sexta-feira, 11 de maio de 2018

Massacrada pela crítica e aclamada pelo público, "O Outro Lado do Paraíso" foi um fenômeno incontestável de audiência

Walcyr Carrasco tinha uma missão ingrata: escrever uma novela em tempo recorde, logo após o sucesso "Êta Mundo Bom!" (2016), em virtude do cancelamento da trama de estreia de Duca Rachid e Thelma Guedes no horário nobre da Globo. Mas, fazendo jus ao posto de autor que mais produz na emissora, aceitou o desafio. E criou "O Outro Lado do Paraíso", folhetim rasgado e repleto de clichês melodramáticos, que contou a saga da vingança de Clara Tavares (Bianca Bin). O enredo sofreu uma forte rejeição de parte da crítica, mas caiu no gosto do público, entrando para a galeria de fenômenos de audiência do escritor ---- maior média do horário nobre desde a inesquecível "Avenida Brasil" (2012), com os mesmos 39 pontos de média, superando nove tramas antecessoras e elevando dois pontos da também ótima "A Força do Querer".


A novela arrebatou o telespectador com uma história ágil e cheia de reviravoltas, cujo maior trunfo foi a volta por cima dos perfis íntegros, humilhando os vilões em várias viradas ao longo de 173 capítulos. O início, todavia, não foi tranquilo. A primeira fase se mostrou longa demais, cansando pela repetição de conflitos. O sofrimento da mocinha, internada em um manicômio pela sogra (Sophia - Marieta Severo) e cunhada (Livia - Grazi Massafera), e espancada pelo marido violento (Gael - Sérgio Guizé), poderia ser exposto em apenas duas semanas. Entretanto, durou mais de um mês. E a audiência ficou em torno de 33 pontos, um bom índice, mas nada de arrebatador. O famigerado grupo de discussão também considerou o enredo pesado demais, necessitando de mais humor. A solução foi uma sucessão de cortes, resultando no adiantamento da mudança de fase e na consequente fuga de Clara do hospício. 

O resultado foi imediato. A novela passou de 33 para 36 pontos e foi aumentando ainda mais esses índices a cada novo acontecimento. Passou a marcar acima de 40 quase todo dia.  O sucesso já era uma certeza, então, o autor se preocupou apenas em desenvolver seu enredo. Acertou em vários pontos, mas também errou em outros. Como costuma acontecer em várias obras, diga-se. A saga da vingança da mocinha foi o maior êxito do folhetim, prendendo o telespectador do início ao fim.
A premissa era claramente inspirada no clássico "O Conde de Monte Cristo", mas também lembrou a trajetória de Aninha Francisca (Mariana Ximenes) em "Chocolate com Pimenta" (2003), escrita pelo mesmo autor. A revanche é um artifício muito usado na teledramaturgia e, quando bem abordado, raramente falha. Mais uma vez não falhou.


A dupla que Clara fez com Beatriz no manicômio destacou a sintonia entre Bianca Bin e a grande Nathalia Timberg, que teve uma luxuosa participação de alguns capítulos. A fuga da protagonista, presa em um caixão atirado em alto mar, foi uma das melhores cenas da novela e iniciou a saga da pobre menina frágil que virou uma das mulheres mais poderosas do Jalapão. Aliás, valeu a pena a ambientação do enredo ter sido em parte no Tocantins, valorizando uma linda região do país e fugindo do padrão Rio de Janeiro/São Paulo. O diretor Mauro Mendonça Filho, inclusive, soube aproveitar muito bem as belas imagens, inserindo cenários de encher os olhos em passagens de cena ou em ângulos de filmagem. Ele, vale ressaltar também, teve mais uma grande parceria com Walcyr, repetindo o êxito de "Gabriela" (2012), "Amor à Vida" (2013) e "Verdades Secretas" (2015).


A volta triunfal de Clara, chocando a sociedade de Palmas e desesperando todos os seus inimigos durante uma luxuosa festa beneficente, entrou para a história da teledramaturgia e a frase "Vocês não imaginam o prazer que é estar de volta", dita pela mocinha, ficará eternamente na memória dos noveleiros, assim como a sua expressão de triunfo. Não por acaso iniciou uma sucessiva quebra de recordes de audiência. Bianca Bin, por sinal, merece elogios pelo seu desempenho, segurando muito bem o peso de sua primeira protagonista no horário nobre. Foram várias cenas difíceis e ao lado de grandes nomes do teatro, se destacando e emocionando. O autor a presenteou com o papel em virtude do seu desempenho em "Êta Mundo Bom!", roubando o posto de mocinha com a sua íntegra Maria.


As atuações magistrais, inclusive, engrandeceram o folhetim. O elenco era estelar e raramente se vê tanto ator veterano valorizado em uma obra. Walcyr sempre destacou os intérpretes mais velhos em suas histórias, mas nessa se superou. Fernanda Montenegro foi um dos maiores nomes do time e sua Mercedes, vidente com poderes paranormais, era uma das principais personagens do enredo. A última novela que contou com Lima Duarte do início ao fim foi a fraca "Araguaia", em 2010, e há anos o ator não tinha seu talento devidamente explorado. Em "O Outro Lado do Paraíso", ele ganhou o invocado Josafá, avó de Clara, e brilhou, formando ainda um lindo casal com Fernandona. A cena do casamento deles, por sinal, foi uma das mais belas da trama. Os dois também protagonizaram um maravilhoso triângulo amoroso com Laura Cardoso, intérprete da debochada Caetana. A cafetina ficaria apenas na primeira fase, mas a atriz gostou tanto que pediu para o autor não matá-la. Ele, claro, aceitou e a presenteou com várias cenas impagáveis, incluindo momentos de ação na reta final, quando a dona do bordel quase acabou morta por Sophia.


Falando na grande vilã do roteiro, Marieta Severo deu um show do primeiro ao último capítulo vivendo uma mulher ambiciosa, cruel, irônica e perigosa. Uma típica víbora que o público ama odiar. Foram muitas cenas marcantes, sendo necessário citar as humilhações com a filha Estela (Juliana Caldas), os embates com Livia (Grazi Massafera), e as discussões com Gael. Já os instantes macabros em que Sophia matava suas vítimas a tesouradas expunham a entrega da atriz, que ainda impressionou quando a personagem sofreu um AVC assim que viu Xodó (Anderson Tomazini) como testemunha de acusação em seu julgamento. Outra veterana valorizada foi Eliane Giardini, irretocável como Nádia, perua racista e preconceituosa, que descobriu o quanto era perversa com Raquel (Érika Januza) diante de seu neto negro, menino que passou a amar incondicionalmente. Ela ainda fez uma divertida dupla com Luis Melo, mais um ator experiente que se destacou na novela interpretando Gustavo, um juiz corrupto que ajudou a prejudicar Clara e acabou vítima da vingança da mocinha.


Glória Pires também merece menção, após tantos papéis que não fizeram jus ao seu talento nos últimos anos. Elizabeth/Duda sofreu uma avalanche de dramalhões ao longo da história e fica até difícil resumir em apenas um parágrafo. Vítima da armação do sogro Natanael (Juca de Oliveira), a mulher precisou se fingir de morta, virou alcoólatra, reencontrou a filha que havia abandonado no passado (Clara), tentou se matar, enfrentou a rejeição da filha Adriana (Julia Dalavia) quando retornou, viu seu amante (Renan - Marcello Novaes) aparecer vivo no dia de seu julgamento justamente pela morte dele, sofreu um derrame, desmascarou a ex-amiga (Jô - Bárbara Paz), enfrentou um forte período de abstinência do álcool para tentar doar seu rim para Adriana, enfim... Uma sucessão de acontecimentos. E a atriz se saiu muito bem nessa quase Missão Impossível. Já Ana Lucia Torre divertiu com sua desbocada Adnéia, virando a grande destaque do núcleo de Samuel (Eriberto Leão), e repetindo a bem-sucedida parceria com Walcyr, iniciada em "O Cravo e a Rosa" (2000). Vale elogiar ainda Sandra Corveloni (perfeita como Lorena), Vera Mancini (ótima como Rosalinda), Zezé Motta (maravilhosa interpretando a Mãe do Quilombo) e Emílio de Melo, defendendo com competência o passivo Henrique. Até mesmo Ilva Niño teve espaço em uma participação de dois capítulos que valeu por muitos.


Mas não foram só os mais velhos que brilharam. A abordagem em cima da pedofilia marcou pela coragem em explorar um tema tão polêmico, rendendo alguns dos melhores momentos do sucesso das nove. E Bella Piero deu um show na pele da sofrida Laura, abusada pelo asqueroso delegado Vinícius (Flávio Tolezani). A menina precisou enfrentar vários embates pesados, exigindo demais da atriz, que correspondeu à altura. A longa cena do julgamento foi histórica, expondo a entrega de todo o elenco. Tanto que a equivocada escolha de uma "coach" para ajudar a revelar o passado obscuro da garota (e não uma psicóloga, como era o correto) acabou em segundo plano diante da grandiosidade das sequências. Bella também formou um lindo casal com Igor Algelkorte, intérprete do justo médico Rafael.


