sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Retrospectiva 2021: os destaques do ano

Mesmo em um ano tão doloroso, com tantas perdas e crises, foi possível elaborar uma lista de destaques do ano. A vacinação ajudou a retomar os trabalhos, mesmo que aos poucos, e no segundo semestre já há várias produções inéditas no ar. O streaming foi um mercado que cresceu muito no segundo ano de pandemia, enquanto a audiência da televisão aberta caiu com tantas reprises. Vamos para a última retrospectiva do blog: 





"BBB 21": 

Beneficiado pelo intenso período de confinamento em virtude da pandemia do novo coronavírus e por uma escalação repleta de perfis atrativos, a vigésima primeira edição do "Big Brother Brasil" foi um sucesso estrondoso. Logo na primeira semana o reality já caiu na boca do povo com toda a polêmica envolvendo Lucas Penteado e Karol Conká, que acabou virando a grande vilã da edição. O favoritismo de Juliette Freire só cresceu ao longo das semanas e a participante foi a vencedora com a maior porcentagem da história do reality: mais de 90% de preferência popular em uma final tripla. Tiago Leifert fez um discurso marcante para a campeã, que realmente foi um fenômeno, saindo com mais de 24 milhões de seguidores no Instagram (hoje já com mais de 33 milhões). Segundo dados divulgados por Boninho, 163 milhões de brasileiros estiveram em algum momento de olho nos brothers. Foi o "BBB" que mais faturou: R$ 550 milhões, 50% a mais que o do ano passado. Vale destacar ainda outros participantes que protagonizaram a edição, para o bem ou para o mal, como Gil do Vigor, Sarah, Viih Tube, Camilla de Lucas, Lumena, Carla Diaz, Projota, entre tantos. O êxito do programa foi tão grande que a Globoplay explorou até onde deu, vide os documentários de Karol Conká --- "A Vida Depois do Tombo" ---, Juliette --- "Você Nunca Esteve Sozinha" e agora no final do ano o de Gil do Vigor --- "Gil na Califórnia". 


"Salve-se Quem Puder":

O encurtamento da novela das sete da Globo, por conta da pandemia do novo coronavírus, fez muito bem para o enredo de Daniel Ortiz. A retomada da produção expôs uma história mais ágil e sem enrolações. A saga das atrapalhadas Luna, Alexia e Kyra foi divertida e destacou o talento de Juliana Paiva, Deborah Secco e Vitória Strada, que transbordaram sintonia. A trama tinha um quê infantil e agradou o público. A reta final foi repleta de cenas de ação e emocionantes, como o 'reencontro' de Luna com sua mãe, Helena (Flávia Alessandra). O autor só tropeçou feio no excesso de triângulos amorosos com desfecho que se arrastaram até o último capítulo, o que implicou em problemas evidentes de desenvolvimento. Mas o saldo geral foi positivo e uma espécie de volta por cima de Ortiz após a fraca e criticada "Haja Coração". 

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Retrospectiva 2021: as melhores atrizes e os melhores atores do ano

 Como já mencionado na retrospectiva anterior, ano de 2021 foi o segundo com pandemia. Após o caos mundial instaurado pelo novo coronavírus em 2020, gravações foram interrompidas e o setor audiovisual foi um dos mais afetados. As reprises viraram as protagonistas da programação. A esperança veio com a chegada da vacina e o avanço da vacinação causou um impacto positivo. Embora os protocolos ainda sejam necessários, os trabalhos vão sendo retomados pouco a pouco. A Globo conseguiu finalizar as novelas interrompidas ano passado e está com três inéditas no ar no segundo semestre. A Record conseguiu produzir uma novela dividida em várias fases ao longo do ano. Vamos então aos eleitos melhores intérpretes: 





Melhores Atrizes: 





1- Regina Casé.

A Lurdes foi o maior acerto de "Amor de Mãe". Tanto que foi a única personagem que se manteve na memória do público. Tirando a procura desesperada da mãe pelo filho Domênico, quase  ninguém lembra mais do restante do enredo. Isso é fruto do carisma da personagem e do talento da atriz, que compôs uma mãe crível e de fácil identificação. Regina despertou risos e lágrimas com grande facilidade no enredo de Manuela Dias. 


 

2- Marjorie Estiano.

Uma atriz que brilha em todo papel. E Carolina segue como uma de suas mais densas personagens. Marjorie continuou emocionando na pele da médica na quarta temporada de "Sob Pressão" e protagonizou várias cenas ótimas com Julio Andrade e Ana Flávia Cavalcanti. A temática central da fase de 2021 foi a disputa pela guarda do filho de Evandro e sua companheira teve vital importância durante todo o processo, o que valorizou a atriz. 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Retrospectiva 2021: as melhores cenas do ano

No segundo ano de pandemia, as produções no setor da teledramaturgia seguiram em passos lentos. Reprises dominando a programação no primeiro semestre e novas tramas gravadas em ritmo cuidadoso. No entanto, os folhetins interrompidos em 2020 por conta da pausa nos trabalhos foram finalizados e tiveram seus desfechos exibidos. Novos produtos também foram gravados e agora, no segundo semestre, a Globo já conseguiu estar com três novelas inéditas no ar. A Record conseguiu manter a inédita "Gênesis" no ar durante quase todo o ano, mas atualmente precisou apelar para a reprise da mesma trama antes de produzir a nova. Vamos então para a lista de melhores cenas do ano: 







Eva chora a morte do filho em "Gênesis":
A primeira fase da novela bíblica da Record retratou a conhecida história de Adão e Eva. O sucesso de audiência foi grande e Juliana Boller foi um acerto do elenco. A atriz brilhou como Eva e sua cena mais emocionante foi a morte de Abel (Caio Manhente), assassinado pelo irmão Caim (Eduardo Speroni). A dor daquela mãe com a perda de seu filho foi passada com muita entrega pela intérprete. 



Animais vão para a Arca de Noé em "Gênesis":
A segunda fase da novela bíblica da Record abordou a mais atrativa trama da Bíblia. E os efeitos especiais dos animais correndo para a arca construída por Noé (Oscar Magrini) ficaram muito bem feitos. A sequência emocionou e teve uma dose de adrenalina que fez toda a diferença. 


terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Retrospectiva 2021: os melhores casais do ano

 No segundo ano de pandemia, as produções dramatúrgicas seguiram com sérias dificuldades. As reprises seguiram dominando as programações. Porém, as novelas interrompidas no início de 2020 tiveram suas gravações retomadas e finalizadas. E as novas foram gravadas com todos os protocolos sanitários, estreando no segundo semestre. Embora com um número mais modesto, a lista de casais do ano, sempre elaborada na leva de retrospectivas deste blog, conseguiu ser feita. 





Luna e Téo ("Salve-se Quem Puder"):

Pouco antes de ser interrompida por conta da pandemia do novo coronavírus, a novela de Daniel Ortiz já tinha formado o melhor casal do enredo. Toda a construção do romance entre a sofredora Luna e Téo, rapaz que a salvou de um furacão no México, foi muito bem desenvolvida pelo autor. Ainda utilizou um clichê infalível para conquistar o telespectador: ele precisava ser operado para não perder os movimentos da perna e ela era fisioterapeuta. Juliana Paiva e Felipe Simas estiveram em plena sintonia e a retomada da produção, em 2021, manteve a essência do casal, ainda que o autor tenha forçado uma dúvida na reta final que só prejudicou o roteiro. 



Alan e Kyra ("Salve-se Quem Puder"):

A babá que se apaixona por um viúvo assim que começa a trabalhar como cuidadora dos filhos dele. Um clássico dramatúrgico. E Daniel Ortiz usou do clichê para aproveitar a boa sintonia entre Vitória Strada, pela primeira vez vivendo um perfil cômico, e Thiago Fragoso, na pele de mais um advogado íntegro em sua carreira de ator. Os dois protagonizaram sequências românticas e divertidas. Arrebataram o público. O sucesso foi tanto que o autor estendeu até o final o suspense a respeito do destino da personagem. A música tema do casal "You & me", de James TW, era a melhor da novela. 

