terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Vitória Strada e Andreia Horta se destacaram com a surra da mocinha na vilã em "Tempo de Amar"

Não adianta reclamar. O clichê seguirá vivo na ficção e fazendo parte de todos os folhetins, marcando presença também em filmes e peças teatrais. A própria vida às vezes é um clichê. E quando bem trabalhado, esse elemento deixa qualquer produção convidativa. "Tempo de Amar", por exemplo, é uma trama tradicional e não poderia fugir da clássica surra da mocinha na vilã. O capítulo do último sábado (27/01) exibiu esse aguardado momento, honrando a longa espera do público.


O folhetim das seis da Globo, escrito por Alcides Nogueira e Bia Corrêa do Lago, é muito lento. O telespectador pode se dar ao luxo de não assisti-la por umas duas semanas que não perde nada. Por isso mesmo até agora Inácio (Bruno Cabrerizo) e Maria Vitória (Vitória Strada) não se reencontraram. Ou seja, natural, portanto, o acerto de contas entre mocinha e vilã ter demorado quatro meses  ---- assim como o desmascaramento da víbora. Mas a cena cumpriu tudo o que havia prometido, destacando a entrega das atrizes.

Foi um momento de lavar a alma do público, como costuma realmente ocorrer durante surras em novelas. Na vida real, a violência merece ser condenada, mas na ficção todo mundo pode torcer para esse tipo de catarse. A mocinha fez questão de expor todo o seu nojo pela canalhice da então amiga, que escondeu Inácio o quanto pôde, fingindo que o rapaz estava morto.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Valorizada como merece, Glória Pires emociona em "O Outro Lado do Paraíso"

Uma das qualidades de "O Outro Lado do Paraíso" é a valorização dos veteranos. Vários grandes nomes estão recebendo a importância que merecem na trama de Walcyr Carrasco, repleta de atores talentosos. E uma delas é Glória Pires, que interpreta um dos principais perfis do atual sucesso das nove da Globo e ganhou muitas cenas fortes nos capítulos mais recentes da história dirigida por Mauro Mendonça Filho.


Elizabeth sempre teve sua trajetória explorada paralelamente ao enredo de Clara (Bianca Bin), havendo uma espécie de alternância de protagonismo dependendo do período do folhetim. Não por acaso ela é a mãe da mocinha vingativa e descobriu isso recentemente, pouco antes de assumir o assassinato de Laerte (Raphael Vianna) com o intuito de salvar a filha, achando que a mesma tinha matado o homem. Essa declaração de culpa, por sinal, iniciou a grande virada na trama da personagem, após um longo período vivendo com o falso nome de Duda, fugindo das ameaças do sogro Natanael (Juca de Oliveira).

O papel é desafiador em virtude da quantidade de reviravoltas ao longo da novela e a escolha de Glória foi muito acertada, após tantos tipos apagados que a atriz viveu nos últimos anos. Ela primeiramente se destacou quando Elizabeth se viu em uma armadilha do sogro, podendo ser acusada de assassinato, após ter presenciado a brusca queda de Renan (Marcello Novaes), seu então amante.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

"Brasil a Bordo" é um amontoado de bobagens nada engraçadas

Prevista para estrear em 2017, "Brasil a Bordo" acabou adiada em virtude do trágico acidente envolvendo o avião que levava o time da Chapecoense, ocorrido no final de 2016 ----- afinal, explora uma companhia aérea. Ano passado, porém, a Globo disponibilizou os doze episódios da trama na Globo Play e só agora, dia 25, a emissora estreou a produção em sua grade, logo após o "Big Brother Brasil 18".


A história é simples: a Piorá Linhas Aéreas é uma empresa prestes a falir que consegue a autorização de um juiz para continuar funcionando, desde que passe o poder a um conselho de funcionários. A dona do 'negócio' é a plastificada e fútil Berna (Arlete Salles) e seu marido, o bon vivant Otávio (Luis Gustavo), era o presidente da companhia. A família chegou a viver tempos de luxo no passado, mas agora precisa lidar com contensão de custos (vide a mansão caindo aos pedaços e com reformas inacabadas).

