quarta-feira, 31 de maio de 2017

Isabelle Drummond, Nathalia Dill e Sophie Charlotte: três talentos da mesma geração

Elas são talentosas, carismáticas, lindas e muito requisitadas pelos autores da Globo. Uma estreou criança na televisão e hoje tem 23 anos. As outras tiveram a oportunidade de suas vidas na mesma temporada de "Malhação" e têm 31 e 28 anos. Atualmente as três estão no ar em diferentes horários e vivendo mocinhas destemidas. O trio em questão é composto por Isabelle Drummond, Nathalia Dill e Sophie Charlotte, que estão brilhando em "Novo Mundo", "Rock Story" e "Os Dias Eram Assim", respectivamente.


As três foram gratas revelações e se firmaram na carreira graças ao talento e dedicação. Não é exagero afirmar que alcançaram a importância de primeiro time da emissora. Claro que estão muito longe de qualquer posição de igualdade com os veteranos por razões óbvias, mas viraram opções certeiras quando se pensa na escalação de atrizes jovens para papéis de destaque, refletindo um incontestável prestígio na empresa onde trabalham. E basta acompanhar o desempenho de cada uma para constatar que isso tudo é fruto de merecimento.

Isabelle Drummond vive atualmente a doce Anna Milmann, a mocinha da recém-iniciada novela das seis. A atriz está irretocável na pele da professora de português da princesa Leopoldina, repetindo a bem-sucedida parceria de "Sete Vidas" com Letícia Colin. As duas emocionaram na trama de Lícia Manzo e agora se destacam no folhetim dos estreantes Alessandro Marson e Thereza Falcão.

terça-feira, 30 de maio de 2017

O que há de errado em "Os Dias Eram Assim?"

A nova novela das onze da Globo, agora chamada de "supersérie", estreou no dia 17 de abril, ou seja, está há pouco mais de um mês no ar. A trama das estreantes Angela Chaves e Alessandra Poggi, dirigida por Carlos Araújo, teve um início promissor. E a obra tem várias qualidades, como o elenco recheado de talentos, a trilha sonora de qualidade ímpar, a química dos mocinhos e a reconstituição de época perfeita. Então, afinal, o que há de errado com a produção? Por que a audiência está tão baixa? Por que a repercussão é nula? Por que o nível de desinteresse se mostra tão grande?


Audiência e qualidade nem sempre caminham juntas, nunca é demais ressaltar. Porém, no caso da atual trama, os números abaixo do esperado estão fazendo jus ao que é exibido. Como mencionado, não há nada de equivocado nos quesitos enumerados, pelo contrário. Tudo foi pensado muito bem para esse produto. A escalação do elenco não poderia ter sido melhor, a escolha das músicas foi precisa e todo o trabalho da produção de arte em torno dos cenários e figurinos dos anos 70/80 (época do enredo que tem a Ditadura Militar como pano de fundo) é perceptível. A questão é que se esqueceram de um 'detalhe' que é primordial: o roteiro.

A história das autoras tem um potencial enorme que não é explorado: a Ditadura. A situação política do país é tratada de forma rasa e extremamente maniqueísta. O obstáculo para o romance dos mocinhos, por exemplo, poderia ser usado em qualquer novela. O poderoso Arnaldo (Antônio Calloni) era apoiador do regime militar e muito conservador.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Guilherme Piva e Vivianne Pasmanter formam uma dupla impagável em "Novo Mundo"

A trama dos estreantes Alessandro Marson e Thereza Falcão, dirigida por Vinícius Coimbra, vem se mostrando uma caprichada produção. "Novo Mundo" tem todos os elementos fundamentais para um bom folhetim das seis, mesclando bem aventura, romance e contextos históricos. O humor não é um dos focos principais do enredo, ficando em segundo plano. Entretanto, a comédia também faz por merecer elogios, imprimindo um toque mais leve essencial para uma história que apresenta tantas situações melodramáticas. E o maior acerto da comicidade da novela é a dupla formada por Guilherme Piva e Vivianne Pasmanter.