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Retrospectiva 2021: os piores do ano

 Após a tradicional e triste retrospectiva dos artistas que nos deixaram em 2021, chegou a hora da também conhecida retrô do que de pior passou pela televisão. A pandemia do novo coronavírus segue aterrorizando a vida da população mundial, embora o avanço da vacinação tenha contribuído para uma maior circulação de pessoas. No entanto, as produções televisivas ainda estão em período de dificuldades. Mas alguns produtos se mantêm equivocados com ou sem pandemia. Vamos a eles: 


"Se Joga":

O programa criado para ficar no lugar do "Vídeo Show" nunca deu certo. Nem um dia sequer. A Globo criou um formato vazio, cansativo e que misturava tudo e não apresentava nada. Érico Brás, Fabiana Karla e Fernanda Gentil nunca conseguiram um bom entrosamento e a artificialidade na apresentação predominava. A pandemia do novo coronavírus fez a emissora priorizar o jornalismo em sua programação e vários programas saíram do ar momentaneamente. Porém, a Globo insistiu no formato apenas aos sábados e tentou trazê-lo de volta. Mas apenas com Fernanda Gentil no comando e sem games. Apenas repercutindo notícias dos artistas. Pareceu um "Vídeo Show" genérico. Novamente não funcionou. Estreou em março e saiu do ar no final de julho. 



"Zig Zag Arena":

Fernanda Gentil não tem sorte com programas. Desde que migrou dos esportes para a área do entretenimento, a apresentadora só entrou em furada. A Globo só cria formato péssimo para sua contratada. A emissora a tirou do "Se Joga" e a enfiou em um programa de games aos domingos que se mostrou um equívoco completo. O cenário luxuoso e cheio de luzes impedia o telespectador de prestar atenção na disputa e a ideia de colocar narradores e comentaristas ---- Everaldo Marques, Hortência e Marco Luque ---- para transformar a 'diversão' em um jogo sério não funcionou. Inicialmente, os competidores seriam médicos, advogados, enfim, pessoas anônimas. Mas logo no domingo seguinte apelaram para famosos com o intuito de chamar mais atenção. Nem assim deu certo. O fracasso foi tanto que a Globo tirou o programa do ar no dia 19 de dezembro e o planejamento era mantê-lo até dia 30 de janeiro de 2022. A atração chegou a ficar em terceiro lugar de audiência. 

domingo, 26 de dezembro de 2021

Retrospectiva 2021: os artistas que deixaram saudades

O ano de 2021 foi tão trágico quanto o de 2020. A pandemia do novo coronavírus causou um caos mundial ano passado e seguiu provocando milhares de mortes. A esperança veio com a chegada da vacina e avanço da vacinação vem diminuindo gradativamente a quantidade de falecimentos e pessoas internadas. Mas infelizmente ainda muita gente segue vitimada pela doença e vários artistas partiram por conta dela. A retrospectiva do blog começa agora com uma homenagem a cada um que partiu. 





Genival Lacerda (1932 - 2021):
Mais uma vítima da covid-19. O querido cantor de forró pé-de-serra faleceu aos 89 anos, em janeiro, após quase dois meses internado. A consagração nacional veio com a música "Severina Xique-Xique", de 1975. O refrão "ele tá de olho é na butique dela" virou uma febre. Deixou dez filhos, além de netos e bisnetos. 




Niana Machado (1939 - 2021):
A inesquecível Bá, do seriado "Pé na Cova", faleceu em fevereiro, aos 82 anos. O autor da série, Miguel Falabella, anunciou o falecimento da artista em suas redes sociais e fez uma bela homenagem. Era Técnica de Enfermagem aposentada e entrou no meio artístico tardiamente, em 2009. Fez figuração em várias novelas da Globo e sua única personagem foi a criada por Falabella especialmente para ela. Não havia texto, apenas o bordão "Piranha". Fez tanto sucesso que virou integrante do elenco fixo. Também esteve em "Aquele Beijo" (2011) e "Brasil a Bordo" (2017), duas produções de Miguel.

sábado, 25 de dezembro de 2021

Feliz Natal!




Quero desejar a todos os meus leitores um Feliz Natal. Em um segundo ano de pandemia como foi (e está sendo) 2021, ficou ainda mais doloroso seguir em frente diante de tantas mortes e tanto sofrimento. Não tem sido nada simples. A programação televisiva seguiu dominada por reprises, o que implicou na maior dificuldade de produção de textos para vocês. Apenas no segundo semestre, com o avanço da vacinação, as novas produções começaram a ir ao ar. Mas ainda assim contei com a presença dos fiéis seguidores e leitores, tanto os que apenas leem as postagens quanto os que fazem questão de comentar. Que todos tenham muita saúde, paz, vacina no braço e tudo de melhor sempre. A partir de amanhã as listas da tradicional retrospectiva do blog serão iniciadas. Até lá. 

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

As 70 novelas mais marcantes da televisão brasileira

 A televisão nacional completou 70 anos no dia 18 de setembro de 2020 e foram várias comemorações através de ótimas matérias em sites, jornais, revistas, enfim. Até um delicioso "Globo Repórter" de edição dupla foi apresentado pela Globo. Mas é inegável que a popularização do aparelho de TV no Brasil se deu por conta das novelas. A nossa teledramaturgia virou referência mundial e faz sucesso em todos os países. Agora, em 2021, as novelas comemoraram 70 anos de existência no dia 21 de dezembro. Então, nada mais justo do que listar os 70 folhetins mais marcantes ao longo de tantos anos de histórias que envolveram e prenderam o público. 



1- "Sua Vida me Pertence" (Tupi/1951):
A primeira telenovela brasileira. Produzida pela extinta TV Tupi em 1951. Escrita e dirigida por Walter Forster, que também protagonizou a novela ao lado de Vida Alves. Lia de Aguiar interpretava a antagonista e o casal principal foi o primeiro a beijar na televisão. O toque de lábios provocou um alvoroço na época e grande parte do público ficou escandalizado, afinal, era a primeira vez que viam algo tão íntimo ser exposto. Vida, falecida em 2017, entrou para a história da teledramaturgia e sempre dava entrevistas contando sobre esse tão conhecido pioneirismo na TV. 


2- "2-599 Ocupado" (Excelsior/1963):
Até 1963, as novelas não eram exibidas diariamente. Tudo mudou quando a TV Excelsior lançou a trama protagonizada por Tarcísio Meira e Glória Menezes. A trama era uma adaptação de Dulce Santucci do enredo de um autor argentino. Glória era uma telefonista de um presídio e o personagem de Tarcísio se apaixonava por sua voz em um único contato telefônico. 

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

"Passaporte Para Liberdade": uma minissérie que esbanja capricho

 No dia 20 de dezembro, a Globo estreou, pouco depois da meia noite, uma de suas produções de mais alto padrão: "Passaporte para Liberdade". Chamada anteriormente de "O Anjo de Hamburgo", a minissérie de oito capítulos precisou interromper suas gravações por conta da pandemia do novo coronavírus e retomar quase um ano depois para a finalização. A trama marca a primeira parceria entre a emissora e a Sony Pictures, que produziram tudo em conjunto e o canal internacional é o responsável pela venda para o mercado exterior. 

A minissérie mergulha na história de Aracy de Carvalho (Sophie Charlotte), uma mulher forte, determinada e, acima de tudo, justa. À primeira vista, ela passaria despercebida à maioria dos olhos. Simples e sem holofotes, Aracy nunca buscou por títulos ou reconhecimentos. Em 1935, a brasileira, divorciada de seu primeiro marido e com um filho pequeno, Eduardo Carvalho, vai para a Alemanha em busca de trabalho e não tarda em conseguir um cargo no consulado brasileiro em Hamburgo, no setor de passaportes. Foi ali que ela conseguiu salvar muitos judeus da prisão e do Holocausto ao facilitar a emissão de vistos para o Brasil ---- ignorando restrições e driblando empecilhos. 

A trama se desenvolve a partir da convocação de João Guimarães Rosa (Rodrigo Lombardi) para ocupar o cargo de cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo. Logo em seu primeiro dia de trabalho na nova cidade, o brasileiro recém-chegado conhece Aracy e se encanta por ela na mesma hora.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Tiago Leifert saiu da Globo no auge, mas quis um breve retorno aos holofotes da pior forma possível

 No dia 9 de setembro, a Globo anunciou a saída de Tiago Leifert da emissora. A notícia pegou todos de surpresa, incluindo jornalistas que cobrem televisão. Afinal, o apresentador estava no auge da carreira e tinha acabado de substituir Faustão no comando da "Super Dança dos Famosos", o que gerou muitos elogios de público e crítica. Pouco tempo depois, Tiago confirmou a informação e disse que o "The Voice Brasil" seria sua despedida. Mas nem isso foi. 

A décima temporada do desgastado formato nem serviu para Tiago aproveitar seus últimos meses na Globo. Isso porque o apresentador esteve no ar apenas nas primeiras semanas de programa e precisou se ausentar por razões familiares até hoje não esclarecidas. Acabou substituído por André Marques. No entanto, a decisão foi dele, o que deixou todos ainda mais surpresos. Após uma avalanche de críticas no comando do "Big Brother Brasil", Leifert, que assumiu o reality em 2017, substituindo o aclamado Pedro Bial, conseguiu imprimir sua marca no programa e teve seu melhor desempenho no "BBB 21", que culminou em um discurso emblemático para a campeã Juliette Freire. Parecia uma consagração para o apresentador. Finalmente tinha se encontrado. 

