terça-feira, 30 de julho de 2019

"Bom Sucesso" tem estreia leve e despretensiosa

"Você pode passar por bons momentos. Pode passar por alegrias. Pode passar por obstáculos. O que você não pode é deixar a vida passar em branco. O maior sucesso da vida é ter sucesso em viver". O teaser de "Bom Sucesso" expôs com simplicidade a premissa da nova novela das sete, escrita por Rosane Svartman e Paulo Halm, que estreou nesta segunda-feira (29/07), na Globo, com a missão de manter ou elevar ainda mais os bons índices de "Verão 90".


A proposta da nova trama em nada se parece com a produção anterior, voltada exclusivamente para o escapismo através de inúmeras esquetes e ausência de conflitos relevantes. O folhetim dirigido pelo competente Luiz Henrique Rios tem uma história para contar e uma reflexão a fazer. Muito mais do que dias de vida, é preciso saber aproveitar cada oportunidade que essa jornada nos permite. Viver não é simplesmente existir. É bem mais. E os autores querem levantar essa questão com leveza e sensibilidade, além, claro, de boas doses de humor.

É a volta da clássica comédia romântica ao horário, após o fenômeno "Totalmente Demais", escrito pela mesma dupla em 2016, que fez a alegria da emissora com grande audiência e ótima repercussão. Agora, no entanto, não é sobre a saga de uma jovem pobre que vira uma modelo famosa.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Quarta temporada do "Lady Night" mostrou uma Tatá Werneck bem-humorada e sensível

O "Lady Night" estreou no primeiro semestre de 2017 e não demorou a virar a atração de maior sucesso do Multishow. O programa comandado por Tatá Werneck se transformou em um dos maiores trunfos do canal a cabo e a quarta temporada estreou no dia 15 de julho, chegando ao fim nesta segunda-feira (29/07). O talk-show está tão em alta, vale ressaltar, que começou a ser exibido na Globo. A previsão era reprisar as três temporadas anteriores de janeiro a abril, mas o êxito foi tamanho que a emissora esticou para agosto.


Ironicamente, a humorista quase "concorreu" com ela mesma às quintas-feiras. O quase é porque no canal a cabo a atração foi ao ar às 22h30 e na emissora aberta vai sempre por volta das 23h30. Mas essa "overdose" de Tatá é fruto do talento da apresentadora. Mestre do improviso, a âncora do talk-show domina o formato com habilidade e ainda consegue extrair declarações bem incomuns de seus convidados. A descontração dos entrevistados ocorre justamente em virtude do bom humor de Tatá, que muitas vezes consegue driblar possíveis constrangimentos com um invejável jogo de cintura.

A quarta temporada, todavia, apresentou um clima um pouco diferente. Como está grávida de sete meses de Rafael Vitti e nunca escondeu o sonho de ser mãe, a apresentadora está com a sensibilidade à flor da pele. Ou seja, vários momentos emocionantes ocorreram ao longo dos episódios.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Repleta de tramas bobas, "Verão 90" foi uma novela descartável

Izabel de Oliveira e Paula Amaral vinham de dois extremos. As autoras experimentaram o sucesso com o fenômeno "Cheias de Charme", em 2012, e enfrentaram o imenso fracasso com "Geração Brasil" (2014) --- até hoje a pior audiência da faixa das 19h. Izabel, no caso dividiu a autoria das duas tramas com Filipe Miguez. Paula era colaboradora de ambas. Agora experimentaram um trabalho realmente juntas com "Verão 90", que chegou ao fim nesta sexta-feira (26/07). E infelizmente o saldo não foi nada positivo.


