quarta-feira, 31 de agosto de 2022

"Mar do Sertão" tem início promissor, mas tropeça ao cortar cenas na primeira virada da trama

 A nova novela das seis da Globo teve uma primeira semana tranquila. "Mar do Sertão", escrita por Mário Teixeira e dirigida por Allan Fiterman, iniciou sem correria ou atropelos. Aliás, analisando friamente, poucos acontecimentos relevantes ocorreram na trama. O principal objetivo foi apresentar e formar o triângulo amoroso central do enredo, composto por Candoca (Isadora Cruz), Zé Paulino (Sérgio Guizé) e Tertulinho (Renato Góes). 


O trio protagonista vem dominando a narrativa e os demais personagens têm muito pouco tempo de tela. Os únicos perfis secundários que já sobressaíram na novela foram o prefeito Sabá Bodó, intepretado pelo sempre impagável Welder Rodrigues, e o malandro Timbó, vivido pelo ótimo Enrique Diaz. O político sem um pingo de escrúpulo protagoniza situações divertidas, mas que representam a podridão do Brasil em sua essência. Já o sofrido morador de uma casinha simples tem clara inspiração em João Grilo, interpretado por Matheus Nachtergaele em "O Auto da Compadecida". Tem uma vida miserável, mas se vira com o pouco que tem e, quando consegue, foge de trabalho. São tipos promissores. 

Já o enredo principal preenche quase integralmente o tempo dos capítulos. O triângulo é um clichê de qualquer folhetim e o de "Mar do Sertão" lembra o de outra produção das 18h: o formado por Cassiano (Henri Castelli), Ester (Grazi Massafera) e Alberto (Igor Rockli) em "Flor do Caribe", escrita por Walther Negrão em 2013. Até o plot twist é semelhante porque Zé Paulino sofre um grave acidente com Tertulinho e é dado como morto.

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Segunda temporada de "Arcanjo Renegado" segue retratando com realismo a podridão que envolve o poder no Rio de Janeiro

 A série "Arcanjo Renegado" estreou no dia 7 de fevereiro de 2020 no Globoplay. A produção fez um grande sucesso na plataforma de streaming. Um ano depois, entre fevereiro e abril de 2021, a trama foi exibida na grade da Globo. Agora, quase dois anos e meio depois, a segunda temporada estreou no dia 25 de agosto, com quatro episódios disponibilizados, no catálogo da emissora. E os dois primeiros episódios foram exibidos nesta segunda-feira, dia 29, na "Tela Quente" para impulsionar a procura pelos demais capítulos. 


Serão dez episódios no total, sendo publicados dois por semana durante cinco quintas-feiras. O sargento Mikhael (Marcello Melo Jr) está de volta em busca de justiça e decidido a acertar as contas com o passado. Em uma nova fase mais eletrizante, a trama repleta de cenas de ação trará uma reviravolta na vida dos protagonistas, além da chegada de vários personagens que vão acirrar as disputas políticas e sociais, em um clima envolto de tensão.

Principal suspeito pela morte do ex-governador Custódio Marques (Bruno Padilha), Mikhael ---- que na primeira temporada está a frente equipe Arcanjo ----- foge do Brasil com a ajuda do jornalista Ronaldo Leitão (Álamo Facó) e por anos integra um grupo militar privado com missões no continente africano. O protagonista retorna retorna ao Brasil quando descobre que Ronaldo corre perigo de vida. 

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Bruno Luperi joga no lixo a oportunidade de consertar os equívocos de "Pantanal"

 É raro existir uma novela perfeita. Até os maiores sucessos de todos os tempos tiveram suas falhas. É algo normal na teledramaturgia e em qualquer produção de teatro ou audiovisual. Dá para contar nos dedos os roteiros impecáveis. "Pantanal" foi um fenômeno da Rede Manchete e entrou para a história por conta dos personagens marcantes, cenas de nudez e ter ameaçado a liderança da Globo em 1990. Porém, o folhetim de Benedito Ruy Barbosa teve seus equívocos e muitos nunca foram esquecidos. A realização de um remake era a chance para aperfeiçoar um produto tão querido pelos telespectadores. 


