quarta-feira, 30 de março de 2022

Sozinho, Lucas jogou o "BBB 22" com leveza e inteligência

 A um mês de seu término, o "BBB 22" vem se mostrando uma decepção em vários aspectos. E um deles é a quase ausência de jogo na casa. Arthur Aguiar é quem mais cresce no reality porque sabe criar boas narrativas e ainda aproveita as que dão de presente em seu colo. Mas Lucas Bissoli, o participante eliminado na décima semana de programa, se mostrou um jogador inteligente e observador. 


Lucas começou no jogo apagado e deslocado. Nem parecia que estava na casa. E por isso mesmo quase foi eliminado na primeira semana porque Naiara Azevedo, indicada ao paredão, pensou em contragolpeá-lo, mas na hora optou por Luciano. Foi sua sorte. Com o tempo, foi conseguindo se soltar mais. Se aproximou de Jessi, Lina e Natália porque os quatro eram o mais avulsos da turma. Rejeitados no quarto Lollipop e sem brecha para o grupo Disney, o quarteto acabou se unindo involuntariamente até um laço ser de fato criado. 

Porém, o laço nunca conseguiu migrar para o jogo. Lucas tentou. Várias vezes. Como os quatro eram alvos no Lollipop, o participante propôs combinarem votos para uma defesa, mas as 'comadres' nunca entravam em um acordo. Não havia consenso e normalmente gerava discussões. Lucas acabou desistindo. Poderia ter incorporado o papel de vítima sofrida e que é excluída de todos os lados. Esse tipo de jogo já vimos em várias edições, inclusive na atual.

segunda-feira, 28 de março de 2022

"Pantanal": o que esperar da nova novela das nove?

 O remake do sucesso de Benedito Ruy Barbosa, exibido na Rede Manchete, em 1990, vem sendo tratado pela Globo como o salvador do horário nobre. Isso porque a emissora vem em um processo de divulgação massiva há quase um ano, o que refletiu diretamente na campanha porca de "Um Lugar ao Sol", escrita por Lícia Manzo, que chegou ao fim com uma baixa audiência. A nova produção, que estreou nesta segunda-feira (28), é adaptada pelo neto de Benedito, Bruno Luperi, que escreveu junto com o avô a problemática "Velho Chico", exibida em 2016. 

"Pantanal" é uma saga familiar que tem o amor como fio condutor e a natureza como protagonista. Fonte da maior concentração de fauna das Américas e maior planície alagada do mundo, o Pantanal foi inspiração para a obra escrita há mais de 30 anos por Benedito e dirigida na época por Jayme Monjardim ---- agora com direção artística de Rogério Gomes. No tronco central dessa jornada, repleta de dramas familiares e conflitos, está a história do velho Joventino (Irandhir Santos) e seu filho, José Leôncio (Renato Góes / Marcos Palmeira). A vida como peão de comitiva os levou para o Pantanal, onde Joventino aprendeu a lição mais importante de sua vida: que a natureza pode mais do que o homem. Ao confiar o seu destino nas mãos da natureza, o peão compreende que na lida - e na vida - nada se conquista através da força, ou no laço, como ele acreditava. Nascia, assim, a lenda do maior peão de toda aquela região. Velho Joventino ficou afamado por trazer os bois selvagens, os ditos marruás, no feitiço. Porém, foi logo após essa compreensão, que Joventino desapareceu sem deixar rastros, deixando o filho, José Leôncio, sozinho à espera de seu pai.
 
Cinco anos depois, em uma viagem ao Rio de Janeiro, José Leôncio se apaixona e casa com Madeleine (Bruna Linzmeyer / Karine Teles). Os dois se mudam para o Pantanal onde nasce Jove (Jesuíta Barbosa). A passagem de Madeleine pela fazenda, porém, é um caos. Com saudade da vida urbana e da mordomia da mansão de seus pais no Rio de Janeiro, a jovem não se acomoda àquela sina de solidão que é ser mulher de peão.

sexta-feira, 25 de março de 2022

Apesar dos obstáculos e último capítulo decepcionante, "Um Lugar ao Sol" termina com mais qualidades que defeitos

 A estreia de Lícia Manzo no horário nobre da Globo foi complicada. "Um Lugar ao Sol" não teve um caminho fácil. Foram vários empecilhos que atrapalharam seu primeiro folhetim na faixa mais importante da emissora, após dois bem-sucedidos trabalhos às 18h com "A Vida da Gente" e "Sete Vidas". Foi uma novela impecável? Não. Mas mesmo contra todos os obstáculos e dificuldades, a autora conseguiu entregar para o público uma ótima história, repleta de cenas densas, boas viradas e conflitos bem construídos, cujo ciclo se fechou nesta sexta-feira, dia 25. 

