domingo, 29 de maio de 2011

"Qual é o seu talento?" consegue entreter e divertir

No dia 5 de agosto de 2009 entrava no ar o "Qual é o seu talento?" no SBT. A missão era difícil : reconquistar os telespectadores que tinham migrado para a Record junto com o "Ídolos", comprado pela emissora dos bispos após ser exibido pelo SBT por duas temporadas.

A atração,uma versão brasileira do tradicional "Britain`s Got Talent" que revelou o fenômeno Susan Boyle,  não é muito diferente do que vemos na televisão. Não deixa de ser um show de calouros, só que mais "requintado".

O programa já está em sua quarta temporada e sempre rende bons índices de audiência para a emissora do Silvio Santos, mesmo sendo constantemente mudada de horário, situação costumeira nessa empresa. O porquê disso? O programa consegue divertir nos apresentando candidatos talentosos, sem contar as bizarrices que surgem no caminho. Porém, tudo seria bem diferente se não fossem os jurados. Eles carregam o programa nas costas. Arnaldo Saccomani, Carlos Miranda, Cyz Zamorano e Thomas Roth são competentes e um show à parte. Eles eram responsáveis em aprovar os aspirantes a cantores no reality musical "Ídolos" quando os direitos do mesmo ainda pertenciam ao SBT. Portanto,o entrosamento do quarteto é mais do que natural e isso reflete na dinâmica do QST.

O apresentador oficial do programa é o André Vasco. Mas é só um bobo alegre que faz um bando de piadinhas sem graça. Os quatro jurados o apagam por completo. Caso sumisse do programa não faria falta.
Arnaldo é o ranzinza, Cyz a boazinha, Miranda o rígido e Thomas o descolado. Todos cumprem bem seus papéis. O programa não é muito longo e isso também ajuda a não cansar o telespectador.

Com esse conjunto de fatores, o programa já se encontra em sua quarta temporada e isso para os moldes do SBT é considerado uma grande vitória. Se a atração tivesse o tratamento que realmente merece,com certeza daria muito mais audiência do que tem apresentado. Colocar o programa para ser exibido numa segunda-feira às 20h15m concorrendo com o Jornal Nacional é um despreparo. Mas nem tudo é perfeito. Todos os envolvidos nessa produção merecem a boa repercussão e o retorno no ibope. Se você quer um bom entretenimento, o QST é uma boa pedida.

domingo, 22 de maio de 2011

Lara com Z não agrada

A idéia do seriado "Lara com Z" era ser uma espécie de continuação de "Cinquentinha", criado pelo mesmo Aguinaldo Silva anteriormente. De fato, temos muitos personagens do seriado passado, mas não é bem isso que nós vemos. Na realidade a série é um explícito festival de bajulações a Suzana Vieira, protagonista.
Enquanto no passado vímos três personagens centrais (interpretados pela Marília Gabriela, Betty Lago e a mesma Suzana) disputando uma empresa. Agora vemos Lara com conflitos que pareciam interessantes no início, mas já no terceiro episódio cansaram.

A história basicamente se consiste nas dívidas em que Lara se meteu e nos problemas com a justiça ao investir a verba que recebeu em um grande teatro, ao invés de fazer um filme como ela havia se proposto. Seria interessante abrir um diálogo sobre a Lei Rouanet, mas isso é pouquíssimo explorado, já que a série foi se encaminhando para as aventuras amorosas de Lara e de sua neta, interpretada pela talentosa Monique Alfradique.

O elenco é de primeiro time. Todos excelente atores, sem exceção, como: Dalton Vigh, Thais de Campos, Humberto Martins, Maria Helena Pader (mais conhecida com a dubladora da grande Glen Close), Emiliano Queiroz, Eliane Giardini, Roberto Naya, Priscila Marinho ,dentre tantos mais. Além,claro, de marcar o retorno da maravilhosa Beatriz Segall à tv. Temos como revelação, o ator Pierre Baitelli que em "Cinquentinha" tinha um bom destaque como um vilão homossexual, filho da personagem de Maria Padilha, mas agora não passa de um mero coadjuvante.

