segunda-feira, 15 de abril de 2024

"No Rancho Fundo": o que esperar da nova novela das seis?

 A Globo estreou nesta segunda-feira (15/04) a segunda continuação de uma novela sua. O primeiro caso foi com "Verdades Secretas 2", mas a trama de Walcyr Carrasco foi direcionada apenas para o Globoplay. O segundo foi com "Nos Tempos do Imperador", uma sequência de "Novo Mundo". Por mais que os responsáveis neguem, "No Rancho Fundo" é, sim, uma espécie de segunda parte de "Mar do Sertão", trama de sucesso exibida entre 2022 e 2023 na faixa das seis. Tanto que há uma aposta na produção por ser considerada algo mais 'seguro' para levantar os índices do horário, após o fracasso do remake de "Elas por Elas". 


A história tem todos os clichês que costumam funcionar e deram certo em "Mar do Sertão". Na beira do riacho, Quinota (Larissa Bocchino), moça de Lasca Fogo, um pequeno distrito fictício do Cariri, sonha em encontrar Marcelo Gouveia (José Loreto), que ela acredita ser seu grande amor. Enquanto Quinota nasceu e foi criada em meio às galinhas, Marcelo viveu em Lapão da Beirada, a parte urbana da região sertaneja. Dois universos distintos que se caracterizam pelo contraste, onde a cultura e as tradições se misturam e desempenham papel fundamental na identidade do sertão brasileiro. 

Criada e escrita por Mário Teixeira com direção artística de Allan Fiterman, "No Rancho Fundo" é uma comédia romântica contemporânea e narra a trajetória dos Leonel Limoeiro, conduzidos pelo braço forte e coração aberto da matriarca Zefa Leonel (Andrea Beltrão), a líder da família do interior que precisa lidar com o choque entre o lugar onde vivem e a cidade.

A trama principal gira em torno de Quinota, a filha de Zefa Leonel e Seu Tico Leonel (Alexandre Nero) e mostra o processo de formação dessa jovem. 

De Lasca Fogo todos os caminhos parecem levar a Lapão da Beirada, o mais badalado município da região. É lá que o agito da vida urbana, marcada por construções imponentes como o Grande Hotel São Petersburgo, atrai visitantes de outros lugares e orgulha seus moradores --- o mesmo não se pode dizer do polêmico, mas popular Cabaré Voltagem... Na famosa rua Vileganhon, são as vitrines das mais variadas grifes que seduzem seus consumidores, com seus produtos de alto luxo --- uma chiqueza só! Por lá, o público vai poder acompanhar as tramoias de Marcelo Gouveia e sua comparsa Blandina (Luisa Arraes), querendo sempre se darem bem às custas dos outros. 

Na trama, a apaixonada Quinota, enfim, encontra Marcelo Gouveia e esse amor incendeia de vez seu coração. Enamorada, ela se entrega ao eu sedutor da cidade grande. Em meio ao encantamento de Quinota e ao flagrante de sua mãe, Zefa Leonel, surge um casamento forçado entre a jovem e Marcelo. Afinal, num lugarejo como Lasca Fogo, onde a honra de uma família é defendida com todas as forças, a reputação de Quinota estaria arruinada sem a união oficial ---- e ainda correria o risco de cair na boca maldosa das Rosalindas, as filhas fofoqueiras de Primo Cícero (Haroldo Guimarães): Fé (Rhaisa Batista), Esperança (Andréa Bak) e Caridade (Clara Moneke). 

Quinota é o tipo que acredita no amor à primeira vista, ainda que passe por uma grande decepção: apesar de se comprometer com a união, Marcelo Gouveia não quer saber de casamento, abandona a noiva e foge para a cidade. Diante de tamanha afronta, Zefa Leonel pega a filha e, juntas, saem em busca do homem em Lapão da Beirada, onde se deparam com um ambiente totalmente diferente do que estão habituadas. E como em uma boa comédia romântica, marcada por encontros e desencontros, golpes e farsas, grandes revelações e reviravoltas (ao menos é o que a obra promete) vão mudar completamente os rumos da família Leonel. Em Lapão da Beirada, Quinota volta a experimentar o amor, dessa vez com Artur Ariosto (Túlio Starling), o verdadeiro mocinho da história. 

