sexta-feira, 29 de junho de 2018

"Orgulho e Paixão" fica ainda melhor com a entrada de Natália do Vale

Uma das muitas qualidades de "Orgulho e Paixão" é o seu bom ritmo. O autor está sempre promovendo conflitos e acontecimentos na trama, evitando qualquer barriga ---- período onde nada de relevante ocorre. Como há vários casais atrativos no enredo e muitos personagens bem construídos, Marcos Bernstein consegue extrair o melhor desse bom conjunto até com certa facilidade. E agora o escritor inseriu uma grande vilã na história, o que resultou em uma ótima virada.


Lady Margareth Williamson é a irmã de Lorde Williamson (Tarcísio Meira) e a escolhida para representá-la foi Natália do Vale. A personagem chegou para tumultuar a relação de Darcy (Thiago Lacerda) e Elisabeta (Nathalia Dill), que estava até então harmoniosa em virtude da descoberta das cartas falsas usadas por Susana (Alessandra Negrini) para separá-los. A arrogante mulher trouxe sua filha, Briana (Bruna Spínola), para oficializar o casamento com o sobrinho, se aproveitando de um "acordo familiar" feito anos atrás. 

A tia do mocinho mal chegou e já movimentou a novela com sua empáfia, recheada de frases preconceituosas sobre o Brasil. Não esperou para intimar Darcy a casar com Briana e nem se preocupou em desprezar Charlotte (Isabella Santoni), lembrando da má reputação da sobrinha por causa do relacionamento com Uirapuru (Bruno Gissoni).

quinta-feira, 28 de junho de 2018

"Lia" é uma boa produção da Record

"Apocalipse" foi um dos maiores fracassos da Record. Repleta de problemas, incluindo a intervenção da filha de Edir Macedo no roteiro (desagradando a autora Vivian de Oliveira), a novela fez jus ao seu título. Realmente representou um cataclismo na programação da emissora, perdendo constantemente de "Carinha de Anjo" e depois de "As Aventuras de Poliana", do SBT, amargando um incômodo terceiro lugar de audiência. Foi o folhetim bíblico menos visto do canal, que demorou demais para escolher uma trama substituta, expondo a surpresa com o fiasco da história que custou uma fortuna em efeitos especiais e escalação de mais de 100 atores. A saída, então, foi a produção de uma minissérie.


A Record resolveu produzir apressadamente "Lia", que terá apenas 15 capítulos, servindo como tapa-buraco da grade enquanto as gravações iniciais da novela "Jesus" não são concluídas. A trama estreou nesta terça-feira (26/06), na mesma faixa de "Apocalipse". Escrita por Paula Richard e dirigida por Juan Pablo Pires, a trama conta a vida da bondosa Lia (Bruna Pazinato), jovem batalhadora que nunca deixou de acreditar no amor, mesmo diante de todos os percalços. É a primeira história bíblica da emissora vista sob o ponto de vista de uma mulher, embora se passe 2000 anos antes de Cristo.

A protagonista cresceu cuidando da irmã Raquel (Graziela Schmitt), desde a morte da mãe, e sofreu várias humilhações da madrasta Laila (Suzana Alves). Lia se apaixona por Jacó (Felipe Cardoso), mas o rapaz só tem olhos para sua irmã, que só se preocupa com riquezas e ama seduzir homens. No entanto, Raquel cede aos cortejos de Jacó somente para fazer a irmã sofrer e a relação das duas fica cada vez mais conturbada.

terça-feira, 26 de junho de 2018

Chay Suede faz jus ao destaque de Ícaro em "Segundo Sol"

João Emanuel Carneiro vem destacando bastante o elenco jovem na segunda fase de sua novela. Tanto que ocorreu uma clara diminuída no foco do trio Beto (Emílio Dantas), Karola (Deborah Secco) e Laureta (Adriana Esteves), enquanto o triângulo amoroso protagonizado por Rosa (Letícia Colin), Ícaro (Chay Suede) e Valentim (Danilo Mesquita) cresceu em "Segundo Sol". E Chay tem conseguido aproveitar muito bem esse crescimento, honrando a confiança do autor na pele de um perfil repleto de complexidade.