Infelizmente só um bom elenco não consegue sustentar uma história sem muitos atrativos. Suzana Vieira sempre foi uma grande atriz, basta relembrarmos de novelas como: "Por Amor" (alguém se esquece da vilã Branca Letícia de Barros Motta?), "Mulheres Apaixonadas", "Senhora do Destino", e muitas outras que não caberão aqui. Mas de uns tempos pra cá, ela acabou virando uma caricatura de si mesma. Não vemos mais uma personagem e sim a própria atriz participando de uma produção. Em "Duas Caras" também foi assim.

Aguinaldo Silva é um autor conhecido pela sua arrogância e que vive criticando as demais novelas de seus colegas. Em breve o autor passará de pedra à vidraça quando estrear no lugar de "Insensato Coração", "Fina Estampa", trama assinada por ele. Se a novela for do mesmo patamar que "Lara com Z", não temos notícias muito animadoras para o horário nobre.

domingo, 15 de maio de 2011

O previsível cancelamento de Batendo Ponto

Quando "Batendo Ponto" foi ao ar, como especial de fim de ano em dezembro do ano passado, o episódio foi bastante elogiado e a audiência satisfatória. Com isso, as chances de virar uma série em 2011 eram grandes. Dito e feito. Assim que se encerrou mais um Big Brother Brasil, o programa estreou após o "Fantástico", aos domingos.

Porém,as boas impressões que foram deixadas no ano passado simplesmente desapareceram rapidamente. O programa começava a ser muito criticado e a audiência insatisfatória para os padrões globais. As críticas eram justas? Sim, com certeza. Mas o programa estava longe de ser essa tragédia toda.

Sua principal qualidade era o grandioso elenco. Milagrosamente, não tínhamos um ator sequer para criticar. Todos estavam perfeitos. O entrosamento entre os atores era nítido. Alexandre Nero, Ingrid Guimarães, Fernando Ceylão, Luis Miranda, Danielle Valente, Stênio Garcia, Orã Figueiredo, Ícaro Silva, Cláudia Mello e o maravilhoso Pedro Paulo Rangel faziam parte desse time. Eram personagens caricatos? Sim, mas o objetivo era esse. As histórias é que deixavam muito a desejar. Muitas vezes eram bobas e sem graça. Então esse foi o motivo pelo fracasso da série? Talvez.

Porém, o real motivo para o fracasso (levando-se em conta os números que a emissora almeja, obviamente)é o ingrato horário. Quando foi anunciada a nova grade de programação, era notório que o "abacaxi" iria direto para quem recebesse de brinde o horário das 23h15m, aos domingos. Desde o término do "Sai de Baixo", a emissora carioca não consegue fazer sucesso após o "Fantástico". "Sob Nova Direção" ficou um bom tempo no ar, mas não gerava repercussão alguma. Lembra de "Norma" com a Denise Fraga? O programa era interessante, mas não vingou e também foi eliminado da grade sem dó ."SOS Emergência" teve duas temporadas e conseguia manter a liderança, mas com muita dificuldade. E agora "Batendo Ponto" naufraga. Todos esses programas eram uma porcaria? Com certeza não. Mas no fim de noite de um domingo, quase ninguém fica "ligado" em uma única atração. A "zapeada" é obrigatória. Com isso o "Pânico na Tv" e o "Programa Silvio Santos" conseguem bons índices, porém raramente ficam com os números estáveis. Um vai pra liderança, o outro desce e por aí vai.

Mas o "Sai de Baixo" era um sucesso! Como se explica isso,então? A época em que o programa era exibido, não pode ser comparada aos dias atuais. No ano de 2002 (em que houve o fim da sitcom), a novela das 21h marcava acima dos 50 pontos diariamente, o "Fantástico" passava dos 40, a internet estava começando a pregar seu espaço etc etc etc. E ainda temos que levar em consideração que o programa já começava a perder algumas vezes para a "Casa dos Artistas" (fenômeno na primeira temporada exibida pelo SBT). Era dito que o programa precisava acabar para não haver desgaste, mas muitos apostavam queo término tinha relação com essas perdas no ibope para a emissora do Silvio Santos.