O lema da chefe da família, Zefa Leonel, e de seu marido, Seu Tico Leonel, é "onde come um, comem dois". Mas nessa casa, na verdade, comem dez: além dos filhos Quinota, Zé Beltino (Igor Fortunato) e Juquinha (Tomás de França), moram com eles Tia Salete (Mariana Lima), a irmã de ZZefa, e os agregados, filhos de criação, Benvinda (Dandara Queiroz), Margaridinha (Heloísa Honein), Nastácio (Guthierry Sotero) e Aldenor (Igor Jansen). E completam essa família orgulhosamente sertaneja cachorros, cavalos, cabras, porcos e galinhas, que deixam o lugar ainda mais especial. 

Na busca pelo sustento, o casal Leonel see divide entre o garimpo e as plantações. E nessa luta diária uma coisa é certa: não há nesse lar determinação e garra maiores que as de Zefa Leonel. Vez ou outra, longe dos olhos da esposa, de quem morre de medo, Seu Tico Leonel faz corpo mole e deixa de lado o trabalho árduo nas plantações da família. Apesar de amar o lugar onde vive, para uma jovem que está conhecendo o amor como Quinota, algumas restrições da sua casa dificultam sua relação com o mundo. Sem energia elétrica, por exemplo, usar o celular é um desafio e tanto, e a moça aproveita, sempre que pode, cada oportunidade na casa de Primo Cícero (Haroldo Guimarães), onde há eletricidade, para conversar com Marcelo Gouveia. A família de Primo Cícero, dono do entreposto que abastece o garimpo da região, não deixará passar seus direitos em relação às terras dos Leonel, ainda mais sob influência das duas filhas, as fofoqueiras Fé (Rhaisa Batista) e Esperança (Andréa Bak), cujos nomes virtuosos não ajudam nem um pouco a limpar a reputação delas, que são as famigeradas e temidas Rosalinas. A filha caçula de Primo Cícero, Caridade (Clara Moneke), é uma moça que trabalha fora, bastante decidida a ter sua própria vida, para horror do pai conservador. 

Convicta de que essas terras são de sua família há mais de 100 anos, Zefa Leonel sabe que, para um forasteiro desavisado, o lugarejo pode não ter muitos atrativos, mas na defesa ferrenha da matriarca daquele pedaço de terra estão a força dos laços afetivos fincados no lugar e os mistérios que suas grutas preservam ao redor. No entorno da simples residência, ainda propriedade de Zefa --- até que se prove o contrário ---, feito um eldorado em meio ao sertão, repousam minas de uma pedra azul, a mais cara das gemas, o mais desejado bamburrar, o maior dos sonhos garimpeiros: a raríssima pedra turmalina paraíba. São para essas minas, já consideradas secas por conta da exploração do passado, que Zefa Leonel direciona suas forças e esperanças, depois de perder suas plantações para as pragas. Mesmo com paredes prestes a desmoronar, Zefa vai até o fundo da Gruta Azul, munida de seus instrumentos de garimpo, acreditando piamente que a natureza não morre e que das entranhas daquelas terras ainda hão de brotar pedras preciosas. 

Quinota e Seu Tico Leonel temem pela segurança de Zefa, dado o perigo que é encarar as minas da Gruta Azul. Teimosa, a mãe da jovem ignora os apelos e desce ao fundo da gruta. Um estrondo deixa pai e filha desesperados. O chão sob os pés de Zefa Leonel cede, revelando um lugar misteriosamente lindo. No meio do caminho, ou melhor, incrustada em uma parede tinha uma pedra... uma turmalina paraíba, que vai mudar a vida da família. O achado da turmalina vai garantir a família Leonel Limoeiro uma vida bilionária, com acesso a um universo luxuoso jamais visto, sequer sonhado. Do rancho a família passa a morar  no movimentado Grande Hotel São Petersburgo, lugar onde novos desafios e impõem, colocando à prova a essência dessa família que, apesar da vida de dificuldade, sempre foi muito unida e feliz. Os valores dessa família sobreviverão às seduções e aos riscos trazidos pela riqueza? Diz a sabedoria popular que quem nunca comeu melado, quando come se lambuza...

