sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Trama de Luna é a melhor estruturada de "Salve-se Quem Puder"

A nova novela das sete da Globo está há pouco mais de um mês no ar e já ficou claro que se trata de um besteirol. É uma história bobinha, onde o humor farsesco se faz presente em vários momentos. O objetivo é conquistar o público infantil e há uma parcela da audiência que não tem paciência para esse tipo de linguagem. No entanto, "Salve-se Quem Puder", até o momento, vem se mostrando agradável e despretensiosa. É gostoso assistir. E a trama melhor estruturada é a de Luna (Juliana Paiva), uma das três protagonistas.


A menina é fisioterapeuta recém-formada. Mexicana, é filha de brasileiros e voltou ao Brasil após ter testemunhado um assassinato com outras duas mulheres até então desconhecidas. Luna, Alexia (Deborah Secco) e Kyra (Vitória Strada) viram um juiz ser morto no México e o trio entrou para o serviço de proteção à testemunha. Enquanto o enredo das outras duas ainda caminha com algumas deficiências, o da personagem vivida por Juliana Paiva já desperta atenção, tanto pelo mistério envolvendo seu passado quanto pelo futuro possível romance que viverá.

O enigma envolvendo o abandono da mãe de Luna é bem interessante e desperta teorias. Helena (Flávia Alessandra) nunca superou o trauma da "perda da filha" e não esconde o pavor que sente quando escuta qualquer assunto referente ao México.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Milton Cunha segue como principal trunfo da cobertura do Carnaval na Globo

Ele é carnavalesco, cenógrafo e virou o principal comentarista de Carnaval da Globo. Milton Cunha comenta os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro na emissora desde 2013, quando foi contratado para a função. Ele chegou a integrar o juri do "Got Talent Brasil", fracassado formato da Record, em 2013, mas logo retornou para a líder, de onde não saiu mais. Em todo ano ele se sobressai nesta época e em 2020 não foi diferente.


Sempre com comentários bem embasados e muitas vezes divertidos, Milton virou uma referência de boas informações durante a transmissão dos desfiles. Não por acaso é a todo instante interpelado por Fátima Bernardes e Alex Escobar para tecer alguma opinião a respeito dos temas, alegorias e desempenhos das escolas. A liberdade é tanta, inclusive, que não é raro comentar mesmo sem ser 'convocado' pelos apresentadores. Pretinho da Serrinha, por exemplo, só fala quando chamado e acaba ofuscado.

Seu desempenho na hora da Apuração das Notas também merece menção, pois, mesmo falando bem menos, consegue informar e ainda profere algumas pérolas impagáveis, como "Tragam meus sais!", quando a disputa fica acirrada.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Nicolas Prattes vive grande momento em "Éramos Seis"

Há uma parcela do público que sempre reclama de "Malhação". Acham que o seriado adolescente da Globo, lançado em 1995, já deu o que tinha que dar. Mas é incontestável a importância do produto. É verdade que há temporadas péssimas ou que se perdem pelo caminho, como é o caso da atual "Toda Forma de Amar"; entretanto, são muitas tramas que caem no gosto do público e fazem sucesso. E ainda é uma produção que revela muitos talentos. Um deles é Nicolas Prattes, que vem brilhando como Alfredo em "Éramos Seis".


O ator foi revelado em "Malhação - Seu Lugar no Mundo", onde viveu o protagonista Rodrigo e fez um bonito par com Marina Moschen, intérprete da mocinha Luciana na trama de 2015. Repetiu o par com a colega em "Rock Story" (2016), sua primeira novela, quando interpretou o músico Zac. Se saiu muito bem e cresceu ao longo do folhetim. O resultado do elogiado desempenho rendeu o mocinho de "O Tempo Não Para", produção das 19h, exibida em 2018. Mais uma vez se destacou. O íntegro Samuca foi defendido com competência.

Agora, no quinto remake do romance de Maria José Dupré, o intérprete vive seu melhor momento na até então curta carreira. Escalado inicialmente para viver o correto Carlos, filho mais velho e amado de Dona Lola (Glória Pires), o ator se identificou mais com o controverso Alfredo e acabou ficando com o papel.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Sucesso da reprise de "Avenida Brasil" não é uma surpresa

O sucesso da reprise de "Por Amor" no "Vale a Pena Ver de Novo" deixou a Globo repleta de dúvidas. Os elevados números alcançados pela trama clássica de Manoel Carlos precisavam ser mantidos, mas a escolha da substituta acabou virando uma novela. Chegaram a bater o martelo sobre "Eta Mundo Bom!", fenômeno de Walcyr Carrasco, e até chamadas gravaram com Sérgio Guizé, que viveu Candinho. Mas parte da cúpula da empresa voltou atrás e selecionou "Avenida Brasil", um dos maiores fenômenos de todos os tempos. Era a aposta no garantido. E deu certo.


