terça-feira, 31 de março de 2020

Paloma Duarte emociona na reta final de "Malhação - Toda Forma de Amar"

A última semana de "Malhação - Toda Forma de Amar" não iria ao ar agora. Estava prevista para o final de maio. Mas, por conda da pandemia do coronavírus, a Globo resolveu encerrar as gravações dos Estúdios Globo semana passada. Assim, o desfecho da atual temporada foi antecipado. Emanuel Jacobina deixou tudo para o final e sua história será muito prejudicada. Que sirva de lição para seu próximo trabalho: não enrolar o público atrasando quase todos os acontecimentos relevantes. Ao menos os capítulos da reta final têm valorizado o talento de Paloma Duarte.


O último trabalho da atriz na Globo havia sido na fraca "Começar de Novo", novela de Antônio Calmon, exibida em 2004. Migrou para a Record em 2006 e lá fez cinco novelas: "Cidadão Brasileiro" (2006), "Luz do Sol" (2007), "Poder Paralelo" (2009), "Máscaras" (2012) e "Pecado Mortal" (2013). Brilhou em todas. Voltou para a emissora que a lançou --- em "Armação Limitada" (1988) --- justamente na atual "Malhação". E tinha tudo para ser um de seus melhores trabalhos.

Infelizmente, não foi o que aconteceu. Lígia era uma das principais personagens do enredo e Paloma logo se destacou no início da trama. Todo o contexto da adoção da filha biológica de Rita (Alanis Guillen) resultou em bons embates nos tribunais que ajudaram a atriz a crescer em cena junto da colega, ainda iniciante, Alanis.

segunda-feira, 30 de março de 2020

"Salve-se Quem Puder" apresenta ótimo gancho para a segunda parte da trama

A pandemia do corona vírus provocou um caos mundial. A melhor recomendação a ser seguida por toda a população é ficar em casa para evitar a multiplicação do vírus. A Globo, maior emissora do país e segunda do mundo, foi a primeira a tomar uma atitude drástica: interromper as gravações de todas as suas novelas visando a segurança de seus funcionários. Como consequência, dois folhetins foram afetados: "Salve-se Quem Puder" e "Amor de Mãe". "Malhação" teve seu final antecipado e "Éramos Seis" foi finalizada lindamente, sem maiores problemas. E a produção das 19h apresentou um gancho de tirar o fôlego.


Daniel Ortiz foi pego de surpresa com o encerramento brusco de sua história, assim como o próprio público, e precisou pensar em um final de capítulo impactante para prender o telespectador até o retorno da normalidade ---- que ninguém sabe ainda quando será. E conseguiu ousar com um desdobramento digno de final de temporada de ótimas séries internacionais. O autor deixou o besteirol, que norteia o enredo, um pouco de lado e destacou mais todo o contexto envolvendo a até então grande vilã Dominique (Guilhermina Guinle). Para isso, desvendou um dos maiores mistérios do roteiro e ainda proporcionou uma boa virada.

A bandida que assassinou um juiz que investigava corruptos na primeira semana de novela não teve um grande destaque até o momento. Houve uma preocupação em desenvolver mais o lado leve de "Salve-se Quem Puder".

sexta-feira, 27 de março de 2020

Com final feliz e surpreendente, "Éramos Seis" se mostrou um remake irretocável

A produção de remakes costuma gerar controvérsias. Vale a pena mexer em um clássico? Afinal, tem releitura que fracassa, vide "Guerra dos Sexos" em 2012. Mas o caso de "Éramos Seis" era atípico. O romance de Maria José Dupré, de 1943, teve quatro versões de folhetins. Uma em 1958, na Record, outras duas em 1967 e em 1977, ambas na Tupi, e a até então última em 1994, no SBT. A mais lembrada e elogiada era a exibida pela emissora de Silvio Santos, protagonizada por Irene Ravache. Ironicamente, a Globo, maior produtora de novelas no mundo, ainda não tinha a sua versão. Será que o risco de produzir um quinto remake foi válido? A resposta é sim.


Angela Chaves foi escolhida por Silvio de Abreu ----- que escreveu juntamente com o saudoso Rubens Edwald Filho as versões de 1977 e 1994 da trama ----- para nova adaptação do clássico que já arrebatou vários leitores e telespectadores ao longo dos anos. A autora ainda é considerada uma ''novata", pois seu único folhetim como escritora principal foi "Os Dias Eram Assim", desenvolvido em parceria com Alessandra Poggi, exibido em 2017 na faixa das 23h. E a produção deixou muito a desejar. No entanto, passou com louvor no teste de elaborar uma nova "Éramos Seis".