A escolha para substituir Faustão às pressas não foi por acaso. Teve muito a ver com sua elogiada performance no comando da vigésima primeira edição do "BBB". Mas também é verdade que o fato expôs a 'overdose' de Tiago na televisão. Ficou a impressão que a Globo só tinha ele. E também é natural que o apresentador tenha sentido uma exaustão.

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

"70 anos esta Noite" fez uma divertida e emocionante viagem pela história da teledramaturgia nacional

A Globo exibiu o especial "70 anos esta Noite" nesta terça-feira para homenagear os 70 anos de teledramaturgia no Brasil, comemorados dia 21 de dezembro. Ano passado, vale lembrar, a emissora também produziu um especial para homenagear os 50 anos da televisão no país. O programa contou com a presença de várias estrelas do canal que protagonizaram momentos emblemáticos ao longo destes anos. Claro que muita coisa ficou de fora, mas é até difícil qualquer tipo de cobrança em cima de uma atração que tentou resumir 70 anos em uma hora de duração. 


Boas histórias devem ser celebradas e contadas. E há 70 anos é isso que a novela faz. Verdadeira paixão nacional, as novelas se transformaram em patrimônio cultural e um dos principais produtos de entretenimento do Brasil. Elas divertem, emocionam e fazem um convite à reflexão sobre as transformações sociais e culturais do país. A estreia de "Sua Vida Me Pertence", na TV Tupi, em 1951, abriu os caminhos para os folhetins brasileiros. Em 1965, era a vez de a TV Globo colocar no ar sua primeira obra e, desde então, mais de 300 novelas já foram produzidas – muitas com lugar garantido na história da teledramaturgia brasileira. 

A Globo ajudou a popularizar o gênero no país e pelo mundo: ao longo desse tempo as novelas romperam as fronteiras e conquistaram mais de 150 países, traduzidas em 70 idiomas, levando a excelência da produção nacional para o mundo. São inúmeros prêmios, inclusive oito Emmys Internacionais, algo que nenhuma outra emissora possui.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

"A Fazenda 13" não repetiu o sucesso da temporada passada, mas consagrou a vitória do protagonista da edição

 A décima terceira edição de "A Fazenda" não conseguiu repetir o sucesso da temporada de 2020. O reality de 2021 teve repercussão tímida e uma audiência bem abaixo da esperada. Curiosamente, nem foi por uma ausência de barracos, pois muitas brigas aconteceram ao longo dos meses, mas o elenco fracassou no quesito carisma. Foram poucas as figuras realmente relevantes ao longo do jogo e ao menos a justiça foi feita na final com a vitória de Rico Melquíades, o protagonista de todas as tretas da atração. 

O participante do "De Férias com o ex", reality de 'pegação' da MTV, entrou odiado em "A Fazenda 13". Isso porque era a figura mais polêmica do outro programa e protagonizou diversos barracos, onde a razão estava com os outros e não com ele. Mas sua redenção não demorou a acontecer no novo reality. Com adversários fracos e muitas vezes hipócritas, Rico não se intimidava com ninguém e falava tudo o que achava dos adversários cara a cara. Já seus 'inimigos' falavam por trás, mas mudavam o discurso pela frente. 

Rico era uma espécie de agente do caos. Quando se descontrolava, a casa ia abaixo. O maior barraco da edição foi protagonizado por ele quando jogou o café de todos no chão, logo após ter perdido sua maior aliada no jogo: Érika. Teve até guerra de creme de leite e mostarda entre Rico e Victor Pecoraro. Em um determinado momento do jogo, Rico se consagrou como favorito e ainda formou um quarteto que foi bem visto, formado por ele, Dayane, Valentina e Aline.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Tudo sobre a coletiva online de "Passaporte Para Liberdade", nova minissérie da Globo e Sony

 A Globo promoveu na última sexta-feira, dia 10, a coletiva online sobre a nova minissérie da Globo, em parceria com a Sony Pictures, "Passaporte Para Liberdade". Estiveram presentes o autor Mário Teixeira, o diretor Jayme Monjardim e os atores Sophie Charlotte, Rodrigo Lombardi, Gabi Petry e Peter Ketnath. Fui um dos convidados e conto um pouco sobre o bate-papo sobre a produção que promete impactar o telespectador através da história de Aracy de Carvalho, esposa de Guimarães Rosa, que ajudou milhares de judeus a fugir da perseguição nazista durante a Segunda Guerra Mundial.  

"São três anos que estamos envolvidos nesse trabalho. Foi muita dedicação. Um trabalho em plena pandemia. Tanto na versão brasileira quanto na versão estrangeira está um espetáculo. Tenham certeza que são muitas horas de dedicação. Começamos na Argentina, depois Brasil. E cenas que voltamos um ano depois por causa da interrupção (em virtude da pandemia). Estamos muito felizes com o resultado. Costumo dizer que as histórias procuram seus contadores. Claro que a gente procura, mas alguma coisa tem de destino. Encontrei o filho da Aracy que já estava com uns 78 anos, uma neta e uma bisneta. Quando ouvi a história fiquei tão emocionado que procurei o Silvio de Abreu e falei sobre isso. O Mário (Teixeira, autor) estava começando a fazer uma novela. Aí fizemos algumas reuniões. Cuidado com o que você pede para o destino que pode acontecer. Mais uma mulher na minha vida. Chiquinha, Olga, Maysa, as sete mulheres... Agora Aracy. Me sinto muito feliz, é uma honra. Um momento muito importante para a minha carreira. Dei um outro passo como profissional", disse Jayme Monjardim. 

"Não li toda obra de Guimarães Rosa. E todas que eu li já tinha lido. Não li por causa da série. Ele era apaixonado pela palavra. Aprendeu sozinho 23 idiomas. E temos pouco registros dele em vídeo. Seria para mim impossível construir a partir dos poucos vídeos que a gente tem. Construí por fatos. O Guimarães Rosa pelo que ele fez.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

"Maria do Bairro" completa 26 anos de sucesso entrando para o catálogo da Globoplay

 Produzida pela Televisa entre agosto de 1995 e maio de 1996, "Maria do Bairro" completou 26 anos em 2021, teve 185 capítulos e foi um estrondoso sucesso no México. Mas não só lá. Aqui, através do SBT, que a exibiu pela primeira vez em 1997, a novela se popularizou e virou um dos grandes fenômenos da emissora de Silvio Santos. Tanto que já foi reprisada diversas vezes e agora entrou para o catálogo da Globoplay, serviço de streaming da Globo.


A novela mexicana é a conclusão de uma 'trilogia' de Marias, iniciada em 1992 com "Maria Mercedez", protagonizada pela mesma atriz e cantora, a popular Thalía. Já em 1994 foi a vez da intérprete encabeçar o elenco de "Marimar", outro grande êxito que também fez sucesso no Brasil no SBT e entrou para o catálogo da Globoplay. Até chegar "Maria do Bairro", em 1995. As três produções apresentam muitas similaridades, além de terem a mesma pessoa fazendo a protagonista.

Os folhetins são remakes de tramas venezuelanas, produzidas entre a década de 70 e 80, e todos são protagonizados por uma mulher pobre e ignorante, que muda de vida quando conhece um homem rico.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Sequestro de Cobra e Jade é uma das melhores viradas de "Malhação Sonhos"

 A reprise de "Malhação Sonhos" se encaminha para sua reta final e uma das melhores viradas vem sendo reexibida. Após a tensa competição do Warriors, "Malhação Sonhos" continuou mantendo o clima de suspense em torno da vida de Cobra (Felipe Simas). Rosane Svartman e Paulo Halm ainda inseriram Jade (Anaju Dorigon) no drama do personagem, que fugiu com ela para um local isolado, escapando das investidas de Heideguer (Odilon Wagner). O casal, então, passou a protagonizar o enredo e foram o foco de todos os eletrizantes acontecimentos dos últimos dias.


Com a ajuda de Edgar (Guilherme Piva), Cobra e Jade conseguiram despistar o grande mentor do esquema das lutas compradas e ficaram perdidos por um tempo em uma floresta. Os momentos protagonizados por eles lembraram o clássico filme "A Lagoa Azul", onde os mocinhos precisam encontrar meios para sobreviver em um local inóspito. Mas depois deste período de 'aventura', o par encontra uma mansão aparentemente abandonada e se instala no casarão. É a partir desta situação que um clima de thriller passa a dominar a história.