Licurgo e Germana são os perfis mais engraçados do enredo, representando a picaretagem que costuma despertar risos na ficção. Os dois são donos de uma taberna caindo aos pedaços e nunca estão preocupados em atender bem os poucos clientes que chegam, pelo contrário, vivem tratando todo mundo mal. Ainda servem pombas assadas fingindo que são frangos. A cozinha do lugar, por sinal, é um nojo. Tudo que os cerca desperta asco. Rabugentos e sujos (no sentido figurado e literal), estão sempre pensando em alguma forma de obter vantagem em cima dos outros. Claro que quase nunca os planos dão certo, resultando em situações divertidíssimas.

Os personagens são pequenos, mas se destacam sempre que aparecem, valorizando o talento dos atores que estão formando uma dupla maravilhosa. Eles são os responsáveis pelo principal alívio cômico do folhetim, sendo necessário elogiar o texto dos autores, sempre recheado de pérolas que na boca dos atores ficam ainda mais inspiradas.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

"Rock Story" acabou antes de chegar ao fim

A atual novela das sete está em plena reta final e deixará saudades. Foi uma produção gostosa e marcou a estreia de Maria Helena Nascimento como autora solo com o pé direito, sendo necessário elogiar ainda a direção de Maria de Médicis e Dennis Carvalho. Todos os elogios feitos foram mais do que merecidos. Entretanto, o folhetim teve deslizes que vêm sendo observados com mais clareza nessas últimas semanas. E a comprovação é o fato do enredo já ter sido praticamente concluído, sobrando poucos acontecimentos relevantes.


Todos os conflitos principais da trama foram finalizados. Gui Santiago (Vladimir Brichta) conseguiu recuperar a sua música "Sonha Comigo", voltando ao mercado musical e prejudicando o empresário Lázaro (João Vicente de Castro), que precisou devolver a mansão do cantor e ainda pagar uma indenização gorda. A banda criada pelo protagonista, a 4.4, também emplacou, colocando os meninos no auge. E Júlia (Nathalia Dill) teve a sua inocência provada, além de ter se casado com o roqueiro em uma linda cerimônia. Aliás, a mocinha foi absolvida porque a sua irmã gêmea, Lorena, confessou tudo pouco antes de morrer.

Para culminar, Diana (Alinne Moraes) viu a filha Chiara (Lara Cariello) ir morar com o ex em virtude da sua irresponsabilidade na criação da menina. Gordo (Herson Capri) está feliz com Eva (Alexandra Richter), após a internação de Nanda (Kizi Vaz). Léo Régis (Rafael Vitti) deixou de perseguir Gui e agora vive a sua vida com a família e a nova namorada Stefany (Giovana Cordeiro). Yasmin (Marina Moschen) e Zac (Nicolas Prattes) finalmente fizeram as pazes e estão bem. Ou seja, sobrou pouca situação para ser explorada pela autora.

terça-feira, 23 de maio de 2017

"Pega Pega": o que esperar da próxima novela das sete?

A estreante Maria Helena Nascimento fez um ótimo trabalho com "Rock Story". A primeira novela da autora teve evidentes deslizes, mas o saldo geral foi extremamente positivo e a trama agradou. Fará falta. Agora, ela passará o bastão para outra colega que está escrevendo seu primeiro folhetim: Claudia Souto. A novata foi colaboradora de Walcyr Carrasco, além de outros autores, e inicia sua nova fase com "Pega Pega", produção que se classifica como uma comédia policial, dirigida por Luiz Henrique Rios, cujo clipe pode ser conferido aqui.


Chamada inicialmente de "Pega Ladrão", a novela teve seu título mudado pela Globo em virtude do atual momento do país. Constatou-se que não seria apropriado um nome assim em meio a tantos casos de corrupção no país. A questão é que o novo nome é horrível. E o anterior (embora também estranho) valeria justamente por causa da atual situação do Brasil. Ou seja, deveriam ter usado para fazer uma interessante analogia ao triste mundo real atual. "Pega Pega" resulta em algo tosco ou boboca. Não é um bom chamariz. Mas, deixando isso de lado, o enredo tem um bom mote central.

