quarta-feira, 21 de maio de 2025

Lilia Cabral: talento em dose quíntupla

 O público ama ver uma grande atriz atuando. É sempre um privilégio. Mas prestigiar cinco trabalhos diferentes de uma mesma intérprete quase que simultaneamente é algo muito raro. Só que aconteceu com Lilia Cabral, que vem brilhando na atual novela das seis da Globo, protagonizou recentemente um filme exibido na mesma emissora e esteve em três reprises, duas na líder e uma no Canal Viva. 


O melhor é que são cinco personagens totalmente distintas, o que só comprova mais uma vez a versatilidade da veterana, que sempre sobressai em qualquer cena. Em "A Lista", a atriz viveu Laurita, uma professora aposentada, moradora de Copacabana, que se viu obrigada a estabelecer uma relação com uma vizinha décadas mais nova, a cantora lírica Amanda, personagem de Giulia Bertolli, sua filha na vida real. O longa, baseado na peça homônima de sucesso, foi exibido em fevereiro na Globo em um horário ingrato, mas quem assistiu não se arrependeu. Foram muitos momentos involuntariamente cômicos e outros dramáticos interpretados com talento. Uma mulher comum e cheia de dores, algo tão recorrente na vida de tantas pessoas. 

No Canal Viva, o telespectador pôde rever a última parceria de Lilia com Manoel Carlos, autor que lhe presenteou com várias antagonistas memoráveis. Em "Viver a Vida", exibida originalmente em 2009, a atriz interpretou Tereza, uma mulher rica, refinada e arrogante, que vivia em conflito com as três filhas e enfrentou um drama pesado diante da tetraplegia de Luciana (Alinne Moraes), justamente a herdeira que mais amava.

Foram muitas cenas de intensa carga dramática por conta de toda a adaptação aos inúmeros processos que a vida de Luciana passou a ter. A sua parceria com Alinne engrandeceu a novela, que apresentava visíveis problemas de desenvolvimento e sofria com críticas na época. As duas viraram quase que o pilar da obra e emocionaram. 

E a personagem que colocou a atriz em um novo patamar em sua carreira foi a Sheila, de "História de Amor", que marcou o início de sua parceria com Maneco, em 1995. A reprise ainda está no ar na faixa que era ocupada pelo "Vídeo Show" e estreou em fevereiro. A solitária mulher sente um amor platônico por Carlos (José Mayer) e nunca se conformou em perdê-lo para a mimada Paula (Carolina Ferraz), o que rende embates maravilhosos protagonizados pelas atrizes. Sheila ainda inicia uma amizade com Helena (Regina Duarte) e depois sofre ainda mais quando confirma que César sempre esteve interessado nela. É um papel muito difícil porque está sempre em cima de uma corda bamba emocional. Embora tenha algumas atitudes de vilã, não pode ser considerada uma pessoa má. Até porque apresenta sérias instabilidades emocionais que vão piorando ao longo da história. E Lilia consegue transmitir uma verdade tão grande que desperta empatia por aquela pessoa. 

Já em "Tieta", clássico de Aguinaldo Silva, baseado no romance "Tieta do Agreste", exibido em 1989, a intérprete explorou seu lado cômico e roubou a cena. A reprise estreou no "Vale a Pena Ver de Novo" em dezembro de 2024 e chegou ao fim na semana passada. Lilia fez de Amorzinho um dos grandes trunfos da obra e formou com Rosane Gofman, a impagável Cinira, e Joana Fomm, a memorável Perpétua, um trio genial. As beatas conservadoras proliferavam inúmeras frases defendendo a moral e os bons costumes, mas ao longo da história Amorzinho e Cinira vão se distanciando da vilã e passam a ser uma dupla de fogosas. O bordão gritado por sua personagem ("CINIIIIIIIIRA") nunca foi esquecido. As cenas eram deliciosas e ficaram ainda melhores quando Amorzinho passou a se entregar ao desejo por conta de um gatilho ativado com a pregação de um pastor na rádio. A sequência em que a beata aparece de calcinha vermelha e descontrolada vale uma menção especial. 

E em "Garota do Momento", que se encaminha para a reta final, a atriz se destaca como Maristela, a grande vilã da trama de Alessandra Poggi. Embora seja uma mulher arrogante, preconceituosa e assassina, há situações de comicidade que a veterana sabe aproveitar bem. Tanto que uma das cenas que mais fez sucesso nas redes sociais foi a que Lilia improvisou e cantou o tema de abertura do folhetim quando a matriarca da família Alencar ficou bêbada. A sua parceria com Fábio Assunção (Juliano) também merece elogios, assim como suas cenas ao lado de Cauê Campos (Basílio), Carol Castro (Clarice) e Maisa (Bia). É preciso citar também sua participação no especial das "Grandes Vilãs", exibido durante o show de 60 anos da Globo, onde viveu justamente a Maristela para representar a vilã que está no ar em uma obra inédita. 

Lilia Cabral é uma profissional que valoriza o seu trabalho. A atriz faz questão de repetir em entrevistas que ama fazer novelas e sempre aceita um trabalho com prazer. Sorte a nossa.

10 comentários:

João Pedro Ferreira Martins disse...

Sérgio, você errou o nome do personagem do José Mayer em História de Amor. Ele se chama Carlos e não César

chica disse...

Ela é maravilhosa e seu talento merece aplausos sempre! Abração, chica

Marly disse...

Lilia Cabral é bonita e ótima atriz. Que bom poder vê-la atuando em tantos papéis diferentes

Beijão

Ane disse...

Gosto muito da Lilia Cabral e seu trabalho.
Bom fim de semana! ヽ(✿゚▽゚)ノ

Jovem Jornalista disse...

Uma atriz memorável. Gosto de acompanhar suas atuações.

Boa semana!

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Até mais, Emerson Garcia

Sérgio Santos disse...

corrigido, João

Sérgio Santos disse...

muitooo

Sérgio Santos disse...

verdade

Sérgio Santos disse...

idem

Sérgio Santos disse...

concordo