Vários pares, aliás, se mostraram acertados. Érika Januza viveu um grande momento na carreira interpretando uma íntegra juíza ---- a cena da ex-empregada doméstica retornando triunfante como uma respeitada magistrada, deixando Nádia em choque, foi de lavar a alma ---- e formou um ótimo par com Caio Paduan, intérprete do delegado Bruno. O casal "Bruquel" fez sucesso, assim como o mencionado "Laurel". É preciso citar mais um lindo romance: Cléo (Giovanna Cordeiro) e Xodó, que cresceram bastante na novela graças ao talento dos atores ---- o mesmo vale para o romance divertido de Desirré (Priscila Assun) e Juvenal (Anderson Di Rizzi). Já Thiago Fragoso virou um dos destaques do enredo e seu cativante Patrick conquistou o coração da Clara e do telespectador. O mocinho protagonizou grandes cenas ao lado de Bianca Bin e a química dos atores era visível. "Clarick" não demorou a cair nas graças do público. Até mesmo Nicolau (Alejandro Claveaux) e Adriana tiveram uma relação atrativa na reta final da história, após inúmeros desprezos da filha de Beth. Já no quesito ''amor maduro", Josafá e Mercedes lideraram com folga. Uma delicada relação, valorizando a sensibilidade dos veteranos.


Outros dois nomes precisam ser elogiados: Mayana Neiva e Fernanda Rodrigues. A primeira estava afastada dos folhetins há cinco anos (seu último trabalho havia sido em "Sangue Bom", exibida em 2013) e ganhou um justo destaque com sua carismática Leandra, cafetina do bordel Love Chic. A atriz divertiu e emocionou, fazendo uma deliciosa parceria com Laura Cardoso. Já a segunda precisava muito de uma grande vilã para sua versatilidade ser explorada. E ganhou com a esnobe Fabiana, ex-patroa de Clara que se uniu a Renato na reta final, formando uma ótima dupla com Rafael Cardoso. Sua última cena, inclusive, fechou com chave de ouro sua participação, valorizando o talento da intérprete no momento da prisão da mau-caráter, após o sequestro de Thomaz (Vitor Figueiredo) ter falhado.


Aliás, Mayana esteve presente em um núcleo que deu muito certo: o do bordel. Além do talento da atriz ter sido muito valorizado, como já mencionado, o contexto ainda beneficiou a maravilhosa Laura Cardoso e destacou as atrizes, incluindo Narjara Turetta e Priscila Assum. Juliane Araújo também merece menção, crescendo com sua provocativa Maíra na reta final. Outro ponto positivo do roteiro foi a dubiedade de Renato, tratado como mocinho até a metade da história, se revelando um vilão asqueroso assim que Clara se preparou para aniquilar Sophia, seu último alvo. A cena da mocinha abandonando o canalha em pleno altar, expondo um olhar diabólico dele, entrou pra galeria de grandes momentos da novela. Uma das muitas viradas elaboradas pelo autor.


Todavia, o folhetim teve erros que merecem citação. O núcleo do salão não tinha função alguma e parecia presente apenas para preencher a cota de "humor". Fábio Lado esteve muito bem como Nick, mas a história prometida a ele não saiu do papel ---- o cabeleireiro seria espancado pelo marido ---- depois das críticas iniciais ao clima pesado da história. O perfil, então, acabou ficando avulso e fazendo um trio com o insuportável Marcel (Andy Gerker) e a cansativa Ivanilda (Telma Souza). Os bordões irritavam e as cenas ficaram repetitivas, sem acrescentar nada ao enredo. E a história de Diego (Arthur Aguiar) se tornou a mais grotesca de "O Outro Lado do Paraíso". O menino que transava com prostitutas e não queria tocar em sua esposa (Melissa - Gabriella Mustafá) porque a considerava "pura" era ridícula. Ele acabou ficando com Karina (Malu Rodrigues) porque a quenga engravidou, mas voltou com Melissa no final, se casando novamente ----- isso tudo depois da "ex-pura" ter ido para o bordel com o intuito de se vingar do rapaz. Situação forçada e sem razão de existir. Pena ainda ter visto Genésio de Barros e Ana Barroso (intérpretes dos pais de Melissa) como figurantes no núcleo.


O contexto em torno de Estela foi uma decepção. Walcyr chegou a anunciar que o nanismo seria abordado de forma totalmente diferente e era esperada uma exploração em cima das dificuldades que os anões passam em lugares públicos (como problemas de acessibilidade) ou então da rotina de uma pessoa anã que segue uma vida normal. Porém, a personagem (que estudou na Suíça por anos) passou praticamente a trama toda trancada dentro de uma casinha com a empregada, esperando seu príncipe encantado, dividida entre Juvenal e Amaro (Pedro Carvalho). Houve até uma tentativa de mostrá-la trabalhando como professora, tendo como alunos os garimpeiros e as prostitutas, mas também não surtiu o efeito esperado. Uma pena também ver Tainá Muller sem o destaque que merecia na pele da médica Aura. Inicialmente, ela até prometia render, mas ficou sem maior função após o rompimento com Gael. Já o núcleo do Samuel teve como grandes pontos positivos a parceria de Ana Lucia Torre e Ellen Rocche (Suzy); todavia, as situações se repetiam exaustivamente ao longo dos meses e a relação do psiquiatra com Cido (Rafael Zulu) poderia ter sido bem mais interessante, deixando a comédia de lado e expondo o preconceito da sociedade. Mas, apesar disso, caiu no gosto popular e a cena final foi muito bonita, com um longo beijo do casal e a aprovação da mãe preconceituosa. Menos mal.


E Grazi Massafera acabou prejudicada pelos rumos de Livia. A personagem foi prometida como uma das vilãs da história, mas se tornou uma mulher dúbia e extremamente frágil. A filha de Sophia até teve algumas ótimas cenas ao longo da novela, principalmente quando seu romance com Mariano (Juliano Cazarré) foi descoberto pela vilã, mas o saldo não foi dos melhores. Poderia ter rendido muito mais. Walcyr presentou a atriz com seu melhor perfil da carreira (a drogada Larissa, em "Verdades Secretas"), mas falhou com esse papel. Livia poderia até ter sido alvo da vingança de Clara para ter um maior destaque, só que nem isso aconteceu. Uma pena. Que ele se redima da próxima vez, como fez com Eliane Giardini após "Amor à Vida" (2013), por exemplo. Vale criticar ainda a bobagem em colocar Clara aparentemente dividida entre Gael e Patrick na reta final apenas para gerar um "suspense". Era óbvio que ela ficaria com o advogado e não precisava desse tipo de artifício, até porque depois de tudo o que a mocinha passou nas mãos do ex era um despautério voltar para ele. A redenção do filho de Sophia, vale ressaltar, foi sendo feita de forma crível. Ao contrário do que foi divulgado e analisado por alguns, Gael não foi "curado" por Mercedes. A vidente apenas fez o perturbado rapaz se lembrar da época que era espancado pela mãe. Isso não justifica suas agressões, mas explica. E o personagem, é importante lembrar, foi preso e espancado na cadeia. Houve punição. Portanto, tinha todo o direito de recomeçar sua vida. Só que longe de Clara. E foi o que ocorreu. Sérgio Guizé protagonizou boas e pesadas cenas ao longo do enredo.


O autor foi concluindo todos os núcleos paralelos na última semana, evitando correria no capítulo final da trama. A despedida de Leandra do bordel foi emocionante, destacando Mayana Neiva e Laura Cardoso. Já a cena em que Zé Vitor (Rafael Losso) tentou matar Mercedes, Xodó e Cleo surpreendeu pelo ataque paranormal da vidente, que provocou uma alucinação no capanga de Sophia através de sua oração. O beijo mencionado anteriormente de Samuel e Cido primou pela delicadeza, assim como a aceitação de Adnéia, após tanto preconceito da mãe do psiquiatra. O casamento de Bruno e Raquel também merece elogios, incluindo o discurso de Nádia admitindo o quanto era racista no final da cerimônia, destacando Eliane Giardini. E toda a sequência do sequestro de Thomaz (um clichê presente no final de todas as novelas recentes da Globo) foi permeada de tensão, sendo necessário citar a forte cena em que Gael e Renato se enfrentaram, para o desespero de Fabiana. Pena que a morte do canalha, assassinado com um tiro de Patrick, não tenha ficado em evidência por causa da regravação da cena, em virtude do afastamento de Thiago Fragoso para uma cirurgia renal.


O penúltimo capítulo foi todo voltado para o julgamento de Sophia e destacou Paulo Betti, que convenceu como advogado da vilã, virando o jogo e desqualificando todas as testemunhas de acusação. Todavia, foi uma longa sequência que pecou no ritmo. Valeu mesmo pelo último gancho do folhetim, com a volta de Mariano, acompanhado da Mãe do Quilombo, para o desespero da inimiga de Clara. O depoimento de Mariano e de Otacília (a grande mãe) destruiu a vilã e sua condenação foi imediata. A cena em que Sophia e Clara tiveram um último embate, com a mocinha debochando da sua grande algoz, foi maravilhosa, assim como os momentos de eletrochoque da assassina no manicômio, relembrando o pânico da protagonista no primeiro mês de novela.