O filho de Luzia é um rapaz revoltado, prepotente e marrento, cuja principal defesa é enfrentamento direto, elevando o tom de voz em qualquer início de discussão. Se revoltou com o assassinato do pai, nunca perdoou o 'abandono da mãe' e não esquece a dolorosa separação da irmã, Manuela (Luisa Arraes), provocado por sua tia, que deixou a menina com uma família rica e ficou com o sobrinho. Mas toda essa sua agressividade com o mundo é uma camuflagem de sua constante mágoa com tudo o que aconteceu em sua vida.

A fragilidade do personagem se expõe principalmente quando bebe e perde o controle do seu choro, agindo quase como uma criança. Ícaro, todavia, também tem um lado cômico e até sarcástico. Esse outro lado se evidencia quando está com Rosa, menina por quem se apaixonou perdidamente. O casal de garotos de programa transborda química e protagoniza cenas com muitas trocas de ironias. Isso vale para os momentos bons e ruins, aliás.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Irretocável na pele de Julieta, Gabriela Duarte emociona em "Orgulho e Paixão"

Antes de "Orgulho e Paixão", a última novela que havia contado com a presença de Gabriela Duarte do início ao fim era "Passione", ótima trama de Silvio de Abreu, exibida em 2010, onde a atriz viveu a perua Jéssica, seu primeiro perfil cômico da carreira. Ela se destacou, ganhando na época merecidos elogios. Depois desse trabalho, a intérprete fez apenas participações ao longo de dez anos, vide o primeiro capítulo de "Amor à Vida" (2013) e a primeira fase de "A Lei do Amor" (2016). Agora, felizmente, o público tem sido presenteado com o seu talento desde o começo do agradável folhetim das seis da Globo.


É uma volta às novelas em grande estilo. Isso porque a atriz ganhou o perfil mais complexo da história de Marcos Berstein, dirigida por Fred Mayrink e baseada em vários romances de sucesso da escritora inglesa Jane Austen. Julieta Bittencourt é uma poderosa viúva que ficou conhecida na região como a Rainha do Café, em virtude do império que construiu graças ao seu empenho feroz nos negócios. Sua postura fria e arrogante é sempre intimidadora, deixando todos ao seu redor retraídos e submetidos aos seus desmandos. Porém, não é uma vilã e nem uma pessoa com caráter desvirtuado. Pelo contrário, é íntegra e tem um passado sofrido.

Ainda que só agora o público tenha descoberto o estupro sofrido pela personagem, o autor já havia deixado sublinhado algumas vezes o quanto a firme mulher era maltratada pelo esposo. Logo no início da novela, cenas da personagem cuspindo no túmulo do marido foram exibidas, assim como confissões com um padre, onde confessava não ter conseguido se livrar do ódio pelo falecido.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Multishow presenteia público com valorização de "Chaves" e "Chapolin"

No ar há mais de 25 anos, o Multishow sempre foi um dos canais a cabo mais prestigiados pelo público. Desde a sua estreia, o canal sempre teve como foco a música, vide o sucesso do "TVZ" (programa de clipes que está no ar desde 1999). Porém, a emissora da Globosat já há alguns anos vem investindo bastante no humor e acabou virando um lugar cativo para inúmeros humoristas, incluindo Paulo Gustavo, Tom Cavalcante, entre outros. Vários humorísticos passaram a fazer parte da grade e o mais popular é o "Vai que Cola". Infelizmente, a maioria é bem fraca e tem pouca graça. O maior acerto é, sem dúvida, o "Lady Night", talk show comandado por Tatá Werneck. E, no dia 21 de maio, houve um novo investimento na comédia: a estreia de "Chaves" e "Chapolin".