O dono do local ficou observando os dois de longe até que se apresentou, se fazendo de amigo. Haroldo (Álamo Facó) era um típico personagem de filme de terror e tinha até um gato preto de estimação, chamado Júnior. Aos poucos, foi possível perceber que aquele homem tinha sérios problemas mentais e criou uma fixação pela Jade, que foi 'escolhida' por ele para ocupar o lugar de sua falecida esposa.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Tudo sobre a coletiva online de "Gil na Califórnia", novo documentário da Globoplay

 A Globo promoveu nesta quarta-feira, dia 8, a coletiva online sobre "Gil na Califórnia", novo documentário da Globoplay, serviço de streaming da emissora. O amado ex-BBB Gilberto esteve presente, assim como as duas diretoras da produção: Patrícia Cupello (que também dirigiu os documentários de Juliette e Karol Conká) e Patrícia Carvalho (direção geral). Fui um dos convidados e conto mais detalhes sobre o divertido bate-papo.

"A história do Gil é muito bonita de ser contada. Ele tem 4 pilares: família, educação, religião e sexualidade. Nosso documentário não poderia ser diferente, é baseado nesses pilares. Trabalhamos com essas reflexões. A gente dá um mergulho na vida do Gil. A cada lugar que o Gil conhece ele tem uma reflexão e isso ajuda a mergulhar na vida dele. A gente conhece mais a vida desse menino pobre e nordestino. A educação salvou o Gil e é uma forma muito bonita de contar isso. Temos uma parte gravada no Brasil e uma grande parte na Califórnia. O que vocês vão sentir no documentário é aquele 'pré' antes dele chegar na universidade. Ele conhecendo uma nova cultura, uma nova realidade. A felicidade dele de estar realizando aquele sonho. Lá tivemos uma equipe local que captou e aqui foi umas direção severa", contou a diretora Patrícia Cupello.

"Eu to bem emocionado, ansioso e animado com o documentário. Coração a 200 por hora. O Big Brother Brasil resume os primeiros metros quadrados. Muitas vezes não conseguia me abrir tanto para as pessoas não me verem como vítima. Quando eu chego nos Estados Unidos e me deparo com dificuldades de um mundo que é novo e de uma realidade que é nova, vocês vão ver mais da realidade da minha história, da minha família.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

O que deu certo e o que deu errado em "Verdades Secretas 2"

 "Indecente. Imoral. Viciante. Obscena. Violenta. Vingativa." A Globo não poupou adjetivos para a campanha de "Verdades Secretas 2", a primeira novela exclusiva da Globoplay, a plataforma de streaming da emissora. Reprisada atualmente, "Verdades Secretas" foi um fenômeno da faixa das onze, em 2015, e entrou para a lista dos muitos sucessos de Walcyr Carrasco, ainda se consagrando vencedora do Emmy Internacional. No entanto, a continuação vem dividindo opiniões. Com 40 capítulos já disponibilizados, já é possível fazer um balanço do que deu certo e o que não funcionou na trama (há spoilers). 

O plano de marketing foi muito bem elaborado. A divulgação é constante, tanto nas chamadas da Globo, quanto nas redes sociais. Sempre fazendo questão de focar nas cenas de sexo intensas que a trama tem (os estoques de tapa-sexo se esgotaram nas gravações). Claro que a intenção é provocar um burburinho pela elevada temperatura de várias sequências. A prova é a intenção de deixar um gostinho de quero mais no público por conta da forma como os capítulos são liberados. A novela tem 50 capítulos e dez são colocados na Globoplay a cada 15 dias, apenas para assinantes. Os dez últimos irão ao ar no dia 15 de dezembro. 

O primeiro capítulo foi disponibilizado em uma live, no dia 20 de outubro, aberta para não-assinantes. Uma ótima estratégia para alcançar um novo público. E deu certo. A produção já é a mais assistida da história da Globoplay, com mais de 26 milhões de horas consumidas no serviço de streaming.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Bebel e Olavo roubaram a cena em "Paraíso Tropical"

 A reprise de "Paraíso Tropical" no Viva tem reforçado todas as qualidades da novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, dirigida por Dennis Carvalho. A trama teve muitos acertos e impressiona rever como o rodízio dos núcleos eram bem realizados, proporcionando um destaque de todos. Mas o folhetim não ficou na memória do grande público. A história sofreu uma rejeição inicial em 2007 e os autores só conseguiram reverter a situação com algumas mudanças no enredo, entre elas o maior destaque para o casal Bebel e Olavo. 

Os vilões acabaram tomando o lugar dos mocinhos, que fracassaram logo no início por conta da construção equivocada e muito apressada do romance. Fábio Assunção e Alessandra Negrini tiveram um ótimo desempenho e a culpa do fiasco do amor de Daniel e Paula não foi deles. Mas os intérpretes foram inevitavelmente ofuscados por Camila Pitanga e Wagner Moura. Até porque Gilberto e Ricardo foram muito mais hábeis no envolvimento do grande vilão da história com a garota de programa que sempre sonhou com uma vida de luxo. 

Olavo foi inicialmente apresentado como um típico malvado maniqueísta. Não havia um contexto para a personalidade egocêntrica e arrogante do sujeito que sempre quis destruir Daniel na empresa de Antenor Cavalcante (Tony Ramos). O empresário nutria inveja pelo rival, principalmente por conta da relação de carinho que Antenor e Ana Luísa (Renée de Vielmond) tinham com o 'filho do caseiro'.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Globo acerta ao apostar no sucesso "O Cravo e a Rosa" para alavancar sua audiência vespertina

 A Globo ainda não tem ideia do que fazer com sua grade vespertina após o injusto cancelamento de "Malhação". Nem mesmo sabem o que colocar no lugar. No entanto, a emissora resolveu voltar com o tempo normal do "Jornal Hoje" a partir do dia 6 de dezembro. O telejornal ganhou uma extensão durante o período da pandemia, iniciado em 2020. Com isso, o horário do extinto "Vídeo Show" e "Se Joga" fica novamente vago. E o canal usará a brecha para iniciar um teste: uma nova faixa de reprise para novelas. Não se preocuparam em criar um título, já que o "Vale a Pena ver de Novo" segue no ar. A trama escolhida foi "O Cravo e a Rosa". 


Novamente a Globo apela para Walcyr Carrasco para alavancar sua audiência, uma vez que a faixa enfrenta dificuldades há anos com o quadro "A Hora da Venenosa", comandado por Fabíola Reipert, no "Balanço Geral", da Record. E o folhetim é realmente irresistível. Não por acaso está na lista das melhores tramas do Walcyr. A história era baseada na peça "A Megera Domada", de William Shakespeare, e com algumas referências das novelas "A Indomável", de Ivani Ribeiro, e "O Machão", de Sérgio Jockman. Dirigida pelo saudoso Walter Avancini, a trama era uma comédia romântica da melhor qualidade e ambientada em São Paulo, no ano de 1920. Portanto, de época, que sempre foi uma especialidade do autor.

A novela exibiu o tumultuado romance entre Petruchio, um caipira rude e dono de uma fazenda produtora de queijo, e Catarina, filha de um poderoso banqueiro (Nicanor Batista - Luis Melo), que tinha ideias feministas e era extremamente geniosa ----- colocava todos seus pretendentes para correr.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Repleta de bons ganchos, "Um Lugar ao Sol" merece mais prestígio da Globo e do telespectador

 A estreia de Lícia Manzo no horário nobre, após as primorosas "A Vida da Gente" e "Sete Vidas", vem sendo o melhor dos presentes. "Um Lugar ao Sol" está no ar há menos de um mês, mas a autora já conseguiu apresentar sua história central com bastante habilidade e, aos poucos, os núcleos paralelos vão surgindo e, também, com vários conflitos bem construídos. Não há cena desnecessária. Tudo tem um sentido ou uma razão para estar ali. 


Impressiona como Lícia vem desenvolvendo seu roteiro sem enrolação ou pontas soltas. Todos os núcleos têm uma ligação e as peças acabam se encaixando mais cedo ou mais tarde. A autora está conseguindo contar sua história com dinamismo, apresentando capítulos repletos de acontecimentos e encerrados sempre com ganchos de tirar o fôlego. Como a produção terá apenas 107 capítulos, há uma maior facilidade para evitar a chamada barriga (período de enrolação). Mas, ao mesmo tempo, havia o risco de uma pressa que atrapalharia o entendimento e a densidade do enredo, o que não tem acontecido. 

A escritora está mostrando um novo lado até então desconhecido do público que acompanhou suas duas novelas anteriores. Isso porque as já citadas "A Vida da Gente" e "Sete Vidas" não eram folhetins de grandes viradas ou ganchos impactantes. Eram folhetins que retratavam o cotidiano de uma forma delicada e envolvente.