Os demais desdobramentos foram apenas as conclusões de cada personagem, sem correria. Clara e Patrick finalmente transaram em uma sequência que explorou a química entre Bianca Bin e Thiago Fragoso. A morte de Caetana emocionou, destacando Lima Duarte, Fernanda Montenegro e Laura Cardoso. Mas a cena do velório da cafetina foi hilária, com a personagem dançando ao som de Pabllo Vittar e indo feliz para o céu. A cara dela. E que homenagem linda a Laura com uma sequência que provocou lágrimas e risos. Vale elogiar ainda a hora da intimidade de Josafá e Mercedes, finalmente se amando como homem e mulher. Sensível. Já o desfile de Elizabeth, sendo aclamada por todos, destacou a grande Glória Pires, em um momento de pura felicidade de uma mulher que sofreu a trama inteira. Gleici (campeã do "BBB 18"), Fernanda Motta e Ana Furtado foram participações na plateia.


Gael teve um recomeço com uma mulher agredida pelo ex, interpretada pela ótima Vanessa Giácomo. Uma segunda chance. Já a cena em que Estela visita Sophia no manicômio e ouve que a mãe a ama foi uma clara reedição de Félix (Mateus Solano) e César (Antônio Fagundes) em "Amor à Vida". Porém, a declaração da vilã não pareceu nada sincera. Ela ainda parecia cobiçar o anel que a filha usava. Um momento totalmente dúbio. E vale um adendo: como Marieta se entregou. Um espetáculo de atriz. O momento em que Clara, Patrick e Thomaz contemplaram o pôr do sol do Jalapão teve uma beleza rara de fotografia, destacando ainda o instante em que o garoto chamou a mocinha de mãe pela primeira vez. A última cena arrepiou pela narração da extraordinária Fernandona, fechando o ciclo do enredo e olhando fixamente para o telespectador. Tudo ao som de Radiohead (tocando Weird Fishes), e com o cenário sendo desmontado, incluindo até câmeras retiradas. Uma ousadia de Mauro Mendonça Filho. E, afinal, foi tudo uma invenção da vidente? Ou a história realmente aconteceu? Quando o mundo acabar, restará apenas o Tocantins...


"O Outro Lado do Paraíso" entra para a lista de grandes sucessos do horário nobre da Globo e Walcyr Carrasco conseguiu novamente emplacar um fenômeno de audiência que caiu no gosto popular. Parte da crítica especializada massacrou a novela, mas ficou visível que muitas dessas críticas se deram pela má vontade ao estilo popular do autor, que nunca foi sutil e sempre priorizou diálogos simples. "Amor à Vida", outro êxito do escritor na faixa, por exemplo, teve críticas semelhantes ---- e, ironicamente, também acabou aclamada pelo telespectador. O escritor sabe exatamente o que o público quer ver, muitas vezes desagradando quem aprecia algo mais refinado. O folhetim em torno da vingança de Clara teve defeitos e qualidades, conseguindo prender o público diante da televisão através de muitas viradas, cenas que entraram para a galeria de grandes momentos da teledramaturgia e personagens defendidos por um elenco estelar. Cumpriu seu objetivo de entreter através de inúmeros clichês do gênero, deixando sua marca na principal faixa da emissora, elevando ainda mais a audiência da ótima "A Força do Querer". Foi uma boa novela. Agora o bastão vai para "Segundo Sol", do também popular João Emanuel Carneiro.


69 comentários:

Anônimo disse...

EU AMEI O ÚLTIMO CAPÍTULO!!!! LAURA CARDOSO DANÇANDO FOI TUDOOOOOOO!!! E CLARICK TRANSANDO???? AAAAAHHAHAHH Fernandona encerrando foi de arrepiar!!!!!!!!!!!

Fábia disse...

Apontou todos os erros e acertos. Depois tu é parcial, Serginho. kkkkkkk

Anônimo disse...

Além de um sucesso de audiência, como você consegue defini-la? Ótima, Boa ou Mediana?

Brunno disse...

MENOS Sérgio, beeeem menos! A crítica não ficou de má vontade, a novela é que realmente não era uma maravilha! Ela pecou em vários assuntos que tratou, e vai ser lembrada apenas por ter tido uma audiência altissísma (o mesmo ocorreu com Fina Estampa, que por sinal eu amei, ela foi um fenômeno de audiência, mas a crítica odiou). OOLDP foi uma boa novela, apenas, mas está longe de ser essa maravilha que tu tenta pintar. Gosto muito dos seus tweets e textos, mas tu tem que aprender a aceitar críticas, todo mundo que discordava de ti, era visto como hater, e não é bem assim que funciona. Tu sabe muito bem que a novela teve vários erros (assim como várias novelas que tu odiou), mas essa, acho que por ser do Walcyr, tu amou! Ah, e o Globo Repórter não foi especial da novela, foi um especial sobre o JALAPÃO. GR especial foi a de A Força do Querer e Avenida Brasil.

Anônimo disse...

Parcialidade é isso, aponta defeitos e qualidades, já aqueles colunistas do UOL, e aqueles amadores do TV Foco, que querem copiar os do UOL, são insuportáveis de chatos, apontam só os erros, e perseguem até mesmo quem gosta da novela, como se só a opinião deles, que valessem mais, por serem "críticos".. para desespero desses poucos, e alegria de muitos, Walcyr saiu do ar com mais um fenômeno, e em breve deve dar as caras novamente em algum outro horário, porque a Globo não é nem louca de deixar essa máquina de fenômenos, fora do ar por muito tempo!!!

Anônimo disse...

Bruno, o Jalapão é cenário de Segundo Sol????

Heitor disse...

Pra quem encheu a boca pra dizer que tu não viu os erros da novela esse texto é um belo tapa na cara. E concordo com todas as qualidades mencionadas. A novela foi boa e até eu que nunca fui um admirador do Walcyr percebi a má vontade da crítica com ele. Dá até pra ver na atual Malhação que há desserviço atrás de desserviço e ninguém fala nada. Se fosse ele já teria uns 4 textos do Uol.

Yuri disse...
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Unknown disse...
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Eduardo disse...

Muito boa a crítica. Gostei muito da trama, só achei o final muito longo. Parece que virou regra fazer um capítulo indo até meia-noite. Pelo menos não foi corrido, já que o autor vinha encerrando as histórias dos personagens desde a semana passada. Pra mim os núcleos que não funcionaram foram a do salão e da Estela mesmo. O salão era só um ponto da fofoca. Se o autor tivesse desenvolvido a história do Nick, teria sido bem melhor. Será que foi medo de afastar o público? E não entendo como ele não aproveitou a Estela. Até o amaro teve mais história que ela após a explosão nas minas.
Concordo quando você fala que teve implicância. Teve gente insistindo que algumas pessoas não foram punidas, não sofreram. Algumas nem tinham como por falta de provas. Ontem, você comparou a cena do diagnóstico do Samuel com o final de Revenge, onde a psicóloga não foi punida. Na série foi lindo, na novela foi ruim. Não gostaram da Clara ter perdoado Lívia após tudo o que ela fez, mas aceitaram Nina perdoando Carminha. E por aí vai. Por falar em Lívia, também acho que ela deveria ter tido mais destaque através da vingança da Clara. Tomaz tinha que saber com todas as letras o que mãe de coração tinha feito e rejeitado ela por um bom tempo.

Eduardo disse...

Me esqueci de comentar antes sobre essa palhaçada de Globo Repórter. Quem disse que pra ser considerado sucesso ou fenômeno tem que aparecer em GR ou ser capa de revista? Se fosse assim, a maioria das novelas das 9 teriam tido esse espaço. Alguns programas da casa aproveitaram o sucesso da novela, azar de quem não foi na onda.

izabel disse...

Falta bom texto e sutileza na trama de Walcyr Carrasco, mas falta também criatividade e ousadia para fazer uma novela com os dilemas atuais sem cair no esdruxulo, no ridículo, beirando a vulgaridade.

Veja quais são as piores histórias da novela das 21 horas!

Triângulo amoroso:
Os rumos que a trama envolvendo Samuel, Suzy e Cido tomaram na novela viraram motivo de muitas críticas nas redes sociais (e com muita razão). O drama e os dilemas do médico que até então era gay enrustido foram reduzidos drasticamente e o núcleo apostou no tom de comédia para lidar com assuntos delicados como preconceito, homossexualidade, traição e autoaceitação.

Saga de Estela:
A discussão sobre o nanismo também foi mal aproveitada pela direção da obra. A imagem dócil e reservada da personagem não se acertou com o perfil para ser uma mulher independente e batalhadora que viveu durante muitos anos na Europa. Erro Muito Feio Walcyr Carrasco.
E a personagem Estela perdeu espaço aos poucos e não convenceu o público e no folhetim também. Era tida como uma das melhores tramas (infelizmente não foi aproveitada).