Com o fim de "Batendo Ponto", talvez a Globo aprenda que nesse horário dificilmente alguma atração vá vingar. O melhor é colocar no ar os filmes recheados de sangue do "Domingo Maior" mesmo,pois caso ocorram algumas derrotas para a concorrência, será só um filme e não uma produção da emissora que gera gastos para a empresa. Se a série protagonizada pela Ingrid Guimarães fosse exibida no horário em que todas as demais ("Macho Man", "Divã","Lara com Z", "Tapas e Beijos") estão indo ao ar, alguém acha que daria números muito inferiores? A resposta é não.

sábado, 14 de maio de 2011

Divã : um conjunto de acertos

"Divã" era uma peça de teatro.Fazia sucesso. Então resolveram transformar em um filme. Também fez muito sucesso. Aí resolvem criar uma série e levar para a televisão. Não seria um risco desnecessário que poderia prejudicar uma imagem já consolidada? Óbvio que sim. Mas mesmo assim, resolveram arriscar. Resultado:a série é iguamente ótima.

Desde que estreou, a atração vem nos mostrando vários episódios que mesclam humor e drama, em menos de quarenta minutos de exibições semanais. E conseguem nos entreter com louvor. Apesar de ter continuidade, os "capítulos" são totalmente independentes um do outro. Isso pode ser considerado um bônus, já que nem todos conseguem acompanhá-la semanalmente. Tudo bem que os dois primeiros episódios foram diretamente ligados, mas foi a exceção até então.

Lília Cabral é uma grande atriz e já interpretou diversos tipos, até aí nenhuma novidade, mas, talvez, Mercedes seja uma das suas personagens que a deixam mais solta e verdadeira. Sua atuação é impecável. O restante do elenco também ajuda e muito. Paulo Gustavo (Renée) é hilário e responsável pelos momentos mais engraçados do programa. Julia Almeida(Magali) não compromete. Totia Meirelles (Tania) é ótima, como sempre, mas já está na hora de darem a ela um papel diferente. Ela não deve aguentar mais fazer "a melhor amiga" de alguém. Johnny Massaro(Thiago), Marcelo Airoldi (o atrapalhado Jurandir) e Lidiane Ribeiro (a empregada Natalia) também estão com boas atuações e divertem. A única exceção é o Duda Nagle (Bruno), sempre fazendo ele mesmo.
Uma personagem que faz muita falta é a melhor amiga de Mercedes, interpretada brilhatemente pela Alexandra Richter. Porém, como a dita cuja morre no filme, ficaria forçado demais tê-la na série.

O seriado não vai ter a mesma duração que "Macho Man" e "Lara com Z". Acabará antes, cedendo lugar para mais uma série vinda de um filme: "A Mulher Invisível". É uma pena. Essa série tinha fôlego para vários meses.

Em suma: "Divã" conseguiu agradar público e crítica no teatro, no cinema e agora na tevê. Todos os envolvidos nos três vitoriosos projetos merecem muitos elogios. Não é mesmo, Lopes?

domingo, 8 de maio de 2011

Supernanny nunca teve a atenção adequada do SBT

O SBT já viveu melhores dias, convenhamos. Saudades da época em que a emissora do todo-poderoso Silvio Santos vivia na vice-liderança e com uma larga folga em relação ao terceiro lugar. Isso não acontecia por acaso. A emissora tinha programas de ótima qualidade, mesmo sendo populares. Atualmente não é isso que vemos. A Record "tomou" a vice-colocação do Sistema Brasileiro de Televisão,já que tem investido bem mais (e copiado também, mas isso é pra outro "post") e Silvio não me parece ter muitas "armas" para reagir a isso. No meio de tantos programas de gosto extremamente duvidoso, temos a "Supernanny".