A história contou a saga de Christian (Cauã Reymond) que tomou o lugar de seu irmão gêmeo, Renato, porque nunca aceitou o destino difícil que a vida lhe impôs. Inicialmente íntegro e repleto de princípios, o protagonista foi deixando seu caráter de lado pela ambição desmedida e acabou se transformando em um sujeito muito pior que o problemático e instável irmão que acabou assassinado quando tentou negociar a dívida do sujeito que era sua cópia e tinha acabado de conhecer. Os irmãos conviveram por apenas algumas horas. Não foi uma mera novela sobre gêmeos. Foi uma novela sobre um homem que conquistou seu lugar ao sol através de atos condenáveis e que foram se agravando a cada momento. 

A coragem em exibir uma trama onde o protagonista se transformava no vilão de sua própria vida merece muitos elogios. Lícia arriscou ao fazer com que o público virasse o julgador da vida de Christian. O telespectador era a testemunha, o promotor e o juiz. Tanto que foi impossível torcer por ele. Na verdade, a expectativa sempre foi em cima da derrocada do personagem.

quinta-feira, 24 de março de 2022

Tudo sobre a terceira e quarta coletivas online de "Pantanal", a nova novela das nove

 A Globo promoveu nesta terça e quarta-feira a terceira e quarta coletivas online de "Pantanal", remake do sucesso de Benedito Ruy Barbosa exibido em 1990 pela extinta Manchete, adaptado por Bruno Luperi e dirigido por Rogério Gomes. Participaram da coletiva de terça a caracterizadora Valéria Toth e os atores Marcos Palmeira (José Leôncio), Jesuíta Barbosa (Jove), Alanis Guillen (Juma), José Loreto (Tadeu), Dira Paes (Filó), Gabriel Sater (Trindade), Guito (Tibério), Leandro Lima (Levi) e Bella Campos (Muda). 

Já o quarto bate-papo contou com a presença do cenógrafo Alexandre Gomes e os atores Karine Teles (Madeleine), Camila Morgado (Irma), Caco Ciocler (Gustavo), Silvero Pereira (Zaquieu), Victoria Rosseti (Nayara), Murilo Benício (Tenório), Isabel Teixeira (Maria Bruaca), Julia Dalavia (Guta), Paula Barbosa (Zefa), Juliano Cazarré (Alcides), Aline Borges (Zuleika), Lucas Leto (Marcelo), Gabriel Santana (Renato) e Cauê Campos (Roberto). Fui um dos convidados e conto sobre a conversa dos dois encontros virtuais. 

A caracterizadora Valéria Toth falou um pouco de seu processo: "Quis fazer uma novela digna da outra versão. O elenco é maravilhoso e coloquei todo meu amor e minha arte neste trabalho. Estou muito satisfeita e me emociono em cada chamada. Muitos atores que eu não conhecia e estou apaixonada por esse projeto.

quarta-feira, 23 de março de 2022

Cauã Reymond viveu um de seus melhores momentos na televisão em "Um Lugar ao Sol"

 A densa novela de Lícia Manzo se encaminha para o final e uma das muitas qualidades de "Um Lugar ao Sol" foi o trabalho do elenco. Como a trama sofreu várias paralizações por conta da pandemia do novo coronavírus, o ritmo das gravações não foi corrido. Houve tempo para os atores entenderem seus personagens e aprofundarem as camadas dos tipos tão bem escritos pela autora. E Cauã Reymond foi um dos que se beneficiaram. 

Cauã chegou a declarar em entrevistas que a novela não teve aquele ritmo frenético que um folhetim sem pandemia teria, o que beneficiou a sua atuação. Ele tem razão. É um de seus melhores momentos na televisão. O ator conseguiu diferenciar os gêmeos Renato e Christian de forma brilhante no início da novela e a missão não era simples. Afinal, não era o clichê do gêmeo bom e mau. Eram duas pessoas repleta de dramas que resultaram em diferentes personalidades por conta da separação ainda na infância (um foi adotado por uma família rica e o outro chegou a ser devolvido e morou no orfanato até completar 18 anos). 