Coaching da advogada:
O drama enfrentado pela personagem Laura (seu trauma antigo de ter sido abusada sexualmente pelo padrasto) foi um dos destaques da trama das 21 horas da Globo. Grande Acerto Walcyr Carrasco.
Contudo, o roteiro conduziu a personagem para um tratamento nada convencional em busca da superação foi Surreal. A advogada Adriana fez até regressão para auxiliar a jovem sendo que essa espécie de coaching não tem capacidade para isso. A falta de um psicólogo na história, profissional necessário para tratar de um distúrbio como esse, foi duramente criticada pelo público e por especialistas médicos (com toda razão).

Drama de Raquel:
o tom sobrenatural sempre esteve presente na obra da Globo mas exagerou na dose com a “levitação” de Raquel devido a Mercedes. Por conta disso, de ter levantado da maca, a personagem ainda foi curada sem muitas explicações para os telespectadores que acompanham a produção.

Função de Mariano
Esse amante de Sophia foi mais colocado na trama apenas para satisfazer o desejo de várias mulheres, por isso foi mal aproveitado. Dividido entre aproveitador e benfeitor, dependendo da trama, o personagem não tem muito por onde seguir por conta da superficialidade do papel.

Morte de Natanael
Devido o texto excessivamente didático e dramático do autor que não ajudou a dar credibilidade na trama, e morte de um dos piores vilões da novela decepcionou muito o público. Essa cena até virou motivo de piada e se tornou vários memes nas redes sociais foi a morte de Natanael. Apesar da competência do veterano, Juca de Oliveira, ter sido muito boa

A personagem Mercedes:
O papel da veterana Fernanda Montenegro, vive fazendo previsões sobre os personagens da história mas abusou da falta de alerta sobre Renato e outros pontas durante a trama.

Anônimo disse...

Não é má vontade da crítica. Tudo bem você ter gostado da novela, mas apontou menos erros do que ela realmente teve! As personagens da Fernanda Montenegro e da Glória Pires foram um TOTAL desserviço à carreira das atrizes. Não tinha nem pé nem cabeça. Mercedes era a vidente que sabia de TUDO, mas não sabia que o Renato sempre quis fazer mal a Clara, sério isso? Beth tinha tudo pra ser uma grande personagem na novela, as chamadas anunciavam um grande drama em torno da solidão, era bom de se criar expectativas, mas não deu nem um mês de novela e a personagem já tava totalmente desconstruída. E isso aconteceu com vários outros personagens da novela. A vingança não foi boa, foi totalmente mal construída (onde já se viu uma mocinha que quer se vingar, mas que não sabe nem como fazer?); a trama do Samuel foi o pior exemplo de esteriótipo que esse autor já fez em toda sua carreira, uma vergonha tratar um assunto delicado daqueles como se fosse um show de aberração. Sem falar nos temas abordados que o autor propôs para a trama: tantos que poderiam render ótimas situações, tantas coisas que poderiam acontecer, mas o que o Walcyr fez? Tudo igualzinho as esquetes do Zorra Total. Audiência e qualidade realmente não andam juntas e O Outro Lado do Paraíso é a maior prova disso. Comemore mesmo a audiência astronômica, já que é a única grande qualidade que esse circo em forma de novela pode se orgulhar em ter. Essa novela NÃO é memorável, pecou em quase todos os aspectos dramatúrgicos, abordou seus temas de forma porca, desrespeitosa, tinha um texto podre e vergonhoso, as atuações NUNCA foram das melhores e não é preciso ser crítico e nem ter má vontade, era só observar bem e deixar de ser tão alienado como você foi ao ficar no twitter chamando de "hater" qualquer pessoa que não concordasse com a sua opinião sobre OOLDP.

Anônimo disse...

Sergio, antes de comentar sobre o seu texto queria fazer um desabafo, o qual acredito que falarei pela maioria. E se me permite, abrirei mão de toda a minha cordialidade e educação para me comunicar com os haters. Enfim, para todas as maria-vai-com-as-outras pseudointelectuais, que se acham cults por seguirem comentários de cri-criticos a respeito da novela, só um recado:

VÃO TODOS PARA A PQP!!! Quem são eles para falar em "cegueira" ou parcialidade? Uma coisa é não apreciarem a novela, isso é um direito deles. Mas aí não reconhecer que FOI UM SUCESSO, e o pior de tudo desrespeitar opiniões contrárias já é o cúmulo do ridículo. Sérgio, principalmente, reconheceu ao longo da novela os seus furos, mas só por enaltecer as qualidades da trama foi alvejado por uma panelinha insignificante. Querem poesia ou uma obra literária, vão ler um livro, aliás, recomendo uma excelente obra chamada O CONDE DE MONTE CRISTO rs. Aff, gente chata.

Bom, desabafo feito e recuperando os ânimos, vamos ao seu texto, Sérgio. Mais uma vez, vc fez uma excelente e precisa análise mencionando todas as qualidades e defeitos da trama. Não me lembro de ter visto uma novela onde se valorizava o talento de tantos atores veteranos, todos eles ainda em ótima forma e realmente é de se lamentar alguns cortes feitos na trama de vido a pressão popular. Teria sido interessante ver a trama arquitetada para o personagem do Fábio Lago e ver a questão da violência doméstica por um outro viés. Mas nada disso tira o brilho de OOLDP, que foi uma novela repleta de reviravoltas de tirar o folego de quem assistia.

Parabéns ao Walcyr Carrasco por mais um sucesso no seu vasto currículo e a vc Sérgio por representar a empolgação do público através dos seus tweets e pela sua paciência de Jó em atrurar essa cambada insuportável. E fazendo um contraponto ao quarto comentário eu digo: MAIS SÉRGIO, BEEEEM MAIS, MUITO MAIS, BASTANTE rs.

Anônimo disse...

Parabéns pelo seu texto, Sérgio! A novela foi muito criticada mesmo, mas essas "críticas" se tornou algo extremamente pessoal ou ma vontade com o autor mesmo. Teledramaturgia, Maurício e até mesmo a Kogut que muitas vezes deu zero pra novela, esses são os piores, pois pegaram o walcyr pra cristo. Acho eu que pode ser algo pessoal e nada profissional! O escritor dessa novela é popular, faz sucesso e da muita audiência pra emissora. Acho que isso encomoda os pseudos "críticos". Cansada dessa galera disfarçada de especialistas de tv.
Espero que com o João Emanuel Carneiro o nilson aponte os erros se a trama não cumprir o que está prometendo.

Anônimo disse...

Zamenza, vc é demais! Não liga para a opinião de haters do autor. Isso me deixa muito feliz! Aquele teledramaturgia é simplesmente intragável. E o que dizer daquele thallysbalm, demlocesar,Dan Sousa e outras @s insuportáveis do twitter? Tudo pau no cu! Bloqueia mesmo essa turma, inclusive o thallys não cansa de dar indiretas pra vc quando tem trama do walcyr no ar. É paixão reprimida que fala? Mas não liga! Vc é top ;)

Guilherme disse...

Te admiro muito como crítico Sérgio, mas em relação a esse autor, eu discordo de vc totalmente. Certos comentários aqui me enojam e pra mim, O outro lado do paraíso é uma das piores novelas da história da Rede Globo. Uma coisa é o autor escrever novelas simples, outra é provocar desserviços e tratar o telespectador como débil mental. Walcyr Carrasco trata o público como um idiota, modificando a trama da forma que ele quer e não respeitando nada. Vários assuntos tratados de maneira rasa, caricatural e ainda tem a cara de pau de dizer que queria fazer um melodrama tradicional. Quer fazer? Então não bota temáticas de cunho social pra fingir que é uma novela realista. Quer fazer uma trama fantasiosa? Então não banca o inteligente, coisa que ele nunca teve capacidade de ser, vide Amor à vida, outra merda escrita por ele, que teve inúmeros problemas disfarçados pela audiência. Fico irritado com a proteção que esse autor sofre de muita gente, inclusive a sua. Tudo que ele faz tem desculpa, somente por dar audiência. Os inúmeros temas que ele desperdiçou ou tratou de uma forma totalmente irresponsável ficam de lado por que? Porque ele deu audiência. O último capítulo ridículo e patético, de um mau gosto tremendo, com cenas forçadas e sem noção, só fechou essa novela bizarra. Enfim, detesto esse autor com todas as minhas forças e é o típico autor para um público limitado como é o brasileiro. Tudo mastigadinho e tudo entregado de graça para o público não precisar pensar em nada e continuar zombando da vida. Parabéns aos envolvidos dessa produção e Walcyr Carrasco, você nunca deixará de ser esse autor medíocre.

Anônimo disse...

Cara, te amo por esse comentário!!!!! Finalmente alguém aqui que não fica so babando ovo do Sérgio, do walcyr ou dessa novela vergonhosa! Parece que exigir nem que seja o mínimo de qualidade de uma produção é ser hater, ser critico e blá blá blá. Esse povo endeusa tanto essa novela que chega dá arrepio...

Anônimo disse...

Ninguém em nenhum momento disse que não foi sucesso, muito pelo contrário: FOI UM FENÔMENO, mas isso não significa que tenha sido uma trama de qualidade, de texto bom, de desenvolvimento decente dos personagens e principalmente das inúmeras tramas que o autor propôs a fazer para a história, mas que ele mesmo se perdeu no meio do caminho. Aliás, vocês estão super certos em comemorar a audiência gigantesca, já que é a única qualidade que essa coisa pode ser orgulhar em ter...