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Tatá Werneck consegue divertir convidados e público no "Lady Night"

 A sexta temporada do "Lady Night" estreou no dia 15 de novembro, já toda gravada. E o programa comandado por Tatá Werneck se mantém como um dos maiores acertos do Multishow. O prestígio da apresentadora é tanto que muitos entrevistados se convidam para a atração e fica visível como o nível dos convidados se eleva a cada ano. A primeira, a segunda, a terceira, a quarta e a quinta temporadas tiveram 25, 20, 25, 13 e 11 episódios, respectivamente. A atual tem 15 e já com previsão de reprise na Globo em 2022.

A escolha para o programa de estreia foi uma hilária conversa com Marcos Mion, recém-contratado da Globo. O novo apresentador do "Caldeirão" entrou em todas as brincadeiras da Tatá, que se deliciou com várias piadas em cima da Record, antigo local de trabalho do entrevistado. 

Todos os protocolos sanitários por conta da pandemia do novo coronavírus, vistos na temporada passada, foram mantidos. Nada de plateia ou contato físico da apresentadora com seus convidados. Tatá sempre teve muita interação com os entrevistados.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Dolores e Nélio viraram os mocinhos de "Nos Tempos do Imperador"

 A atual novela das seis vem passando por muitos problemas. A trama escrita por Alessandro Marson e Thereza Falcão, dirigida por Vinícius Coimbra, sofreu rejeição do público e a audiência não tem sido satisfatória. A ausência de bons casais protagonistas é um dos erros de "Nos Tempos do Imperador". Mas a trama vem acertando em cheio na construção de um par secundário que vem crescendo a cada semana: Dolores e Nélio. 

O casal interpretado por Daphne Bozaski e João Pedro Zappa vem sendo muito bem construído. É justamente por isso que há um encantamento em torno do nascimento da relação, algo que nunca aconteceu com Pilar (Gabriela Medvedovski) e Samuel (Michel Gomes), além de Pedro (Selton Mello) e Luísa (Mariana Ximenes), que se apaixonaram subitamente e logo ficaram juntos. Há um cuidado na construção do vínculo entre os perfis mais menosprezados da trama. 

Aliás, é a humilhação constante que ambos sofrem a principal responsável pela aproximação dos personagens, que também se assemelham na personalidade: tímidos, introspectivos e um pouco atrapalhados. Eles são até parecidos fisicamente. Um telespectador que não acompanha a história pode achar que são irmãos.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Tudo sobre a coletiva online da segunda temporada de "Aruanas" na Globoplay

 A Globo promoveu na terça-feira, dia 23, a coletiva online sobre a segunda temporada de "Aruanas", que estreou exclusivamente na Globoplay, serviço de streaming da emissora, nesta quinta-feira, dia 25 de novembro. A entrevista contou com a presença dos criadores Estela Renner e Marcos Nisti, do diretor artístico André Felipe Binder e das atrizes Débora Falabella, Taís Araújo, Thainá Duarte, Camila Pitanga e Leandra Leal. Fui um dos convidados e conto um pouco sobre o bate-papo. 

André Felipe Binder falou sofre a dificuldade das gravações diante do novo coronavírus: "A pandemia foi um grande desafio. Eram poucos os figurantes. E quase um baile de máscaras. A gente só via as pessoas com o rosto tampado. Foi o primeiro projeto que quando terminei pensei 'ufa'. Porque temia pela nossa segurança. Mas a Globo nos ajudou muito com o suporte. Além da dificuldade de trabalhar com poucos figurantes, a gente teve que gravar uma cena em um estádio. Foi uma experiência nova. Graças a Deus conseguimos organizar. Há duas cenas definitivas muito importantes nessa temporada. Uma é neste estádio e a outra é o gatilho para conhecer a cidade de Arapós. Não dirigi a primeira temporada, mas de casa me apaixonei pela história. Muito importante ter como pano de fundo a poluição industrial e como são as várias camadas por trás disso. Além de colocar o dedo na ferida, fala sobre o protagonismo feminino. Foi um enorme desafio. Um desafio gratificante", contou o diretor. 

O autor Marcos Nisti contou um pouco sobre o tema da nova fase: "A gente acertou muito na primeira temporada falando de Amazônia e o assunto estava muito em alta. Apesar da gente achar que não melhoramos nada das políticas públicas sobre esse tema, vimos que 87% da população brasileira está preocupada com a Amazônia. Que isso sirva de impulso no voto para mudar isso. Agora na COP 26 (Conferências das Ações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021) foi falado de combustível fóssil e é isso mesmo que abordaremos na segunda temporada, declarou o autor sobre a temática da nova fase.

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

"Quanto Mais Vida, Melhor!" estreia com ótima apresentação dos protagonistas, boas referências e toque lúdico

 O que você faria se ganhasse uma segunda chance? Consertaria o erros do passado? Ou viveria como se não houvesse amanhã? A premissa de "Quanto Mais Vida, Melhor!", novela do estreante Mauro Wilson e dirigida por Allan Fiterman, tem um toque lúdico e ousado para um folhetim. A estreia, nesta segunda-feira (22/11), mostrou que a aposta do autor foi um acerto em um capítulo que apresentou os quatro protagonistas de forma competente e ainda expôs uma sincronicidade entre dramaturgia e trilha sonora pouco vista. 

O autor conseguiu apresentar os quatro protagonistas de forma dinâmica, onde ficou perceptível a característica mais marcante de cada um. O que um jogador de futebol desacreditado, uma empresária fashionista, um médico cirurgião bem-sucedido e uma dançarina de pole dance encrenqueira podem ter em comum? A estreia mostrou: a oportunidade de recomeçar. É em uma encruzilhada que acontece o encontro de Neném (Vladimir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Guilherme (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage). Os quatro passam por uma sucessão de aborrecimentos antes de se encontrarem em um aeroporto. 

O cirurgião Guilherme tem uma briga feia com a esposa Rosa (Bárbara Colen) e o filho Antônio (Matheus Abreu); a empresária Paula se vê cada vez mais encurralada pela rival, a ambiciosa Carmem (Júlia Lemmertz); o jogador Neném encara um momento difícil em sua carreira e precisa ajudar sua família financeiramente; já a dançarina Flávia escapa da prisão após uma tentativa frustrada de furto.

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

"Quanto Mais Vida, Melhor!": o que esperar da nova novela das sete?"

 A próxima novela das sete será totalmente inédita. A trama marca a estreia de Mauro Wilson como autor solo e teria o título de "A Morte Pode Esperar". Porém, como veio a pandemia do novo coronavírus, a direção da Globo achou o nome equivocado para o terrível momento que o mundo vive. Então mudaram para "Quanto Mais Vida, Melhor!". A história estrearia após a segunda parte de "Salve-se Quem Puder", mas optaram pela segurança de adiantar as gravações. Ou seja, assim como "Um Lugar ao Sol", nova das nove, entrará no ar quase finalizada. 

Dirigido por Allan Fiterman, o folhetim tem uma premissa criativa e ousada. O que um jogador de futebol desacreditado, uma empresária fashionista, um médico cirurgião bem-sucedido e uma dançarina de pole dance encrenqueira podem ter em comum? Independentemente da classe social, da faixa etária, do gênero e da crença, ninguém passa batido pela ideia de que pode ter apenas mais um ano de vida. O abalo, em maior ou menor grau, coloca os quatro no mesmo barco e impõe a eles os mesmos sentimentos: o medo de se afastar de quem se ama e de partir sem ter vivido ou reencontrado seu grande amor. 

É em uma encruzilhada que acontece o encontro de Neném (Vladimir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Guilherme (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage), em "Quanto Mais Vida, Melhor!". Após um acidente aéreo, os quatro personagens veem a Morte (A Maia) de perto, e ela, em pessoa, lhes faz uma ressalva: um deles vai fazer sua passagem de forma definitiva em um ano.

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Mariana Santos roubou a cena em "Pega Pega"

 A reprise de "Pega Pega" não repetiu o sucesso de audiência da época em que foi exibida, em 2017. Aliás, o caso da novela da então estreando Cláudia Souto é atípico: teve excelentes índices, mas a repercussão foi baixa e não ficou marcada na memória do público. Todavia, a história teve alguns acertos e um deles foi a escalação de Mariana Santos. 

Era a estreia da atriz em novelas. Mariana ficou no humorístico "Zorra Total" entre 2006 e 2015, sendo que em 2012 migrou para o ótimo "Amor & Sexo", onde se destacou na bancada dos comentaristas, até o encerramento do programa comandado por Fernanda Lima, em 2018. Chegou a participar também do "Zorra" reformulado entre 2015 e 2017. Mas foi com a Maria Pia que despertou um olhar especial do público e da crítica para seu talento como atriz. 