A história principal é sobre um roubo milionário ao Carioca Palace, um hotel de luxo em plena decadência. O dono do estabelecimento é o bon vivant Pedrinho Guimarães (Marcos Caruso), que vende o lugar para o empresário Eric (Mateus Solano), sem o consentimento da neta Luíza (Camila Queiroz).

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Ótimo como Gui Santiago em "Rock Story", Vladimir Brichta fazia falta nas novelas

Ele estava afastado das novelas há 12 anos. Seu último trabalho em folhetins havia sido em "Belíssima", trama de Silvio de Abreu exibida em 2005. Depois de dois anos longe da televisão, o ator voltou no dominical "Sob Nova Direção" em uma breve participação e em 2008 protagonizou a série "Faça sua história", vivendo o taxista Valdir. Fez rir ao lado de Débora Bloch no seriado "Separação?!" (2010); esbanjou química com Alinne Moraes na microssérie "Amor em 4 Atos" (2011); divertiu na pele do safado Armane em "Tapas & Beijos" (onde ficou por 4 anos) e em 2016 deu show vivendo o traficante gente boa Celso na primorosa minissérie "Justiça". Agora, finalmente, Vladimir Brichta está de volta ao gênero mais amado pelos brasileiros e brilha em "Rock Story".


O ator é um dos mais talentosos da sua geração, levando ainda em consideração a dificuldade que a Globo (e todas as emissoras têm) em encontrar bons intérpretes considerados 'galãs' na faixa entre 30 e 50 anos, pois há vários canastras que acabam servindo de opção na falta de alguém melhor. Portanto, não é surpresa Vladimir ter sido escalado para protagonizar uma história nesse seu retorno aos folhetins. E é impressionante como Gui combinou bem com ele. Embora seja clichê fazer esse tipo de comentário quando se elogia um bom profissional da área, é nítido que o papel parece escrito sob medida. Difícil imaginar outro no lugar vivendo esse perfil sem soar caricato ou fora do tom.

Gui Santiago é um roqueiro que viveu o auge do sucesso na época em que o rock nacional tinha um alcance gigantesco e depois foi caindo no ostracismo. O cantor foi se envolvendo cada vez mais em brigas e escândalos, incluindo ainda um filho fora do casamento que ele teve com uma fã, ignorando todo o crescimento da criança e pagando apenas pensão.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

"Dancing Brasil" é um bom entretenimento

A estreia da Xuxa na Record foi desastrosa. Após quase 30 anos de Globo, apresentadora migrou para a concorrente em 2015 e recomeçou com o programa "Xuxa Meneghel" em agosto. A atração foi um equívoco e fracassou logo no início, deixando a emissora em terceiro lugar quase sempre. Ela, inclusive, já não fazia mais sucesso na líder, muitas vezes perdendo audiência para, ironicamente, a própria Record. A rainha dos baixinhos não conseguia mesmo voltar ao seu auge e a sua contratação pelo canal dos bispos chegou a ser considerada um erro pelos próprios responsáveis. Mas, ao menos agora, depois de mais de um ano fracassando, a apresentadora ganhou um bom formato: o "Dancing Brasil".


O novo programa nada mais é do que um formato estrangeiro de muito sucesso, exibido pela BBC na Inglaterra e pela ABC nos Estados Unidos: o "Dancing With the Stars". Embora muito parecido com a "Dança dos Famosos", quadro de maior sucesso do "Domingão do Faustão", a produção da Globo é baseada na versão britânica "Stricly Come Dancing". E basta ver a atração da Record para comprovar a diferença nas apresentações. Aliás, também basta assistir ao programa para perceber que Xuxa é uma mera coadjuvante, como já era de se esperar em um reality de dança. Ou seja, a emissora resolveu 'usar' a apresentadora em um produto consagrado internacionalmente ao invés de continuar insistindo com seu fracassado "Xuxa Meneghel". Foi uma boa ideia ao mesmo tempo que comprovou que o canal não sabe o que fazer com a sua contratada --- a peso de ouro, inclusive.