Anônimo disse...

Não se trata de babar ovo de ninguém. Aliás, não vejo problema nenhum em elogiar o texto do Sérgio que prima pelos detalhes, como o próprio título do blog já diz. Vcs parecem q não aceitam o fato de existem pessoas que gostaram da trama. Nenhuma opinião aqui é verdade absoluta ( Isso vale para todos, quem gostou e quem odiou a novela), devemos respeitar a opinião alheia e não transformar essa sessão de comentários em uma Faixa de Gaza.

Anônimo disse...

Oi Sérgio, tudo bem? Amo seu blog e sempre te acompanho no twitter e é muito bom saber que existe alguém tão noveleiro quanto eu rsrs. Mas vamos a O outro lado do paraíso.
Eu amo o Walcyr, de verdade. Ele fez uma das melhores novelas de todos os tempos que foi Verdades Secretas e é um bom autor. Mas com essa novela foi complicado. Pra mim a trama teve tantos, mais TANTOS erros que ficava difícil as vezes acompanhar um único capítulo. Foi um fenômeno de audiência incontestável, mas infelizmente pecou muito na condução de diversas tramas. Vou citar apenas um, porque não quero deixar o texto enorme, que foi a Clara tendo recaídas pelo Gael na reta final e principalmente sua aproximação com ele no decorrer da novela, porque meu, o cara estuprou ela na lua de mel e batia nela TODO DIA. Pra mim sinceramente foi revoltante porque a Clara não deveria querer nem ver a cara do Gael, mas ela tinha sempre um comportamento brando com ele.
Eu gostei do último capítulo e fiquei impactado com a última cena, com a Fernanda Montenegro narrando e tocando Weird Fishes do Radiohead. Essa música é muito forte e a letra dela se vc for ver a tradução é a saga da Clara resumida. Foi um encerramento que me arrepiou.
Bom, eu espero que o Walcyr demore um pouco pra voltar a escrever, porque o coitado realmente precisa de umas férias, e espero que quando ele volte faça mais um fenômeno de audiência tão bom quanto foi a primorosa Verdades Secretas.

Andressa Mattos M. disse...

Primeiramente quero te parabenizar pela coragem. Você adorou a novela assim como o público e fez questão de embasar todos os seus argumentos sempre, indo de contramão aos críticos metidos a intelectuais que nunca gostam de nada popular. Amam Onde Nascem os Fortes, por exemplo, mas é uma trama CHATÍSSIMA. Tem qualidade? Tem, mas e daí se não prende??? Os haters ficam irritados e vestem a carapuça porque não admitem que teve gente que amou a novela. Mas teve. O publico todo. E quem acha que será esquecida, vamos ver daqui a alguns anos como Clara será sempre lembrada pela vingança, por Blaze of Glory, pela Sophia, pela volta triunfal, pelo julgamento do pedófilo... E própria crítica não teria detestado tanto a novela se ela tivesse sido um fracasso. O problema foi esse sucesso todo, indo sempre contra tudo o que os tais críticos metidos a besta do Uol pregavam. Ou seja, eles não tem relevância nenhuma. Walcyr sabe conquistar seu público e não dá pra querer que ele seja um Maneco ou qualquer outro porque cada autor é um. E há espaço pra todos os estilos. Só que uns se acham mais inteligentes porque não toleram diálogos simples. Dá nojo de ler esse tipo de arrogância. E sua crítica final ficou perfeita. Não deixou passar nada e mencionou todos os acertos e erros. TODOS!!!!!!!!!!

Rafael disse...

Oi, Sérgio. Gostei da novela, e sem dúvidas, Bianca Bin esteve maravilhosa; curto ela desde Malhação, mesmo muitos achando ela fraca. Porém, achei broxante o Walcyr ter deixado pistas para o público sobre o Renato ser vilão durante a novela, com aqueles closes na expressão dele demonstrando interesse pelas esmeraldas. Seria mais interessante todos ficarem chocados com a descoberta, mas os mais atentos já pegaram essa referência das cenas. E Raquel também não ter descoberto que a Sophia que foi responsável pelo seu acidente também foi um tiro no pé. ��

Pedro disse...

o plot do Arthur foi mesmo surreal de patético, nem os atores acreditavam nisso. Espero que o Walcyr o valorize na próxima como fez com o Osório. Vc sabe se a globo renovou com ele, Sérgio?

Anônimo disse...

Ainda bem que o walcyr tem vc, pagando ou não ,tu defende ele dos haters! Eu gosto dele e de vc tbm. Essa novela teve defeitos, mas o saldo foi muito mais positivo que negativo, vide a audiência que ela teve. Fazer o que se o walcyr sempre da audiência? Os antis se cortam de raiva! Se a audiência não tá boa, ele muda, descaracteriza personagens, mas no flop ele não fica...E tbm não é de entregar os pontos fácil! Isso é admirável! Pq uma novela, segundo os críticos foi vergonhosa, ruim e blablabla deu tanta audiência se o texto era ruim? Então babilônia tinha que ser sucesso pq tinha um texto melhor! Mil vezes o walcyr e o seu texto nada sutil do
que o Gilberto com texto refinado que não move uma palha pra tentar agradar o público. As pessoas precisam respeitar o gosto dos outros... enfim, espero que ele se reinvente e faça uma das 23 boa com texto bom tbm pra provar que tbm é culto .

Sérgio Santos disse...

Foi muito bom, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Pois é, Fábia...

Sérgio Santos disse...

Boa, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Não, Brunno, não era todo mundo que discordava de mim que eu considerava hater. Era quem acha tudo o que o Walcyr faz um lixo e lambe quando outros autores fazem a mesma coisa e com ele não toleram. Não, não será só lembrada pela audiência alta...Clara, Sophia, a volta triunfal, a pedofilia e o julgamento do molestador, a trilha de Blaze of glory, Mercedes, Raquel de juíza e até Nádia... Todos serão lembrados e veremos no futuro quem estará certo.

Sérgio Santos disse...

Ah, Bruno, era sobre Jalapão, minas de esmeraldas, capim dourado do quilombo e tinha várias cenas da novela no programa. Então não era sobre a novela? Ah, por favor.
-

Sérgio Santos disse...

Obrigado, anonimo, mas vc quis dizer imparcialidade... rsrs

Sérgio Santos disse...

Vai ver é, anonimo...

Sérgio Santos disse...

Isso, Heitor...

Sérgio Santos disse...

Assino embaixo, Eduardo.

Sérgio Santos disse...

Sim, Eduardo, agora ainda inventaram isso de Globo Repórter...

Sérgio Santos disse...

Izabel, Walcyr jamais será um autor sutil. Não é o estilo dele. Cada um com o seu.

Sérgio Santos disse...

Primeiro, anonimo, alienado é você que mergulha no seu evidente ÓDIO pelo autor para expor sua opinião e ainda desqualificar quem não concorda. Desculpa, mas desserviço???? Fernanda foi valorizada como há tempos não era e deu um show. Foi um dos perfis centrais. Gloria também convenceu em uma personagem difícil e cheia de dramas mirabolantes. Desserviço foi aquela vilã ridicula dela em Babilônia, ou a figurante em Guerra dos Sexos...O msm vale pra Fernandona com aquela coadjuvante cuja única função naquela novela HORRÍVEL foi dar um selinho gay no primeiro capítulo. A novela teve cenas que entraram pra história goste você ou não! Acha msm que se esquecerão da volta triunfal da Clara? Reze pra isso, mas não vão. Lamento. Assim como a propria personagem e tantos outros. E continue aí vomitando sua raiva pelo sucesso da novela e atacando quem discorda. Bem maduro.

Sérgio Santos disse...

Muito obrigado, anonimo. E gente chata é elogio, gente insuportável.

Sérgio Santos disse...

Valeu, anonimo!

Sérgio Santos disse...

Esse babaca ainda fala de mim, anonimo? É tesão, sem dúvida... kkkk

Sérgio Santos disse...

Obrigado, Guilherme, e não tem problema algum em discordar e odiar o autor como vc odeia. Aliás, parabéns por admitir isso. Alguns pensam o mesmo e bancam os imparciais. Agora proteção de muitos? Ele sempre foi um autor apedrejado pela crítica. Raros são os que defendem seu estilo. Eu defendo mesmo porque gosto das novelas dele e tenho capacidade o suficiente para amar o popular e o refinado. Não preciso bancar o intelectual e só gostar de "biscoitos finos" como alguns críticos amam se fazer. Só gosto do que é bom. Porém, eu odiei A Padroeira e achei Sete Pecados chatíssimas. Não vi problema em criticar msm sendo dele. Mas, lamento, todas as outras eu amei. E foram sucessos também.

Sérgio Santos disse...

Nem, anonimo, se vc tivesse lido o texto teria visto que cito bem mais qualidades alem da audiência.

Sérgio Santos disse...

Fico bem claroo que não há muito respeito, né, anonimo...

Sérgio Santos disse...

