O remake da obra original de Benedito Ruy Barbosa, exibida em 1993, está muito longe de repetir o sucesso de 31 anos atrás. "Renascer" está até o momento com uma média de 25,4 pontos e até hoje nenhum capítulo chegou aos 30 pontos, índice tão almejado pela Globo. Os números são preocupantes porque "Terra e Paixão", de Walcyr Carrasco, conseguiu elevar em 3 pontos a média do fracasso de "Travessia", escrita por Glória Perez. Ou seja, chegou ao fim com 27 pontos e vários capítulos chegaram aos 32 de média com picos de 34. E a atual trama não reage, nem repercute e muito menos desperta qualquer interesse do grande público.
No ar desde o dia 22 de janeiro, a novela só acaba na primeira semana de setembro. E a longa duração não reflete na atratividade do enredo, que se arrasta e apresenta pouquíssimos acontecimentos relevantes. Vale lembrar que a versão original já tinha sido criticada na época por conta da segunda fase modorrenta e sem conflitos. A primeira fase sempre foi a mais lembrada e querida pelos telespectadores. Mas é preciso ressaltar que nas décadas de 1970, 1980 e 1990 era comum qualquer folhetim ter um ritmo mais devagar, afinal, não havia internet, celular, plataformas de streaming e nada que provocasse maiores distrações na audiência. Era raro alguma produção receber críticas por causa de narrativas arrastadas, o que só reforça o quão vagarosa era "Renascer", a ponto da crítica especializada da época ter apontado esse defeito.
A produção de um remake exigia um mínimo de cuidado em relação ao roteiro na obra. Mudanças eram necessárias para manter o interesse do telespectador. Bruno Luperi ficou conhecido por ter copiado e colado praticamente todo o texto do avô na nova versão de "Pantanal", exibida em 2022.
E, como aquela reprodução fez um grande sucesso, achou que poderia repetir seu método agora. Mas não podia. O neto até vem apresentando bem mais alterações em "Renascer" do que na obra anterior, mas são mudanças que não interferem em nada nos dramas do enredo. Até porque quase todas elas são pontuais ou então têm um efeito quase nulo na narrativa.A alteração mais significativa até agora promovida por Luperi foi a perda da filha de Sandra (Giullia Buscacio) e João Pedro (Juan Paiva). Na versão original, a criança sobrevive. O aborto rendeu cenas de intensa carga dramática para os atores, que brilharam durante dois capítulos. Mas depois tudo voltou ao que era antes. Substancialmente, não provocou uma movimentação na história, que necessita de conflitos. Outra alteração foi o surgimento dos pais de Buba (Gabriela Medeiros), que não existiram na versão de 1993, interpretados pelos talentosos Guilherme Fontes e Malu Galli. Uma novidade válida. Mas o casal ficou apenas por dois capítulos. Somente agora os dois voltaram ao enredo e com o pai da noiva de Zé Augusto (Renan Monteiro) precisando de cuidados médicos. Um drama que promete mexer um pouco na história da Buba, que praticamente desaparece daqui em diante na obra de 31 anos atrás. Luperi conseguiu mexer um pouco neste núcleo, mas ainda assim são situações breves. E como não há quase nada acontecendo é até natural que a história não desperte atenção do público e nem interesse dos sites.
A maior prova da falta de repercussão da atual novela é a quantidade de notícias envolvendo a escalação do elenco para o remake de "Vale Tudo", obra original de Gilberto Braga, Leonor Brassères e Aguinaldo Silva, adaptado por Manuela Dias e previsto para março de 2025. Também há curiosidade sobre como será o enredo de "Mania de Você", trama de João Emanuel Carneiro que substitui "Renascer" em setembro. Os dois folhetins que ainda nem estrearam geram mais engajamento que a obra que está no ar. Tanto que basta observar as redes sociais para constatar a diferença nas publicações. Os únicos portais que noticiam constantemente sobre a trama protagonizada por Zé Inocêncio (Marcos Palmeira) são o Gshow e as páginas da própria Globo, por razões óbvias. A única notícia que rendeu uma certa repercussão foi a participação de Malu Mader para repetir a parceria com Palmeira, que formaram um casal em "Celebridade" (2003). E ainda assim não foi por causa da personagem, que pouco teve de relevante no enredo (foi apenas um caso breve do fazendeiro), e, sim, porque marcou a volta da querida atriz às novelas, após oito anos de hiato.
