A pandemia do novo coronavírus afetou as gravações de todas as novelas das emissoras. Mas a Record vem enfrentando dificuldades até hoje. Ainda não conseguiu reestruturar sua faixa de teledramaturgia. O relativo êxito de "Gênesis", em 2021, animou a emissora em criar temporadas para suas produções. Porém, foi apenas uma mudança de nome porque o folhetim bíblico nada mais era do que uma história com várias fases. O canal tentou repetir o feito com "Reis", mas não conseguiu uma frente de gravações e resolveu chamar a novela de série. Tanto que precisou interromper sua exibição. Aí que entra "Todas as Garotas em Mim", produção que a substituiu.
A nova série entrou como um tapa-buraco para "Reis" conseguir avançar nas gravações sem que a Record precise colocar outra reprise no ar. Mas a emissora já começou errando porque a série parece uma "Malhação" bíblica. É um produto destinado a outro tipo de público e ainda assim com sérias ressalvas. Não por acaso, a queda de audiência foi gigantesca. O folhetim conseguia média em torno dos 8 pontos, o que também não era considerado um bom índice, e agora caiu para 5 pontos e muitas vezes até 2. É a menor audiência de uma novela na história da Record ---- posto até então ocupado por "Jesus" e "Máscaras" ----, o que fez o canal perder a vice-liderança para o SBT.
Para culminar, a história é rasa e muito mal escrita. Lendo a sinopse até parece um enredo clássico de seriado adolescente. Mirela (Mharessa), a protagonista, é uma digital influencer, namorada do rapaz mais popular de um colégio, Gustavo (Caio Vegatt), e que desperta a paixão de Erick (Diego Kropotoff), o filho de Carla (Manuela do Monte).