Mas Bruno Luperi, neto do autor e responsável pela adaptação, jogou no lixo a oportunidade de ouro que teve. Ou foi obrigado pelo avô a jogar no lixo, é importante levantar a dúvida. Isso porque o remake vem se mantendo praticamente idêntico ao produto original, exibido há 32 anos. Foram pouquíssimas mudanças até o momento. Uma das raras foi a alteração na personalidade de Jove (Jesuíta Barbosa). O mocinho de Marcos Winter era sarcástico, de pavio curto e machista. O atual é militante, introspectivo e 'zen'. Já algumas falas hoje vistas como homofóbicas, sobre Zaquieu (Silvero Pereira), também foram minimamente reformuladas. 

A outra pequena mudança foi a segunda família de Tenório (Murilo Benício). Em 1990, era formada por atores brancos e agora foram escalados intérpretes negros para uma representatividade, já que na história original só tinha um negro no elenco. Todavia, na prática, a mexida não provocou nada de diferente no roteiro. Tudo segue exatamente igual ao texto de 32 anos atrás.

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Tudo sobre a coletiva online e a festa de lançamento da segunda temporada de "Arcanjo Renegado"

 A Globo promoveu na sexta-feira passada, dia 19, a coletiva online da segunda temporada de "Arcanjo Renegado", exclusiva do Globoplay. Participaram Marcello Melo Jr., Érika Januza, Cris Vianna, Rita Guedes, Álamo Facó e Bruno Mazzeo. Já nesta terça-feira, dia 23, a emissora promoveu uma festa de lançamento da produção no Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, Rio de Janeiro, com a presença de todo o elenco e equipe de produção. Participei dos dois eventos e conto tudo o que aconteceu. 

Érika Januza comentou sobre a virada de sua personagem, a irmã do protagonista: "Sara volta diferente na segunda temporada, mas com a mesma essência. No início ela sofria pelo marido, o irmão doente, vivia muito pela família e esquecia dela mesma. Agora toma as rédeas da própria vida. Ela ingressou na carreira militar, o que foi uma transformação muito grande. Eu, como atriz, vi que era mesmo a vocação dela. O sangue Afonso falou mais alto. Tem aquele amor pelo irmão, mas agora Sara se preocupa mais com ela. O irmão não influencia mais na vida dela. Vem um mulher mais forte. Estou muito feliz. Foi um trabalho bem diferente de tudo o que já fiz. Muito enriquecedor como atriz. É um trabalho que leva entretenimento, mas leva discussões sobre assuntos completamente verdadeiros e atuais. Arcanjo traz essas discussões", analisou a atriz.

Rita Guedes falou sobre o novo rumo de Manuela, que era Presidente da ALERJ e agora virou governadora: "A segunda temporada está muito forte para os personagens e ainda mais para os personagens femininos. Com a Manuela, na primeira temporada, vimos muito a carreira política. A figura jurídica.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

"Mar do Sertão": o que esperar da nova novela das seis?

 Após muitos anos na equipe de colaboradores de várias novelas, Mário Teixeira estreou como autor solo em "Liberdade, Liberdade", folhetim das 23h, exibido em 2016. Na verdade foi uma estreia turbulenta porque foi chamado às pressas para assumir e modificar a sinopse de Márcia Prates, desligada do projeto. Dois anos depois, em 2018, foi para a faixa das sete e escreveu "O Tempo Não Para", uma deliciosa trama que teve um ótimo início, mas se perdeu totalmente ao longo dos meses. Em 2021, o escritor escreveu a primorosa minissérie "Passaporte Para Liberdade". Agora inicia um novo desafio em um novo horário: "Mar do Sertão", a nova novela das seis, que estreou nesta segunda-feira (22/08). 


Em um Brasil onde o sol nasce com toda sua intensidade a cada dia está a pequena Canta Pedra, cidade fictícia da história. Um lugar que, segundo contam, já foi mar e virou sertão. É nesse ambiente que a fábula contemporânea se passa, em um pedaço que é físico, mas que também é parte essencial da personalidade de cada uma das figuras que compõem o enredo. Na obra criada e escrita por Mario Teixeira, com direção artística de Allan Fiterman, ocorre o desenrolar do triângulo amoroso vivido por Candoca (Isadora Cruz), seu grande amor Zé Paulino (Sérgio Guizé) e Tertulinho (Renato Góes). Também estará em foco o poder dos coronéis da região, principalmente, se nas mãos deles estiver o bem mais precioso da região: a água. 