Xuxa conta ainda com o 'auxílio' de Sérgio Marone que divide o comando da atração com ela, tendo a função de entrevistar os concorrentes. A presença dele, por sinal, se mostra um equívoco, pois suas perguntas são sempre irrelevantes e o ator se mostra artificial na posição de entrevistador.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Glória Perez acerta com o corajoso paralelo entre Ivana e Nonato em "A Força do Querer"

A atual novela das nove vem apresentando ótimos índices de audiência, fazendo por merecer esses bons números. A trama de Glória Perez está bem estruturada, com poucos personagens e dramas convidativos. A maior ousadia da autora é o drama de Ivana (Carol Duarte), uma menina que não se identifica com seu corpo e sofre diante da pressão da mãe e da sociedade. Essa situação é um dos principais acertos do folhetim, ganhando novos contornos através de um interessante paralelo criado com um outro personagem que vem crescendo: o Nonato (Silvero Pereira).


A questão do transgênero ser explorada em uma novela é um bom avanço e a escritora está sendo muito corajosa. O método escolhido por ela expõe a sua criatividade, além de servir como uma explicação objetiva, sem parecer didático ou piegas. Isso porque essa dualidade que começou a ser focalizada no enredo tem funcionado para destacar os dois perfis, ao mesmo tempo que expõe as diferenças que os separam, embora enfrentem o mesmo tipo de preconceito. O que o público vê é um homem muito bem resolvido com seu corpo e uma mulher que não se identifica com o seu reflexo no espelho.

Ivana sempre sofreu pressão da mãe, a fútil Joyce (Maria Fernanda Cândido), para que fosse quase um clone seu. Na breve primeira fase da novela, que durou apenas o primeiro bloco do primeiro capítulo, ficou explícita a intenção da perua para com sua filha, transformando a criança em uma cópia mirim de si mesma.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Ana Beatriz Nogueira rouba a cena em "Rock Story"

A atual novela das sete, em plena reta final, segue muito gostosa. Maria Helena Nascimento vem conduzindo sua primeira novela de forma competente e apresentando bons acontecimentos, apesar de alguns deslizes. Dirigida por Maria de Médicis e Dennis Carvalho, "Rock Story" merece os elogios que recebe desde a estreia. E uma das qualidades do folhetim é a escolha do elenco do núcleo principal. São vários bons nomes, mas quem vem roubando a cena mesmo é Ana Beatriz Nogueira.


Na pele da atrapalhada e superprotetora Néia, a atriz virou o grande destaque da novela e com muito mérito. A mãe de Léo Régis (Rafael Vitti) e Yasmin (Marina Moschen) protagoniza as cenas mais engraçadas da trama, sendo o principal alívio cômico do enredo, que, ao contrário dos folhetins anteriores, não tem a comédia como foco. A personagem prometia bons momentos desde a sua primeira aparição, mas cresceu além da conta muito em virtude do talento extraordinário da intérprete.

Néia foi gari no passado e abandonou a profissão depois do sucesso de Leonardo Régis, que lhe deu uma excelente condição financeira. Ela faz de tudo pelos filhos e esse excesso de 'cuidados' muitas vezes resulta em tiradas impagáveis, além de planos 'infalíveis' que sempre dão errado. É um perfil que provoca risos pelas atitudes e não pela caricatura.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Nelson Xavier era um ator dedicado e um profissional respeitado

O ator Nelson Xavier faleceu, aos 75 anos, na madrugada desta quarta-feira (10/05), em Uberlândia, Minas Gerais. Em 2014, durante o Festival de Gramado, ele contou que fez tratamento contra o câncer de próstata em 2004 e que estava livre da doença. Foi lá também que recebeu o prêmio de Melhor Ator com o filme "A Despedida", um de seus últimos trabalhos. A causa de sua morte foi o agravamento de uma doença pulmonar, após ter sido internado na última terça-feira. 


Profissional admirado por todos, Nelson era um ator que se dedicava de corpo e alma aos seus papéis. A maior prova disso é o fato de dois dos seus melhores trabalhos serem interpretando pessoas que realmente existiram. O desafio de viver perfis que fizeram parte da cultura nacional é um risco para qualquer ator e a chance de não convencer é sempre alta. Mas não foi problema para ele. Afinal, como esquecer o icônico Virgulino Ferreira da Silva na minissérie "Lampião e Maria Bonita", exibida na Globo em 1982? 