É verdade que para a Globo não houve problema algum. Afinal, a novela teve uma boa audiência, embora tenha passado longe de um fenômeno. A média geral foi de 26 pontos, a mesma de "Deus Salve o Rei" e "Rock Story", dois folhetins com desempenhos medianos em nível de repercussão. Mas ultrapassou a média de "O Tempo Não Para", que a antecedeu, em dois pontos. Pena que os números não refletiram a qualidade da produção. A dupla apelou para o saudosismo do público através de referências aos anos 90 (muitas delas equivocadas e mais propícias aos anos 80, vale lembrar) com o intuito de disfarçar a ausência de enredo.

"Verão 90" iniciou apresentando a história de três crianças que fizeram um imenso sucesso com o grupo "Patotinha Mágica" e acabaram se separando por brigas familiares. O trio central era Manuzita (Isabelle Drummnd), João (Rafael Vitti) e Jerônimo (Jesuíta Barbosa). João e Manu sempre foram apaixonados, enquanto Jerônimo tinha sérios desvios de caráter e nutria uma inveja do irmão. A premissa do folhetim era essa, mas as autoras não conseguiram sustentar o contexto nem por um mês.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

"Sob Pressão" é a melhor série que a Globo já produziu

Após 14 episódios irretocáveis, "Sob Pressão" chegou ao fim nesta quinta-feira (25/07). A melhor produção da Globo em anos fechou o ciclo da terceira temporada com muitas brechas para uma quarta, que já foi anunciada pela Globo para 2021 (infelizmente um ano de hiato). Esse terceiro ano conseguiu ser ainda melhor que os dois anteriores e comprovou que há fôlego de sobra para muito mais histórias. Afinal, infelizmente, o caos da saúde pública no Brasil rende conflitos infinitos. E o enredo conseguiu expor todas as mazelas nacionais com impressionante realismo em uma hábil mescla com dramaturgia de qualidade.


A trama do terceiro ano teve como espinha dorsal a relação de Evandro (Júlio Andrade) e Carolina (Marjorie Estiano). Os protagonistas enfrentaram a rotina da vida de casados, as divergências sobre ter ou não um filho, e a dolorosa perda do bebê em virtude de um grave acidente sofrido pela médica, durante uma invasão de milicianos ao hospital São Tomé Apóstolo. Aliás, a reconstrução da rotina dos personagens também foi um ponto muito bem abordado. Todos precisaram recomeçar depois do fechamento do precário hospital Macedão por conta da corrupção exposta na segunda temporada. E encontraram uma nova oportunidade no hospital católico comandado pela Irmã Graça (Joana Fomm).

Alguns personagens saíram e outros entraram. Os talentosos Orã Figueiredo (Dr. Amir) e Heloísa Jorge (Enfª Jaqueline) deixaram a produção e foram substituídos pelos igualmente competentes Marcelo Batista (Dr. Gustavo) e Jana Guinond (Enfª Simone). Já a entrada de Drica Moraes como a infectologista Vera foi um dos maiores êxitos da terceira temporada.

terça-feira, 23 de julho de 2019

Com primeira briga entre Vivi Guedes e Fabiana, Paolla Oliveira e Nathalia Dill se destacam em "A Dona do Pedaço"

Walcyr Carrasco vem conduzindo "A Dona do Pedaço" sem atropelos, mas também sem a famigerada enrolação. Em toda semana há acontecimentos relevantes e ainda guarda bons momentos catárticos para os próximos meses --- vide a aguardada surra de Josiane (Agatha Moreira), a descoberta da "profissão" de Chiclete (Sérgio Guizé) e do caso de Régis (Reynaldo Gianecchini) com a enteada, enfim. Todavia, o autor já exibiu a primeira briga entre Vivi Guedes (Paolla Oliveira) e Fabiana (Nathalia Dill).


E a cena foi ótima. Tudo aconteceu porque a ex-noviça se apresentou como nova sócia da empresa de Otávio (José de Abreu), graças ao plano de Agno (Malvino Salvador) para ficar com uma maior parte do negócio e de quebra prejudicar a esposa na hora do divórcio. A justificativa sobre a origem do dinheiro para o investimento, obviamente, gerou suspeitas. Afinal, difícil acreditar em uma herança deixada pela madre superiora que cuidou de Fabiana. Vivi não engoliu e confrontou a irmã, que pela primeira vez tirou a máscara de boa moça.

