terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Retrospectiva 2023: os artistas que deixaram saudade

 Na última semana do ano, é hora de fazer um balanço de tudo o que passou ao longo de doze meses. O ano 2023 foi marcado pelas mudanças climáticas e o início da esperança no mundo artístico com a chegada de um governo que não abomina a arte e a cultura. Ao mesmo tempo, muitas perdas aconteceram entre cantores, atores e jornalistas. Vários nomes de peso deixaram o cenário cultural mais vazio e triste. Hoje se inicia a retrospectiva tradicional do blog e começando com saudade. 




Rita de Cássia (1972 - 2023)

Nascida em Alto Santo, no interior do Ceará, Rita foi a maior compositora de forró do país. Faleceu aos 50 anos, vítima de fibrose pulmonar, no dia 3 de janeiro. Foram mais de 500 letras de forró, que foram gravadas pelas principais bandas e cantores. Também compôs melodias e seu primeiro hit foi "Brilho da Lua". 


Renatinho Bokaloka (1974 - 2023): 

Renato Cesar Alves de Oliveira, uma das vozes do pagode dos anos 90, foi vítima de infarto no dia 7 de janeiro. Surgiu no embalo do estouro de grupos como "Raça Negra" e "Só para Contrariar".  Era vocalista do grupo "Água na Boca", conhecido posteriormente como Bokaloka. A banda está até hoje no mercado, mas tinha apenas Renatinho e Toninho Branco (cavaquinhista e arranjador) da época da formação original. 


Roberto Dinamite (1954 - 2023): 

O jogador de futebol, maior ídolo do Vasco da Gama, faleceu no dia 8 de janeiro, aos 68 anos, após mais de um ano lutando contra um tumor no intestino.  Ganhou o apelido de Dinamite em novembro de 1971, no Maracanã, quando fez seu primeiro gol pelo Vasco na vitória de 2 a 0 contra o Internacional. Um jogador que também era querido e respeitado pelos rivais, sendo que um deles virou um grande amigo: Zico. 


Cindy Mendes (1985 - 2023): 

A atriz faleceu no dia 8 de janeiro, aos 38 anos. Foi protagonista do filme e da série "Antônia" (2006) ao lado de Quelyna, Leilah Moreno e Negra Li. Estava afastada da televisão há muitos anos e a causa da morte não foi divulgada. 



Carlos Colla (1944 - 2023): 

O compositor teve mais de 2 mil canções gravadas por diferentes artistas e mais de 40 interpretadas por Roberto Carlos. Faleceu no dia 13 de janeiro, aos 78 anos. Não resistiu a uma parada respiratória após ter passado por uma cirurgia por causa de dois aneurismas na aorta abdominal. Foi um dos maiores e mais importantes compositores da música brasileira. 


Gilson Ricardo (1948 - 2023): 

Um dos radialistas mais queridos do país faleceu no dia 23 de janeiro, aos 74 anos, vítima de um infarto fulminante enquanto dormia. Foi locutor da Rádio Globo por 35 anos e era comentarista esportivo da Rádio Tupi. Gilson era a companhia de milhões de brasileiros e sua voz inconfundível fará falta. 


Ilya São Paulo (1964 - 2023):

O ator faleceu no dia 31 de janeiro, aos 59 anos. Ele havia passado por uma longa internação para tratar um grave ferimento no ombro. Estava em casa se recuperando quando foi encontrado morto pela esposa, Claudia Provedel. O último trabalho de Ilya na televisão foi em "Amor de Mãe", em 2020. Era irmão do também ator Irwing São Paulo, falecido em 2006, também jovem, aos 41 anos. 



Cleonice Berardinelli (1916 - 2023)

Ocupante da cadeira número 8 da ABL (Academia Brasileira de Letras), eleita desde 2009, era uma das maiores especialistas em literatura portuguesa e referência nos estudos sobre Fernando Pessoa. Cleonice morreu no dia 31 de janeiro, aos 106 anos, de insuficiência respiratória. Primeira brasileira a escrever uma tese sobre o poeta, exerceu o magistério por mais de meio século.