A reprise estreou em outubro e desde então repete o sucesso da produção anterior e ainda conseguiu elevar mais a audiência. A média é de 17 pontos até então, chegando a picos de 23 em alguns capítulos mais bombásticos, como a recente virada no centésimo capítulo, quando Carminha (Adriana Esteves) descobriu que Nina (Débora Falabella) era Rita (Mel Maia) ou no momento da antológica frase "Me serve, vadia". João Emanuel Carneiro esteve no auge da inspiração em 2012 e sua história parou o Brasil, literalmente. As ruas ficaram vazias no dia do grande final. A produção representou uma quase raridade na teledramaturgia: aquele período onde tudo funciona.

"Avenida Brasil" foi a novela certa para o momento certo. Era o auge da ascensão da classe C e o excelente momento econômico do país era bem representado pela família de Tufão (Murilo Benício): várias pessoas humildes que ficaram com uma ótima condição financeira e mantiveram a essência da gritaria, da falta de bons modos, da espontaneidade, da alegria de viver, enfim.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

"BBB 20": babaquice é entretenimento?

A vigésima edição do "Big Brother Brasil" parece realmente ter caído nas graças do público. Embora a audiência não esteja extraordinária, há uma elevação visível em relação ao ano anterior (a pior da história do reality) e a repercussão é alta, tanto nas redes sociais quanto no boca a boca. Porém, algo tem chamado a atenção em alguns debates sobre a atração: a defesa da permanência de pessoas deprimentes em prol do entretenimento.


Logo na primeira semana ficou visível que o elenco masculino tinha sido muito mal escalado em se tratando de integridade ou inteligência. Quase todos os homens se mostraram machistas, ignorantes, sexistas e alguns praticaram assédio (Pétrix, Pyong e Felipe). Claro que a consequência foi uma maior quantidade de embates com as mulheres e uma natural movimentação do jogo através de ótimos conflitos e rivalidades declaradas. Por isso mesmo, uma parcela do público era contra a eliminação precoce dessas pessoas.

Porém, algumas atitudes de vários participantes vão além do mero jogo. São comentários asquerosos e atitudes repugnantes que jamais seriam toleradas na 'vida real'. Hadson foi um  dos mentores do plano de seduzirem as mulheres compromissadas da casa para a imagem delas ser destruída perante o público.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Não se preocupe, você não é ignorante por não gostar de "Amor de Mãe"

A crítica especializada colocou "Amor de Mãe" em um pedestal. É uma obra prima da teledramaturgia, uma novela revolucionária e sem qualquer defeito. Não há problemas no desenvolvimento, clichês inexistem, todos os personagens são ótimos, o elenco inteiro é valorizado, enfim. Também ficou comum a narrativa para justificar a audiência aquém do esperado: o grande público não sabe apreciar uma novela que faz pensar e foge dos enredos escapistas. Ou seja, em outras palavras, classifica o telespectador como burro. Mas não se preocupe, caro leitor, não é bem assim que a 'banda toca'.


A história de Manuela Dias, que estreia como novelista em pleno horário nobre da Globo, tem qualidades? Com toda certeza. O folhetim teve um início maravilhoso e mereceu a avalanche de elogios. A trama de Lurdes (Regina Casé em estado de graça) é a melhor com larga vantagem e move o roteiro. A complexidade de Vitória (Taís Araújo) também atrai, assim como a redenção de Sandro (Humberto Carrão) e a trajetória linda de Camila (Jéssica Ellen) ---- incluindo seu romance com Danilo (Chay Suede). É um folhetim bem produzido e com boas atuações. Todavia, o conjunto está longe de ser excelente e há muitos problemas visíveis.