Outros personagens têm importância na trama, como o padre que promove a bondade e a fé na pacata Canta Pedra, além do prefeito e do delegado que pouco ligam para o povo da cidade. A história tem como pano de fundo um sertão colorido e solar ---- sem esquecer de suas mazelas, mostradas na incansável luta da sua protagonista por justiça e igualdade ----, que leva ao encontro da beleza exuberante do nordeste brasileiro.

sábado, 20 de agosto de 2022

Cláudia Jimenez sabia divertir sem esforço

 Com problemas no coração há 13 anos, Cláudia Jimenez faleceu aos 63 anos, na manhã deste sábado, no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, por insuficiência cardíaca. A querida atriz era uma das melhores humoristas do país e marcou a memória do público com personagens que jamais serão esquecidas. 


"Nos últimos anos, a atriz passou por três cirurgias no coração, que ficou enfraquecido por conta de uma radioterapia para tratar de um câncer no tórax, diagnosticado em 1986. Em 2009, Cláudia infartou e colocou cinco pontes de safena. Em 2012, passou por uma cirurgia de substituição da válvula aórtica e precisou botar quatro stents ---- pequenos tubos que são inseridos no interior das artérias para facilitar a circulação sanguínea. Já em 2014, sofreu uma parada cardíaca e precisou ser operada para colocar um marca-passo. Após a cirurgia, teve pericardite, a inflamação da membrana que envolve o coração". (trecho de uma matéria de O Globo)

Os constantes problemas de saúde acabaram afastando Cláudia da televisão. Sua última novela na Globo foi "Haja Coração", de 2016, onde viveu Lucrécia Abdalla. Ainda assim não tinha tantas cenas par não ser muito exigida. Já sua última aparição na emissora foi no especial "Infratores", dentro do "Fantástico", em 2018. E foram mais de 40 anos no canal que a lançou para o mundo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Apesar dos problemas na trama central, "Além da Ilusão" foi uma deliciosa novela das seis

 Alessandra Poggi não se saiu mal em sua primeira novela como autora solo. "Além da Ilusão" foi uma agradável trama das seis e cumpriu a missão de entreter o público com um enredo que mesclou bem drama e humor. A direção de Luiz Henrique Rios é um bônus para qualquer folhetim e novamente fez a diferença. E os índices de audiência foram melhores em comparação com a fracassada novela anterior ("Nos Tempos do Imperador"). O saldo da produção, que chegou ao fim nesta sexta-feira, é positivo. No entanto, os problemas da narrativa ficaram claros em vários momentos, o que prejudicaram o desenvolvimento do roteiro.

O maior erro da autora foi a condução do plot central. Poggi achou que o público logo esqueceria da primeira fase da trama e ficaria apenas focado na volta por cima de Davi (Rafael Vitti) e em seu amor por Isadora (Larissa Manoela). Só que não tinha como deixar de lado um crime tão bárbaro, ainda mais diante da forma irresponsável que tudo foi se desenvolvendo. Davi se apaixonou perdidamente por Elisa (Larissa Manoela), mas a menina acabou assassinada pelo pai, Matias (Antônio Calloni), que cometeu o crime por acidente, já que sua intenção era matar o futuro genro. O juiz conseguiu incriminar o rapaz, que foi condenado a 20 anos de cadeia, mas escapou da prisão após dez anos para provar sua inocência. Só que sofreu um acidente de trem, roubou a identidade de um passageiro aparentemente morto e começou a trabalhar na tecelagem de sua ex-sogra. Até que viu Isadora crescida, de quem era amigo dez anos atrás, e se apaixonou perdidamente assim que olhou pra cara da garota. Um contexto que precisava de um mínimo de cuidado. 