Glória Maria (**** - 2023):

Uma das maiores referências do jornalismo brasileiros e um ícone da televisão. Faleceu no dia 2 de fevereiro, após meses de tratamento contra um câncer de pulmão que teve metástase no cérebro. Uma gigantesca perda que deixou o Brasil de luto. Glória amava o que fazia. Viajou por mais de cem países, fez inúmeras matérias inesquecíveis, foi âncora de jornais e ainda entrevistou celebridades internacionais, como Madonna, Michael Jackson, Jon Bon Jovi e Freddie Mercury. A homenagem do "Jornal Nacional", com direito a mais de sete minutos de aplausos dos colegas de todos os colegas das redações da Globo, foi histórica. 



Paulo Caruso (1949 - 2023): 

Um dos chargistas mais importantes do país, irmão gêmeo de Chico Caruso registrou  mais de 50 anos da história com traços rápidos e ajudou o Brasil a rir para não chorar. Faleceu no dia 4 de março, aos 73 anos, vítima de câncer. Durante mais de 35 anos, fez mais de duas mil charges em tempo real no programa "Roda Viva", da TV Cultura, retratando os debates com maestria. 


Sueli Costa (1943 - -2023): 

A cantora, instrumentista e compositora faleceu aos 79 anos, no dia 4 de março, e a causa não foi divulgada pela família. Sueli compôs vários sucessos gravados por cantoras como Fafá de Belém, Simone e Elis Regina. Fez várias canções em parceria com o amigo e compositor Abel Silva. 


Márcio Guedes (1947 - 2023):

O jornalista faleceu no dia 4 de março, aos 76 anos, em decorrência de um câncer. O comentarista esportivo venceu duas vezes o Prêmio Esso. A primeira em 1971 com uma série de matérias intituladas "Futebol em Três Tempos", publicadas pelo Correio da Manhã. A segunda foi em 1976 com a matéria "Assim se fez o craque: Zico", publicada pelo o Estado de São Paulo. Foram mais de 50 anos no jornalismo esportivo, onde teve passagens por Globo, Rede TV!, ESPN e TV Brasil, sua última casa, onde atuava desde 2001. 


Antônio Pedro (1940 - 2023): 

O veteranos faleceu aos 82, no dia 12 de março, em decorrência de insuficiências renal e cardíaca. Fez dezenas de trabalhos na televisão, cinema e teatro. Uma das figuras mais queridas da "Escolinha do Professor Raimundo" e outra produção que marcou sua carreira foi o infantil "Caça-Talentos". Seu último trabalho na tevê foi em "Filhas de Eva", exibida em 2021. 


Mário Borriello (1946 - 2023): 

O carnavalesco responsável pelo samba "Peguei um Ita no Norte", que fez o Salgueiro campeão de 1993, morreu de infecção generalizada no dia 12 de março, aos 77 anos. Mário lutava contra uma leucemia há dois anos e sofreu um infarto. Era formado em desenho industrial e belas artes. Além do Salgueiro, foi carnavalesco da Estácio de Sá, Império Serrano, União da Ilha do Governador e Porto da Pedra. 


Canisso (1965 - 2023): 

O baixista da banda Raimundos faleceu no dia 13 de março, aos 57 anos, vítima de uma queda oriunda de um desmaio. O grupo tinha nascido em 1987, mas foi em 1994, no vácuo aberto pela geração de 80, que Canisso, Rodolfo, Digão e Fred chegaram ao estrelato. Baixista querido e talentoso, ficará eternamente associado ao espírito juvenil dos Raimundos. Uma trágica perda para o rock nacional. 


Juca Chaves (1938 - 2023): 

O cantor, compositor, músico e humorista tinha problemas cardíacos e faleceu no dia 25 de março, aos 84 anos, vítima de complicações respiratórias. Nos anos 70, se engajou na luta política contra a ditaduras militar. Dono de um humor ferino, era figura frequente no "Programa do Jô" e sempre fazia seus shows com os pés descalços. Deixou a esposa, Yara Chaves, e as filhas, Maria Moreno e Maria Clara. 