Analisando friamente, parecia apenas uma tentativa do Multishow preencher sua grade com reprises que todos já viram trocentas vezes no SBT. Mas o canal conseguiu o que parecia impossível: presentear os fãs do seriado com a exibição dos episódios em ordem cronológica e ainda exibir várias esquetes inéditas com a dublagem original. Há anos os admiradores de "Chaves" e "Chapolin" pedem para a emissora de Silvio Santos passar os chamados "episódios perdidos" e nunca foram atendidos. O canal até chegou a transmitir, em 2012, alguns episódios chamados de "semelhantes", então inéditos, mas foram muito poucos e todos dublados sem as vozes de Nelson Machado, como Kiko, e Carlos Seild, como Seu Madruga.

O Multishow procurou fazer tudo o que os fãs sempre sonharam. Além de ter comprado o pacote da Televisa com todos os episódios de "Chaves" e "Chapolin", a emissora fez questão de contratar todos os atores originais para a dublagem das esquetes inéditas e também as que foram redubladas pelo SBT sem Nelson e Carlos.

terça-feira, 19 de junho de 2018

Jesuíta Barbosa e Fábio Assunção brilham em "Onde Nascem os Fortes"

A atual produção das onze prima pela total entrega de seu elenco, dirigido brilhantemente por José Luiz Villamarim. Como há poucos atores escalados, todos conseguem se destacar em algum momento do enredo, ainda que uns mais que outros. "Onde Nascem os Fortes" tem uma história pesada, perceptível até na fotografia de Walter Carvalho, explorando sempre imagens mais empoeiradas, refletindo o estado de espírito sombrio daquelas pessoas. E dois atores têm ganhado mais importância à medida que o enredo avança: Jesuíta Barbosa e Fábio Assunção.


Ramirinho e Ramiro apareciam menos no início da trama, mais focada na rixa entre Maria (Alice Wegmann) e Pedro Gouveia (Alexandre Nero). Porém, os perfis eram promissores e já despertavam atenção. O reprimido menino que se transforma na misteriosa Shakira do Sertão à noite, protagonizando shows repletos de sensualidade, e o poderoso juiz que se interessou imediatamente por Cássia (Patrícia Pillar) e rivaliza com seu primo Pedro, foram muito bem construídos pelos autores George Moura e Sérgio Goldenberg.

A relação de pai e filho nunca foi boa. O rapaz não concordava em ser um empresário e era obrigado a aceitar as imposições de Ramiro, cujo plano sempre foi torná-lo um concorrente de Pedro Gouveia no mercado de Bentonita. Na última semana, Ramirinho finalmente teve coragem de se mostrar ao juiz. Isso porque acabou desmascarado pelo pai dias antes, que descobriu as suas constantes faltas no curso onde estava matriculado.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Antes improvável, romance de Ema e Ernesto vira um dos acertos de "Orgulho e Paixão"

Construir bons casais virou um grande desafio para os autores. Afinal, um par sem química e mal desenvolvido é sinônimo de telespectador desinteressado. Não dá para comprar uma relação com desdobramentos rasos e protagonizada por atores que não demonstram uma boa sintonia. Fica perceptível, portanto, a preocupação de Marcos Berstein com os pares de "Orgulho e Paixão", deliciosa novela das seis da Globo. Quase todos os casais se mostram atrativos e encantadores. Mas, curiosamente, o autor acabou criando um relacionamento improvável que virou um dos trunfos do atual folhetim.


A relação de Ema (Agatha Moreira) e Ernesto (Rodrigo Simas) parecia absurda para o telespectador que é fã dos romances de Jane Austen. Isso porque a trama é baseada em vários livros de sucesso da autora, como "Orgulho e Preconceito" (1813), "Lady Suan (1971) e justamente "Emma" (1815). Na história da escritora, a personagem se envolve com Jorge (Murilo Rosa) e os conflitos são permeados pela dificuldade da jovem casamenteira ser bem-sucedida no amor, enfrentando vários obstáculos para conseguir ficar com seu amado, que na novela se casou com uma mulher adoentada (Amélia - Letícia Persiles).

Todavia, essa questão não foi muito bem abordada inicialmente e nem foi possível despertar uma torcida por esse casal no folhetim. Ao contrário do livro, Jorge se mostra um sujeito passivo e conformado, procurando desabafar com seu melhor amigo, Coronel Brandão (Malvino Salvador).