O prefeito Sabá Bodó (Welder Rodrigues), figura conhecida de Canta Pedra, cidade fictícia de "Mar do Sertão", agora orgulha-se de estar à frente da administração da 'pujante' Lapão da Beirada. O desenvolvimento e a infraestrutura vieram com a exploração das jazidas da região, garantindo à cidade uma vida urbana agitada, o que desperta o interesse de visitantes de outros lugares. É justamente para esse universo tão diferente da pacata Lasca Fogo que os Leonel Limoeiro vão depois de terem suas vidas transformadas. 

Na cidade, despontam belas construções como a do Grande Hotel São Petersburgo, sempre aberto àqueles que podem pagar pelo seu conforto. É lá, por exemplo, que Artur Ariosto mantém, um flat, e seu amigo Marcelo Gouveia, habituado às coisas boas da vida, passa sempre uma temporada. O hotel é a construção que melhor materializa a pujança desse município cosmopolita, o que não sai da boca de seu fanfarrão prefeito. 

Outro símbolo de Lapão da Beirada é a sua rua mais importante, a Vileganhon. Além do Grande Hotel, a rua abriga várias lojas que ostentam suas marcas de alto luxo, para delírio de quem se depara com suas vitrines iluminadas e carésimas. Se Paris tem sua Champs-Élysées, Lapão da Beirada tem sua Vileganhon. 

Nas redondezas também está o popular Cabaré Voltagem, comandado por Deodora (Debora Bloch), a coronela vilã de "Mar do Sertão". Ressentida, mais amargurada e manipuladora, ela vive agora na cidade engrossando o caldo dos egressos de Canta Pedra que rumaram para Lapão da Beirada, formando o maior crossover já visto em novelas ---- pelo menos dez personagens de "Mar do Sertão" estão de volta, como Vespertino (Thardelly Lima), Quintilha (Ju Colombo), padre Zezo (Nanego Lira), Floro Borromeu (Leandro Daniel), Nivalda (Titina Medeiros), Cira (Suzy Lopes), entre outros. Como em uma distante passado, os caminhos de Deodora e Zefa Leonel voltarão a se cruzar, de onde despontarão lembranças nada agradáveis. E por falar em vilania, a família Leonel também terá que lidar com uma ardilosa Blandina, que chega a Lapão da Beirada atrás de Marcelo Gouveia. Os dois se conheceram em Salvador e passaram a perna um no outro, situação idêntica a de Tertulinho (Renato Góes) e Xaviera (Giovana Cordeiro) em "Mar do Sertão". Unidos pela ambição e falta de caráter, além da atração, a relação dos dois se revela uma parceria arriscada e perigosa. A menina dos olhos da dupla é Quinota, que se transformou no melhor partido da região. Blandina logo vestirá o disfarce de amiga para se aproximar da moça e tirar proveito de sua ingenuidade. 

"No Rancho Fundo" é escrita com colaboração de Marco Lazarini, Dino Cantelli, Angélica Lopes e Renata Sofia. A direção geral é de Pedro Brenelli e a direção é de Bernardo Sá, Carla Bohler e Larissa Fernandes. A produção é de Silvana Feu e a direção de gênero de José Luiz Villamarim. 

3 comentários:

Maria Júlia Santana da Silva disse...

Só espero que No Rancho Fundo consiga a audiência do horário das seis de volta e até que seja boa, porque o remake de Elas por Elas não merecia a baixa audiência

Sérgio, fiz uma matéria nova no site que eu escrevo como redatora, dessa vez é um especial que é a parte 1 sobre a importância do dono da Xilam Animation, Marc du Pontavice na animação francesa. Deixarei o link se quiser ver - https://anmtv.com.br/especial-a-importancia-de-marc-du-pontavice-na-animacao-francesa-parte-1/

Anônimo disse...

To achando uma besteirada só. Só tem esquete e nada de história.

Anônimo disse...

To achando chataaaaaaaaaaaa