Léa Camargo (1933 - 2023): 

A atriz faleceu no dia 1º de abril, aos 90 anos.  Uma das pioneiras da televisão, fez várias novelas na extinta TV Tupi, como "Mulheres de Areia", "A Barba Azul", "O Espantalho", "O Profeta", entre outras. Também trabalhou na Globo nos anos 90, onde esteve em novelas como "Despedida de Solteiro", "Anjo de Mim" e "Era Uma Vez", seu último folhetim na emissora, em 1999. 



Milton Franceschini (1936 - 2023): 

O ator faleceu no dia 5 de abril, aos 87 anos, em decorrência de uma insuficiência respiratória. Ele integrava o elenco das Pegadinhas do "Programa Silvio Santos", no SBT, e fez parte do quadro "Os Velhinhos se divertem", do mesmo programa, entre 2011 e 2018. 



Cynara (1945 - 2023): 

A cantora, integrante do Quarteto em Cy, lendário grupo vocal criado em 1964 com as irmãs Cyva, Cybele e Cylene, faleceu aos 78 anos, no dia 11 de abril. Cyrana estava internada com pneumonia, por complicações na recuperação de uma cirurgia após ter quebrado o fêmur, em uma queda. A artista cantou com Cybele o clássico "Sabiá", de Tom e Chico, no histórico FIC de 1968. 


Gileno Santoro (1948 - 2023): 

O conhecido dublador faleceu no dia 15 de abril, aos 74 anos. A causa da morte não foi divulgada pela família. Um dos mais respeitados dubladores nacionais, foi o responsável pela voz do Mestre Kame, um dos personagens mais conhecidos da saga Dragon Ball. Também dublou muitos outros personagens como o Mestre Koga, líder do ginásio venenoso de Pokémon. 


Helena de Grammont (1949 - 2023):

A jornalista faleceu no dia 27 de abril, aos 74 anos, e foi diagnosticada com Alzheimer precoce aos 58 anos. Começou na TV Globo na década de 1970 e passou por todos os jornais da emissora. No "Fantástico", fez grandes coberturas, como a que revelou a cooptação de menores pela seita do reverendo Moon. 


Eraldo Fontiny (1982 - 2023):

O humorista faleceu no dia 6 de maio, aos 41 anos, em decorrência de um mal súbito. Conhecido pela personagem Lily, em "A Praça é Nossa", o ator também trabalhava na rádio 98 FM e teve passagens por Globo, Rede TV! e SBT. Outros personagens do ator foram Professora Mazé, Marcos Paulo, Seu Manel e Meire Caixeta. 


Palmirinha Onofre (1931 - 2023): 

Palmira Nery da Silva Onofre faleceu no dia 7 de maio, aos 91 anos, em virtude de uma piora no quadro de problemas renais crônicos. A cozinheira mais amada do país iniciou sua carreira televisiva aos 63 anos, em 1994, e foi ganhando cada vez mais espaço, até virar a maior referência na culinária simples, da dona de casa. Era sempre convidada no "Note e Anote", apresentado por Ana Maria Braga na Record, até ganhar seu próprio programa na TV Gazeta, onde trabalhou por 13 anos. Escondia em sua doçura e simpatia a vida sofrida que teve (foi vendida pela mãe e era agredida pelo marido). Conhecida como Vovó Palmirinha, deixou uma legião de netos de luto e mais tristes. 


Rita Lee (1947 - 2023): 

A maior ícone do rock nacional e uma das maiores cantoras, compositoras e instrumentistas do país faleceu no dia 8 de maio, no final da noite de uma segunda-feira. Diagnosticada com um tumor primário no pulmão em 2021, Rita fez o tratamento e em 2022 houve uma remissão. Mas em fevereiro de 2023 seu estado voltou a ficar delicado e a família optou por cuidados paliativos. Já sabendo do estado da cantora, Serginho Groisman fez uma homenagem emocionante em uma edição histórica do "Altas Horas" e Roberto de Carvalho, marido e companheiro de Rita por 46 anos, filmou a esposa prestigiando o programa. Foi praticamente uma despedida e a última aparição pública da artista. 