Tudo sim, anonimo. Da próxima vez deixe seu nome. Obrigado pelo carinho e venha sempre. No texto eu critico essa divisão forçada da Clara porque o único intuito foi criar um suspense desnecessário do final dela. Mas respeito vc não ter gostado da novela, faz parte.

Sérgio Santos disse...

Nossa, Andressa, onde eu assino???????????

Sérgio Santos disse...

Rafael, nem ia adiantar muito porque o Extra já deu o spoiler logo no primeiro m~es e estragou tudo msm...

Sérgio Santos disse...

Não sei, Pedro. Mas essa trama foi a mais imbecil da novela.

Sérgio Santos disse...

Mt obrigado, anonimo. Agora vc acredita msm que o autor me paga??? kkkkkk Os haters ainda inventam isso de tanto desespero. Pelo menos eles me dão uma gigantesca importância. Gosto assim. rs abçs

Outsiders disse...

São pontos de vista distintos:
na perspectiva do público, essa novela tem acontecimentos quase todos os dias, usou fórmulas que revoltam o público como racismo escrachado, interesses financeiro, guarda de criança, bordel etc
Na perspectiva da lógica, ela soa ridícula, mudanças repentinas de personalidade, veja o Renato e o Gael, curas milagrosas, podia a juíza ter se livrado parcialmente do acidente e ter mais lógica na cura.

Enfim, na parte lógica, faltou planejar melhor a trama mas o público também quer e coerência na dramaticidade. Aquela série Verdades Secretas (2015) era assim, os núcleos eram interessantes, mas faltou bom senso em diferentes pontas dessa trama. O autor faltou bom senso em muitas ocasiões.

Claro que comparando com as produções de países sérios em que as pessoas têm melhor instrucao e qualidade de vida a trama pode ter ficado sem sentido, mas não aqui no nosso país... Infelizmente.

A questão que fica e melhorar a educação p as tramas poderem ser mais complexas, coerentes e elaboradas.

Unknown disse...

Sérgio, meu mestre! Como sempre digo no twitter, VOCÊ LÊ MINHA MENTE! Sério, falou EXATAMENTE TUDO O QUE PENSO!

Sou suspeita pra falar de "O Outro Lado do Paraíso", por uma sucessão de felicidades que só uma noveleira inabalável é capaz de sentir! Hehehehe
Bianca Bin é minha atriz favorita; é a primeira novela que se passa no meu amado estado do Tocantins; a trama se passa na minha cidade, Palmas; o elenco contava com os grandes nomes da minha geração de atores, e os veteranos, que tive a honra de acompanhar um trabalho "ao vivo" passando na programação da Tv, e não apenas por Blu-Rays de novelas antigas; E A CLARA! Como não aprender com ela que a vida é moldada por nossas próprias escolhas, que o destino é implacável, mas o final feliz de cada "cena" da nossa vida somos NÓS QUEM ESCREVEMOS, SIM!

A Lei do Retorno! Haaaa, se antes já era acreditava nela, agora tenho uma novela INTEIRA pra ilustrá-la! OOLDP me ensinou que "Tudo o que você faz um dia volta pra você", ou seja, SEJA A PESSOA QUE VOCÊ GOSTARIA DE TER NO MUNDO, pois existem várias CLARAS e SOPHIAS anônimas por aí, mas a Lei do Retorno é implacável, e o aqui se faz aqui se paga, NUNCA ESTEVE TÃO VIVO!!!!!!

Um beijo meu grande!!!!!!!!!!!!!!

@MariaSophiaLife

Anônimo disse...

lista alguns momentos em que a novela de Walcyr Carrasco apelou demais, pecou pela lógica ou simplesmente não teve noção: Imagem: Reprodução/TV Globo O assassinato do Rato Vamos recapitular: Rato (César Ferrario) descobriu que ... - Veja mais em https://tvefamosos.uol.com.br/listas/sete-vezes-que-o-outro-lado-do-paraiso-nao-fez-sentido-algum.htm?cmpid=copiaecola

Anônimo disse...

Mas quais foram os principais ingredientes?

Vingança... Clara executou a vingança contra todos que destruíram sua vida no passado ainda que de forma muito light. Sorte da vingativa contar com uma "equipe", sob tutela do advogado Patrick, que acabou se tornando o pretendente com maiores chances de arrebatar o coração da protagonista.

Vilã de peso... Sophia sempre se mostrou uma pessoa terrível, a julgar pela forma como tratava os próprios filhos. Mas aos poucos, a vilã revelou que a ganância e a crueldade ultrapassaram todos os limites A megera virou uma assassina na base da tesourada sem mais nem menos, acabando com os inimigos e virou "meme" nas redes sociais, como a "Sophia Mãos de Tesoura". Isso sem contar as mortes encomendadas, o que eleva ainda mais a lista de crimes. ... Walcyr foi OBRIGADO pelo público não entornar o caldo nesse tipo de vilania.

Nádia, Gustavo, Samuel tiveram punições leves demais. No caso de Renato, Fabiana e Vinícius tiveram o que realmente mereciam

O show dos veteranos... Um dos grandes acertos da trama foi ter unido feras como Caetana (Laura Cardoso), Mercedes (Fernanda Montenegro) e Josafá (Lima Duarte) além de Nathalia Timberg e Juca de Oliveira. Os veteranos brilharam, mostraram fôlego de estreantes e provaram que não há idade para roubar a cena na telinha. E Caetana(Laura Cardoso) maravilhosa.

O outro lado...E o que poderia ter sido melhor? A novela teve grandes momentos, mas também recebeu críticas sobre algumas abordagens (e com total razão).

Foi o caso da "coach" Adriana (Julia Dalavia), que desvenda o caso de abuso envolvendo Laura e Vinícius. Na época, o Conselho Federal de Psicologia se pronunciou, alegando que um profissional da área médica deveria ter tratado a menina.

Questões como racismo e homofobia também tiveram cenas fortes e, por vezes, caricatas. No caso de Samuel e Cido (Rafael Zulu), a trama enveredou para um humor desnecessário e forçado.
Tanto que o autor Walcyr não soube deixar para o final um desfecho bonito, levantando a bandeira da diversidade e respeito.


Uma das grandes promessas de maldade no início da trama, a personagem de Grazi Massafera não disse a que veio. Perdeu força e ficou submissa aos desmandos de Sophia. E a personagem Estela também foi injustiçada ao não ser usada como deveria ser.


Sem falar que a revanche da mocinha tomou ares de justiça, como no caso do delegado abusador Vinícius, condenado pelo mal que fez à enteada Laura e morto na cadeia, mas pegou muito mal para a imagem dos agentes penitenciários (que feio Walcyr Carrasco)

Anônimo disse...

A novela mostrou-se uma trama cheia de reviravoltas e que, em algumas delas, deixou o público sem entender exatamente o objetivo do autor.
Por outro lado, a novela percorre sobre o intangível, pois, mesmo diante de tanta mudança e reviravolta a trama é mesmo um sucesso de ibope, que é o que mais interessa para Rede Globo, não a qualidade.
O final feliz de cada um dos personagens é o que mais importa para o público que deixou passar desapercebidas algumas falhas de continuidade e na história da trama.

Alguns temas polêmicos, por exemplo, foram tratados de maneira simplória ou até transformada em comédia, o que não agradou a muitos setores do público.

Para você, público verdadeiro, as falhas da trama, imperdoáveis.

1) Homofobia
A verdade é que Adinéia, mãe de Samuel, não aceitava, de nenhuma forma, o filho ser homossexual. A história se desenvolveu como um núcleo cômico da trama e acabou terminando com a senhora lamentando a despedida do amante de seu filho e o fim da relação. E ela passou a novela inteira tentando 'curar' o filho com Suzy.
OBS; Muitos homossexuais não concordaram com a forma que o assunto foi tratado.

2) Racismo
Nadia 'perdeu o racismo' depois que nasceu o neto. A crítica aqui fica por conta de que seria mais 'bonito' se ela se informasse e por conta disto mudasse de opinião e não por algo 'bizarro' que aconteceu (já que os pais eram brancos e nasceu um filho negro, que é possível mas improvável).


3) Violência doméstica
Gael se tornou um bom homem com apenas uma reza. E, para piorar, ainda vai ficar, no final da novela, com uma mulher que sofria agressões do marido. Estranho hein?

4) Nanismo
A anã, Estela, passou a novela inteira sendo humilhada e nunca reagiu, mesmo sendo uma pessoa de boa formação. Ao final ainda defende a mãe assassina que não demonstra nenhum remorso.

5) Curas milagrosas
Há quem acredite e isto não pode se negado ou desrespeitado. Entretanto, tudo que não teria explicação na novela, o autor colocava a mãe de Mercedes para explicar e promover a reviravolta. Raquel voltou a andar, Gael se curou do vício de bater em mulher e por aí vai.

6) Hipnose de Adriana em Laura
Esta foi, talvez, a situação mais constrangedora que a tama passou. Segundo Stycer, foi motivada, a cena, em uma ação de merchan, da novela. Os psicólogos do Brasil deram um grito, pois uma 'coaching' não pode fazer tal tipo de tratamento. Você lembra que com a hipnose Laura lembrou do passado e incriminou o padrasto.