A personagem começou inicialmente como uma típica vilã que queria separar os mocinhos. Todavia, os ditos 'mocinhos' fracassaram e viraram, na época, o maior equívoco da novela. Não demorou para o telespectador se mostrar bem mais interessado na trajetória da aparente antagonista.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Com a demissão de Camila Queiroz, como ficará o final de "Verdades Secretas 2" sem Angel?

 A Globo emitiu uma nota nesta quarta-feira (17/11) comunicando o desligamento de Camila Queiroz das gravações finais de "Verdades Secretas 2", primeira novela exclusiva da Globoplay, escrita por Walcyr Carrasco e dirigida por Amora Mautner, que vem alcançando uma grande audiência no serviço de streaming da emissora. A questão é que a demissão provoca um inevitável questionamento no grande público: como ficará o final da continuação de "Verdades Secretas" sem Angel? (o texto tem spoilers)


A nota da Globo assustou todos que trabalham com televisão porque nunca a emissora emitiu uma nota tão direta e sem qualquer cordialidade sobre o fim de um contrato: "A atriz Camila Queiroz não faz mais parte do elenco de "Verdades Secretas 2", novela em exibição na Globoplay. Impactado pelos rigorosos protocolos adotados durante a pandemia, o período de gravação da obra, previsto para terminar no último dia 10, teve que ser ampliado por sete dias. Para assinar a extensão de contrato necessária à gravação das cenas finais da novela, Camila Queiroz quis determinar o desfecho da personagem Angel e exigiu um compromisso formal de que faria parte de uma eventual terceira temporada da obra, além de outras demandas contratuais inaceitáveis". 

A nota ainda segue: "A Globo, então, decidiu concluir "Verdades Secretas 2" sem a participação da atriz. A novela seguirá sendo gravada e as cenas serão adaptadas para que seja mantida a essência da trama", finalizou a emissora. Já Camila Queiroz emitiu um breve comentário em seu Twitter: "Tentei ter razão, mas a saúde mental venceu. Depois volto aqui para conversar com vocês", declarou a intérprete. Mais tarde, emitiu uma nota onde não desmentiu que desgostou do final e ainda afirmou que a Globo quis puni-la pelo seu contrato anterior com a Netflix.

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Clássico mexicano amado pelos brasileiros, "A Usurpadora" estreia na Globoplay

Fruto da longeva parceria entre SBT e Televisa (principal cadeia mexicana de televisão), "A Usurpadora" foi exibida pela primeira vez no Brasil em 1999 e foi um fenômeno de audiência. A primeira reprise foi em 2000, menos de um ano depois da exibição original. O SBT passou a trama novamente em 2005, 2007, entre dezembro de 2012 e maio de 2013, e ainda em 2015. Seis exibições. Todas as vezes conquistando expressivos números no Ibope. Parecia, portanto, algo impossível ver a novela na Globo. Afinal, virou uma espécie de marca do canal de Silvio Santos. Mas a Globoplay adquiriu uma leva de folhetins mexicanos de sucesso, entre eles a trama protagonizada por Paulina e Paola Bracho, que entrou no serviço de streaming nesta segunda-feira. 


O enredo da gêmea rica e da gêmea pobre é um clássico da teledramaturgia e, ao menos neste caso, já ficou explícito que não se desgasta. Comparando a uma produção brasileira, pode-se constatar que a história mexicana fez o mesmo sucesso no SBT que as várias reprises do fenômeno "A Viagem" fizeram na Globo e no Canal Viva. Protagonizada por Gabriela Spanic, a história é sobre duas irmãs idênticas que têm suas vidas separadas assim que nascem. Mas, por ironia do destino, se cruzam anos depois e acabam trocando de papéis.

Paulina e Paola são gêmeas. A mãe das duas vive em uma situação de miséria e, em virtude disso, abandona uma delas, que é adotada por uma família rica. A que fica com ela precisa enfrentar várias dificuldades e se transforma em uma mulher tímida, íntegra e boa.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Tudo sobre a coletiva online de "Quanto Mais Vida, Melhor!", a nova novela das sete

 A Globo promoveu duas coletivas online de "Quanto Mais Vida, Melhor!", a nova novela das sete que estreia no dia 22 de novembro. Uma na quarta-feira (10/11) com o autor Mauro Wilson, o diretor artístico Allan Fiterman, e os atores Marcos Caruso, Elizabeth Savalla, Mariana Nunes, Evelyn de Castro, Alessandro Brandão, Pedroca Monteiro e Bárbara Colen. No dia seguinte, na quinta-feira (11/11), a coletiva contou com a presença dos protagonistas: Mateus Solano, Valentina Herszage, Vladimir Brichta e Giovanna Antonelli, além do autor e o diretor novamente. Fui um dos convidados e conto um pouco sobre o bate-papo. 

Allan falou sobre a temática da novela, que muitos consideram pesada. "O primeiro nome da trama era "A Morte pode Esperar". Tinha até uma dose de ironia. Mas com a pandemia vimos que esse título não tinha mais sentido. Então optamos por esse da vida. E será tudo tratado de forma leve. O elenco também tem muita gente nova que trará um frescor para o horário. É uma novela muito musical. Uma vez por semana vocês vão ver uma música com a performance de um dos protagonistas cantando. E tem músicas inéditas compostas para a novela. Olha o spoiler", deixou escapar o diretor. Pedroca Monteiro contou sobre a identificação com seu personagem: "Não me identifico muito com o Prado. Ele é um brother hétero com uma autoestima inabalável e uma ética duvidosa. É um mulherengo que se acha muito inteligente, mas é completamente equivocado. Só que no meio do caminho ele encontra a Jandira (Micheli Machado) e cria uma paixão. Isso muda ele. Talvez neste momento eu me identifique mais com ele. Mas no todo sou bem menos hétero que ele e tenho uma autoestima bem menos elevada", debochou o ator provocando risos nos colegas. 

Bárbara Colen falou de sua personagem: "A Rose é uma mulher que tem muito tempo que abandonou a profissão. Ex-modelo profissional. Interrompe a carreira a pedido do marido, Guilherme (Mateus Solano), um respeitado médico. E resolve se dedicar a alguma coisa, ser útil. E quando ela entra em contato com o projeto da Joana fica muito encantada".

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

"Um Lugar ao Sol" vem apresentando um início ágil e promissor

 "O que todo mundo quer na vida é uma oportunidade. Uma chance. Mas e se para ter um lugar ao sol você tivesse que encarar suas sombras? Você deixaria de ser quem é para chegar aonde quer?" A mensagem do teaser de "Um Lugar ao Sol", nova novela das nove da Globo, que estreou nesta segunda-feira (08/11), totalmente inédita e já toda gravada, provoca curiosidade sobre mais uma história da talentosa Lícia Manzo, autora que fez sucesso em "A Vida da Gente" (2011) e "Sete Vidas" (2015), ambas na faixa das seis, e agora estreia no horário nobre da emissora apostando no dramalhão clássico. 


A escritora não costuma utilizar maniqueísmo em suas obras. Ninguém é muito bom ou muito mau. Todos têm suas complexidades e controvérsias de qualquer ser humano. Portanto, a trama que norteia a produção foge do clichê, ainda que se utilize dele. Meio confuso? Nem tanto. Lícia conta o folhetim clássico do gêmeo que ocupa o lugar do outro. Mas do jeito dela. E um jeito que o público já aprendeu a admirar. Tanto que os primeiros capítulos da nova novela das nove vêm causando a melhor das impressões. 

A estreia já conseguiu arrebatar pela forma como tudo foi apresentado ao público. Em uma hora e meia de capítulo, praticamente uma duração de filme, Lícia mostrou o nascimento dos gêmeos, algumas passagens de tempo muito bem colocadas pela direção de Maurício Farias, e como cada irmão se adaptou à nova vida.

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

"Um Lugar ao Sol": o que esperar da nova novela das nove?

A nova trama das 21h da Globo estreia hoje, dia 8 de novembro, e marca a chegada de Lícia Manzo no horário mais nobre da emissora. A autora é a responsável por dois primorosos folhetins das 18h: "A Vida da Gente", de 2011(reprisada recentemente), e "Sete Vidas", de 2015. Duas histórias que primaram pela sensibilidade e resultaram em uma sucessão de elogios do público e da crítica. Há uma expectativa muito grande para "Um Lugar ao Sol", pois a força dramática das histórias da escritora sempre foram perfeitas para a principal faixa de novelas do canal. 