Luizinho Campos (1960 - 2023): 

O ator, radialista e humorista faleceu no dia 15 de maio, aos 63 anos, vítima de um vazamento sanguíneo nos rins. Luizinho ficou famoso por interpretar o personagem Manoel Tamancas em programas da Rádio Tupi. Outros tipos conhecidos vividos pelo ator eram Coisinha de Oliveira e Armando Fortuna. Também era um criador de jingles, como o "Danada de Boa", um dos mais famosos da Tupi. 


Jeff Machado (1979 - 2023):

Desaparecido desde janeiro, o corpo do ator só foi encontrado no dia 23 de maio, em avançado estado de decomposição, trancado em um baú e concretado no chão. Vítima de um crime bárbaro, o ator foi enforcado e faleceu aos 44 anos. Estreou na novela "Reis", da Record", e ainda estava no início da carreira. 


Astrud Gilberto (1940 - 2023): 

Ícone da Bossa Nova e ex-mulher de João Gilberto, a cantora faleceu no dia 5 de junho, aos 83 anos. A cantora deu voz à versão em inglês de 'Garota de Ipanema' aos 22 anos e ganhou fama internacional. Venceu o Grammy em 1965 e se tornou a primeira brasileira vencedora na categoria canção do ano, época em que sua carreira deslanchou. Seu falecimento teve repercussão nos principais jornais do mundo, como "The Guardian", "The Sun" e "Independent". 



Hélio Turco (1935 - 2023): 

O maior vencedor de sambas-enredo da Mangueira, escola tradicional de samba do Rio de Janeiro, faleceu no dia 8 de junho, aos 87 anos. A causa da morte não foi divulgada. Hélio teve 16 canções escolhidas para embalar a Verde e Rosa. Com seis delas, venceu o Carnaval. Nascido no Grajaú, se mudou com a família para o Morro da Mangueira aos 2 anos de idade, de onde nunca mais saiu. Se tornou o presidente de honra da escola em 2021, sucedendo Nelson Sargento. Em 2022, foi homenageado pela obra no Prêmio Estandarte de Ouro.  


Luiz Schiavon (1958 - 2023): 

O tecladista e um dos fundadores da banda RPM lutava contra uma doença autoimune há quatro anos. Havia passado por uma cirurgia, mas acabou enfrentando complicações no pós-operatório e faleceu aos 64 anos, no dia 15 de junho. Luiz também era compositor e comandou a banda do "Domingão do Faustão" por seis anos, entre 2004 e 2010. Era um dos músicos mais talentosos e reconhecidos do país. 


Lúcia Hippolito (1950 - 2023):

A jornalista e cientista política faleceu no dia 21 de junho, aos 72 anos. Ela lutava contra um câncer no colo do útero desde setembro de 2022 e teve metástase. Lúcia enfrentava um período difícil desde perdeu os movimentos e foi diagnosticada com a Síndrome de Guillain-Barré, em 2012. Seu trabalho era admirado por todos e foi comentarista da GloboNews e CBN por muitos anos. Ficou conhecida do grande público quando virou integrante do quadro "Meninas do Jô", na Globo. 


Zeca do Trombone (1944 - 2023): 

Um dos maiores instrumentistas do país. José da Silva faleceu no dia 22 de junho, aos 78 anos, vítimas de um infarto. Com mais de 50 anos de carreira, trabalhou com Tim Maia, Elis Regina, Simonal, Wando, Marlene, Beth Carvalho e outros grandes nomes da MPB. Era reconhecido como um dos instrumentistas mais hábeis no toque do trombone de pistão. 


Zé Celso Martinez (1937 - 2023): 

O diretor, dramaturgo, ator e multifacetado artista faleceu, aos 86 anos, no dia 6 de julho, após ter ficado com 53% do seu corpo queimado durante um incêndio em seu apartamento. Uma tragédia que abalou o mundo das artes. Seu velório, no entanto, foi uma grande celebração ao seu legado e uma despedida à altura do talento. Fundador de uma das mais importantes companhias de teatro, o Teatro Oficina, criado em 1958 em São Paulo, Zé foi um dos mais criativos diretores e um apaixonado pela arte. Foram mais de seis décadas em que dirigiu e atuou em peças que fizeram história na dramaturgia. 