A personagem interpretada com competência por Nathalia fez questão de vomitar toda a inveja que nutre pela vida de riqueza da irmã e ainda desabafar sobre a forma como Vivi a tratou desde que soube sobre o parentesco ---- a deixando em um quartinho simplório, por exemplo. A influenciadora digital se chocou com as palavras e a acusou de invejosa.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Agno é um dos personagens mais interessantes de "A Dona do Pedaço"

A atual novela das nove de Walcyr Carrasco está fazendo sucesso e o autor já conseguiu reerguer a audiência  da faixa nobre da Globo, após o fiasco de "O Sétimo Guardião". A explicação é simples: o autor criou um folhetim clássico repleto de clichês irresistíveis e muitas possibilidades de catarses aguardadas. Mas em meio a tantas histórias consideradas "tradicionais", houve uma surpresa no enredo: o personagem Agno, vivido por Malvino Salvador.


Inicialmente, o núcleo protagonizado pelo empresário não despertou atenção e ainda provocou a falsa sensação de repetição. Isso porque as cenas eram quase sempre iguais nas primeiras semanas da segunda fase: Agno se recusava a transar com a fogosa esposa, Lyris (Débora Evelyn), e a mulher se queixava com a mãe, Gladys (Nathalia Timberg), e o irmão, Régis (Reynaldo Gianecchini). Porém, aos poucos, o contexto foi apresentando novas possibilidades bastantes atrativas.

O ambicioso personagem é gay e trai a esposa com garotos de programa. Essa situação, vale lembrar, tinha tudo para cair no ridículo e lembrar o desnecessário núcleo de Samuel (Eriberto Leão), em "O Outro Lado do Paraíso", sucesso do ano passado do escritor. Mas não foi o caso.

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Dandara Mariana roubou a cena em "Verão 90"

A atual novela das sete da Globo, em plena reta final, não tem história. É um amontoado de esquetes e situações bobas. Por isso fica difícil os atores se destacarem ao longo de "Verão 90". Os poucos conflitos existentes são descartáveis. São poucos os intérpretes que conseguem alguns bons momentos na trama de Izabel de Oliveira e Paula Amaral, dirigida por Jorge Fernando. E Dandara Mariana é uma dessas exceções.


A personagem com o mesmo nome da atriz começou pequena, mas foi ganhando destaque à medida que a novela avançava. A professora de lambada foi um dos poucos perfis da trama que teve um conflito relevante para chamar de seu: a chegada da fama somada ao machismo do namorado que virou marido. E a intérprete emprestou seu carisma ao papel. Seu crescimento na história não foi uma obra do acaso e, sim, fruto da competência de Dandara.

A escolha da música-tema também ajudou a sobressair o perfil, afinal, "Preta", de Beto Barbosa, é um clássico que até hoje faz sucesso. Houve até um exagero no número de vezes que canção tocou nos primeiros meses, principalmente nos sonhos bobos de Quinzinho (Caio Paduan), mas nada que tenha atrapalhado a personagem.

terça-feira, 16 de julho de 2019

Tudo sobre a festa de "Bom Sucesso", próxima novela das sete

A Globo promoveu nesta segunda-feira (15/07), no Rio Scenarium, um dos principais redutos do samba carioca, no bairro da Lapa, a coletiva de "Bom Sucesso", próxima novela das sete, escrita por Rosane Svartman e Paulo Halm, dirigida por Luiz Henrique Rios. Fui um dos convidados e conversei com vários nomes do bem escalado elenco, além dos autores e o diretor da trama que abordará o amor pela vida e as questões envolvendo a chegada da morte.