Renato era um típico playboy mimado que teve tudo o que o dinheiro poderia proporcionar. Mas o que sobrou em bens materiais faltou em educação e caráter. O rapaz não respeitava a namorada (Bárbara - Alinne Moraes), a traía constantemente e vivia se metendo em vários confusões, incluindo o assassinato de um homem porque estava dirigindo bêbado. Aliás, era viciado em álcool e cocaína. Já Christian sempre foi um jovem correto e sonhava em achar o irmão gêmeo. O sonho do irmão pobre foi realizado logo no começo da trama e não segurou a inveja quando viu do que foi privado naquela vida.

terça-feira, 22 de março de 2022

"Quanto Mais Vida, Melhor!" e "Um Lugar ao Sol" não mereciam a baixa audiência

 Após um longo período de reprises, por conta da pandemia do novo coronavírus, a Globo estreou duas novelas inéditas quase em sequência: "Um Lugar ao Sol" ingressou na faixa nobre no dia 8 de novembro  e "Quanto Mais Vida, Melhor!" começou no horário das sete no dia 22 do mesmo mês de 2021. Infelizmente, desde então as duas produções não vêm obtendo bons índices de audiência. Mas a verdade é que os folhetins não mereciam os números tão abaixo do que a emissora esperava. 

As novelas esbanjam qualidades, são muito bem dirigidas e têm todas as características de uma história propícia para seus respectivos horários. A trama de Lícia Manzo marca a estreia da autora na faixa das 21h, após as irretocáveis "A Vida da Gente" (2011) e "Sete Vidas" (2015) no horário das seis. Já a produção de Mauro Wilson é sua estreia como novelista solo, após um longo tempo como colaborador e autor de séries, como "Os Amadores" (2005/06/07), "A Fórmula" (2017) e "Ilha de Ferro" (2018). 

"Um Lugar ao Sol" sofreu uma redução de capítulos porque começou a ser gravada antes da pandemia. Os trabalhos precisaram ser interrompidos e meses depois retomados, mas ainda com poucas vacinas para a população. Ficou com apenas 107 capítulos, desmembrados em 119 por conta de um esticamento de última hora por conta dos atrasos nas gravações de "Pantanal". Lícia não guardou conflitos nos primeiros meses e apresentou uma história ágil, cheia de acontecimentos. Nem assim os índices reagiram.

segunda-feira, 21 de março de 2022

Tudo sobre a primeira e a segunda coletivas online de "Pantanal", a nova novela das nove

 A Globo promoveu nesta segunda e terça (14 e 15) duas coletivas online sobre o remake de "Pantanal", nova novela das nove da emissora, tratada como uma superprodução. Participaram do primeiro encontro o diretor artístico Rogério Gomes, o autor Bruno Luperi, a figurinista Marie Salles e os atores Renato Góes (José Leôncio), Bruna Linzmeyer (Madeleine), Letícia Salles (Filó), Selma Egrei (Mariana), Leopoldo Pacheco (Leopoldo), Malu Rodrigues (Irma) e Gabriel Stauffer (Gustavo). Já o segundo contou com a presença da produtora de arte Mirica Viana e com os intérpretes Irandhir Santos (Joventino), Juliana Paes (Maria Marruá), Almir Sater (Eugênio), Fábio Neppo (Tião), Chico Teixeira (Quim), Enrique Diaz (Gil) e Osmar Prado (Velho do Rio). Fui um dos convidados e conto sobre tudo o que foi conversado.

"Quanto eu e minha equipe fomos fazer a novela a primeira coisa que fizemos foi assistir ao folhetim original. Fizemos uma ligação entre os personagens e as cores que habitavam o Pantanal. José Leôncio na primeira fase usa azuis, os jeans. Quando chegar no Marcos Palmeira ele passa a usar camisas que secam no sol. Os chapéus foram muito envelhecidos. A Juma vem da mãe dela, a Maria Marruá, e como a personagem vira onça eu quis fazer as cores da onça. A Filó eu quis fazer as cores dos Ipês. O Velho do Rio (Osmar Prado) eu quis fazer um envelhecimento parecendo terra. Eu fiz muita pesquisa. Isso é só um resuminho do que foi feito", contou Marie.