José Luiz Villamarim é um dos melhores diretores da Globo, mas trata "Amor de Mãe" como uma série das 23h e não uma novela. É preciso inovar e sair do mais do mesmo? Sem dúvida. Todavia, o filtro escuro e amarelado promove um certo desgaste em quem está assistindo. Há uma sensação de poluição visual. E sua ousadia de exibir vários atores que fazem pequenas participações de costas ou mostrando raramente o rosto incomodou.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Simone Spoladore é um dos destaques de "Éramos Seis"

Há papéis que naturalmente favorecem o ator. Uma heroína destemida, um vilão ou vilã com frases de efeito e uma certa caricatura, enfim, não falta exemplo. Porém, também existe aquele personagem que tem tudo para destruir um ator: a mocinha idiota, o vilão insosso, o coadjuvante apagado, entre outros. Por isso é preciso enaltecer o brilhante trabalho de Simone Spoladore em "Éramos Seis", remake produzido pela Globo na faixa das 18h, na pele de um perfil que é uma armadilha para qualquer intérprete.


Clotilde reúne todas as características que costumam irritar o público e causar uma grande rejeição: é passiva, chorona, submissa, deslocada, religiosa, triste, conformada e sem qualquer leveza. Não é exagero constatar que provoca até uma certa depressão em quem assiste. Ou seja, na pele de uma atriz inexperiente ou fraca seria um verdadeiro fiasco. Seria impossível comover ou despertar qualquer empatia no telespectador. Mas a escalação da autora Angela Chaves e do diretor Carlos Araújo se mostrou certeira.

É impressionante como Simone está irretocável no papel. A expressão de tristeza profunda da atriz é precisa e desperta pena. O olhar cabisbaixo, os ombros curvados, a fala suave, quase se desculpando por existir, são outros elementos que viraram a marca da irmã de Lola (Gloria Pires). A personagem sempre se viu deslocada no mundo.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

"Fora de Hora" não é ruim, mas para ficar bom ainda falta bastante

Após seis temporadas bem-sucedidas do "Tá no Ar: a TV na TV", Marcius Melhem e Marcelo Adnet resolveram encerrar o  melhor humorístico do país (sem exagero) no auge. Tudo para evitar um natural desgaste. Com a missão de substituir esse sucesso, praticamente a mesma equipe responsável lançou o "Fora de Hora" e a estreia foi no dia 21 de janeiro, logo depois do "BBB 20". A mesma faixa da atração anterior. Porém, o novo programa não agradou muito.


O humorístico em formato de telejornal, com a supervisão de Marcius e Daniela Ocampo, é uma clara inspiração do impagável "Furo MTV", um dos melhores produtos da extinta emissora da época, comandado por Dani Calabresa e Bento Ribeiro. A nova versão é apresentada por Paulo Vieira e Renata Gaspar, que interpretam dois âncoras irônicos sem papas na língua. Um terço do programa é gravado sem grande antecedência para a exploração das notícias mais frescas, facilitando as piadas.

Caito Mainer, Luciana Paes, Welder Rodrigues, Gustavo Miranda, Júlia Rabello, Késia Estácio, Luana Martau, Luis Lobianco, Marcelo Adnet, Marcio Vito, Pedroca Monteiro e Verônica Debom compõem o restante do elenco e todos representam repórteres do jornal ou fazem participações como entrevistados ou especialistas.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Gloria Pires tinha que ser a quinta Lola de "Éramos Seis"

"Éramos Seis" é um sucesso atemporal. O fato do romance de Maria José Dupré, lançado em 1943, estar em sua quinta adaptação e seguir arrebatando o público é a prova. Gessy Fonseca foi a primeira Dona Lola, na trama da Record em 1958. Cleyde Yáconis viveu a matriarca no remake da Tv Tupi em 1967 e Nicette Bruno na mesma emissora em 1977. Já Irene Ravache é a atriz mais lembrada na pele da personagem em virtude do sucesso do remake do SBT, exibido em 1994. Agora chegou a vez de Glória Pires dar vida ao papel.


A atriz vive um de seus melhores momentos na carreira na versão produzida pela Globo. A sua Lola é ao mesmo tempo semelhante e totalmente diferente das anteriores. Gloria conseguiu manter a essência da marcante personagem, mas aproveitou as suaves mudanças no texto escrito por Angela Chaves para dar uma nova identidade a essa forte e sofrida mulher. A passividade não é tão preponderante agora e o flerte com Afonso (Cássio Gabus Mendes) permitiu um toque de 'conto de fadas' jamais vista nas outras versões.