Desde a sua estréia, vemos uma atração de muita qualidade. Cris Poli comanda o programa com competência,além de ter um carinho imenso,e firmeza, com as crianças de quem cuida por curto período de tempo. O programa não é um mero entretenimento. Ele realmente ensina como os seus telespectadores têm que se comportar perante seus filhos. Já vimos ali : pais omissos demais, pais bananas demais, pais rígidos demais, pais complacentes demais e uma infinidade de características reprováveis e muito comuns em vários lares brasileiros. Tudo é devidamente observado pela "apresentadora", e depois mudado através de técnicas de ensino, regras e disciplina, para o bem-estar de todos.

O programa tem uma versão que é exibida pela emissora ABC nos Estados Unidos. O brasileiro não fica devendo em nada. Cris Poli é tão competente quanto Jo Frost.

Mas parece que o SBT nunca se importou com o bom programa que tinha em mãos. Só o colocou em horários ingratos e nada favoráveis. Já foi exibido às 16h de um domingo,às 13h15 de um sábado,já colocaram para concorrer com a novela das 21h da Globo,enfim. Seu último horário também não era nada interessante: 20h30 de um sábado. Além disso, era pouquíssimo divulgado na programação.

É quase certo que tenhamos mais um temporada da atração, da mesma forma, como é quase certo, que o SBT vai continuar tratando esse bom programa com descaso. Pena.

domingo, 1 de maio de 2011

Macho Man : impossível não se divertir

Alexandre Machado e Fernanda Young, além de um casal,também formam uma parceria de sucesso. Ambos têm várias séries sensacionais e que nunca decepcionaram. A principal delas,claro,não poderia ser outra: "Os Normais". Até hoje todos sentem falta do Rui e da Vani. Luis Fernando Guimarães e Fernanda Torres nos divertiram por muitos anos e não chegaram a nos cansar em nenhum momento.

Também tivemos: "Os Aspones", "Minha Nada Mole Vida", Super Sincero (extinto quadro do Fantástico), "Separação?!" (que foi ao ar em 2010) e "O Sistema". Este último muito ousado e que não fez sucesso,infelizmente. Todos esses seriados foram excepcionais e não tenho receio algum em dizer isso. Ainda considero "Os Aspones" como a série mais hilária dessa dupla, mas acabou não rendendo os números de audiência que a Globo esperava e acabou antes do previsto. Pena.

Indo para o assunto que interessa, "Macho Man" é mais uma série excelente dessa dupla extremamente criativa. A história de um ex-gay, que tenta se adaptar ao mundo hétero, poderia ficar patética ou até mesmo sem graça. Mas foi exatamente ao contrário. Com o humor ácido de sempre, característico dos autores,a série vai se desenvolvendo de uma forma hilária e provocativa.Jorge Fernando (Nelson) está simplesmente impagável como o cabeleireiro que vive pedindo dicas para se tornar um garanhão e "pegar geral". Quem dá essas preciosas dicas a ele? Sua melhor amiga, uma ex-gorda, que trabalha no mesmo salão que ele e é interpretada magistralmente pela Marisa Orth (Valéria).

O elenco não é grande. Além dessas duas figuras, também temos uma secretária engraçadíssima, que tenta ser aceita pela sociedade utilizando métodos, digamos, não muito convencionais. Quem a interpreta é Natalia Klein (Nikita). Ótima atriz e com um perfeito "timing" pra comédia.Roney Facchini (Fréderic) dá vida ao dono do salão que sempre se intromete nas conversas alheias, concluindo que estão falando mal dele. Também rende bons momentos. Por fim, temos Luanna Jimenes (Tifany) que faz uma assistente invejosa e a hilária Rita Elmor (Venetta), interpretando uma mulher alienada (e chapada) que vive lavando o cabelo no salão.

Com uma combinação dessas, somado ao texto sempre atual e ácido de Fernanda Young e Alexandre Machado, nada poderia dar errado. Vemos mais um seriado que diverte e ao mesmo tempo faz pensar em relação aos diversos preconceitos, ainda tão presentes na nossa sociedade. Uma lástima que esse ótimo programa não irá durar durante o ano todo. Nos resta,então,aproveitar ao máximo essa temporada (e provavelmente única), admirando o talento do elenco e de todos os envolvidos nessa já vitoriosa produção.