O quinto remake transbordou qualidade. A escalação precisa do elenco foi a cereja do bolo. E o risco de exibir uma história baseada apenas em situações do cotidiano, sem vilanias ou grandes reviravoltas, era muito alto.

quinta-feira, 26 de março de 2020

Alanis Guillen foi uma das melhores revelações de "Malhação - Toda Forma de Amar"

Não é fácil criar mocinhas que provoquem empatia no público e ainda ganhem torcida. No caso de "Malhação", seriado adolescente longevo da Globo, há outro agravante: lançar um novo talento com esse tipo de papel.  Ou seja, o autor precisa se preocupar com uma boa história, uma personagem bem construída e escolher (juntamente com a direção) uma intérprete desconhecida que convença em cena. É possível afirmar, portanto, que, apesar dos seus vários equívocos no conjunto da obra, Emanuel Jacobina conseguiu cumprir essa ingrata missão em "Malhação - Toda Forma de Amar".


Rita  é uma adolescente que teve sua filha tirada de seus braços pelo próprio pai e só soube da verdade durante a missa de sétimo dia do avô do bebê. Ao contrário do que acreditava, a menina não morreu no parto. A saga da personagem é lutar pela guarda da criança e enfrentar uma séria disputa judicial com a família que a adotou, no caso, Lígia (Paloma Duarte), Joaquim (Joaquim Lopes), Lara (Rosanne Mulholhand) e Filipe (Pedro Novaes), por quem ironicamente se apaixona e acaba correspondida. Um contexto que utilizou vários clichês da teledramaturgia e funcionou.

Alanis Guillen foi uma escolha bastante acertada para viver a determinada menina. No início da temporada, é preciso ressaltar, apresentou uma certa insegurança. Em algumas cenas mais pesadas, onde a emoção era muito exigida, acabou deixando a desejar. Compreensível. É sua estreia na televisão e quase sempre os jovens talentos do seriado começam irregulares.

terça-feira, 24 de março de 2020

Nicette Bruno e Irene Ravache engrandecem última semana de "Éramos Seis"

A última semana de "Éramos Seis" tem honrado todas as qualidades que o remake tão bem escrito por Angela Chaves vem apresentando desde a estreia. A quinta adaptação da obra de Maria José Dupré prova como o romance tão triste sobre a dura vida de uma matriarca é atemporal e sempre envolve quem assiste ou lê. Para coroar a trama tão emocionante, duas participações para lá de especiais engrandeceram a história em plena reta final: Nicette Bruno e Irene Ravache.


Nicette foi a Dona Lola do remake exibido na TV Tupi, em 1977. A grande atriz fazia par com o saudoso Gianfrancesco Guarnieri, intérprete do rígido Júlio. Já Irene Ravache é a Lola mais lembrada pelo grande público. A intérprete deu um show na adaptação produzida pelo SBT em 1994, ao lado de Othon Bastos (Júlio), e comoveu o telespectador em um dos poucos folhetins da emissora de Silvio Santos que realmente fez um grande sucesso. Nada mais justo do que homenageá-las na atual versão da Globo, onde a Lola da vez é vivida pela maravilhosa Glória Pires.

Vale lembrar que as duas veteranas sempre estiveram nos planos da autora e do diretor Carlos Araújo, mas infelizmente não puderam ficar no elenco fixo. Nicette tinha acabado de participar de "Órfãos da Terra", novela anterior e problemática, enquanto Irene precisou se afastar, após o término de "Espelho da Vida", para cuidar de um problema no quadril.

sexta-feira, 20 de março de 2020

Casal formado por Lola e Afonso é uma agradável surpresa de "Éramos Seis"

A atual novela das seis da Globo, em plena reta final, tem feito por merecer vários elogios. E não chega a ser uma surpresa. "Éramos Seis" é uma história querida pela grande maioria do público. O romance de Maria José Dupré (1898 - 1984) rendeu vários remakes. Esse é o quinto. Mas Angela Chaves já mostrou que não seguiu a trama exibida no SBT, em 1994, fielmente. No início, foram pequenas alterações, como um maior números de atores negros no elenco para aumentar a representatividade e uma ligeira mudança na personalidade submissa de Dona Lola (Gloria Pires). A mexida mais significativa do roteiro se deu com um novo amor para a protagonista.