O autor Bruno Luperi falou sobre o desafio que adaptar uma produção da década de 1990 em 2022: "O tempo de 30 anos que passaram foi fundamental para as mudanças em "Pantanal". Na época a rádio no Pantanal era a grande revolução tecnológica. Agora está tudo diferente. Agora José Leôncio progride economicamente longe do Pantanal. Ele quer ocupar um espaço na vida do Joventino. A dualidade dele de ser um peão e manter a individualidade do pai é muito orgânica.

sexta-feira, 18 de março de 2022

Irretocável como Rebeca em "Um Lugar ao Sol", Andréa Beltrão voltou às novelas em grande estilo

 A atual novela das nove está a poucos capítulos de seu fim e Lícia Manzo vem conduzindo seu enredo com competência. "Um Lugar ao Sol" é uma novela repleta de tipos reais, onde todos estão certos e errados ao mesmo tempo. Todos os perfis cometem atitudes condenáveis o tempo inteiro. E uma das personagens que mais tem se destacado na trama, através de vários sentimentos e angústias, é Rebeca, interpretada com brilhantismo por Andréa Beltrão. 

A atriz estava afastada das novelas desde 2001, quando esteve em "As Filhas da Mãe", trama das sete de Silvio de Abreu. Depois foram várias séries ao longo dos anos, onde fez mais sucesso no humor, como em "A Grande Família" e "Tapas & Beijos". Após 20 anos longe dos folhetins, Andréa ganhou uma personagem cheia de camadas e bons conflitos. Fica difícil imaginar outra intérprete no papel, que parece escrito sob medida por Lícia. Embora seja um perfil coadjuvante, há muito destaque. 

Rebeca é uma ex-modelo que enfrenta o peso da idade. Aos 50 anos, a personagem já não recebe quase convites de trabalho e em vários momentos é reforçado como o mercado da moda costuma descartar mulheres mais velhas. Para culminar, a filha de Santiago (José de Abreu) enfrenta a inveja velada das irmãs, Nicole (Ana Baird) e Bárbara (Alinne Moraes), que nunca aceitaram vê-la como a preferida do pai.

quarta-feira, 16 de março de 2022

Globo tratou "Um Lugar ao Sol" com má vontade e desrespeito

 Nunca ficou tão evidente a má vontade de uma emissora com seu próprio produto. É até difícil estabelecer qualquer tipo de lógica para analisar o que a Globo fez com "Um Lugar ao Sol". Isso porque o desrespeito com a novela de Lícia Manzo, faltando apenas poucos dias para seu final, é explícito mesmo meses antes da produção estrear. Mas nos últimos dois meses de novela tudo ficou cada vez mais frequente e incômodo. 

Em virtude da pandemia do novo coronavírus, onde a contaminação da variante ômicron se mostrou muito maior, a emissora precisou atrasar a estreia de "Pantanal". O remake da obra de sucesso de Benedito Ruy Barbosa, exibida na Rede Manchete na década de 90, e adaptado pelo neto do autor, Bruno Luperi, é tratado como a salvação da Globo. Praticamente uma galinha dos ovos de ouro. Mas vários integrantes da equipe e do elenco pegaram covid. As gravações precisaram de uma pausa. Prevista para o início de março, a estreia foi remarcada para o dia 28. 

Portanto, "Um Lugar ao Sol" precisou ser esticada em duas semanas. Mas a novela já foi finalizada há muitos meses e não há qualquer possibilidade de novos conflitos. A solução está na edição dos capítulos. Antes com cerca de 55 minutos de duração, vários passaram a durar por volta de 35 minutos. A questão é que todo o trabalho de edição foi feito nas primeiras semanas de 'esticamento' de uma maneira porca.

segunda-feira, 14 de março de 2022

Juan Paiva fez jus ao destaque de Ravi em "Um Lugar ao Sol"

A novela das nove escrita por Lícia Manzo está perto de seu fim e teve muitas qualidades. Uma delas é a acertada escalação do elenco, repleto de grandes nomes. Outro êxito da autora foi a escolha de Juan Paiva para viver o retraído Ravi, irmão de coração do protagonista Christian (Cauã Reymond). O personagem tem uma grande importância na história e tem sido um prazer acompanhar o desempenho de Juan Paiva em cena. 