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Letícia Colin rouba a cena em "Segundo Sol"

"Segundo Sol" está apenas no começo, mas João Emanuel Carneiro não vem guardando trama. O autor vem proporcionando vários acontecimentos e muitos perfis já demonstram um ótimo potencial. Um deles é Rosa, prostituta interpretada por Letícia Colin. A personagem entrou na segunda fase da história, dirigida por Dennis Carvalho e Maria de Médicis, e está sendo defendida com imenso brilhantismo pela intérprete, cujo último papel foi um verdadeiro divisor de águas na carreira.


Afinal, "Novo Mundo" foi exibida ano passado e ainda está fresca na memória do público. A excelente novela de Alessandro Marson e Thereza Falcão proporcionou para atriz seu melhor momento na carreira. Ela simplesmente ganhou de presente dos autores a Princesa Leopoldina, esposa de Dom Pedro I (Caio Castro) teve um grande destaque no enredo, crescendo ainda mais graças ao talento de Letícia, que imprimiu um tom doce e até cômico para a imperatriz. Um perfil importante da história do Brasil que ficou bem mais conhecido graças a esse caprichado folhetim.

Um dos maiores acertos da composição da atriz foi o sotaque da princesa austríaca. O que poderia se tornar uma caricatura virou a característica mais cativante da personagem, que todas as vezes se preocupava em falar um bom português, mesmo tropeçando nas palavras em algumas situações.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

"Mister Brau" não tinha mais história para contar

A série escrita por Jorge Furtado tinha a difícil missão de substituir o sucesso "Tapas & Beijos", que ficou no ar por cinco anos. Mas "Mister Brau", dirigida por Maurício Farias, conseguiu manter os índices de audiência da faixa, presenteando o público com um texto repleto de bom humor e crítica social. A história de um casal de astros que sai de Madureira e se muda para um condomínio de luxo da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, rendeu ótimos momentos e a série ainda merece reconhecimento por ter colocado dois negros como protagonistas, principalmente em meio ao polêmico elenco de "Segundo Sol", repleto de brancos em uma trama que se passa na Bahia.


Lázaro Ramos e Taís Araújo emprestaram o carisma deles para os personagens, honrando o protagonismo e sendo valorizados como merecem. A primeira temporada, exibida em 2015, esteve focada no preconceito dos vizinhos com os 'suburbanos' que subiram de vida, rendendo muitos conflitos hilários, mas também cheios de mensagens indiretas no texto a respeito de intolerância e racismo. Andreia (Fernanda de Freitas) era a maior representante do ódio ao casal, sempre brigando com o marido (Henrique - George Sauma), que ironicamente virou advogado de Brau, participando ativamente dos contratos de shows e afins.

O êxito da série implicou na segunda temporada em 2016, mantendo o foco nas trapalhadas protagonizadas por Brau e Michele, agora mais próximos dos vizinhos e precisando lidar com as consequências do sucesso. Outros personagens já presentes no enredo ganharam mais destaque, como Lima (Luís Miranda), Gomes (Kiko Mascarenhas) e a empregada Catarina (Cláudia Missura).

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Briga de Catarina e Amália destaca atrizes em "Deus Salve o Rei"

A melhora de "Deus Salve o Rei" é evidente desde que Afonso (Rômulo Estrela) assumiu o trono de Montemor. Mais dinâmica e com conflitos bem amarrados, a novela de Daniel Adjafre deixou para trás o período de marasmo, expondo a intervenção acertada de Ricardo Linhares. E nesta quinta-feira (07/06), a trama, dirigida por Fabrício Mamberti, exibiu a aguardada briga de Catarina (Bruna Marquezine) e Amália (Marina Ruy Barbosa).