 Mas a verdade é que Lícia Manzo enfrentou uma verdadeira saga até estrear sua primeira novela no horário nobre. Após o êxito de "Sete Vidas", a autora foi escalada para escrever uma novela das 23h, prevista para 2016. A sinopse foi criada e o título era "Jogo da Memória". A trama abordaria uma relação incestuosa entre uma irmã e seu irmão por parte de pai em três épocas distintas. Mas a Globo achou o investimento caro para uma trama que teria três fases. O projeto acabou cancelado, mas Lícia escreveu a história inteira, que segue engavetado. Pediram, então, para a escritora fazer uma novela sem horário definido. Pedido aceito. 

A princípio, a Globo decidiu destinar a nova trama de Lícia para as 18h. Porém, outra vez criaram empecilhos e uma nova ordem veio: adaptar o enredo para a faixa das 21h. Quando tudo parecia certo, a direção não achou que a história não tinha a força necessária e uma nova adaptação foi feita, segundo várias notas de colunistas.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Reprise comprovou que "Império" foi uma novela regular e sustentada apenas pelo núcleo central

"Império" teve 203 capítulos em sua exibição original, entre julho de 2014 e março de 2015. A reprise da saga do comendador José Alfredo de Medeiros (Alexandre Nero), que chega ao fim nesta sexta-feira (05/11), foi exibida quase na íntegra. Na época, a trama de Aguinaldo Silva fez sucesso: elevou em três pontos a média geral, derrubado por "Em Família", fracasso anterior, escrito por Manoel Carlos. No entanto, a reexibição não repetiu o feito: a média foi bem menor que as reprises de "Fina Estampa" e "A Força do Querer". 


Apesar do êxito nos números do Ibope em 2014, a trama pode ser classificada apenas como regular. Não foi uma obra péssima e conseguiu ser bem melhor do que dois folhetins relativamente recentes do autor ---- a já citada e problemática "Fina Estampa" e o fiasco "O Sétimo Guardião". Entretanto, esteve longe de ser uma novela ótima. A história teve muitos equívocos, mas o núcleo central sustentou bem "Império", sendo o seu maior acerto. A família Medeiros teve dois perfis de destaque muito complexos (Zé Alfredo e Maria Marta) e os embates pelo comando da empresa de joias sempre eram atrativos.

O autor foi muito corajoso ao colocar um homem repleto de desvios de conduta e extremamente arrogante como protagonista, e ainda escolher Alexandre Nero para interpretá-lo. Toda a coragem valeu a pena, afinal, o comendador (um típico anti-herói) caiu nas graças do público, fez sucesso e o ator deu um verdadeiro show na pele do personagem que até hoje é o melhor de sua carreira.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Ótimo em "Império", Alexandre Nero também vem brilhando em "Nos Tempos do Imperador"

 A estreia de Alexandre Nero na televisão foi tardia. Com 38 anos, em 2008, o ator caiu nas graças do público logo em sua primeira novela. Na pele do humilde verdureiro Vanderlei, Alexandre se destacou vivendo um dos personagens de menor importância de "A Favorita", primeira novela de João Emanuel Carneiro no horário nobre. Pois seis anos se passaram e o ator ganhou sua melhor oportunidade como o protagonista de "Império", em 2014, na trama de Aguinaldo Silva, cuja reprise se encerra nesta semana. Ao mesmo tempo, o intérprete vem brilhando em "Nos Tempos do Imperador", a primeira novela das 18h inédita em tempos de pandemia. 


José Alfredo foi um personagem bem complexo e engrandecedor para qualquer ator. O protagonista da trama mesclava momentos de vilania com atos enobrecedores. Era machista, frio, amoroso, cruel, heroi, vilão, sonegador, honesto, canalha, sincero, enfim, uma contradição ambulante. Uma escolha ousada do autor que deu certo, já que nem todo personagem central com tais características funciona. O carisma do intérprete ajudou bastante na aceitação popular. 

A complexidade dos sentimentos do comendador ao longo do enredo proporcionou para Alexandre Nero cenas ótimas, que evidenciaram o acerto de sua escalação. O ator esteve impecável na pele do bem construído e machista personagem, que tinha uma amante muito mais jovem, era pai de quatro filhos e casado com uma mulher que só pensava em poder. Aguinaldo escreveu José Alfredo especialmente para o ator e acertou em cheio.

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Tudo sobre a coletiva online de "Um Lugar ao Sol", a nova novela das nove

 A Globo promoveu duas coletivas online de "Um Lugar ao Sol", nova novela das nove que estreia no dia 8 de novembro. A primeira, realizada nesta quinta-feira (28/10), contou com a autora Lícia Manzo, o diretor artístico Mauricio Farias, e os protagonistas Cauã Reymond, Alinne Moraes e Andreia Horta. Já a segunda foi feita nesta sexta-feira (29/10) e teve Marieta Severo, Ana Beatriz Nogueira, Andrea Beltrão, Gabriel Leone, Denise Fraga, Pathy Desejus, Mariana Lima, Marco Ricca, além de Mauricio e Lícia. Participei das duas entrevistas e conto um pouco como foi. 

Perguntada se teria mais liberdade para abordar novos assuntos no horário nobre, Lícia Manzo declarou: "Na TV Globo nunca me senti coibida a falar de qualquer tema. Na minha última novela tive uma avó gay. Nunca tive rejeição. Se você coloca o público sob uma perspectiva humana, ele vai se abrir. Se você não rotular o outro. Nunca deixei de tratar de nenhum assunto que eu queria em outro horário". Maurício Farias complementou: "Existe na tevê uma preocupação que você possa falar para todo mundo. O que a Lícia está falando foi o caminho que encontrei para falar de determinados assuntos. É realmente uma chave muito poderosa quando você coloca isso de forma mais carinhosa, com empatia sobre o assunto. Sempre que eu consegui atingir essa chave, a gente conseguiu fazer coisas onde a repercussão foi muito positiva. Cláudio Paiva (roteirista) fez comigo um episódio de 'A Grande Família' só sobre maconha. Em 'Tapas & Beijos' tinha um personagem casado com outro que era trans, por exemplo. Nunca tive nada que me impediu de fazer algo. Essa é uma das muitas qualidades que a Globo tem".

Perguntado sobre a preparação para viver gêmeos, Cauã Reymond respondeu: "Já tinha feito 'Dois Irmãos' (minissérie de 2017) e tive a sorte de fazer irmãos gêmeos. Isso é raro. Ainda mais interpretar gêmeos duas vezes. Fico intimidado em ver a Lícia agora porque o texto dela é muito bom. O texto dela era muito sólido sobre os irmãos. A gente gravou tudo com muito cuidado. A gente teve um cuidado com a novela quase como se fosse uma série.

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

"As Five" entra na grade da Globo em péssimo horário e com censura

 A Globoplay estreou "As Five", série oriunda de "Malhação - Viva a Diferença" (2017/2018), ano passado, no dia 12 de novembro. A estratégia, na época, foi exibir um episódio por semana, atraindo mais engajamento e audiência em uma determinada hora. Funcionou. Tanto que um esquema parecido vem sendo feito com "Verdades Secretas 2", que tem dez capítulos disponibilizados na plataforma a cada 15 dias. Agora a emissora resolveu lançar a produção em sua grade duas vezes por semana: toda terça e quinta, após a reprise de "Verdades Secretas". 

Todavia, não precisa ser um especialista em televisão para constatar que o horário escolhido foi o pior possível. A trama está indo ao ar depois da meia noite, após a nova temporada do "The Voice Brasil" e a já citada reexibição de "Verdades Secretas". Parece até que a Globo está querendo esconder o produto. Aliás, vem sendo de difícil entendimento as novas estratégias da líder. A nova novela das 21h, escrita por Lícia Manzo, que irá ao ar toda gravada e será a primeira trama totalmente inédita da faixa durante a pandemia do novo coronavírus, teve uma péssima campanha de divulgação. Somente nas últimas semanas houve uma maior atenção. Mas pareciam mais preocupados em falar do remake de "Pantanal", que só estreia em 2022. 

Agora a empresa resolveu colocar "As Five", um produto inédito na grade aberta, em um horário complicado para todos que trabalham no dia seguinte. Tudo bem que a história é mais "pesada" que a vista em "Malhação" e não poderia ser colocada no ar muito cedo. Mas não seria melhor esperar o fim da reprise de "Verdades Secretas"?

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Gilberto Braga era o mestre das vilãs

 Em um ano de grandes perdas, mais uma partida provoca um baque no público: Gilberto Braga. O grande autor faleceu na noite desta terça-feira, aos 75 anos. O carioca estava internado no Copa Star, no Rio de Janeiro, e passou a enfrentar, nos últimos dias, uma infecção sistêmica a partir de uma perfuração no esôfago. Acabou não resistindo. Ele faria aniversário no dia 1º de novembro e era casado com o decorador Edgar Moura Brasil. 