Paulo me contou que a novela surgiu após duas sinopses não aprovadas por Silvio de Abreu, atual responsável pelo setor de teledramaturgia da emissora. As duas premissas, por sinal, foram elogiadas, mas Silvio deixou claro que a dupla podia fazer melhor. Assim surgiu a história envolvendo a troca de exames de Paloma (Grazi Massafera) e Alberto (Antônio Fagundes) que tem tudo para emocionar o público. Ele ainda me disse que toda a sua equipe está trabalhando nesse projeto há um ano e já há uma frente de quase 50 capítulos. A sua empolgação era evidente.

Durante o evento foi exibido um clipe com imagens inéditas da novela e os autores reforçaram sobre o sentimento que querem despertar no público com esta história. "É sobre prestar atenção, mesmo diante de um cotidiano massacrante, nas coisas importantes que podem passar batido como um abraço em quem se ama, elogiar alguém, a troca e perceber o outro. Quando você começa a perceber essas pequenas coisas vive melhor, começa a abrir janelas.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Por que o público odiava tanto a Eduarda em "Por Amor"?

A reprise de "Por Amor", dirigida por Ricardo Waddington, vem fazendo um grande sucesso no "Vale a Pena Ver de Novo", na Globo, e merece. É uma das novelas mais aclamadas de Manoel Carlos. Não por acaso virou um clássico da teledramaturgia. Mas a reexibição da trama sempre levanta um questionamento até hoje inexplicável: por que o público odiava tanto a Eduarda (Gabriela Duarte) e nunca se incomodou com o Marcelo (Fábio Assunção)?


As "Helenas" do Maneco até hoje são lembradas por noveleiros apaixonados e o escritor carrega essa peculiaridade em suas obras. Mas não é a única. Outra que virou uma espécie de DNA de seus folhetins foi a insuportabilidade das filhas dessas "Helenas". Porém, ao contrário das heroínas de mesmo nome, não virou uma regra. Só que as herdeiras mais marcantes são justamente as mais mimadas e sonsas, vide Joyce (Carla Marins), em ""História de Amor", e Camila, em "Laços de Família". Embora a novela tenha sido o maior fracasso do autor, Luiza (Bruna Marquezine), de "Em Família", também entrou no time. O questionável é justamente Eduarda estar na lista.

É verdade que no início de "Por Amor" a personagem faz jus ao título e se encaixa nos demais perfis citados. A filha de Helena (Regina Duarte) é uma mimada que não tolera ser contrariada e tem um ciúme doentio de Marcelo. Grita com qualquer um que a enfrente e ainda maltrata o pai alcoólatra, Orestes (Paulo José).

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Alice Wegmann comprova seu talento como vilã em "Órfãos da Terra"

A atual novela das seis da Globo teve um início excelente, mas perdeu o rumo ao longo dos meses e os problemas no roteiro ficaram evidentes com a passagem de tempo de três anos. "Órfãos da Terra" apresentou uma queda de qualidade visível e todas as críticas que o folhetim vem recebendo são justas. No entanto, o bem escalado elenco sempre fez o que pôde (e ainda faz) para interpretar com talento os personagens da história de Duca Rachid e Thelma Guedes. Alice Wegmann é um bom exemplo.


A atriz brilhou  nas primeiras semanas da novela e protagonizou a cena mais impactante até então, quando Dalila se desesperou com o assassinato da mãe, Soraya (Letícia Sabatella), que acabou morta por Aziz Abdallah (Herson Capri). Foi comovente e assustador ver o pânico da personagem diante daquela barbárie. Alice deu um show. Todavia, a filha do grande vilão da história perdeu a força com a morte do pai e seu plano de vingança ficou bem sem sentido. Não empolgou. Ainda assim, Alice seguiu convincente na pele da perigosa menina que adotou o nome falso de Basma.