Neusa Maria Faro (1945 - 2023): 

A talentosa atriz faleceu no dia 7 de julho, aos 78 anos, vítima de complicações de uma trombose. Uma das atrizes preferidas de Walcyr Carrasco, trabalhou em seis novelas do autor e sua melhor personagem na carreira foi a hilária Divina, em "Alma Gêmea", de 2005, onde ficou conhecida do grande público. Também emprestou seu talento em novelas como "Chiquitas", "Fascinação", "Caras & Bocas", "O Profeta", "Morde & Assopra" e "Amor à Vida". Seu último trabalho foi na peça "Gaslight - Uma Relação Tóxica", de 2022, e precisou se afastar por problemas de saúde. 


Índia Potira (1947 - 2023): 

Maria da Glória Aguiar da Silva, a ex-chacrete, faleceu no dia 12 de julho, aos 76 anos, após anos de luta contra um câncer. Uma das mais famosas dançarinas de Chacrinha, ficou no famoso programa de 1970 a 1978. Em 2013, fez uma participação especial em "Amor à Vida, vivendo ela mesma. Também participou da novela "Beleza Pura", em 2008. 


João Donato (1934 - 2023): 

Parceiro de João Gilberto e Tom Jobim, o compositor, pianista e arranjador acreano faleceu no dia 17 de julho, aos 88 anos, vítima de uma pneumonia. João criou o som moderno que transcendeu movimentos com bossa toda própria. Sempre fugiu de amarras e sua assinatura musical era inconfundível. Foi um gênio da música brasileira. 


Leny Andrade (1943 - 2023): 

Referência no samba, jazz e bolero, a cantora faleceu no dia 24 de julho, aos 80 anos, vítima de pneumonia e broncopatia inflamatória. Morava no Retiro dos Artistas desde 2018 e era conhecida como a musa do jazz. Um grande nome da música brasileira e com 34 álbuns lançados entre 1961 e 2018. Leny era grande amiga de Tonny Bennet, cantor americano que faleceu três dias antes, e de Dóris Monteiro, que partiu no mesmo dia. 



Dóris Monteiro (1934 - 2023): 

A icônica cantora faleceu em casa, aos 88 anos, de causas naturais no dia 24 de julho, o mesmo da partida de sua amiga Leny. Nos anos 50 se consagrou como uma das maiores intérpretes do país. Em 1952, foi eleita a Rainha dos Cadetes. Na fase inicial de sua discografia, que compreende 15 discos de 78 rotações entre 1951 e 1956, a voz macia de Dóris começou a se impor em cena. Em janeiro de 2020, se juntou a Claudette Soares e Eliana Pitman para gravar em estúdio um disco com o registro do show "As Dias do Sambalanço". Sua última aparição foi no documentário do Globoplay sobre os cem anos do rádio, exibido ano passado. 


Maria Helena Dias (1934 - 2023): 

Famosa por diversos trabalhos no cinema, na tevê e no teatro, a atriz faleceu no dia 1º de agosto, aos 91 anos. Estava internada, após ter passado mal em sua residência, e a causa da morte não foi informada. Uma das pioneiras da TV nacional, esteve em várias novelas, como "Renúncia" (1964), "Pai Heroi" (1979), "Elas por Elas" (1982), "Tieta" (1989), "Rainha da Sucata" (1990) e "A Próxima Vítima" (1995). Seu último trabalho na telinha foi no seriado "Carga Pesada", em 2007. 