7) Hospital 'Vale Tudo'
Samuel e Renato, por exemplo, diretores do hospital, manipulavam tudo que queriam. Samuel deu um laudo falso para Clara e Renato deu alta para uma mulher doente e ainda exigiu a falsificação de um exame. Será que vale tudo?

8) Golpes do casamento
Será que, hoje em dia, alguém ainda cai nisto? Teve o golpe da virgem do bordel que queria se casar, o golpe de Tônia em Bruno (da barriga) e até o golpe de Johnny na jovem rica. O golpe do baú, da virgem e da barriga funcionaram, na ficção!

9) Relação de Adriana e Beth
A situação de mãe e filha era quase irreversível até que Beth pressiona médicos para doar um rim, mesmo em condições duvidosas e como em um passe de mágica, filha e mãe viram as melhores amigas. Na dramaturgia, isto é lindo. Mas na vida real...

10) Tomaz não pirou
O menino foi jogado para todos os lados e nunca viveu em uma família de verdade. O menino tinha que ter pirado e precisaria de apoio psicológico, mas ele não passou de massa de manobra e de chantagem entre vilões e mocinhos.

Claro que tudo não passa de visões diferentes e que se a novela teve um público, é porque esses pontos pouco importaram.

O final feliz é o que mais importa para o público CONSERVADOR.

Anônimo disse...

Por Henrique Haddefinir

O Outro Lado do Paraíso: Último Capítulo (ainda bem)

Com um bom Ibope termina O Outro Lado do Paraíso, uma das novelas mais mal escritas da história da teledramaturgia brasileira.

Enquanto os meses de vida da novela O Outro Lado do Paraíso se passavam, eu ouvia de muita gente que acompanhava a trama que ela era “muito boa”. Quando eu perguntava por qual razão as pessoas diziam aquilo, era quase unânime a indicação de que a tal qualidade estava no fato de que “acontecia muita coisa” na história. Comecei a pensar um pouco sobre isso e de repente me lembrei que quando essas mesmas pessoas diziam que uma trama era ruim, era porque “não acontecia nada”. Por esse motivo, alguns filmes, séries e especiais caíram no desagrado do grande público. Para o chamado “espectador leigo”, uma história só pode ser boa se ela se movimentar muito.

Walcyr Carrasco tem um histórico de narrativas muito movimentadas. A linguagem ingênua de suas tramas das 18 horas fazia com que a simplicidade do texto e a maneira direta com que os enredos eram montados, soassem coerentes com as propostas. Lá em Xica da Silva (que ele escreveu com pseudônimo), o amontoado de enredos aparecia quase como se a novela fosse seriada, nos moldes de Malhação, quando uma storyline termina e outra começa, nem sempre com os personagens agindo de acordo com suas essências, traindo-se a serviço desse novo plot. Porém, quando a gente olha para a carreira do autor, ela é pautada por isso mesmo: acontecimentos.

A coisa toda ganha mais clareza quando colocamos a antecessora de O Outro Lado do Paraíso como base de comparação. Glória Perez (também grande fã das muitas viradas) escreveu A Força do Querer com extremo controle narrativo, dando aos personagens o tempo que eles precisavam para acontecer, sem forçar tramas rocambolescas, com toda paciência, deixando que tudo se construísse no tempo adequado para o fortalecimento da palavra. Acho que é bem isso… Walcyr é um autor de ações e Glória, com A Força do Querer, queria estudar emoções. E nenhuma emoção verdadeira e relevante para o olhar do espectador pode sair de ações vazias, superficiais e baratas. Dramaturgia é texto e ganha quem valoriza ela mesma, a palavra.

Anônimo disse...

Por Henrique Haddefinir

O Outro Lado do Paraíso: Último Capítulo (ainda bem)

Os Lados Escuros do “Paraíso”

Vivemos um momento curioso na nossa teledramaturgia. Para cada novela que vem para provocar com novos olhares, outra surge para recuar no processo. Quando Avenida Brasil surpreendeu ao dosar suspense, comédia (até um pouco errada) e um texto cuidadoso, esperou-se que por tratar-se de um autor novo no horário, a luz fosse irradiar a mudança. Daí Glória veio em seguida com suas fórmulas descuidadas e entregou Salve Jorge aos leões, que a devoraram. E aí foi um festival de recorrências cansadas com Em Família, Império, Babilônia e a primeira de Walcyr na faixa das 21, Amor à Vida. A Regra do Jogo apareceu com mais boas produções textuais, mas assim que acabou, lá veio Velho Chico e A Lei do Amor, com suas propostas visuais perfeitas e nenhum frescor narrativo. Até que Glória abriu os olhos e nos presenteou com A Força do Querer, que fez avanços que O Outro Lado do Paraíso esmagou.





Quando um produto ruim faz sucesso de audiência a catequese sai invertida. Você está ensinando para a emissora que o público gosta mesmo é de arte duvidosa e abre precedentes para que ideias melhores sejam rejeitadas por não serem tão diretas. Walcyr provavelmente age de maneira calculada, consciente de que pode vender uma história mal escrita para um público que não exigirá mais nada dele, justamente porque a noção de que “acontece muita coisa” estabelece superioridade.

E vamos combinar… O Outro Lado do Paraíso apresentou uma impressionante capacidade de errar. As tramas se desenvolviam sem nenhum apuro, com erros grosseiros de continuidade e o pior: com equívocos até no andamento das personalidades dos personagens. Em TODO tema polêmico no qual resolveram colocar a mão, acabaram oferecendo desserviço. A personagem anã foi menosprezada pelos enredos e revelou-se aquilo que não esperávamos: um apelo. Os personagens homossexuais foram conduzidos com o pior da perspectiva a respeito e que – não por acaso – parece saída de relatórios sociais dos anos 50. Gays enganando mulheres, gays seduzindo por dinheiro, gays predadores… O beijo entre Samuel e Cido na última semana foi legitimamente festejado, mas o núcleo trabalhou afetividade com chantagem, manipulação, vulgaridade, mentira, todos os piores ingredientes para que a abordagem fosse positiva.

As cenas que levantavam a discussão sobre racismo foram igualmente secas, didáticas, como se fossem escritas para uma propaganda do governo sobre o assunto. Não havia nenhuma sutileza, nenhuma sensibilidade. A história passeou por tentativas de abordar outros temas delicados, mas até para falar de pedofilia (onde o resultado foi mais digno) o tom extremamente institucional e os absurdos promovidos pelo texto (tentando vender a ideia de uma personagem sem formação psicológica agindo como “coach” da vítima) enfraqueciam os objetivos. Isso sem falar em Gael, que começou a trama como um brutal agressor de mulheres e no meio do percurso, redimiu-se depois até mesmo de ter seu “distúrbio” apontado como uma possessão. Um caos narrativo de proporções irresponsáveis.

Anônimo disse...

Por Henrique Haddefinir

O Outro Lado do Paraíso: Último Capítulo (ainda bem)

Os Lados Menos Escuros do Paraíso

Enfim, nem só de trevas foi feita O Outro Lado do Paraíso, que acertou ao escolher uma região do Brasil pouco explorada em novelas. O elenco se virava para dar conta do péssimo texto e os mais experientes brilharam. Fernanda Montenegro, Lima Duarte e Laura Cardoso humanizaram seus personagens com muita sensibilidade. Marieta Severo caiu numa cilada e Sofia desceu numa espiral de maniqueísmos que os vilões do mundo contemporâneo não têm mais. Suas últimas semanas foram especialmente ruins, com um AVC que desfigurou a personagem e que se não fosse pelo estupendo talento da atriz, teria gerado cenas jocosas e ridículas.

Alguns outros atores flutuaram sobre a trama, perdidos em meio a tanto equívoco. Grazi Massafera teve uma vilã prometida a si, mas Lívia virou um arremedo de lamentações. Seus momentos com o filho traziam a personagem de volta para a realidade e seu envolvimento com Mariano ajudou um pouco, já que Juliano Cazarré se empenhava também em fazer seu personagem existir. Mesmo assim, até mesmo uma quase protagonista como Glória Pires sentiu o peso da falta de planejamento coerente e sua trajetória na novela foi uma das mais absurdas que a televisão brasileira já viu. Só não perdeu para Clara, que Bianca Bin lutou para defender, não se pode negar.

Contudo, a novela não parava nunca, ela estava sempre “acontecendo”, não importando no fim das contas a amarração dessa via de acontecimentos. Quase como se estivesse dando uma “lição” no mercado, a novela nos dizia que no jogo para captar a atenção do público, valia tudo que não o afastasse por ser “cerebral demais”. A novela queria o tempo todo “ir direto ao ponto”, como se um diálogo mais elaborado não tivesse condições de ser compreendido. O recado de Walcyr para a teledramaturgia brasileira é: “o espectador não quer pensar, ele quer se divertir, esquecer, relaxar”. E até isso é discutível, já que existem produções sem pretensões intelectuais que funcionam por terem sagacidade e carisma. O Outro Lado do Paraíso era incapaz de apresentar uma cena carismática ou ligeiramente esperta. Não é como se o método não fosse legítimo, mas a arte pode ser absorvida pelas pessoas de formas incomensuráveis e não se deve nunca subestimar suas faculdades sensoriais.