E após um longo período de puro marasmo, "Órfãos da Terra" finalmente apresentou uma sequência digna de elogios no capítulo desta quarta-feira (10/07), onde a intérprete pôde mais uma vez demonstrar seu imenso talento e relembrar a boa impressão causada nas primeiras semanas de novela.

terça-feira, 9 de julho de 2019

"Bom Sucesso": o que esperar da próxima novela das sete?

A estreia de Rosane Svartman e Paulo Halm no mundo das novelas não poderia ter sido melhor. Após bem-sucedidas parcerias em "Malhação", os autores fizeram um imenso sucesso com "Totalmente Demais", entre 2015 e 2016. O folhetim foi um fenômeno de audiência e repercussão, repetindo o êxito no mercado internacional ----- foi, inclusive, indicada ao Emmy. Três anos se passaram e agora a dupla está de volta com "Bom Sucesso", nova trama das sete que estreia no dia 29 de julho.


Os escritores também repetem a parceria com Luiz Henrique Rios, que dirigiu os trabalhos anteriores, e o time de colaboradores ---- Claudia Sardinha, Felipe Cabral, Fabricio Santiago, Charles Peixoto e Isabel Aquino . Ou seja, a equipe vitoriosa segue a mesma. E, ironicamente, quebrando um ciclo iniciado por eles. Isso porque "Totalmente Demais" foi a primeira novela das sete que exibiu seu último capítulo em uma segunda-feira. A razão foi a emenda de um feriado na sexta, que interferia na audiência. Porém, depois a Globo resolveu seguir esse padrão às 18h e às 19h. Agora acabou. O folhetim estreia em uma segunda e acabará na tradicional sexta.

A missão de Rosane e Paulo, inclusive, será manter ou aumentar os bons índices da reta final de "Verão 90". Todavia, a proposta dos autores é completamente diferente do atual pastelão de Izabel de Oliveira e Paula Amaral. A nova história é uma comédia dramática, assim como foi "Totalmente Demais". O conflito central envolve o importante debate sobre a forma como cada um encara a morte, que é a única certeza da vida.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Marjorie Estiano e Júlio Andrade emocionam em "Sob Pressão"

Difícil iniciar um texto a respeito de "Sob Pressão", melhor produção atual da Globo, sem repetir os já amplamente conhecidos elogios aos vários fatores que fazem da série um sucesso: direção maravilhosa de Andrucha Waddington, entrega do elenco, grandes personagens, roteiro irretocável de Lucas Paraizo e equipe, fotografia, enfim. Mas o post, agora, é para enaltecer uma dupla que sempre deu show na trama e emocionou no episódio exibido nesta quinta-feira (04/06): Marjorie Estiano e Júlio Andrade.


O episódio duplo exibido na quarta-feira passada, sendo o décimo em plano-sequência, tirou o fôlego e apresentou uma adrenalina impressionante. O choque do caos da saúde pública com a catástrofe da segurança pública foi exposto com maestria. De aplaudir de pé. Não por acaso registrou o recorde de audiência da terceira temporada: 24 pontos. E a trama se encerrou com o angustiante gancho de Carolina desesperada com o silêncio do aparelho de ultrassom na hora que verificou o estado de seu filho, depois que levou uma forte pancada na barriga durante o tiroteio no hospital.

Infelizmente, o décimo primeiro episódio mostrou que a médica mais querida da ficção perdeu o bebê que esperava de Evandro. Mas a trágica consequência da tensão no São Tomé Apóstolo resultou em uma sucessão de cenas tensas e emocionantes.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

"Aruanas" une ficção e realidade de forma brilhante

Após a estreia da comédia romântica "Shippados", no dia 8 de junho, na Globo Play, a Globo lançou outra série no seu serviço de streaming, menos de um mês depois da trama protagonizada por Tatá Werneck e Eduardo Sterblich. Mas a nova produção nada tem a ver com a anterior. A temporada completa de "Aruanas" (com dez episódios) foi disponibilizada no aplicativo no dia 29 de junho, embora tenha sido anunciada para o dia 2 de julho. E a emissora ainda exibiu o primeiro episódio em sua grade na "Sessão Globo Play", nesta quarta-feira (03/07), logo depois de "Cine Holliúdy".