Aracy Balabanian (1940 - 2023): 

Uma das maiores e mais queridas atrizes brasileiras faleceu no dia 7 de agosto, aos 83 anos, vítima de um câncer no pulmão diagnosticado ano passado. A veterana optou por um tratamento paliativo e sua última aparição foi conhecendo o filho de Claudia Raia, a menos de um mês de seu falecimento. Aracy teve uma vitoriosa trajetória no teatro e na televisão com vários papeis emblemáticos, tanto no humor quanto na comédia, vide Dona Armênia, de "Rainha da Sucata" e "Deus nos Acuda", Filomena Ferreto, de "A Próxima Vítima", Cassandra, de "Sai de Baixo", entre tantos mais. 


Aderbal Freire Filho (1941 - 2023):

O respeitado ator e diretor teatral faleceu no dia 9 de agosto, aos 82 anos. Ele sofreu um AVC hemorrágico em 2020 e enfrentava sérias complicações desde então. Casado desde 2004 com Marieta Severo, recebeu o Prêmio Shell de Teatro em 2013 na categoria Melhor Diretor pela adaptação de "Incêndios", que tinha a esposa como protagonista.  Além de ator e diretor, foi apresentador do programa "Arte do Artista" de 2012 a 2016 e foi professor na Casa de Artes das Laranjeiras, Escola de Teatro Martins Pena e Faculdade de Letras da UFRJ. 


MC Kátia (1976 - 2023): 

A pioneira do funk carioca faleceu no dia 13 de agosto, aos 47 anos. Estava internada para a retirada de um mioma no útero, mas descobriu uma trombose e precisou amputar uma perna, além de parte do pé. Acabou pegando uma pneumonia e não resistiu. Kátia surgiu no funk nos anos 2000 com o hit "Vai me Pegar" e tinha retomado a carreira aos 45 anos, após um afastamento desde 2008 quando sofreu um acidente. 


Léa Garcia (1933 - 2023): 

A veterana faleceu no dia 15 de agosto, aos 90 anos, justamente no dia que seria homenageada no Festival de Gramado, onde estava para receber o troféu Oscarito. Léa abriu muitas portas para artistas negros na dramaturgia nacional e participou de inúmeras novelas, filmes e peças teatrais. Algumas tramas que contaram com seu talento foram "Escrava Isaura", "A Viagem" e "O Clone". Seu último trabalho foi na série "Arcanjo Renegado", do Globoplay. 


MC Marcinho (1977 - 2023): 

Um dos maiores nomes do funk nacional, Márcio André Nepomuceno Garcia, faleceu aos 45 anos, no dia 26 de agosto, vítima de um infarto, após a espera para um transplante de coração. Começou sua carreira em 1997 e foi um dos expoentes do chamado funk melody. Foram vários sucessos ao longo da carreira, como "Garota Nota Cem" --- que foi tema de Ben e Sol em "Vai na Fé" ---, "Glamurosa" e "Rap do Solitário". 


Lana Bittencourt (1932 - 2023): 

Estrela da era do rádio e conhecida pelo repertório eclético, a cantora faleceu no dia 28 de agosto, aos 91 anos, vítima de uma parada cardíaca e pulmonar. Também foi uma das pioneiras do rock no país. Aliás, cantou em vários idiomas e ritmos, como samba-canção, samba-exaltação, calypso, fox, twist e bolero. Sua última apresentação ao vivo foi em 2019 no palco Imperator, Rio de Janeiro. 



Maria Carmem Barbosa (1947 - 2023): 

A autora e produtora faleceu no dia 22 de setembro, aos 77 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória. Ela sofria de Alzheimer. Em mais de 40 anos de carreira, Maria escreveu programas de humor como o "Sai de Baixo" e escreveu duas novelas e um humorístico com o colega e amigo Miguel Falabella: "Salsa & Merengue", "A Lua me disse" e "Toma Lá Dá Cá". Também na TV Globo trabalhou como produtora no seriado "Ciranda Cirandinha" e nas séries "Grandes Nomes" e "Amizade Colorida", além de "Lampião e Maria Bonita". 