O Rei do Cangaço foi um divisor de águas na carreira do ator, mesmo já tendo uma longa jornada no cinema (começou em 1959 e fez 55 filmes no total). Na tevê era apenas seu terceiro trabalho. E marcou para sempre. Sua parceria com Tânia Alves (Maria Bonita) foi irretocável, destacando o lado mais 'sereno' de uma figura marcada pela imponência.

terça-feira, 9 de maio de 2017

"Malhação - Viva a Diferença" tem estreia emocionante e envolvente

"A gente cresce com o que é diferente da gente. Se existe uma hora que se aprende que o diferente é ruim, eu não quero aprender isso nunca. O que eu quero é mostrar que a riqueza é a diferença." Essa simples, mas significativa mensagem fez parte do teaser de "Malhação - Viva a Diferença", já deixando clara a  intenção da nova temporada do seriado adolescente, que estreou nesta segunda-feira (08/05), após a exibição de uma prévia na última sexta e cinco vídeos com cerca de cinco minutos na Globo Play sobre os perfis principais.


A história, dirigida por Paulo Silvestrini, marca a estreia do talentoso Cao Hamburger como novelista na produção dramatúrgica mais longeva da Globo. O autor de sucessos infantis como "Disney Club" (1997), "Um Menino Muito Maluquinho" (2006), "Que Monstro te Mordeu?" (2014) e o inesquecível "Castelo Rá-tim-bum" (1994), que marcou toda uma geração, já mostrou sua competência em lidar com as crianças e agora terá o desafio de se comunicar com os adolescentes, embora "Malhação" seja para todos os públicos e tenha um forte apelo infanto-juvenil.

As chamadas da nova temporada foram promissoras e a estreia honrou todas as expectativas, após a convidativa sinopse ter sido divulgada amplamente nas últimas semanas. Pela primeira vez o seriado tem São Paulo como pano de fundo, depois de 24 fases ambientadas no Rio de Janeiro. E outra novidade é a questão envolvendo o protagonismo.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

"A Força do Querer" vem apresentando um ótimo início

A nova novela das nove estreou no dia 3 de abril, ou seja, está há pouco mais de um mês no ar, bem no comecinho. O primeiro capítulo de "A Força do Querer" foi morno e sem grandes acontecimentos. Parecia um capítulo qualquer e não o número um. Isso não foi um mérito nem um defeito, apenas uma opção da autora. E Glória Perez parece ter plena consciência do que está fazendo, pois está inserindo os dramas cuidadosamente, despertando a atenção do público e agradando a Globo ---- a média até então está em torno dos 31 pontos, melhor início desde "Império".


A história é simples e com poucos personagens, o que é uma novidade e tanto levando em consideração o histórico de Glória. Ela sempre foi uma escritora que encheu suas produções de atores, muitas vezes não conseguindo destacar todos, deixando vários deles avulsos em enredos desinteressantes. Sua última novela, por exemplo, sofreu merecidas críticas em virtude do excesso de gente. "Salve Jorge" foi uma produção problemática em vários aspectos, tendo a quantidade exagerada de intérpretes como um dos principais erros. Agora, a autora parece ter aprendido a lição e resolveu preencher sua nova trama com tipos apenas essenciais para o contexto.

O fato de ter deixado de lado as culturas estrangeiras, que já tinham virado uma espécie de marca, também merece menção. A sua última novela que não teve isso foi o remake de "Pecado Capital", em 1998. Isso porque "América" (2005), querendo ou não, teve os Estados Unidos como uma das temáticas (em virtude da abordagem dos imigrantes ilegais).

quinta-feira, 4 de maio de 2017

"Conversa com Bial" chegou para ficar

O "Programa do Jô" ficou 16 anos ocupando as madrugadas da Globo, após um também longevo período no SBT, época em que se chamava "Jô Soares Onze e Meia". Quando a atração saiu do ar no final do ano passado, todos lamentaram e com razão. A emissora cometeu um erro tirando um apresentador tão icônico do ar. Sua ausência ainda é sentida. Entretanto, assim que foi anunciado Pedro Bial como seu 'substituto', implicando ainda na sua saída do comando do "BBB", uma expectativa foi gerada. Afinal, ele conseguiria honrar a missão? Passado o período de preparação do formato e de acordo com a estreia da última terça-feira (02/05), a resposta é sim.