A matriarca da família Lemos nunca se colocou em primeiro lugar na vida. Sempre viveu em função do marido e dos quatro filhos. A morte de Júlio (Antônio Calloni), de acordo com as produções passadas, deixa a situação econômica da família em estado crítico e a dedicação daquela mãe fica ainda maior. A autora não alterou uma das maiores viradas da história. Tudo isso continua. Porém, agora Lola vê uma chance para amar novamente. Isso porque sua relação com Seu Afonso (Cássio Gabus Mendes) fica ainda mais forte, principalmente depois que viram sócios no negócio da venda de doces caseiros. 

Ao contrário das versões passadas, o clima entre os personagens sempre existiu no atual remake. Na trama do SBT, que serve como base para a produção da Globo, o dono da venda era vivido pelo saudoso Umberto Magnani e tinha uma importância muito menor, mesmo tendo protagonizado os conflitos iguais com a companheira egoísta e o afastamento da querida filha --- a única diferença é que as duas não eram negras e nem da Bahia e, sim, espanholas.

quinta-feira, 19 de março de 2020

Desaparecimento de Rita em "Malhação" é um recurso conhecido de Emanuel Jacobina

A atual "Malhação" termina em abril. O final foi antecipado por conta da pandemia do COVID-19. E o enredo de Emanuel Jacobina já se perdeu por completo, infelizmente. Após um promissor início, repleto de conflitos e personagens atraentes, o autor não soube conduzir a história ao longo dos meses e todo o encanto foi se perdendo aos poucos até virar uma produção recheada de situações que nada acrescentam ou movimentam. Mas o desaparecimento de Rita (Alanis Guillen) marcou uma virada em "Toda Forma de Amar".


A mocinha foi visitar o túmulo do seu pai com Felipe (Pedro Novaes), mas sumiu quando foi comprar água em um posto de gasolina, enquanto seu namorado a esperava. Antes, porém, a protagonista pareceu ensaiar uma despedida com Carla (Mariana Santos), quase sua segunda mãe, em um momento emocionante. Portanto, vários enigmas ficam no ar. Ela foi sequestrada? Fugiu? Por qual razão? O que pretende? Enfim.

A ideia de sumir com a personagem que move o roteiro é uma boa ousadia. Afinal, tirar de cena a mocinha ou qualquer perfil de importância em uma história, sem dar qualquer explicação para o público e os demais personagens, sempre provoca um impacto interessante.

terça-feira, 17 de março de 2020

Mudança na grade da Globo expõe responsabilidade e boa estratégia

A Globo foi a primeira emissora do país a tomar medidas radicais por conta da pandemia do COVID-19 no mundo. Após muitas reuniões, a cúpula da emissora decidiu manter onze horas de programação ao vivo com jornalismo informativo sobre os cuidados necessários para evitar o contágio do corona vírus, cancelando programas como "Mais Você", "Se Joga" e "Altas Horas". Mas a decisão que mais surpreendeu o público foi a interrupção das gravações de todas as produções inéditas, implicando na substituição de todos os folhetins atuais por reprises.


A maior emissora do país e a segunda maior do mundo simplesmente resolveu parar com a produção da teledramaturgia até o surto melhorar ou o mundo entrar em normalidade. A indústria da Globo sempre foi a mais respeitada em virtude da extrema qualidade e organização de produção. Ao interromper os trabalhos, a empresa demonstra total preocupação com seus funcionários e respeito pelo público. Afinal, não adianta orientar a população para ficar em casa e não agir conforme o aconselhado. Mas a difícil e importante medida também expõe a estratégia sempre precisa do canal.

"Malhação - Toda Forma de Amar", escrita por Emanuel Jacobina, já se perdeu há muito tempo e chegaria ao fim com 278 capítulos. Houve um encurtamento grave e as gravações foram encerradas nesta terça.

sexta-feira, 13 de março de 2020

"BBB 20": Marcela e a fragilidade de um favoritismo

"Fada sensata". O meme comum nas redes sociais logo virou o apelido de Marcela na vigésima edição do "Big Brother Brasil". Empoderada, feminista, defensora das minorias e jogadora com um bom raciocínio para montar suas estratégias com seus aliados, a participante se destacou rapidamente na atual temporada. E seu favoritismo explodiu quando se indignou com o plano do grupo masculino de seduzir as mulheres comprometidas para manchar a imagem de todas fora da casa. A mão no prêmio estava garantida. Mas tudo mudou com a entrada da dupla da Casa de Vidro.