Max Lopes (1949 - 2023): 

O carnavalesco faleceu no dia 24 de setembro, aos 85 anos. Ele lutava contra um câncer. Campeão do Carnaval do RJ por Mangueira ("Yes, nós temos Braguinha" em 1984), Imperatriz Leopoldinense ("Liberdade Liberdade Abre As Asas Sobre Nós" em 1989), e novamente Mangueira ("Brasil com Z é pra cabra da peste, Brasil com S é nação do nordeste" em  2002) , Max era um dos maiores do mundo do samba. 


Geraldo Matheus Torloni (1930 - 2023): 

O ator, diretor, produtor cultural, autor e administrador teatral faleceu no dia 29 de setembro, aos 93 anos, de causas naturais. Pai de Christiane Torloni e Márcio Torloni, casado com Monah Delacy desde 1954, foi da primeira turma de alunos da Escola de Arte Dramática de SP e ainda dirigiu o Theatro Municipal do RJ. 



Danilo Santos de Miranda (1943 - 2023): 

O sociólogo, filósofo e ex-seminarista faleceu no dia 29 de outubro e a causa da morte não foi revelada. Durante quatro décadas, foi figura central na cidade de São Paulo ao dirigir o SESC SP, uma das instituições culturais mais importantes do Brasil. Ao longo desse tempo, abriu diversas unidades em todo o estado. Um nome de grande importância para a cultura brasileira. 


Elizângela (1954 - 2023): 

A atriz faleceu no dia 3 de novembro, aos 68 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória, fruto das sequelas da covid que teve em 2022. A veterana nunca quis tomar nenhuma vacina contra a doença e por isso acabou perdendo o papel que teria em "Travessia". Apesar do negacionismo, sempre foi uma pessoa amável e talentosa. Fazia das coadjuvantes um sucesso e brilhou em várias novelas, como "Pedra Sobre Pedra", "Por Amor", "Senhora do Destino" e "A Força do Querer". Seu último trabalho na televisão foi uma breve participação em "A Dona do Pedaço". 


Lolita Rodrigues (1929 - 2023):

A veterana e uma das pioneiras da televisão brasileira faleceu no dia 5 de novembro, aos 94 anos, vítima de uma pneumonia. Já estava aposentada da TV desde 2015, mas nunca foi esquecida pelo público e até hoje a memorável entrevista ao lado das amigas Nair Bello e Hebe Camargo no "Programa do Jô" diverte. A atriz fez inúmeras novelas, apresentou vários programas e cantou o hino de inauguração da televisão no Brasil. Seu último folhetim foi "Viver a Vida", em 2009. 


Decimar Gonçalves (1935 - 2023): 

A filha única da genial Dercy Gonçalves faleceu no dia 5 de novembro, aos 88 anos. A causa da morte não foi informada. Decimar era filha de Dercy com o exportador de café Ademar Martins, com quem ficou por dois anos. Como o homem era casado, a humorista e atriz criou a filha sozinha e as duas eram muito companheiras. 



Luana Andrade (1994 - 2023): 

A assistente de palco do "Passa ou Repassa", quadro do "Domingo Legal", do SBT, faleceu no dia 7 de novembro, aos 29 anos, vítima de quatro paradas cardíacas provocadas por uma embolia pulmonar durante uma cirurgia para corrigir uma inflamação no joelho. Luana ficou conhecida quando participou do "Power Couple 6", reality da Record exibido em 2022.


Paulo Hesse (1942 - 2023):

O ator faleceu no dia 14 de novembro, aos 81 anos, e a causa da morte não foi divulgada. Paulo tem um vasto currículo na TV, no cinema e no teatro. Um de seus personagens mais lembrados é o delegado Sansão de "O Cravo e a Rosa". Também esteve no remake de "Éramos Seis" no SBT, e seu último trabalho na Globo foi na novela "Paraíso Tropical", em 2007. Já sua última aparição na televisão foi na novela "Água na Boca", exibida na Band em 2008. 



Ângela Rabelo (1950 - 2023): 

A atriz faleceu no dia 29 de novembro, aos 73 anos, e a causa da morte não foi divulgada. A veterana tinha descoberto um câncer no fígado há dois meses, necessitando de um transplante, e a filha mais velha foi a doadora. Foram várias participações em novelas e uma das mais marcantes foi em "Amor à Vida", em 2013, onde deu vida a Eudóxia. Sua última aparição na televisão foi em 2019, como Tia Aurora, em "Um Lugar ao Sol". 