Ravi conheceu Christian no abrigo para menores onde o gêmeo rejeitado por Elenice (Ana Beatriz Nogueira) foi parar pouco tempo depois da separação de seu irmão. Os dois acabaram criando um forte vínculo. O protagonista saiu do local quando completou 18 anos e prometeu vir buscar o seu irmão de alma. A promessa foi cumprida quando Ravi também fez 18 anos. Os dois viraram cúmplices no plano de Christian, que usurpou o lugar de Renato assim que o milionário foi assassinado quando tentou resolver a dívida do irmão gêmeo com o tráfico de drogas. Christian 'enricou' e melhorou a vida financeira de Ravi, que ganhou um emprego de motorista particular. 

O passado do personagem de Juan Paiva foi contado apenas em um capítulo da primeira semana de novela em um breve flashback. A mãe era usuária de drogas e abandonou o menino. Também ficou subentendido que Ravi nasceu com um problema cognitivo por causa do vício da mãe. Inicialmente, parecia até que o rapaz tinha um leve grau de autismo.

sexta-feira, 11 de março de 2022

"Um Lugar ao Sol" prova que muita gente reclama de clichês, mas não vive sem eles

 A novela de Lícia Manzo está em plena reta final e desde o início da produção, incluindo a divulgação nas coletivas online, a autora deixou claro que "Um Lugar ao Sol" não era uma mera novela de gêmeos, como tantas que o telespectador já viu. Agora fica clara a explicação da escritora. Realmente não é e passou longe de ser. A ousadia em matar Renato (Cauã Reymond) logo no começo do enredo e depois focar apenas na saga de Christian (Cauã) usurpando a vida do irmão foi uma ousadia merecedora de elogios. 


A autora optou pelo mais difícil: confiar na potência de sua narrativa e evitar situações óbvias envolvendo trama de gêmeos. Não teve gêmeo bom e gêmeo mau. Renato era um playboy inconsequente e problemático, mas passou longe da vilania. Christian era um sujeito íntegro, mas também estava longe de ser uma pessoa boazinha. Os dois eram sujeitos repletos de camadas e contradições. Agora, com o protagonista no posto da presidência da Redentor que tanto almejou, ficou claro que o falso Renato se transformou em algo muito pior que seu irmão. 

Apesar de alguns tropeços na trama, como a enrolação de alguns conflitos que acabaram caindo na repetição e a edição dos capítulos por conta de um esticamento forçado pela Globo, "Um Lugar ao Sol" segue com boas qualidades. No entanto, é comum ver nas redes sociais comentários reclamando da ausência de Renato.

quarta-feira, 9 de março de 2022

Não havia necessidade da virada de Stephany em "Um Lugar ao Sol"

 A autora Lícia Manzo é conhecida por suas tramas realistas e sem grandes viradas ou acontecimentos catárticos. O que não é demérito. "A Vida da Gente" e "Sete Vidas", suas duas novelas das seis primorosas, são a prova. No entanto, a autora conseguiu mostrar uma nova faceta com "Um Lugar ao Sol". Foram vários momentos de tirar o fôlego e com reviravoltas muito bem construídas. Deixou explícito que também sabe fazer quando quer. Mas o plot criado para Stephany (Renata Gaspar) se mostrou equivocado e desnecessário. 


A personagem protagoniza uma situação grave e muito presente na vida de várias mulheres: a violência doméstica. Vários folhetins já abordaram o tema e Lícia vem tratando com seriedade. Roney (Danilo Granghéia) é um marido violento e abusivo. Stephany nunca conseguiu se livrar do companheiro e acaba sempre cedendo aos teatros emocionais. Demorou muito para ter coragem e denunciá-lo por agressão, mas, retratando a realidade, nada aconteceu com ele. Ainda assim, acaba reatando em vários momentos. 

Ao contrário da irmã, Érica (Fernanda de Freitas), Stephany não tem muita instrução. Já teve atitudes questionáveis, como insinuar que a irmã deu um golpe do baú no ricaço. No entanto, sempre foi uma ótima amiga com Érica e amorosa com o sobrinho. No capítulo de ontem, após mais uma agressão sofrida, recebeu a ajuda de Renato, que atendeu ao pedido da esposa de Santiago (José de Abreu).

segunda-feira, 7 de março de 2022

Gabriela e Ilana formam o melhor casal de "Um Lugar ao Sol"

 A novela das nove de Lícia Manzo está a poucas semanas do fim. E a história de "Um Lugar ao Sol" se mostrou tão realista que ficou difícil torcer para algum casal. Aliás, é uma característica da autora. É complicado torcer fielmente por alguém ou um romance em tramas onde todos têm qualidades e defeitos, muitas vezes protagonizando situações que tiram o telespectador do sério. Mas há uma exceção que vem sendo explorada na reta final: Gabriela (Natália Lage) e Ilana (Mariana Lima). 