O "Conversa com Bial" se mostrou um programa muito mais talk do que show, onde o entrevistado é o protagonista e o foco é o debate de ideias. Bem diferente dos seus concorrentes diretos ---- o "The Noite" com Danilo Gentili (no SBT) e o "Programa do Porchat" com Fábio Porchat (na Record) ----, cuja principal característica é justamente a piada constante, onde o apresentador é o elemento principal do humor. Aliás, o próprio "Programado Jô" tinha muito disso em várias entrevistas, sendo necessário citar ainda as clássicas introduções, com ele lendo notícias do dia de forma sarcástica (o que também é feito pelos concorrentes).

Na nova atração essas características foram suprimidas. Bial nem fez introdução para chamar a sua primeira convidada: a ministra Cármen Lúcia. Ele foi logo para o que interessava, ou seja, o bate-papo. E a conversa fluiu maravilhosamente bem. Debateram sobre a justiça, a descrença da população, a legitimidade da Lava-Jato e até mesmo sobre o que ela escuta dos taxistas quando se locomove pela cidade.

terça-feira, 2 de maio de 2017

"Malhação - Pro Dia Nascer Feliz" repetiu todos os erros de "Malhação - Seu Lugar No Mundo"

A vigésima quarta temporada de "Malhação" chega ao fim nesta quarta (03/05), em virtude do novo esquema equivocado da Globo em encerrar produções no meio da semana por causa de uns míseros números a mais de audiência --- muitas vezes pouco eficaz. As únicas tramas que vêm escapando dessa estratégia equivocada são as do horário nobre. Ao menos a próxima fase começará na segunda-feira, como tem que ser. E "Malhação - Pro Dia Nascer Feliz" quebrou uma tradição que já vinha sendo adotada pelo seriado adolescente há alguns anos: a de mudar os autores e o elenco a cada temporada. A história recém-terminada foi escrita pelo mesmo Emanuel Jacobina, que foi o responsável por "Malhação - Seu Lugar No Mundo" e fez questão de manter alguns personagens de seu enredo passado. Infelizmente, a experiência foi decepcionante. Ele conseguiu repetir todas as falhas da temporada anterior.


"Malhação - Seu Lugar No Mundo" apresentou um começo interessante, mas logo depois começou a se perder em meio a conflitos bobos, personagens superficiais e situações forçadas. Para culminar, houve ainda uma gritante falha na abordagem de questões relevantes, como a AIDS, por exemplo. O saldo final foi o pior possível, colocando a trama na lista das piores temporadas do seriado. A audiência foi satisfatória, mas o conjunto nunca fez por merece-la. Ou seja, o fato de continuar no comando do seriado adolescente era a chance que o autor tinha para se redimir, apresentando uma nova fase com tudo o que não teve na outra, corrigindo seus erros e apresentando um enredo de qualidade ---- como o que foi escrito por ele em 2010, quando o público se encantou por tipos carismáticos como Catarina (Daniela Carvalho), Maicon (Marcelo Mello Jr.), Raquel (Ariela Massoti), Pedro (Bruno Gissoni), entre outros.

E o começo de "Malhação - Pro Dia Nascer Feliz" foi muito promissor. Realmente parecia que Emanuel Jacobina estava disposto a apresentar um roteiro bem melhor estruturado para o telespectador, repleto de tipos bem mais densos. A trama central era bem interessante e girava em torno da família de Ricardo (Marcos Pasquim), dono da Academia Forma, que era pai justamente dos três melhores perfis femininos: Bárbara (Bárbara França), Juliana (Giulia Gayoso) e Manuela (Milena Melo).