Uma dramaturgia que “acontece” é importante, mas uma dramaturgia que “contribui” é mais. O Outro Lado do Paraíso é uma novela debochada, inconveniente, que foi acusada de não ser “moderna” e agora veio se vingar provando audiência. O pior? Ela vai sair provando seu ponto. Toda vez que alguém disser “essa novela era boa”, vai pensar nas reviravoltas, nos embates e nos assassinatos constantes. Essas pessoas não vão lembrar das discussões analíticas, das abordagens sociais, das sequências emocionais. Elas vão lembrar de Sofia e sua tesoura. Elas vão lembrar, mas não vão sentir.

Enfim, no recheado último capítulo, a direção tenta ser sensível e encerra o trabalho com Fernanda Montenegro no centro de um quadro que mostra a desconstrução do cenário em meio a uma linda canção do Radiohead (deslocada do contexto) e uma preocupação em ser mais que superfície. Já haviam feito isso no último capítulo de Amor à Vida também. Mas, por mais belo que seja um último suspiro, ele não consegue ressuscitar um moribundo.

Anônimo disse...

Eu gostei de O Outro Lado do Paraíso, porém, tenho que admitir que desta vez Walcyr Carrasco pesou a mão em relação as incoerências e absurdos da trama. É difícil acreditar por exemplo que Marieta Severo (baixinha, magrinha) disponha de força suficiente para matar homens robustos com quase dois metros de altura. A novela e seu ator tem méritos sim, mas, as criticas que ambos receberam possuem fundamento também, eu me lembro que você alguns anos atrás criticou duramente a novela Fina Estampa, pois bem O Outro Lado do Paraíso foi uma novela tão louca quanto Fina Estampa.




Bruno Sena.

Luli Ap. disse...

Olá Sérgio
Onde eu assino??????
Não precisava nem dizer nada já que seu texto maravilhoso, completo e perfeito diz udo: inclusive falando do que não teria agradado, em hipótese, até porque o que um gosta outro pode não necessariamente amar :)
Masssss vou me permitir dizer algumas coisinhas como: sou fã do Walcyr Carrasco siiim, acho suas obras interessantíssimas e em nenhum momento ele disse que a obra não tinha um Q maiúsculo de fantasia. E é exatamente aí que reside a graça da coisa toda!
As pessoas podem ou não gostar, mas se tudo tivesse que ser explicadinho não existiriam obras como o sci-fi, as distopias e as fantasias :)
Oxi a pegada social é uma consequência das temáticas e da atualidade até porque se faz necessária.
Atores veteranos foram siiiim valorizados e Fernandona teve uma atuação que por muito tempo será lembrada com certeza.
E Bianca Bin arrasou como protagonista, seu bordão será daqueles que entrou para o rol dos inesquecíveis, e foi uma fofurice a Gleici que usou o bordão na volta do BBB estar lá no desfile da Bete!
Enfim gostei bastante <3
Bjs Luli
Café com Leitura na Rede

Eduardo disse...

Caramba, os haters forçam demais.
Tem um que pegou diversos textos de outros críticos, muitos que nem acompanharam a novela direito. A prova disso foram alguns críticos que vi falando sobre a previsão de Mercedes que teria falhado com o Renato sendo que a própria olhou estranho pra ele em diversos momentos da trama e logo na primeira semana falou que ele era mais um. Engraçado que reclamam da sutileza do autor, mas quando ele faz isso com um personagem, reclamam. Teve um hater que vi reclamar sobre o autor não ter dado pistas sobre o Vinícius, mesmo o autor tendo feito isso. Vai ver queria que o delegado falasse quem ele era já na primeira fase. Agora querem desdenhar a trama, dizendo que a mesma será esquecida. O que mais teve foi reviravolta na trama, gancho, cenas impactantes. Verdade que teve um "Marcel que caiu do céu", mas outros personagens tiveram seu destaque.

Agora deixando os haters de lado, discordo em duas coisas com o último anônimo. Fina Estampa foi uma novela sem sentido algum. Não teve nem história logo depois que Griselda tirou a máscara do filho. OOLDP teve trama até o fim. Normalmente, novelas são assim. Tramas principais maravilhosas e secundárias nem tanto. Isso fica claro principalmente quando lançam em BOX. Discordo também da Sophia não convencer como uma serial killer. Só procurar qualquer matéria que retrate sobre uma mulher com essas características e elas não são altas e muito fortes. Elas esperam uma oportunidade. Sophia fez isso tudo pelas costas (Rato e Laerte) ou de maneira inesperada (Vanessa e Mariano).

Sérgio Santos disse...

O público amou a novela, Day, e não se esquecerá dela MESMO.

Sérgio Santos disse...

Que prazer te ver aqui, Maria Sophia. Adorei!!!!!

Sérgio Santos disse...

Discordo, Bruno. Que cena marcou em Fina Estampa? Que personagem ficou lembrado além do Crô? Que história ela contou? Ninguém lembra e sabe. Simplesmente pq era uma novela grotesca e com vários personagens mal construídos, além de um elenco bem mal escalado. Ao contrário dessa, que teve um elenco estelar, atores valorzados, perfis que arrebataram o público e cenas que jamais serão esquecidas.

Sérgio Santos disse...

Desculpe, anonimo, mas esse papinho de público conservador é invenção besta pra tentar menosprezar o imenso sucesso da novela. Então os bons números de A Força do Querer tb foram do público conservador? Que viam a Ivana??? Não cola.

Sérgio Santos disse...

Assino embaixo, Luli!

Sérgio Santos disse...

Onde eu assino, Eduardo??????

Sérgio Santos disse...

A nova trama já está repleta de furos e as críticas são bem menos "furiosas". Isso já expõe a má vontade com o Walcyr SIM.

Unknown disse...

O último capítulo de "O Outro Lado do Paraíso" deixou o destino de alguns protagonistas em aberto e teve gente que não se conformou que esse seria realmente o fim da novela.Entre emoções, romance e reviravoltas, confira 6 personagens, além de Renato, que foram esquecidos no final da novela de Walcyr Carrasco.

CADÊ O CACHORRO DO TOMAZ??
O cachorrinho de rua com o qual Clara (Bianca Bin) presentou Tomaz (Vitor Figueiredo) no início da segunda fase de "O Outro Lado" foi sempre citado pela protagonista. Com a rejeição de Sophia (Marieta Severo) ao presente, o vira-lata foi levado para a casa de Josafá (Lima Duarte) e, mesmo com o garoto vivendo na casa da verdadeira mãe, nunca mais apareceu.
CADÊ O CACHORRO DO TOMAZ???????

Bebê da Tônia
Tônia, no geral, foi deixada de lado nos últimos capítulos da novela. A ginecologista, que passou a trama toda tentando um golpe da barriga, não teve a chance de aparecer ao lado do seu bebê e a ausência da cena gerou algumas controvérsias, ainda mais após a condenação e a prisão de Zé Victor, pai da criança.
Já se passaram dois séculos e o filho da Tônia não nasceu. Gravidez de Taubaté.

Fim de Desireé e Juvenal
Depois de passar inúmeros capítulos esperançosa em se casar com Juvenal, muitas rejeições e reviravoltas, Desireé (Priscila Assun) foi tirada do bordel pelo noivo, no penúltimo capítulo, logo após o fim do sequestro de Tomaz, mas o casal terminou a novela sem nenhuma cerimônia.
A Novela terminou e a Desirée não casou?!

Retorno de Jô
Jô assumiu que nunca gostou de Henrique e prometeu, com todas as letras, voltar para se vingar do ex marido e reivindicar o que era seu, já que ela sempre esteve de olho na fortuna dele. Mesmo a saída da atriz tendo sido confirmada, os fãs do núcleo acabaram sem um desfecho concreto para a história da vilã.
Esqueceram a Jô fritando no churrasco, não é possível, a história termina hoje e sabemos o paradeiro dela, explicações já, pelo menos falem que ela morreu, pq amanhã tudo pode acontecer.

Laura sem mãe?
Sandra Corveloni brilhou no papel de Lorena, mãe da Laura, e se despediu da novela com o pretexto de reatar o relacionamento com o pai da filha. Apesar disso, a maneira como Walcyr conduziu a relação entre as duas, de maneira distante e fria, gerou algumas controvérsias, ainda mais considerando o fato de que ela não foi visitar a filha mesmo com o avanço da gravidez.
E a mãe da Laura nunca mais foi lembrada

Sérgio Santos disse...

A mãe da Laura viajou com o ex, o cachorro do Tomaz estava com Mercedes e Josafá, Desirré ficou com Juvenal e todo mundo viu e o bebê da Tonia pouco intteressava pro enredo no final. fim .

Anônimo disse...

O autor Walcyr Carrasco não digeriu as críticas feitas publicamente pelo diretor Mauro Mendonça Filho à sua última novela e decidiu que eles não trabalham mais juntos.... Leia mais em https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/criticas-o-outro-lado-do-paraiso-encerram-parceria-entre-autor-e-diretor-da-globo--22347?cpid=txt