Quase todos os funcionários são integrantes da própria família, como os cunhados Vadeco (Miguel Falabella) e Durval (Marcos Caruso), os comandantes do único avião da empresa. Os dois são separados e moradores da mansão. Um vive buscando cinquentonas na internet e o outro dorme com uma boneca inflável.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

"Tá no Ar: a TV na TV" continua inteligente, afiado e atual

O "Tá no Ar: a TV na TV" foi uma grata surpresa de 2014, revolucionando o humor nacional, sem exagero. Não demorou para se firmar como o melhor humorístico do país. Porém, o medo do desgaste era uma constante. Será que o programa resistiria a mais temporadas? Mas resistiu. E com louvor. Tanto que a quinta estreou nesta terça (23/01), logo após a décima oitava edição do "Big Brother Brasil", expondo tudo o que o formato tem de melhor.


A atração idealizada por Marcelo Adnet, Marcius Melhem e Maurício Farias segue recheado de tiradas geniais, mesclando humor e crítica na medida certa. Quadros vitoriosos como o "Jardim Urgente", "Militante revoltado" e a "Balada Vip" continuam como peças fundamentais do humorístico, mas as esquetes rápidas, muitas vezes durando menos de um minuto, se mantêm como o grande diferencial do formato, que exige atenção do telespectador para não perder nenhuma piada.

O esquema de 'zapear canais' continua divertindo e agora adaptaram para o serviço de 'streaming', colocando telas parecidas com Globo Play ou Netflix na hora de selecionar determinado programa. Mas o deboche em torno da programação de todas as emissoras segue firme e forte, proporcionando momento hilários.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Após edição problemática do ano passado, "Big Brother Brasil 18" terá que reconquistar o público

A décima sétima edição do "Big Brother Brasil" foi traumática. A primeira temporada sem Pedro Bial no comando foi catastrófica. O favorecimento descarado do casal Emilly e Marcos ficou visível e as suspeitas em torno da credibilidade do programa aumentaram, principalmente quando houve a polêmica da agressão que resultou na expulsão de Marcos. Após vários protestos do público, até a polícia foi na casa e só aí ele foi retirado da competição. E a declaração de Emilly no confessionário nunca foi divulgada. Para culminar, a audiência deixou muito a desejar e a ausência de Maurício Ricardo fazendo divertidas charges também foi sentida. Enfim, um ano para ser enterrado.


Agora, na temporada de 2018 a missão do reality mais longevo do Brasil é reconquistar os fãs do formato, naturalmente desanimados em virtude de tudo o que aconteceu em 2017, incluindo o poder que os 'fandons' passaram a ter (ainda mais), não refletindo a vontade da maioria. E a tentativa de trazer de volta os telespectadores já se mostra visível no "Pay Per View", por exemplo. Pela primeira vez os assinantes poderão ouvir as broncas que a produção dará nos participantes. Isso nunca aconteceu antes e o áudio era sempre cortado na hora. Outra novidade é a câmera exclusiva no confessionário. O público também não conseguia acessar essa parte da casa e se conseguisse não haveria a tal polêmica sobre a declaração de Emilly ano passado.

Mais uma diferença da atual edição é o esquema de votação. Cada votante precisa se cadastrar no site para votar, porém, conseguirá votar várias vezes como sempre. Resta saber como essa alteração reduzirá o impacto de quem aluga "Lan House" ou "Call Center"  em votações. Porém, não deixa de ser ao menos uma tentativa da produção.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

"Treze Dias Longe do Sol" explorou o melhor e o pior do ser humano com habilidade

Após "O Canto da Sereia" (2013), "Amores Roubados" (2014), "Felizes para Sempre?" (2015), "Ligações Perigosas" (2016) e "Dois Irmãos" (2017), a Globo apresentou mais uma excelente minissérie abrindo a sua programação do ano. "Treze Dias Longe do Sol" se mostrou uma trama muito bem realizada, expondo o talento de Elena Soarez e Luciano Moura como roteiristas. Uma das principais qualidades do enredo foi a habilidade em explorar o melhor e o pior do ser humano, ainda mais em um período com tanta podridão no Brasil.