Não houve preocupação da autora para desenvolver o amor de uma forma sutil. Por mais que tenha repetido no texto que Davi se apaixonou pelo jeito de Isadora, não foi isso que aconteceu. Não é possível colocar em diálogos situações que não ocorreram e querer que o público compre. Daria tempo de sobra para o mocinho ir se apaixonando pela convivência com Dorinha e ainda se questionando a respeito de um sentimento que não deveria se repetir. Afinal, além de ter tirado a virgindade das duas irmãs, uma delas foi assassinada e ele foi incriminado injustamente.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Tudo sobre a coletiva online de "Mar do Sertão", a nova novela das seis

 A Globo promoveu no dia 11 de agosto a coletiva virtual de "Mar do Sertão", a nova produção das 18h, escrita por Mário Teixeira e dirigida por Allan Fiterman, que entra no lugar de "Além da Ilusão". Participaram do encontro online o autor, o diretor e os atores Sérgio Guizé, Isadora Cruz, Debora Bloch, José de Abreu, Renato Góes, Enrique Diaz, Welder Rodrigues, Érico Brás, Mariana Sena, Theresa Fonseca e Giovana Cordeiro. Fui um dos convidados e conto tudo sobre o bate-papo.


Mário Teixeira comentou sobre a ambientação de sua história: "Passei parte da minha infância no Ceará e sempre tive vontade contar uma história de lá. Canta Pedra é uma cidade fictícia com paisagens que nós inventamos, mas o regionalismo é vital. É uma história que está dentro de todos nós. Fico orgulhoso de ter escrito essa novela. Já tive a chance de ver o primeiro bloco da novela e está incrível. É um sopro de esperança no Brasil de hoje. Como o Brasil poderia ser. A realização do sonho das pessoas e do meu também". 

O diretor Allan Fiterman contou um pouco sobre a ideia da essência do folhetim: "Conseguimos lugares incríveis para fazer Canta Pedra existir. Fomos para Piranhas, Vale do Catimbau, enfim. Conseguimos fazer várias cenas até o capítulo 60. Tentamos trazer uma geografia que não existe e a cultura nordestina de uma forma linda.

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Bárbara Paz e Danilo Mesquita formaram uma ótima dupla de vilões em "Além da Ilusão"

 A dois dias de seu desfecho, "Além da Ilusão" vem apresentando uma última semana movimentada por ótimos acontecimentos e viradas aguardadas. Mas não do núcleo central. São os núcleos paralelos que estão dominando a narrativa final da história de Alessandra Poggi. O fato comprova que foram mesmo o maior êxito da novela das seis. E as cenas recentes mostraram o quanto Bárbara Paz e Danilo Mesquita honraram o posto de vilões do folhetim. 


A dupla formada por mãe e filho movimentou a história ao longo dos meses, mas não apenas em cima da equivocada saga de Davi (Rafael Vitti), que tem sido a parte menos interessante da reta final da trama. A vilã tinha em Violeta (Malu Galli) a principal rival por conta de um interesse em comum: o amor de Eugênio (Marcello Novaes). Um triângulo amoroso secundário que rendeu bem mais atrativos que as repetições em torno da cansativa santificação do mocinho.

 Úrsula nunca mediu esforços para atingir seus objetivos e tinha no filho uma arma contra seus opositores. O rapaz era um parceiro e cúmplice perfeito. Enquanto Joaquim transbordava passionalidade, a mãe expunha uma frieza em todos os planos. E os personagens foram bem construídos pela autora.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Caroline Dallarosa divertiu e se destacou como Arminda em "Além da Ilusão"

 A novela das seis, escrita por Alessandra Poggi e dirigida por Luiz Henrique Rios, está em seus momentos finais. E foram vários destaques em "Além da Ilusão", principalmente em seus ótimos núcleos paralelos. Um deles foi a carismática Arminda, vivida por Caroline Dallarosa. A personagem, melhor amiga da mocinha, Isadora (Larissa Manoela), não ficou restrita a uma mera ouvinte dos problemas da protagonista. Tinha uma divertida história para chamar de sua. 


