama foi o destaque dado a Gloria Pires na pele da vilã Irene. Mas o público tem o privilégio de vê-la em dose tripla na Globo graças a duas reprises de outros trabalhos bem-sucedidos da veterana: "Mulheres de Areia" e "Paraíso Tropical". O melhor é que são três papeis totalmente distintos, o que destaca ainda mais o talento da intérprete. 


O momento de, com o perdão do trocadilho irresistível, maior glória da carreira da atriz foi em 1993 com o remake de "Mulheres de Areia". A reprise vem fazendo sucesso no início das tardes da Globo, o que comprova a potência da história da saudosa Ivani Ribeiro. As gêmeas Ruth e Raquel foram um divisor de águas na carreira de Gloria Pires. A mocinha ingênua e a vilã cínica foram interpretadas com tanto brilhantismo que viraram referência em todas as produções posteriores que abordaram o clichê de irmãos gêmeos. A intérprete esteve tão bem que conseguiu demonstrar sem maiores dificuldades quando uma irmã fingia se passar pela outra, o que não deixa de ser uma interpretação dentro da intepretação. 

Já em "Terra e Paixão" é um privilégio ver Gloria vivendo um dos papeis de maior destaque da novela e repetindo pela quinta vez a parceria bem-sucedida com Tony Ramos. E a novidade é ver a dupla representando um casal de vilões assassinos.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Tudo sobre a coletiva online da segunda fase de "Renascer", a próxima novela das nove

 A Globo promoveu nesta terça-feira, dia 9, a coletiva virtual da segunda fase do remake de "Renascer". Participaram o autor Bruno Luperi e os atores Marcos Palmeira, Matheus Nachtergaele, Camila Morgado, Juan Paiva, Vladimir Brichta, Pedro Neschling, Alice Carvalho, Marcello Melo Jr, Rodrigo Simas, Sophie Charlotte, Ana Cecília Costa, Chico Diaz, Renan Monteiro, Juliane Araújo, Theresa Fonseca, Samantha Jones, Gabriela Medeiros, Jackson Antunes, Mell Muzillo, Livia Silva e Juan Queiroz. Fui um dos convidados e conto sobre o que rolou no bate-papo.

Bruno Luperi falou sobre as críticas que recebeu sobre não fazer alterações em 'Pantanal' e se faria a mesma coisa em 'Renascer': "Mexer em um clássico da teledramaturgia brasileira é como escalar um time para a seleção brasileira e todos reclamam do técnico da seleção. Se isso acontece, é porque o trabalho está bem feito. Pantanal e Renascer foram as duas obras primas do meu avô e me resumo ao meu lugar. Minha proposta não é recriar. Sou um cara que respeita o trabalho que me precede. Não estou aqui para reinventar a roda. Minha função em 'Pantanal' foi muito bem aceita. Fui xingado no Twitter por ter matado a Madeleine e considero isso um elogio porque as pessoas queriam ver mais a personagem. Renascer foi transformado em 30 anos, mas minha função é parecer que nada foi feito. Então se parecer isso é porque foi algo bem feito. E trazer a Buba como uma mulher trans e não como uma intersexo, como na original, traz agora uma matriz de discussões que era impossíveis lá atrás. E espero que a nova versão instigue as pessoas a verem a original no Globoplay. E se quiserem me xingar no Twitter, me xinguem", declarou. 

Sophie Charlotte comentou sobre a nova composição de seu papel: "Não falei com a Patrícia Pillar ainda, mas assisti trechos no Globoplay da primeira versão e a expectativa é muito diferente das outras que eu tive com remake porque eu já fiz o remake de 'O Rebu' e 'Ti Ti Ti'. Fiquei emocionada e surpresa com esse projeto e a homenagem ao Benedito Ruy Barbosa.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Tony Ramos e Gloria Pires comprovam em "Terra e Paixão" que uma parceria bem-sucedida nunca se desgasta

 A valorização dos veteranos, infelizmente, sempre foi uma raridade entre os autores. São poucos os que escalam atores experientes para papeis de destaque e depois da pandemia a situação ficou pior do que já estava. Há um nítido privilégio da juventude nos elencos dos últimos anos, onde há cada vez menos espaço para intérpretes de mais idade. Dá para contar nos dedos de uma mão a quantidade de atores acima dos 60 anos nos folhetins recentes. No entanto, há um escritor que sempre valorizou esse time: Walcyr Carrasco. A maior prova é o destaque de Tony Ramos e Gloria Pires em "Terra e Paixão".

Os atores ganharam dois vilões que têm um grande destaque, pois fazem parte do núcleo central do enredo, e vêm recebendo cada vez mais cenas desde o início do folhetim. O casal sem escrúpulos já praticou inúmeras maldades na história, que agora conta com a colaboração de Thelma Guedes, e o principal objetivo é a manutenção do poder. Antônio e Irene La Selva são os clássicos representantes da família que enriqueceu com o agronegócio devastando terras protegidas, praticando crimes ambientais e matando supostos inimigos. Os típicos 'cidadão de bem'. 

Os personagens têm uma defesa visceral pela 'família', mesmo com o ambiente familiar sendo catastrófico, onde os três herdeiros cresceram repletos de problemas psicológicos graças aos constantes embates e a sucessivas cobranças a respeito de quem iria conseguir a sucessão nas empresas do pai. Ainda houve a trágica morte de Daniel (Johnny Massaro), vítima de um acidente na estrada, pouco tempo depois de um caos familiar ter sido instaurado por Caio (Cauã Reymond), que expôs a traição de Irene diante de todos.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

O que esperar do "BBB 24"?

 Na sexta-feira passada, dia 5, foi o famigerado 'Big Day'. Aquele momento em que os novos participantes do "BBB" são anunciados durante os intervalos comerciais da programação da Globo. O público conheceu 18 nomes, sendo 12 Pipocas e 6 Camarotes, ou seja, 12 anônimos e 6 famosos. Neste domingo, dia 7, durante o "Fantástico", mais sete homens e sete mulheres foram anunciados para os telespectadores escolherem um homem e uma mulher. Já nesta segunda, dia da estreia do "BBB 24", os próprios já selecionados tiveram que chamar mais 3 homens e 3 mulheres para a disputa em um total de 26 pessoas. 


A elevada quantidade de gente confinada na casa não é a única novidade da temporada. Várias outras foram divulgadas, entre elas algumas um tanto confusas e questionáveis. Uma delas é a adoção do sistema misto de votação. O público tem direito a votar de duas formas diferentes, ambas pelo Gshow. A primeira é o Voto da Torcida e funciona da mesma maneira das últimas votações: o usuário faz o login da sua conta Globo e pode votar quantas vezes quiser. A segunda opção é o Voto Único, na qual o usuário deve informar seu CPF e pode votar uma única vez por paredão. Cada modelo tem o peso de 50% e o resultado final é a média ponderada dos dois formatos. Portanto, dificilmente haverá recorde de rejeição este ano. Mas o resultado dos paredões também não deve mudar por conta do novo método. Parece mais um golpe de marketing. 

A competição ainda é dividida em duas fases com diferentes objetivos para a votação. Na primeira etapa do programa, os fãs votam em quem desejam que permaneça na casa e o eliminado é o participante menos votado. Pela primeira vez Boninho resolveu copiar o método de votação de "A Fazenda", na Record. Ao menos durante um período.