Serginho do Pandeiro (1960 - 2023): 

O ilustre passista da Mangueira faleceu aos 63 anos no dia 30 de novembro depois de sofrer um infarto. Sérgio Murilo Rosa, seu nome de batismo, chegou na Estação Primeira de Mangueira em 1989 e eternizou seu nome na verde e rosa com seu inseparável pandeiro. Passou 30 carnavais na escola sempre como destaque no palco suspenso que passava pela avenida. Dava piruetas e acrobacias com elegância. 



Gil Away (1957 - 2023):

Jaime Gil da Costa faleceu no dia 4 de dezembro, aos 66 anos. Estava internado desde maio no Rio de Janeiro e lutava contra um câncer e sequelas de um AVC. O ator foi um dos principais nomes do inesquecível humorístico "Hermes e Renato", sucesso da MTV entre 2000 e 2013. Gil deixou o programa em 2008, após desentendimentos com outros colegas, e passou a investir em conteúdo para o Youtube, além de ter feito participações no "Pânico na Band" e "Thee Noite", no SBT. 


Ricardo Pereira (1951 - 2023):

O jornalista faleceu no dia 11 de dezembro, aos 72 anos. Tratava há 4 anos um câncer no pâncreas e no fígado. Trabalhou na Globo por mais de 40 anos e participou de coberturas históricas como a redemocratização brasileira, o terremoto no sul da Itália, a Copa do Mundo de 82 e o pós-guerra nas Malvinas. 


Carlos Lyra (1933 - 2023): 

O cantor e compositor faleceu no dia 16 de dezembro, aos 90 anos, e a causa da morte não foi divulgada. Autor de sucessos como "Coisa mais linda", "Minha namorada", "Primavera", "Sabe você" e "Você e Eu", era um dos melodistas mais inspirados da música brasileira em todos os tempos. Parceiro de Vinícius de Moraes, Ronaldo Bôscoli e outros artistas, Lyra era um ícone querido por todos os artistas. 


Luca de Castro (1953 - 2023): 

O ator e diretor teatral faleceu no dia 17 de dezembro, aos 70 anos, e a causa da morte não foi divulgada. Pai da atriz Carol Castro, Luca e a filha eram muito ligados e viviam juntos, inclusive atuando. O intérprete fez várias participações em novelas, como "A Próxima Vítima", "Lado a Lado", "O Astro", "Êta Mundo Bom!" e o remake de "Éramos Seis", seu último trabalho na Globo em 2019. Já seu último trabalho foi na última temporada de "Sob Pressão", em 2022, no Globoplay. 






Uma grande quantidade de talentos descansou em 2023 e deixou o país com saudade. Que fiquem em paz. 

6 comentários:

Maria Júlia Santana da Silva disse...

Foram trágicos todos esses falecimentos desse ano, sobre do Gileno Santoro foi muito triste a morte dele. Que eles descansem em paz :(

A Cyva (que não está em nessa lista) também morreu meses depois da Cynara

Marly disse...

Todos sabemos que somos mortais, mas nunca nos acostumamos com as perdas de pessoas em volta.
Uma curiosidade: à medida em que os anos passam, mais eu me convenço de que morrer repentinamente, especialmente dormindo, é morrer bem.
Muitos enfrentam períodos de sofrimento por doenças, antes de morrer.

Beijo

Anônimo disse...

Vários talentos brasileiros das artes e do jornalismo nos deixaram neste ano de 2023 com um legado maravilhoso e invejável como o de pessoas desses ramos que se despediram em anos anteriores. Que descansem em paz e os respectivos familiares e amigos tenham os corações confortados por Deus.

Guilherme

Sérgio Santos disse...

Poxa, Maria, que triste. Eu nao sabia e nem vi noticias.

Sérgio Santos disse...

Tem razão, Marly.

Sérgio Santos disse...

Verdade, Guilherme.