A participante cresceu demais no jogo assim que recusou participar do plano de Hadson, Lucas, Petrix e Guilherme (que fazia parte, mas ninguém na casa descobriu ainda). Gizelly também achou um absurdo e resolveu contar para as meninas sobre o plano. Porém, após um choque inicial, Flay, Bianca e Mari ficaram com dúvidas a respeito e a verdade ficou sob suspeita. A grande catarse se deu quando Ivy e Daniel entraram por votação popular e contaram que Marcela estava certa, a pedido de várias pessoas que foram até ao shopping com cartazes exigindo que desmascarassem os homens.

As mulheres estabeleceram uma união contra os responsáveis pelo plano e os telespectadores vibraram. Porém, tudo começou a mudar quando Marcela se envolveu amorosamente com Daniel. Como nunca desconfiou do real interesse do rapaz?

quinta-feira, 12 de março de 2020

Kelzy Ecard está ótima como Genu em "Éramos Seis"

O grande público só conheceu o talento de Kelzy Ecard em "Segundo Sol", exibida em 2018, no horário nobre da Globo. A atriz deu um show dramático na pele da sofrida Nice, personagem que sofria violência doméstica do marido na história de João Emanuel Carneiro. Com várias peças teatrais no currículo, a intérprete tinha apenas pequenas participações na televisão ---- como em "Três Irmãs" (2008) e "Império" (2014). Agora é um dos muitos pontos positivos de "Éramos Seis".


Após o brilhante trabalho na produção das nove, Kelzy merecia mesmo outra boa oportunidade e conseguiu no quinto remake do romance de Maria José Dupré. E a escolha de seu papel foi a melhor possível: a fofoqueira Genu. A grande amiga da protagonista é a responsável por alguns dos raros momentos cômicos do triste enredo adaptado por Angela Chaves e dirigido por Carlos Araújo. Ou seja, é um perfil completamente diferente do anterior. Um incentivo e tanto para qualquer atriz.

Embora seja a típica vizinha futriqueira, Genu não é um esteriótipo. Isso porque há um laço de amor verdadeiro com Lola (Glória Pires). Ela realmente a considera como uma irmã e está sempre disposta a ajudar no que for preciso. Não é a invejosa que vive falando da vida alheia, destilando maldade. E a família também ajuda a expor mais nuances atrativas da personagem.

terça-feira, 10 de março de 2020

Lurdes carrega "Amor de Mãe" nas costas

Há novelas protagonizadas pelos clássicos mocinhos, por apenas uma personagem ou um trio ou quarteto. O público já viu de tudo um pouco. "Amor de Mãe" foi apresentada tendo três mulheres como protagonistas: Lurdes (Regina Casé), Thelma (Adriana Esteves) e Vitória (Taís Araújo). As atrizes são talentosas e sempre brilham, ou seja, novamente fazem bonito em cena. Entretanto, é incontestável que a mulher nordestina roubou a cena e virou a figura central, ofuscando as outras duas.


É verdade que boa parte da culpa é de Manuela Dias. A autora não conseguiu construir conflitos realmente atrativos para Thelma e Vitória. A obsessão da primeira pelo filho Danilo (Chay Suede) se tornou repetitiva e logo cansou ao longo dos meses e só agora a personagem teve um leve crescimento em virtude da barriga de aluguel realizada para Danilo ter um filho com Camila (Jéssica Ellen). Enquanto a segunda teve um início promissor como advogada rica com dilemas éticos, mas o seu empobrecimento, após o rompimento com o vilão, se mostrou raso e fez o papel perder toda a força.

Já Lurdes é a única que tem uma saga sendo contada. E isso é vital para qualquer personagem. A procura de batalhadora nordestina pelo filho Domênico é o único drama de "Amor de Mãe" que realmente acabou comprado pelo público. Tanto que "memes" surgiram nas redes sociais e até fantasia de Carnaval.

sexta-feira, 6 de março de 2020

Revelação sobre trauma de Justina destaca atrizes em "Éramos Seis"

Uma das qualidades de "Éramos Seis" é a valorização de todos os núcleos. Não existe trama desnecessária. Todas acrescentam algo no enredo do remake do  romance de Maria José Dupré, adaptado por Angela Chaves e dirigido por Carlos Araújo. Até a aparentemente mais deslocada história resultou em uma forte virada na reta final da novela: o mistério envolvendo o passado de Justina (Júlia Stockler) e Emília (Susana Vieira).