Após um longo tempo de troca de ironias e provocações, as rivais finalmente partiram para o confronto direto. Afonso não conseguiu um empréstimo de Conselho de Cália porque os reis não aceitam seu casamento com uma plebeia e exigem que a majestade se case com Catarina. Como Montemor sofre uma grave crise financeira, o rapaz chegou a considerar essa possibilidade, mas Amália flagrou sua dúvida no exato momento em que conversava com seu conselheiro. Foi o bastante para dar um basta naquela situação, expulsando a rival do castelo.

No entanto, ao segurar Catarina pelo braço e arrastá-la para fora do palácio, diante do povo, a mocinha deu toda a munição que a vilã precisava. A rainha de Artena bancou a vítima e não revidou os ataques de Amália. Ainda fez questão de provocá-la em voz baixa, dizendo que Afonso seria dela, implicando em uma bofetada da inimiga, que partiu para cima a enchendo de tapas e puxões. Um barraco que mancharia a imagem de qualquer reino.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

"Mais Você" sabe prender o público com ótimos quadros

O "Mais Você" estreou em 1999 e marcou a transferência de Ana Maria Braga da Record para a Globo. O programa matinal chegou a mudar de horário algumas vezes ao longo de seus quase 19 anos de emissora (incluindo até um período na grade vespertina), mas se estabilizou e hoje é a maior audiência das manhãs da líder. A apresentadora e seu inseparável Louro José (Tom Veiga) têm um público fiel e a equipe da atração em nenhum momento se acomoda com isso, sempre procurando novidades para o formato.


Tanto que a produção conseguiu criar vários quadros ótimos que entram em esquema de rodízio, evitando maiores desgastes e preenchendo muito bem o tempo do programa. Não existe uma regra para a exibição de cada um, mas todos estão sempre lá, despertando a atenção do telespectador e divertindo Ana Maria. O curioso é que não foram criados ao mesmo tempo. As ideias é que funcionaram tão bem que acabaram se firmando na atração, sem haver a necessidade da extinção de um para a entrada de outro.

Um dos primeiros foi o "Super Chef", em 2008, com três temporadas. Em 2012, o formato começou a contar com artistas disputando o posto de melhor cozinheiro e passou a se chamar "Super Chef Celebridades". Até hoje o reality faz sucesso, ficando três semanas no ar. A sétima temporada estreia no segundo semestre desse ano.

terça-feira, 5 de junho de 2018

"Senhora do Destino" e "Celebridade" tiveram similaridades expostas no "Vale a Pena Ver de Novo"

A Globo resolveu reprisar dois sucessos do horário nobre em sequência no "Vale A Pena Ver de Novo": "Senhora do Destino" e "Celebridade" (na verdade três, pois agora ainda estreou "Belíssima"). A reapresentação da trama de Aguinaldo Silva rendeu ótimos índices de audiência em 2017, mas o mesmo não pode ser dito da reprise do enredo de Gilberto Braga em 2018. Porém, esse texto não é sobre números e, sim, sobre enredos de produções que viraram clássicos da teledramaturgia. A verdade é que essas duas reexibições ajudaram a comprovar uma situação observada em vários êxitos recentes da faixa nobre da emissora.


Que situação seria essa? Vilãs marcantes como Nazaré Tedesco (Renata Sorrah) e Laura Prudente da Costa (Cláudia Abreu)? Protagonistas fortes como Maria do Carmo (Susana Vieira) e Maria Clara Diniz (Malu Mader)? Não, nada disso. As reprises deixaram evidente uma similaridade negativa entre elas: os fracos núcleos paralelos. Quando se lembra de um grande sucesso ou de um folhetim muito querido, é normal ressaltar as qualidades e minimizar (ou até apagar) os defeitos. Tanto que não faltam casos de novelas que perderam o encanto quando foram reexibidas pelo Viva --- canal a cabo da Globosat ---, por exemplo.

Muitas vezes o público (e até a crítica especializada) esquece a barriga --- período em que nada de relevante acontece --- na história, os conflitos chatos ou então os personagens desinteressantes do roteiro. É algo normal, diga-se. A memória em cima de um produto querido só detém os pontos positivos do mesmo. Isso vale até para situações vividas por cada um ----- todo mundo costuma dizer que "nos velhos tempos tal rotina era melhor", etc.