Atrapalhada, atrevida e excessivamente otimista, Arminda é um tipo que raramente não funciona em um folhetim. Responsável pela maioria dos alívios cômicos da trama das seis, a personagem reúne características que conquistam o público com facilidade. E ganhou uma intérprete que tem um timing perfeito para a comicidade, já visto em sua estreia na televisão, em 2019, quando viveu a marrenta Anjinha, em "Malhação - Toda Forma de Amar", a última temporada do longevo seriado adolescente da Globo. 

A atriz usou a caricatura a seu favor. Afinal, era impossível fugir dos exageros com um perfil que tem um tom hiperbólico. Então, Caroline vestiu a camisa da personagem e não teve medo do ridículo. Funcionou. Deixou a menina crível. Embora seja uma típica patricinha de época, Arminda tem momentos de sensatez e até de sensibilidade.

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Ótima em "Além da Ilusão", Mariah da Penha merece personagens mais diversificados

 A atual novela das seis está a poucos capítulos do seu fim e um dos acertos foi a presença de Mariah da Penha. A atriz virou um dos destaques de "Além da Ilusão", mesmo na pele de uma personagem de pouco destaque. Manuela virou um dos melhores elementos cômicos da trama de Alessandra Poggi, dirigida por Luiz Henrique Rios. 


A empregada fofoqueira é dona das melhores tiradas da novela e diverte em todas as suas aparições, por mais curtas que sejam. Manuela é a única personagem que tem um bordão: "Comigo não tem lorota". O carisma da atriz ajuda bastante e os muitos anos que tem de teatro e televisão deram uma bagagem necessária para aproveitar o pouco tempo que tem de tela. Isso porque já foram muitas participações em novelas e séries da Globo, mas sempre com perfis terciários. E, infelizmente, quase todos sendo papeis de empregadas domésticas ou funcionária de algum lugar. 

Em "Além da Ilusão" não foi diferente, uma pena. A repetição de tipos é tão grande que a atriz pode ser vista na reprise de "A Favorita", exibida em 2008, no "Vale a Pena Ver de Novo" como faxineira de Zé Bob (Carmo Dalla Vechia). A intérprete também pode ser prestigiada no Canal Viva com a reexibição de "Alma Gêmea".

sábado, 13 de agosto de 2022

Homenagem a Claudio Marzo surpreende e emociona em "Pantanal"

 O remake de "Pantanal" tem sido fielmente idêntico ao original, com raríssimas alterações. Bruno Luperi evita ao máximo mexer uma vírgula sequer do texto e dos conflitos do folhetim original exibido em 1990 na TV Manchete. A atitude do neto de Bendito Ruy Barbosa muitas vezes prejudica o remake, que acaba repetindo os erros que foram exibidos há 32 anos. E as poucas novidades inseridas sempre costumam agradar. A melhor delas até agora foi exibida no capítulo deste sábado, dia 13. 

A passagem da comitiva fantasma aconteceu na obra original, mas a cena não foi exibida. Ficou apenas imaginada. Agora houve a preocupação de mostrar o momento para o público e o resultado foi um verdadeiro espetáculo fotográfico. A imagem da sombra dos boiadeiros cavalgando e contrastando com um lindo céu azulado, mais escuro e nublado, teve uma beleza ímpar. O lúdico dominou a sequência e aquele encantamento tão presente em algumas cenas de "Pantanal" se fez presente. Mas era apenas uma parte do show. 

A surpresa ficou por conta da emocionante homenagem ao Claudio Marzo, saudoso ator, falecido em 2015, que interpretou o Velho do Rio e o José Leôncio na obra de 1990. Houve um cuidadoso trabalho de edição e computação. Pegaram a imagem do veterano da última novela que contou com seu talento: "Desejo Proibido", trama de Walther Negrão, exibida em 2008, na faixa das 18h da Globo. Foi um instante breve para evitar uma artificialidade, mas o impacto foi gigante.

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Malu Galli e Marcello Novaes transbordam química em "Além da Ilusão"

A atual novela das seis, em plena reta final, acertou em cheio com os casais secundários. São vários pares atrativos, bem desenvolvidos e com ótima química. Ironicamente, o par principal tem um sério problema em virtude do contexto da história de amor que já foi detalhado em outra postagem. Mas entre os casais coadjuvantes, há um que conquistou logo no início de "Além da Ilusão": Violeta (Malu Galli) e Eugênio (Marcello Novaes). 