A história de dez capítulos, dirigida por Luciano Moura, mesclou suspense e drama de forma competente, tendo como foco o clima angustiante que toda a situação envolvendo o desmoronamento de um prédio provocou, tanto nas pessoas que ficaram 'longe do sol', quanto nas demais que tentaram lidar com as consequências do desastre ocasionado por ganância e irresponsabilidade. Todos se viram diante de situações limítrofes, tendo seus lados bons e maus totalmente expostos através do desespero.

O desabamento do edifício comercial 'transforma' o subsolo do estacionamento em uma espécie de presídio mortal para os sete sobreviventes, que precisam lidar com todas as adversidades possíveis para se manterem vivos, precisando ainda da esperança de alguém vir resgatá-los. Ao longo da história, o público acompanha o pânico, o desespero e os períodos de tristeza profunda daqueles personagens.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Núcleo do salão de "O Outro Lado do Paraíso" não tem função e nem graça

A trama de Walcyr Carrasco vem fazendo um imenso sucesso no horário nobre, alegrando a Globo. Os índices estão altíssimos e a saga da vingança da Clara (Bianca Bin) está empolgando o público. Toda vez que a mocinha dá o troco em algum inimigo a audiência explode ainda mais, chegando até a picos de 45 pontos. Porém, há um núcleo na história que destoa desse convidativo enredo criado pelo autor: o do salão de beleza.


Inicialmente, o local era administrado por Nicácio (Fábio Lago) e tinha apenas dois personagens: ele e a manicure Ivanilda (Telma Souza). O salão servia para a integração de vários perfis, incluindo os centrais, como Clara e até Sophia (Marieta Severo). Com a mudança de fase, chegou Odair (Felipe Titto), um assistente que provoca 'suspiros' em todos, e o estabelecimento acabou tendo Nádia (Eliane Giardini) como sócia. O autor ainda inseriu um perfil que nem estava na sinopse: o afetado Marcel (Andy Gerker), contratado pela esposa de Gustavo (Luis Melo) para rivalizar com Nick.

Ou seja, o núcleo acabou perdendo o objetivo inicial, virando um parte cômica totalmente dispensável. Sempre houve comicidade durante as conversas no salão, afinal, é um lugar onde fofocas sempre acontecem. Mas, depois das reclamações do famigerado 'grupo de discussão' a respeito da falta de 'leveza' da trama, o autor exagerou na dose.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Débora Bloch é o grande destaque de "Treze Dias Longe do Sol"

Em uma minissérie com um elenco tão bem escalado, é até injusto mencionar apenas um ator. Porém, é inegável que Débora Bloch é o grande nome de "Treze Dias Longe do Sol", trama escrita por Elena Soárez e Luciano Moura, exibida pela Globo logo após "O Outro Lado do Paraíso", cujo enredo sufoca quem assiste, em virtude de todos os desdobramentos angustiantes ao longo dos capítulos.


Gilda é o perfil mais complexo da história e o mais atrativo. Sócia de Saulo (Selton Mello) no empreendimento em torno da construção do edifício comercial que desabou, a empresária demonstra uma frieza assustadora diante dos negócios e toda a sua conduta em torno do resultado trágico que a ambição do sócio ocasionou desperta nojo. Ela simplesmente ignora a dor das vítimas e só pensa em se safar das investigações da polícia, deixando de lado qualquer moralidade.

A influente mulher faz questão de incriminar um inocente ---- o passional Newton (Enrique Diaz) ----, sem pensar nas consequências, e ainda despacha todos os funcionários contratados irregularmente para evitar o flagra da imprensa.

sábado, 13 de janeiro de 2018

Rosamaria Murtinho fez uma breve, mas marcante participação em "Deus Salve o Rei"

A nova novela das sete da Globo mal estreou, mas já é visível a qualidade dos figurinos e cenários, além da fotografia deslumbrante. "Deus Salve o Rei", escrita por Daniel Adjafre e dirigida por Fabrício Mamberti, ainda tem o trunfo de um bom elenco escalado, sendo necessário fazer uma menção especial nesse começo de história: a luxuosa participação de Rosamaria Murtinho interpretando a rainha Crisélia.


