Cristianne criou, então, "Amor sem Igual", que estreou nesta terça-feira (10/12), na faixa das 20h30. Nem Walcyr Carrasco, autor mais requisitado da Globo, teve tamanha proeza: encerrar uma novela e escrever a sua substituta. No caso da Record, houve uma ideia de última hora porque as gravações de "Gênesis", trama bíblica prevista para esse horário, atrasou. E como a produção contemporânea cumpriu o objetivo, os responsáveis apelaram para a autora, que também já recebeu a ordem para escrever "Topíssima 2". Só é difícil imaginar como arranjará tempo para a realização desse outro pedido nada simples.
A nova história tem uma premissa ousada em se tratando de uma emissora evangélica. A protagonista é Angélica, uma prostituta conhecida como Poderosa, interpretada por Day Mesquita (ironicamente, a atriz viveu Maria Madalena em "Jesus"). A trama, dirigida por Rudi Lagemann e ambientada em São Paulo, tem como premissa o clichê mais conhecido pelo filme "Uma Linda Mulher", de 1990.
Mas ao invés de se apaixonar por um rico empresário, a garota de programa se encanta por um agrônomo que vende legumes cultivados em seu sítio no Mercado Municipal de SP, o retraído Miguel (Rafael Sardão). Os dois se cruzam, pela primeira vez, em um posto de gasolina à beira da estrada, e se aproximam quando o gerente da lanchonete que fica no local a destrata. Ela ganha uma carona e se surpreende com o tratamento respeitoso.
A protagonista é bem caricata. As perucas chamativas e a vestimenta colorida destoa com as garotas de programa da ''vida real", ainda mais as que trabalham à beira de estradas. Aliás, a licença poética está na forma glamourosa da prostituta. Ela vive com dificuldade e está com aluguel atrasado, mas cobra trezentos reais (muito mais que as colegas) e usou um cartão de crédito que parecia bem generoso quando comprou uma caxemira em uma loja de luxo. Uma contradição. Mas faz parte de uma obra de ficção. A história da mocinha, por sinal, é bem sofrida, fazendo jus ao folhetim clássico. Rejeitada desde a infância pelo pai, o milionário Ramiro (Juan Alba), que foi amante de sua mãe, a jovem foi criada por um casal, cujo homem abusou dela quando a menina tinha 13 anos. A partir do trauma, a personagem passou a fazer biscates para sobreviver até virar uma prostituta.
O início do enredo mostra Ramiro arrependido e investigando o paradeiro de sua bastarda. O filho Tobias (Thiago Rodrigues), porém, esconde que sabe o paradeiro da irmã e ainda ordenou assassiná-la. O vilão mandou o segurança Bernard (Heitor Martinez) dar um fim na prostituta e o assassino profissional tentou executar o serviço no momento em que Angélica pegava carona com Miguel. Os dois acabaram sofrendo um grave acidente de carro e a cena foi bem dirigida. Poderosa conseguiu escapar e ainda salvou o protagonista. Como o objetivo não foi alcançado, mais tarde o capanga do irmão da mocinha a espancou ---- depois que se passou por cliente. Mas o mocinho a salvou assim que viu a caxemira rosa da garota à beira da estrada e a levou a um hospital particular. O vínculo entre eles estava feito. Os dois primeiros capítulos foram ágeis e bem estruturados.
A novela tem uma história simples, mas a autora consegue prender a atenção de quem assiste. Outros personagens também se destacam, como Furacão (Dani Moreno), melhor amiga e colega de profissão de Angélica. O divertido feirante Oxente (Ernane Morais), que trabalha no Mercado Municipal ao lado de Miguel e o tem como filho, é mais um tipo que sobressai. Bárbara França vive Fernanda, irmã íntegra de Tobias, e a ótima Selma Egrei interpreta a elegante Norma, sogra de Ramiro que nunca perdoou a traição do genro com a filha já falecida. Michelle Batista vive a ingênua Maria Antônia, filha de Oxente que sofre de transtorno bipolar e nutre um amor platônico por Miguel. A menina ainda tem um Instagram para desabafar sobre seus sentimentos ---- a rede social existe e a personagem interage com o público (uma clara cópia do contexto envolvendo Vivi Guedes, vivida por Paolla Oliveira em "A Dona do Pedaço"). Manuela do Monte (Fabiana), Andréa Avancini (Zenaide), Eduardo Lago (Luiggi), Pedro Nercessian (Roberto), Castrinho (Bento), Carlos Takeshi (Takashi), Brenda Sabryna (Rosa) e Kika Kalache (Serena) são mais alguns nomes do elenco.
"Amor sem Igual" teve um começo correto e Cristianne Fridman criou uma protagonista cativante. Angélica é um tipo carismático e Day Mesquita está muito bem no papel. Não será difícil a trama manter os índices de "Topíssima" ou até aumentá-los de forma moderada.
12 comentários:
Parabéns Sérgio,ótimo texto. Pensei que não iria comentar sobre Amor sem Igual. Abraço
Pq vc escreveu que ironicamente ela viveu Maria Madalena?
Quem ainda vê Record, gente?
Quero Cristianne Friedman na globo
"uma clara cópia de Vivi Guedes"? kkkkkk a menina participa de um site na internet que é mais como um fórum, e não de um instagram de uma digital influencer. e não foi o Walcyr que inventou as redes sociais e esse plot, tá?!
Que bom que gostou, Antonio.
Pq Maria Madalena foi prostituta, anonimo.
Ok, anonimo.
Duvido, anonimo.
Desculpa, Danilo, mas nesse fórum ela compartilha as opiniões com o público como se fosse a personagem e isso foi invenção da trama sim, lamento dizer.
MAS QUE MULHERZINHA BEM TESUDA MESMO, COM UMA CARINHA DE PUTINHA ORDINÁRIA ESSA DAY MESQUITA HEIN!. NO MINIMO, ELA DEVE SAIR POR AI, CAÇANDO MACHOS ROLUDOS, POR TODO LUGAR SENDO PÚBLICO, DA CIDADE GRANDE, ONDE POSSA ESTAR, OU ATÉ MORAR.
MAS QUE MULHERZINHA BEM TESUDA MESMO, COM UMA CARINHA DE PUTINHA ORDINÁRIA!, ESSA DAY MESQUITA HEIN!. NO MINIMO, ELA DEVE SAIR POR AI, CAÇANDO MACHOS ROLUDOS, POR TODO LUGAR SENDO PÚBLICO, DA CIDADE GRANDE, ONDE POSSA ESTAR, OU ATÉ MORAR.
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