"Justiça" saiu do ar como uma das melhores produções do ano, deixando uma marca na teledramaturgia. Não há substituta para a trama na grade da Globo, pois não haverá mais minisséries até o final do ano. Entretanto, a emissora estreou na semana passada (27/09) "Nada Será Como Antes", nova série que passa a ocupar a faixa das terças ---- quando era exibida a trama da Fátima (Adriana Esteves) ----, logo após a novela das nove. Serão 12 episódios, tendo a direção de José Luiz Villamarim em parceria com Walter Carvalho, a mesma dupla bem-sucedida responsável pela produção recém-terminada (além das primorosas "O Canto da Sereia", "Amores Roubados" e "O Rebu").
Escrita por Guel Arraes, João Falcão e Jorge Furtado, a trama é inspirada na chegada da televisão ao Brasil, tendo todas as licenças poéticas necessárias para contar essa história. A tevê chegou ao país em 1950, trazida por Assis Chateaubriand, e a figura de ambicioso empreendedor na ficção é representada por Murilo Benício, que interpreta o sonhador Saulo --- dono da Rádio Guanabara. O personagem começa no passado, na década de 40 (era do rádio e auge das rádio-novelas), se encantando pela voz de Verônica (Débora Falabella), uma dedicada radioatriz que mora no interior. Ele a procura, propõe emprego, e não demora para os dois iniciarem um relacionamento. A química dos talentosos atores (que namoram na vida real) serviu para destacar o par logo no início, fazendo por merecer o protagonismo.
Após uma passagem de dez anos, o casal começa a enfrentar um drama típico dos folhetins: ambos querem um filho, mas ele acaba descobrindo em um exame que é estéril. Para não decepcioná-la, Saulo inventa que não a ama mais e pede a separação. A situação é um pouco controversa, pois seria bem mais plausível o apaixonado homem ter contado simplesmente a verdade.