A grande atriz estava afastada das novelas desde "Amor à Vida", em 2013, quando viveu a interesseira Tamara. Esse retorno, cinco anos depois, foi mais do que bem-vindo, principalmente porque valorizou seu imenso talento. A rainha de Montemor foi uma das figuras centrais do início do enredo e peça fundamental da trama em torno dos herdeiros do trono, os príncipes Afonso (Rômulo Estrela) e Rodolfo (Johnny Massaro), netos da toda poderosa.

A personagem foi a primeira a aparecer na estreia da novela e seu discurso para os súditos, falando sobre a chegada da água em Montemor, expôs a altivez daquela forte mulher. Porém, logo a trama exibiu os delírios de Crisélia, que sofria de Mal de Alzheimer em uma época que a doença sequer era imaginada.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Mudança no júri deixou "The Voice Kids" ainda melhor

A terceira temporada do "The Voice Kids" estreou no dia 7 de janeiro e não poderia ter começado melhor. Marcou 20 pontos em São Paulo e 24 no Rio de Janeiro, índices dignos de horário nobre e que quebraram o recorde das duas temporadas anteriores. O prestígio do público faz jus ao formato, que segue com fôlego de sobra e ainda apresentou ótimas novidades em 2018.


Após o escândalo envolvendo Victor, acusado pela ex-esposa de tê-la agredido grávida, a dupla Victor e Léo acabou retirada do programa com razão. Ano passado, Léo ainda continuou sem o irmão, mas não havia como se manter agora. A escolha das substitutas não poderia ter sido melhor. Simone e Simaria nem pareciam estreantes na função e já começaram totalmente à vontade, esbanjando carisma e bom humor.

A dupla sertaneja feminina de sucesso mostrou que será um dos grandes trunfos da atual temporada, não somente pelas tiradas hilárias, como também pelos bons comentários a respeito das performances das crianças. Fica evidente que elas estão se divertindo e se emocionando com os pequenos.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

"Treze Dias Longe do Sol" instiga e prende telespectador com um enredo sufocante

Coprodução da Globo com a O2 Filmes, "Treze Dias Longe do Sol" estreou nesta segunda-feira, dia 8, dois meses após já ter os seus dez capítulos disponibilizados na Globo Play ---- a emissora liberou a produção completa para assinantes da sua plataforma no dia 2 de novembro de 2017. A minissérie, escrita por Elena Soárez e Luciano Moura (dirigida pelo próprio Moura), conta uma instigante história em torno do desabamento de um prédio, dividindo o contexto entre os sobreviventes lutando pela vida nos escombros e os envolvidos no acidente tentando escapar da culpa.


A trama é viciante. Quem se aventurou pela Globo Play com certeza viu todos os capítulos em menos de uma semana. Os autores usaram habilmente tragédias reais provocadas por canalhice humana (como a queda do Edifício Palace II, em 1998, no Rio de Janeiro, por exemplo) para contar um enredo sombrio e sufocante, repleto de perfis dúbios e incrivelmente reais. O intuito é a exploração das reações mais radicais do ser humano frente aos seus limites em situações extremas, revelando não só o instinto de sobrevivência (literal ou não), como também o verdadeiro caráter de cada um.

No início do primeiro capítulo, há um elemento de tensão que acaba sendo o protagonista: o temporal que cai enquanto a obra do prédio (construído para ser um centro médico) é realizada. Enquanto a chuva desaba do céu, o engenheiro Saulo (Selton Mello) se preocupa com os atrasos da equipe e ainda precisa lidar com a fiscalização de sua ex-namorada, Marion (Carolina Dieckmann), filha do dono desse empreendimento ---- o médico Rupp (Lima Duarte).

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

De um capricho impressionante, "Deus Salve o Rei" tem belíssima estreia

"Desde sempre, uma escolha diz o que você vai ser e o que vai viver. Uma escolha diz o que você terá e o que não terá. Uma escolha diz o que virá para o seu destino e para o seu reino. Desde sempre, você faz suas escolhas e suas escolhas fazem você". Baseada nesta premissa ---- narrada em um criativo teaser mesclando várias épocas ----, "Deus Salve o Rei" estreou nesta terça-feira (09/01), substituindo o sucesso "Pega Pega", após uma intensa divulgação da Globo através de inúmeras chamadas e ações em mídias sociais sobre a nova produção das sete.