O traumático passado da filha mentalmente perturbada da ricaça não existe no livro, mas o público que acompanhou as versões anteriores do folhetim, tendo a do SBT, em 1994, como a mais lembrada, já sabia do enigma. Mas a atual produção conseguiu manter bem o segredo e a revelação implicou em ótimas cenas protagonizadas por Susana Vieira com as revelações Júlia Stockler e Joana de Verona (Adelaide). Era um momento bastante aguardado.

O roteiro sempre induziu o telespectador a pensar que Emília era uma mulher cruel e fria. Sempre isolada em sua luxuosa mansão, a milionária nunca ligou muito para a sobrinha Lola (Gloria Pires) e evitava uma maior intimidade com qualquer um.

quinta-feira, 5 de março de 2020

"Brega & Chique" era uma das reprises mais aguardadas do Viva

Exibida entre 20 de abril e 6 de novembro de 1987, "Brega & Chique" completou 30 anos em 2017. Uma data perfeita para uma reprise de comemoração. Mas o Viva decidiu esperar três anos para reexibi-la e a produção sempre foi muito pedida pelo público do canal a cabo. Era uma das mais aguardadas. Ao menos a colocou no ar, mesmo com um certo atraso --- a reprise estreou no dia 19 de fevereiro. A novela do saudoso Cassiano Gabus Mendes foi um dos maiores fenômenos do horário das sete da Globo, entrando para a história da teledramaturgia e chegando a marcar mais audiência que a trama de horário nobre da época ---- "O Outro", de Aguinaldo Silva. A produção teve como grandes destaques Marília Pêra, Glória Menezes e Marco Nanini, entre tantos outros grandes nomes, como excepcional Raul Cortez.


Dirigido por Jorge Fernando, o folhetim caiu nas graças do público com um enredo popular,  cuja inverossimilhança não prejudicou em nada o êxito da obra. Ambientada em São Paulo, a novela tinha duas mulheres de universos opostos como protagonistas: a perua Rafaela Alvaray (Marília) e a humilde Rosemere da Silva (Glória), que tiveram suas vidas cruzadas por causa do empresário Herbert Alvaray (Jorge Dória), casado com ambas. Sua família 'oficial' morava em uma mansão de bairro nobre e era a formada por Rafaela e seus filhos Ana Cláudia (Patrícia Pillar), Teddy (Tarcísio Filho) e Tamyris (Cristina Mullins), além da sogra Francine (Célia Biar) e do genro Maurício (Tatu Gabus Mendes).

Ou seja, para Rosemere, o empresário se chamava Mário Francis e os dois tinham apenas uma filha: Márcia (Fabiane Mendonça). Mas a amante de Herbert tinha outros dois filhos: Amaury (Cacá Barrete) e Vânia (Paula Lavigne), além de um pai que ajudava a sustentar (Lourival - Fabio Sabag). Ao contrário da chique Rafaela, a humilde mulher era brega e morava em um bairro de periferia, lutando com dificuldades para manter a casa.

terça-feira, 3 de março de 2020

Pobreza de Vitória destrói trajetória da personagem em "Amor de Mãe"

Uma mulher negra bem-sucedida e respeitada. Advogada que virou uma referência na profissão e sabia diferenciar o seu lado profissional do pessoal. Aparentemente fria, sonhava em ser mãe. Defensora de um dos empresários mais corruptos do país, Vitória (Taís Araújo) nunca sentiu peso na consciência. Afinal, era apenas seu trabalho. Mas tudo começou a mudar quando adotou uma criança e ainda engravidou acidentalmente. Todas essas características faziam do perfil um dos melhores de "Amor de Mãe". Mas tudo foi por água abaixo quando a autora inventou uma ruína financeira para forçar uma virada nada convincente.


Toda a trajetória de uma das protagonistas da atual novela das nove da Globo acabou destruída. Vitória cansou de passar por cima de seus princípios para advogar para Álvaro (Irandhir Santos) e decidiu romper o contrato, pagando uma multa milionária. Era um momento aguardado pelos telespectadores. Mas resultou em uma reviravolta que afetou drasticamente a imagem da personagem. Aquela profissional inteligente, empoderada e cheia de atitude morreu. Manuela Dias parece ter criado outra mulher e colocado no lugar da anterior.

Vitória resolveu ajudar o ex, Davi (Vladimir Brichta), contra seu antigo cliente e em nenhum momento achou que havia o risco de ser flagrada. A situação, claro, resultou em um desvio de ética que acabou ocasionando a cassação de seu registro profissional e ainda culminou na influência do empresário para nenhum outro cliente poderoso a contratar.