O casal tem a fórmula que raramente falha na teledramaturgia: o jogo de gato e rato. Nada mais infalível para um par do que a provocação mútua. E foi o que aconteceu logo que se conheceram, na primeira fase, com Eugênio querendo comprar o terreno do pai de Violeta. Com o tempo, a venda foi feita e a Tecelagem Tropical surgiu tendo os dois como principais sócios. Desde então, a amizade foi solidificada ainda que em meio a várias discussões por conta do machismo dele e do progressismo dela. Mas a tensão sexual nunca deixou de existir. 

Com o passar dos anos, os personagens foram ficando cada vez mais íntimos. As constantes crises de Matias (Antônio Calloni), marido de Violeta, ainda resultavam em uma aproximação maior por conta do suporte emocional de Eugênio. Até que não conseguiram mais resistir e se entregaram ao que sentiam uma pelo outro.

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

"Cara e Coragem" sofre com personagens sem carisma e trama monótona

 A nova novela das sete da Globo está há pouco mais de dois meses no ar. Escrita por Claudia Souto e dirigida por Natalia Grimberg, "Cara e Coragem" teve um início movimentado por bons enigmas e aparentemente tinha uma história interessante a ser contada. No entanto, semanas se passaram, e as impressões mudaram. No atual momento tem ficado claro que o conjunto apresentado deixa bastante a desejar. 


Vendida como uma novela de muita ação por explorar a vida dos dublês e ter um misterioso assassinado que precisa ser desvendado, a história na verdade é monótona e com uma narrativa que vai cansando. É até estranho um folhetim começar assim, já que o normal é o enredo iniciar com agilidade e ir perdendo o fôlego ao longo dos meses. É até natural qualquer produção dramatúrgica entrar na fase da chamada barriga (período onde nada de relevante acontece), porém, no caso da trama das sete, a falta de situações atrativas da história começou a ser vista cedo demais. 

Um dos maiores problemas é a ausência de carisma dos personagens. Não é culpa do elenco, muito bem escalado e repleto de ótimos nomes. Mas da apresentação dos perfis. A grande maioria não desperta a simpatia de quem assiste. É difícil criar qualquer envolvimento com alguém. Aliás, não tem como ignorar "Pega Pega", novela da mesma autora, exibida em 2017, que sofria do mesmo problema. Eram raros os personagens carismáticos. Dava para contar nos dedos de uma mão.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

"Rensga Hits!" daria uma deliciosa novela das sete

 A Globo exibiu na quarta-feira passada, dia 3, no "Cinema Especial", os dois primeiros episódios de "Rensga Hits!", a nova série do Globoplay. A plataforma de streaming da emissora disponibilizou mais dois episódios um dia depois (04/08). Ao todo foram quatro de um total de oito. No dia 11/08 ficarão disponíveis os episódios 5 e 6, enquanto no dia 18/08 entrarão no ar o 7 e o 8, finalizando a produção. A trama engloba o universo do sertanejo, tão em alta no Brasil. 


O título causa estranhamento por ser uma expressão conhecida apenas em Goiânia, onde é ambientada a história. 'Rensga' é uma interjeição tipicamente goiana, que sai do fundo da alma quando uma coisa impressionante acontece diante dos olhos. Pode ser um espanto, uma admiração, um susto. Você nem pensa para falar. É uma palavra que simplesmente sai direto do coração quando algo impacta, em uma demonstração de que aquilo que você acabou de ver ou ouvir realmente te afetou de alguma forma. É uma expressão natural no meio sertanejo. 

A série conta a história de Raíssa Medeiros (Alice Wegmann), uma jovem do interior que descobre que é traída pelo ex-noivo e o abandona no altar, partindo rumo ao sonho de viver da música sertaneja na grande Goiânia.

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Jô Soares era um gênio

 O Brasil amanheceu mais triste nesta sexta-feira, dia 05. A notícia do falecimento de Jô Soares, aos 84 anos, deixou uma legião de fãs e admiradores de luto. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde o dia 28 de julho e a causa da morte não foi divulgada. O anúncio foi feito por Flávia Pedra, ex-mulher e grande amiga de Jô. 