Enquanto especulam quem será a nova Odete Roitman, quem interpretará a Maria de Fátima ou quem será a escolhida para ser a Heleninha no remake de 2025, além de como será a rivalidade entre as protagonistas Luma (Agatha Moreira) e Viola (Gabz), de "Mania de Você", "Renascer" passa em brancas nuvens e por culpa exclusivamente do roteiro entediante, que já precisava de mudanças em 1993. Zé Inocêncio segue em conflito com seus filhos e preocupado com sua safra de cacau , mas só se fala em outra coisa.
23 comentários:
eu não ando assistindo as novelas atuais. com saudade de ter uma novela no ar pra chamar de minha. espero q algumas das estreias futuras me aprisionem. beijos, pedrita
A reprise de Viver A Vida no Viva que começou esta semana (e não é nem Top 5 das novelas do Maneco) tá tendo mais repercussão e comentários aqui no twitter que Renascer
É como eu já mencionei: há muitas opções desse tipo de entretenimento, a competição está acirrada. Sem falar do contexto da vida atual, de bombardeamento de informações, 24 horas por dia. Então, acho que isso também resulta de uma conjuntura caótica, nervosa. Espero que a ordem, a calma e a reflexão sejam restabelecidas, para que este tipo de trabalho possa ser avaliado de forma mais isenta.
Beijo e bom fim de semana!
Genial . Te mando un beso.
Muito preciso, Zamenza. Acho que o público atual não é fisgado com tanta facilidade , como bem pontuou. O principal concorrente não é mais a Record ou SBT, não há brigas travadas, mas é a rede social e a necessidade de conteúdos ageis. No mais, não podemos negar o capricho que é arte de Renascer e como as atuações foram se alinhando com passar da trama. Acho que os atores acharam o tom de seus personagens e conquistaram de certa maneira. Um abraço e parabéns pelo trabalho.
Muito bem.
Boa semana!
Olá, tudo bem? O maior problema do remake é a falta da "baianidade". Isso é algo muito grave... Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
Theresa Fonseca fazendo o que Adriana Esteves nao conseguiu!
Assisti vários pedaços da Renascer de 1993 no tik tok e deu pra perceber que era bem lenta mesmo, apesar da trama principal ser muito bonita. Na época já existiam novelas dinâmicas na faixa das 20h. Talvez por isso o pessoal da época estranhou o excesso de lentidão da trama. Eu acho deveriam ter feito o remake de Rei do Gado no lugar de Renascer. Pelo menos Rei do Gado era mais dinâmica.
Um remake esquecível, ZERO repercussão até Travessia tinha uma repercussão negativa e mesmo assim era considerável lembrada quando estava no ar, Terra e Paixão repercussão era bem divida mais negativa do que poucas positivas a respeito mas essa versão atual de "Renascer" passando e vai passar em nuvens totalmente em branco.
Me lembro que o boato na época de exibição original foi que Mariana não teve história pela actuação da Esteves, muito criticada até os dias de hoje. Mas com o tempo um só percebe como Benedito era péssimo desenrolado suas novelas. A grande maioria delas se perdem em barrigas disfarçadas pelos direitores que carregam as novelas nas costas. Obrigado a Jayme e Carvalho por tanta beleza.
A situação tá triste mesmo, Pedrita.
Isso diz muito, Fábio...
Perfeito, Marly. bjs
Bjs, JP..
Eu que agradeço o carinho , anonimo.
Bjs, Fá.
Concordo, Fabio.
A personagem é ruim, anonimo.
A barriga de O Rei do Gado também é imensa, anonimo. Deu pra ver na recente reprise `à tarde.
Exato, Lucas!
De pleno acordo, anonimo.
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