O casal foi o que mais demorou a acontecer. Algo, infelizmente, corriqueiro em romances LGBTs na ficção. Sempre ocorre depois da metade de novela no ar e às vezes somente nas últimas semanas, como é o caso citado. Ilana começou a trama casada com Breno (Marco Ricca), um sujeito com a vida profissional frustrada e que vivia insistindo para a esposa engravidar. A questão era motivo de várias brigas. O fato dele ganhar menos que ela também resultava em desentendimentos. Não era uma relação saudável. 

Após muito resistir, a personagem aceitou realizar uma inseminação artificial. Acabou engravidando de gêmeas. E a ginecologista que acompanhou a gestação foi Gabriela, uma grande amiga de adolescência. O público só soube depois que a médica flertou com Ilana na juventude e isso resultou no afastamento delas porque Ilana não se sentiu mais confortável.

sexta-feira, 4 de março de 2022

Jade Picon e Arthur Aguiar são mais parecidos do que imaginam no "BBB 22"

 O "BBB 22" vem decepcionando em vários aspectos e um deles é a falta de visão de jogo de grande parte do elenco. Há um temor tão grande pelo 'cancelamento', fruto do que aconteceu com Karol Conká, Lumena, Nego Di e companhia no ano passado, que muitos se negam a fazer qualquer tipo de jogo que exija o mínimo de estratégia. No entanto, há duas exceções que são ironicamente do grupo 'camarote': Jade Picon e Arthur Aguiar. 

Os dois gostam de falar de jogo e elaborar estratégias desde que entraram no reality. Arthur até tentou uma aliança com Jade, já que ambos entraram depois junto com Linn da Quebrada porque contraíram covid-19 uma semana antes da estreia. No entanto, Jade recusou a oferta e ainda não gostou quando, assim que ganhou sua primeira liderança, ouviu do colega que ele estaria 'ferrado' no jogo já que ela tinha lhe prometido a imunidade caso ganhasse o Anjo. Achou Arthur interesseiro. E seu pensamento ainda foi fomentado pelas suas então maiores aliadas, Bárbara e Laís, que nunca suportaram Arthur. 

A desconfiança de Jade resultou na indicação de Arthur Aguiar para o paredão. A partir daquele momento o seu possível aliado virou rival. E nunca é bom ter um rival que gosta e sabe jogar. Ela tem sentido isso na pele.

quarta-feira, 2 de março de 2022

Lícia Manzo e Ana Beatriz Nogueira repetem a bem-sucedida parceria de "A Vida da Gente" em "Um Lugar ao Sol"

 Todo autor tem aquele ator ou atriz com quem gosta de trabalhar. Não por acaso, há intérpretes que estão sempre na lista de escalação de determinados escritores. É a chamada 'panelinha'. É impossível acabar com a prática porque é natural que o roteirista queira trabalhar novamente com quem já defendeu um personagem seu com brilhantismo. Isso tem sido visto, por exemplo, em "Um lugar ao Sol". Lícia Manzo e Ana Beatriz Nogueira estão repetindo a bem-sucedida parceria de "A Vida da Gente". 

A primeira novela de Lícia Manzo, exibida em 2011, é a terceira mais vendida da Globo e foi reprisada recentemente em virtude da paralisação das gravações por conta da pandemia do coronavírus. Ana foi um dos destaques na pele da narcisista Eva, mãe de Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manu (Marjorie Estiano). A personagem tinha uma veneração doentia pela filha tenista e desprezava a outra de forma cruel. A atriz protagonizou muitas cenas de forte intensidade dramática e despertou a antipatia do público. Foi o papel mais importante da intérprete na televisão. Dava gosto assistir qualquer momento de Eva por conta do talento de Ana Beatriz Nogueira. 

O curioso é que, embora fosse um perfil detestável, Eva tinha seus momentos de humor em virtude da quantidade de absurdos que proferia. Não por acaso, agora, dez anos depois, Lícia Manzo resolveu presentear a atriz com uma personagem que tem a comicidade como principal característica. Parte da crítica especializada costuma apontar a ausência de humor nas novelas da autora como uma espécie de demérito.