Gilberto foi o primeiro autor brasileiro formado exclusivamente para a televisão. Nunca escreveu nada para o teatro e nunca trabalhou em outra emissora além da Globo. Cursou a faculdade de Letras da PUC- Rio, depois foi professor de francês na Aliança Francesa e em seguida ingressou no jornal O Globo como crítico de teatro e cinema. Estreou como autor televisivo em 1973, quando assinou dois casos especiais: "As Praias Desertas" e "Feliz na Ilusão". Em 1974, assinou em parceria com Janete Clair e Lauro César Muniz a novela "Corrida do Ouro". Acabou não aguentando o ritmo da televisão e pediu afastamento. Mas seu amor pela escrita o fez voltar rapidamente e voltou a trabalhar com Laura colaborando em "Escalada", de 1975. 

Durante a década de 70, foi o responsável por elogiadas adaptações literárias, como "Helena", de Machado de Assis, "Senhora", de José de Alencar", e a novela que firmaria o início de sua carreira vitoriosa: "Escrava Isaura" (1976), baseada no romance homônimo de Bernardo Guimarães, que virou uma das produções mais vendidas para o exterior.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

"Desalma" é uma produção caprichada, mas peca no ritmo

 A série "Desalma" estreou na Globoplay em outubro de 2020. Foi um dos lançamentos mais divulgados do serviço de streaming da Globo. Escrita por Ana Paula Maia --- premiada escritora de livros e vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura ---, a produção é dirigida por Carlos Manga Jr. e protagonizada por Cláudia Abreu, Cássia Kiss e Maria Ribeiro. Um ano depois, a emissora resolveu exibir a trama na faixa do "Corujão", a partir desta segunda, em episódios duplos, quase sempre perto das três da madrugada, para 'homenagear' a semana do Dia das Bruxas. 

Em "Desalma", os moradores de Brígida, fictícia cidade do interior do Sul do país, pagam pelas escolhas feitas no passado e são atormentados por eventos sobrenaturais. Cássia é a feiticeira Haia; Cláudia a instável Ignes e Maria a cética Giovana. Na história que tem como pano de fundo a mitologia eslava, a floresta de árvores altas e as enormes cachoeiras têm protagonismo. Fenômenos sobrenaturais assombram a população ao longo de décadas, enquanto rituais de bruxaria prometem trazer de volta ao mundo dos vivos almas de pessoas que já se foram. 

Nos anos 80, a população de Brígida se reúne para comemorar a Ivana Kupala, considerada a noite mais escura do ano. Mas a jovem Halyna (Anna Melo), filha da feiticeira Haia (Cassia Kis), some em meio à floresta e seu corpo aparecer dias depois. Com a cidade traumatizadapela tragédia, a celebração é banida do calendário festivo do município.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Apesar da temporada irregular, "Sob Pressão" fecha mais um ciclo com emoção e esperançosas cenas

 A quarta temporada de "Sob Pressão", co-produção da Globo com a Conspiração, chegou ao fim nesta quinta-feira (21/10) com apenas 11 episódios. Claro que ficou um gostinho de quero mais; afinal, a série, escrita por Lucas Paraizo e dirigida por Andrucha Waddington, manteve todas as qualidades já conhecidas desde seu lançamento, em 2017. A boa mescla de ficção com realidade mais uma vez se mostrou um dos maiores trunfos da produção, que optou pela não abordagem da covid-19, após os dois impactantes especiais produzidos ano passado. 

A estratégia de deixar a pandemia apenas como pano de fundo, através de personagens com máscaras ---- que retiravam em alguns momentos para a focalização da expressão dos atores em cena ---- se mostrou acertada. Havia um medo de deixar a série repetitiva e o risco era real. Sem a necessidade da abordagem da covid, o autor teve a possibilidade de explorar casos reais de grande repercussão em episódios de grande carga dramática, como o incêndio no fictício hospital Edith de Magalhães ---- nomeado para homenagear a enfermeira Edith de Magalhães Fraenkel, pioneira da saúde e enfermagem, que ajudou a combater a gripe espanhola no Brasil. 

Aliás, o episódio do incêndio foi o melhor da quarta temporada. O trabalho irretocável da direção ficou exposto em cada detalhe e a quantidade de cenas, incluindo planos-sequência de maior dificuldade, impressionou. Afinal, as gravações foram feitas em plena pandemia do novo coronavírus e na época em que as vacinas ainda não estavam com grande disponibilidade.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Efetivação de Marcos Mion aos sábados era uma obrigação da Globo

 A estreia de Marcos Mion no comando do "Caldeirão" fez um grande barulho nas redes sociais. O público aprovou na hora o desempenho do apresentador no programa que era de Luciano Huck. A audiência também foi ótima e a crítica especializada só teceu elogios. Mas a verdade é que não houve uma surpresa. Todos já sabiam que as tardes de sábado eram a cara do Mion. Por isso o aviso da emissora sobre o término da atração, em dezembro deste ano, através de um comunicado oficial, soava sem sentido.

 

Afinal, qual a lógica da Globo contratar o apresentador apenas para uma substituição de quatro meses? Isso porque já tinha sido anunciado que Mion, após o fim do "Caldeirão", ganharia um reality no Multishow em 2022. A empresa, então, só o tinha contratado para o canal pago? Não fazia sentido. O anúncio parecia apenas uma espécie de blefe caso a estreia de Mion fracassasse. Afinal, se a audiência do programa caísse e o público rejeitasse, a desculpa para a retirada da grade não precisaria ser dada. Com a confirmação de Tadeu Schmidt no comando do "BBB 22", o futuro de Mion ficou ainda mais incerto. 

Nesta quarta-feira, todavia, todas as peças do quebra-cabeças finalmente se encaixaram. A Globo anunciou oficialmente a permanência de Marcos Mion no comando do "Caldeirão" em 2022. Por mais que neguem, esse já era o plano desde o início e aguardavam apenas a boa aceitação do telespectador. A continuação do programa aos sábados solidificará a carreira do apresentador na emissora, que tem tudo para ficar na grade vespertina semanal por longos anos.

terça-feira, 19 de outubro de 2021

"The Masked Singer Brasil" foi uma das melhores novidades da Globo

 A Globo estreou no dia 10 de agosto um formato inédito no Brasil.: uma disputa entre pessoas famosas mascaradas. Mas o objetivo não era analisar quem cantava melhor, como já acontece em tantos outros programas; mas, sim, adivinhar a identidade dos participantes. As chamadas da até então nova atração não empolgavam e até provocavam uma má impressão do que estaria por vir. Mas não é que o "The Masked Singer Brasil" se mostrou uma agradável surpresa? 

O programa estreou cercado de desconfianças, a começar pelo título de difícil 'entendimento' para o público que não domina bem o inglês. E o formato tinha boas chances de cair no ridículo. É verdade que o 'talent show' ---- baseado no formato original sul-coreano "King of Mask Singer" ---- faz sucesso mundo afora, mas nem sempre o que funciona no exterior dá certo no Brasil. Só que a emissora, em parceria com Ivete Sangalo, realmente fez uma ótima aquisição: deu e muito. 

Comandado por Ivete e tendo Rodrigo Lombardi, Taís Araújo, Simone e Eduardo Sterblitch no júri, a atração --- uma coprodução da Globo com a Endemol Shine Brasil --- foi um sucesso de audiência e turbinou os índices da Globo às terças-feiras.

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

"Orgulho Além da Tela", nova série documental da Globoplay, vale a pena ser conferida

 A Globoplay estreou nesta segunda-feira, dia 11, "Orgulho Além da Tela". Uma série documental que faz um retrospecto, ao longo de três episódios, da trajetória das novelas da Globo em torno da abordagem do universo LGBTQIA+, desde os anos 70 até os dias atuais, acompanhando a evolução da pauta da sociedade e na forma como é abordada na ficção. Como as tramas e os personagens foram importantes para a pavimentação do caminho para um presente de maior inclusão e representatividade. 


A série começa com o primeiro personagem gay na teledramaturgia, feito por Ary Fontoura em 1970, e a partir daí vai destacando outros que fizeram essa história da temática LGBTQIA+ avançar. Dirigida por Antonia Prado, tendo como redator Lalo Homrich ---- que concebeu o projeto a partir de sua tese de doutorado sobre o tema ----, a produção conta com 50 pessoas entrevistadas entre elenco da Globo e personagens da vida real que falam sobre a construção desses perfis ficcionais e o reflexo deles na sociedade. 

Os três episódios não só percorrem a trajetória dos personagens LGBTQIA+ ao longo das cinco décadas subsequentes, mas também resgatam importantes marcos da história do país que contribuíram ora para uma maior aceitação das tramas, ora para rejeição das novelas pelo público.