A novela é escrita pelo estreante Daniel Adjafre (em seu primeiro folhetim como autor titular, após vários trabalhos como colaborador na televisão e filmes em seu currículo) e dirigida por Fabrício Mamberti, idealizadores do ousado projeto, que quebra uma longa sequência de enredos contemporâneos em uma faixa quase sempre destinada a comédias leves. A última produção de época das 19h foi a fracassada "Bang Bang", em 2005, que não deixou boas lembranças para a Globo. Talvez por isso mesmo a emissora tenha investido tanto em divulgação na nova empreitada, fazendo de tudo para o grande público ser conquistado pela história medieval.

Tanto que pela primeira vez várias ações com fãs foram realizadas, cerca de três meses antes da estreia, já com o intuito de promover o enredo e apresentar a sinopse, além dos trabalhos gráficos em torno dos efeitos especiais e afins. Outro evento inédito foi a pré-estreia de "Deus Salve o Rei" em vários cinemas ao redor do país, realizada na segunda-feira, dia 8, e exibida para convidados especiais.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Esquecível e boba, "Pega Pega" não honrou sua ótima audiência

A estreia de Claudia Souto como autora solo, após anos trabalhando como colaboradora de vários escritores ---- entre eles Walcyr Carrasco ----, fez a alegria da Globo no horário das sete. "Pega Pega" teve uma audiência acima de qualquer expectativa e terminou com uma média geral de 29 pontos, maior índice desde o fenômeno "Cheias de Charme" (2012). Um feito e tanto. Ou seja, o objetivo da emissora foi cumprido: lançar um novo roteirista, recebendo um bom retorno em faturamento. Porém, o enredo não honrou essa média elevada e a repercussão da trama foi baixa, não acompanhando os impressionantes números.


A história já começou equivocada com o amor súbito e pouco convincente de Eric (Mateus Solano) e Luiza (Camila Queiroz). Os mocinhos se apaixonaram perdidamente no primeiro capítulo e ainda na estreia se declararam perdidamente loucos de amor, com direito a transa e passeio de helicóptero romântico. Impossível ter comprado o romance dessa forma tão rasa. O resultado dessa construção apressada foi o fracasso do par, que não teve química alguma e não demorou para perder importância no folhetim ao longo dos meses. Para culminar, os perfis também eram desinteressantes e insossos. 

Luiza, por exemplo, não teve um drama particular sequer. Seu único conflito foi a falência do avô, Pedrinho Guimarães (Marcos Caruso), depois que o Carioca Palace foi roubado durante a venda. Ainda assim nem era um problema dela e, sim, do avô. Suas brigas bestas com Eric também não acrescentaram em nada, dando a clara impressão de preenchimento de tempo dos capítulos.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

"Entre Irmãs" sensibilizou e aproveitou o talento de Marjorie Estiano e Nanda Costa

Já virou uma espécie de ''tradição'' a Globo transformar longas da Globo Filmes em microsséries no início do ano. Nos últimos sete anos, cinco filmes foram adaptados. É um sinal claro de corte de custos e também compensação das bilheterias aquém do esperado. Ao invés de produzir uma minissérie, como fazia antigamente, transforma uma trama já pronta, dividindo em partes. Porém, quase todas essas adaptações se mostraram desnecessárias e em histórias que não despertavam muita atenção. O único acerto havia sido com "O Tempo e o Vento", em 2014. Agora, todavia, há outro êxito da adaptação da emissora: "Entre Irmãs".


O longa é baseado no livro "A Costureira e o Cangaceiro", de Frances de Pontes Peebles. Produzido pela Globo Filmes e Conspiração Filmes, o filme foi escrito por Patrícia Andrade, com colaboração de Nina Crintzs, e dirigido por Breno Silveira. Infelizmente, a bilheteria não fez jus ao primor da trama. Nas três primeiras semanas, por exemplo, foram apenas 39 mil pagantes. Um injusto fracasso. A historia tem um forte potencial dramático e explora o brilhantismo do elenco escalado. Entretanto, é preciso reconhecer que a duração de cerca de 2h40 se mostra bastante excessiva, cansando quem assiste na telona em virtude da narrativa mais lenta. Por isso mesmo a adaptação para microssérie foi um acerto. O enredo fluiu bem melhor e ainda com cenas inéditas inseridas.