Embora sejam bem maduros, os personagens parecem viver aquela descoberta do primeiro amor tão comum em livros da Disney. Lola entrou em um inferno astral após a morte do marido Júlio (Antônio Calloni), mas viu um sopro de esperança em sua vida quando começou a perceber o que sentia pelo dono da venda que tanto a ajudava ao longo dos anos. Gloria e Cássio são parceiros de longa data e novamente esbanjam sintonia em cena.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Morte de Carlos promove aguardada virada e comove em "Éramos Seis"

"Éramos Seis" é a melhor novela no ar atualmente. O quinto remake do romance de Maria José Dupré vem proporcionando uma avalanche de emoções no público, honrando esse drama tão triste e envolvente que marcou tantas gerações. Angela Chaves fez algumas mudanças bem evidentes na história, mas a essência segue a mesma e bem ligada ao enredo exibido pelo SBT em 1994. E uma das viradas mais aguardadas era a morte de Carlos (Danilo Mesquita), exibida nesta sexta-feira (07/02) em um capítulo dilacerante.


O filho mais velho e querido de Dona Lola (Glória Pires) tem uma morte mais dolorosa no livro da escritora. Infeliz em seu trabalho e vivendo uma vida que jamais desejou, o rapaz acaba desenvolvendo a mesma úlcera que vitimou seu pai, Júlio (Antônio Calloni). Mas Silvio de Abreu e o saudoso Rubens Edwald Filho criaram uma morte bem mais impactante no remake do SBT e colocaram o jovem para morrer durante o primeiro grande movimento que culminou da Revolução Constitucionalista de 1932. Um final heroico e forte.

Angela quis manter a ótima ideia dos autores e valeu a pena. Toda a sequência da manifestação dos paulistas contra a ditadura do governo de Getúlio Vargas arrepiou e a direção precisa de Carlos Araújo mais uma vez sobressaiu. O trabalho do diretor está impecável na novela.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

"BBB 20" surpreende com início agitado e promissor

Boninho corria um grande risco quando prometeu uma edição histórica para comemorar vinte edições do "Big Brother Brasil", ainda mais depois do fiasco do "BBB 19", o pior da história do reality. Após um início de altos (elenco feminino excelente) e baixos (time masculino deplorável), é possível afirmar que a atual temporada já conquistou o público e tem proporcionado várias movimentações que despertam o interesse do telespectador.


Primeiramente, importante ressaltar, é necessário mencionar os erros que se repetem, como a apresentação parcial de Tiago Leifert e as tentativas da produção para camuflar situações polêmicas, como o caso do assédio envolvendo Petrix e o empurrão que o mesmo participante deu em Pyong na hora que o Big Fone tocou. Noves fora, é incontestável que a vigésima temporada tem provocado uma grande repercussão nas redes sociais e a narrativa conquista porque reúne tudo o que o brasileiro mais gosta: "mocinhas", "vilões" e embates como uma boa novela.

O fato do time masculino ter sido o pior já escalado na história do "BBB" beneficiou as meninas, que se destacaram ainda mais nesta semana em virtude do machismo dos adversários. Marcela e Gizelly contaram para as demais sobre o plano de Hadson, que pretendia usar Lucas para seduzir Mari e assim prejudicar a imagem dela fora da casa. Já Petrix pretendia fazer o mesmo com Bianca.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

"BBB 20" tem o pior elenco masculino da história do reality

A vigésima temporada do "Big Brother Brasil" estreou no dia 21 de janeiro e Boninho prometeu uma edição histórica para comemorar as vinte edições. A decoração da casa é baseada em vários elementos marcantes dos anos anteriores e algumas provas servirão de homenagem a muitas situações icônicas. É verdade que ainda é cedo para uma análise mais estruturada, porém, a péssima seleção do elenco masculino é o que tem chamado atenção até agora.


É impressionante como praticamente todos os homens vomitam machismo a todo instante, desrespeitam as mulheres e fazem comentários grosseiros. As únicas exceções são Babu Santana e Pyong. Os demais vêm se mostrando cada vez mais deprimentes e indefensáveis. A primeira grande polêmica se deu antes mesmo do programa começar. Hadson virou manchete de vários sites porque a ex-esposa tinha uma medida protetiva contra ele em virtude de uma suposta agressão. Se a intenção dele era melhorar a imagem com o "BBB", não deu certo.

O participante recentemente provocou uma revolta de Marcela, Gizelly e Thelma assim que expôs o 'plano' de prejudicar a imagem de Mari fazendo Lucas seduzi-la. Afinal, ela namora Jonas, ex-BBB da décima segunda edição. O detalhe é que Lucas também namora, mas Hadson diz não ter problema porque traição só queima a imagem da mulher.