A campanha da série teve uma divulgação histórica, pois houve um lançamento simultâneo no Brasil e em mais de 150 países. Isso porque a temática é de interesse mundial: três amigas de infância são envolvidas em uma organização não governamental que investiga crimes ambientais na Amazônia. E esse conhecido lugar é "apenas" o pulmão do mundo. Sem ele tudo entra em colapso, embora muitos governantes não se importem em preservá-lo. O próprio título da produção explica a vida do trio protagonista. "Aruanas" é uma palavra de origem tupi que significa "Sentinelas da natureza".

Ativismo, preservação, sustentabilidade e direitos indígenas fazem parte do DNA da história, que prende o telespectador logo no primeiro episódio através de um thriller ambiental muito bem estruturado. O clima de suspense não demora a aparecer, fisgando o telespectador.

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Até quando autores usarão a falsa acusação de assédio em suas novelas?

"A Dona do Pedaço", trama de sucesso de Walcyr Carrasco no horário nobre da Globo, exibiu uma cena no mínimo questionável no capítulo desta terça-feira (02/07): Kim (Monica Iozzi) fingiu ter sido agarrada por Márcio (Anderson Di Rizzi) para se vingar do desprezo do homem que tanto cobiça. O intuito de Walcyr Carrasco era provocar risos através da situação. Porém, não teve graça. E o mais grave é que o fato não é exclusividade da atual novela.


A produção anterior, a fracassada e péssima "O Sétimo Guardião", de Aguinaldo Silva, também usou o artifício. Marilda (Letícia Spiller), com medo de descobrirem sua traição, fingiu que foi atacada por Fabim (Marcello Melo Jr.). O pedreiro, que tinha um caso com ela, tentou se defender, em vão. O objetivo era causar comicidade e ainda, indiretamente, defender José Mayer, que acabou demitido da Globo depois que foi acusado por uma ex-funcionária da emissora de assédio. Afinal, o autor sempre foi muito amigo do ator.

Por mais incrível que pareça, o folhetim que antecedeu "O Sétimo Guardião" foi outro que exibiu a mesma situação. Já perto da reta final, a equivocada e esquecível "Segundo Sol" apresentou uma sequência em que Rochelle (Giovanna Lancellotti) se agrediu com o intuito de incriminar Roberval (Fabrício Boliveira).

terça-feira, 2 de julho de 2019

Marina Moschen e Sérgio Malheiros foram esquecidos em "Verão 90"

A atual novela das sete da Globo está em plena reta final e não funcionou. Foram muitos os erros de "Verão 90" e Izabel de Oliveira e Paula Amaral pecaram principalmente na total ausência de história. Não havia um fio condutor para estruturar o enredo e tudo se perdeu em esquetes avulsas. Os problemas foram tantos que afetaram até mesmo os poucos acertos da produção, como o casal Larissa e Diego.


Marina Moschen e Sérgio Malheiros se destacaram logo no início do folhetim e o desenvolvimento do par, até então, estava muito interessante. Ao contrário da pressa em torno do casal Manu (Isabell Drummond) e João (Rafael Vitti), que se apaixonaram e ficaram juntos rapidamente, houve uma boa condução do nascimento do amor entre a patricinha e o menino mais humilde. O clichê que raramente falha na teledramaturgia.

O primeiro encontro se deu por conta de um gesto racista da menina --- ela achou, por segundos, que ele havia furtado sua bolsa --- e a situação, obviamente, rendeu um embate. Aos poucos, no entanto, os dois foram se conhecendo melhor e partiu dela a atitude de se desculpar para iniciar uma aproximação.