A história de Emília (Marjorie Estiano) e Luzia (Nanda Costa) não demora para envolver o público, expondo as diferenças e a cumplicidade entre as irmãs que cresceram juntas, sob os cuidados da tia, a trabalhadora Sofia (Cyria Coentro), uma costureira talentosa que ensina o ofício para as meninas. Luzia sofreu um grave acidente na infância, atrofiando o braço ---- ganhando o cruel apelido de 'vitrola'.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

"Malhação - Viva a Diferença" novamente ousa e surpreende com relacionamento de Lica e Samantha

E não é que "Malhação - Viva a Diferença" começou 2018 com o pé direito? A elogiada temporada de Cao Hamburger, dirigida por Paulo Silvestrini, foi uma das produções mais aclamadas em 2017 e com certeza continuará sendo até março deste ano. Isso porque, após uma sucessão de abordagens bem-sucedidas, ótimos casais e personagens bem construídos, a trama agora vem explorando com sensibilidade a formação de um novo par: Lica (Manoela Aliperti) e Samantha (Giovanna Grigio).


O novo casal do enredo era totalmente inesperado e acabou funcionando, possibilitando vários conflitos interessantes. Afinal, nenhuma das duas é gay. Elas são simplesmente livres. As personagens sempre foram as mais libertárias da atual "Malhação", incluindo o jeito rebelde e até a característica ''pegadora'', ficando com vários meninos sem medo de julgamentos. No entanto, nunca foram próximas. Cada uma tinha seu grupo e algumas vezes até ocorriam provocações. A aproximação começou a ser mostrada recentemente e de forma singela.

Lica voltou de viagem e viu o ex, Felipe (Gabriel Calamari), seguindo a vida e interessado por uma menina de Recife. A relação deles sempre foi deliciosa, mas o rompimento teve mágoas, fruto da traição dela, magoando, inclusive, uma das melhores amigas (Keyla - Gabriela Medvedovski). Já Samantha, após uma fase 'pegando geral', se estabilizou ao lado de Anderson (Juan Paiva).

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

O que a televisão reserva para o telespectador em 2018?

Embora todo mundo espere e torça, o ano de 2018 não será muito diferente de 2017 em relação ao momento que o país vive. Portanto, a televisão terá que manter cautela e não abusar muito dos gastos excessivos. Porém, apesar das dificuldades, todas as emissoras conseguiram apresentar produtos de qualidade no ano que passou. E, por tudo o que vem sendo anunciado e noticiado, a Globo seguirá como a maior investidora, por razões óbvias, e as demais economizarão bastante nos próximos doze meses. Ou seja, é provável que a líder domine ainda mais em 2018, principalmente por estar ousando em produções exclusivas da Globo Play. Vejamos o que o público pode esperar.






"Deus Salve o Rei":
A novela de Daniel Adjafre (estreando como autor solo), dirigida por Fabrício Mamberti, terá um clima medieval e as chamadas impressionam. A produção caprichada se evidencia em cada cena e a proposta é bem ousada para a faixa das sete, após tantas novelas leves e contemporâneas. Protagonizada por Marina Ruy Barbosa, Rômulo Estrela e Bruna Marquezine, a trama parece promissora e tem clima de superprodução. Estreia dia 9 de janeiro.



"Treze Dias Longe do Sol":
A minissérie de dez capítulos, escrita por Luciano Moura e Elena Soarez, já está toda disponibilizada na Globo Play e a trama é excelente. Tendo como inspiração a queda de construções aparentemente bem-sucedidas, como o Edifício Palace II, por exemplo, o enredo se desenvolve em três ângulos angustiantes e explora o melhor e o pior do ser humano. O que fazer quando tudo o que você tem desmorona? Selton Mello, Carolina Dieckmann, Débora Bloch e Fabrício Boliveira estão perfeitos, assim como quase todo o elenco escalado.