José Eugênio Soares nasceu no Rio de Janeiro em 16 de janeiro de 1938, filho único do empresário Orlando Heitor Soares e da dona de casa Mercedes Leal Soares. Aos 12 anos de idade, foi estudar na Suíça, onde ficou até os 17. Lá passou a se interessar por teatro e shows. Foram mais de 300 personagens, sendo o Capitão Gay um dos mais lembrados. Um dos maiores humoristas do país, Jô era o melhor em tudo o que se propunha a fazer. Era um respeitado dramaturgo, escritor, diretor teatral, artista plástico, ator e músico. 

A estreia na televisão foi em 1956 no elenco da "Praça da Alegria", na época da TV Record, onde ficou por dez anos. Em 1967, roteirizava a inesquecível "Família Trapo" ao lado de Carlos Alberto de Nóbrega. Também atuava como o mordomo Gordon. Foi seu último trabalho da Record.

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Jayme Matarazzo e Debora Ozório encantam com o romance de Tenório e Olívia em "Além da Ilusão"

 A atual novela das seis está em plena reta final e uma das qualidades da história de Alessandra Poggi é a boa seleção de pares românticos. "Além da Ilusão" reúne todos os clichês de um folhetim de época, incluindo romances açucarados, típicos da faixa das 18h. A autora tem apostado em bons casais para despertar a torcida dos telespectadores. Um dos mais atrativos tem sido o par formado por Olívia (Debora Ozorio) e Tenório (Jayme Matarazzo). 


O mote do casal é um dos maiores clichês da teledramaturgia: a moça que se apaixona por um padre. A trama mais emblemática até hoje foi a protagonizada por padre Pedro (Nicola Siri) e Estela (Lavínia Vlasak) em "Mulheres Apaixonadas", exibida em 2003. O sucesso de Manoel Carlos caiu na boca do povo e um dos maiores êxitos era o amor que a 'senhorita Estela' sentia pelo padre. A música tema até hoje é lembrada (a canção italiana "Imbranato", cantada por Tiziano Ferro). O final feliz só aconteceu na última semana da produção, após muita insistência da ricaça e várias tentações passadas por Pedro. 

A história atual não teve tanta enrolação. A autora se preocupou em desenvolver o vínculo criado entre os personagens através de pensamentos em comum e atitudes solidárias que os uniam. Olívia logo se apaixonou pelo padre, mas Tenório demorou para perceber as reais intenções da então amiga. Até que levou um choque com a confissão da personagem em uma cena emocionante.

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Brilhante como Maria Bruaca, Isabel Teixeira rouba a cena em "Pantanal"

 O remake de "Pantanal" vem repetindo o sucesso da versão original, exibida em 1990 na TV Manchete. Um dos muitos êxitos da trama adaptada por Bruno Luperi é a escalação do elenco. São vários excelentes nomes e, mesmo com o time enxuto, todos têm a oportunidade de destaque. E Isabel Teixeira tem sido uma das melhores surpresas da novela. 

Maria Bruaca é aquela coadjuvante que tem trama de protagonista. Os conflitos da personagem seguem atuais mesmo 32 anos após a exibição da novela. É a típica mulher que cresceu aprendendo a ser submissa e internalizou a condição humilhante depois do casamento. Casada com Tenório (Murilo Benício), a mulher nunca contestou a forma como sempre foi tratada pelo marido. O sobrenome 'Bruaca' nem existe, foi apenas a solidificação do xingamento constante que recebe de seu esposo. Conformada, Maria se dizia feliz, mesmo com um semblante deprimido. 

Porém, a descoberta da vida dupla de seu companheiro provocou uma virada na trama. A personagem escutou a filha, Guta (Julia Dalavia), conversando com o pai e perguntando até quando esconderia sua outra família. Isso porque a própria Maria escutou Tenório chamando por Zuleica (Aline Borges), a outra esposa, enquanto dormia. A desconfiança se instaurou até resultar no flagrante do diálogo entre pai e filha.