domingo, 31 de julho de 2011

CQC se desgasta e perde sua suposta credibilidade

O "Custe o Que Custar" sempre foi muito elogiado pelos críticos por usar um humor "inteligente". Nunca soube muito bem identificar essa grande diferença em relação aos demais humorísticos,como o "Pânico na Tv", por exemplo. Mas isso não vem ao caso, já que o objetivo desse texto é falar da fórmula um tanto quanto gasta da atração comandada por Marcelo Tas e seus escudeiros Rafinha Bastos e Marco Luque,  tendo ainda Monica Iozzi, Danilo Gentili, Oscar Filho, Rafael Cortez e Felipe Andreoli como integrantes da trupe.

Quando estreou em 2008, no dia 17 de março, o programa foi uma grata surpresa e uma boa opção para a televisão aberta em plena segunda-feira. O formato é da Argentina e veio para o Brasil através da parceria da emissora com a "Eyeworks-Quatro Cabezas". A Band, aliás, tem muito que agradecer a esse acordo,uma vez que as maiores audiências da programação são justamente vindas dos produtos internacionais. O próprio "CQC", "A Liga", tendo Rafinha Bastos como apresentador principal, "Polícia 24 horas" e o "Agora é tarde", apresentado  pelo Danilo Gentili e que estreou a pouco tempo, são exemplos de compras que deram certo.

O tempo não fez muito bem ao "CQC". Os quadros são praticamente os mesmos ao longo desses anos e as poucas situações que eles resolveram variar não deram muito certo,como por exemplo,o finado "Mas que boa pergunta, Marcelo Tas', onde o apresentador respondia a questionamentos de crianças sobre política e situações do Brasil,'CQC no Congresso', 'Top Five', 'O povo quer saber', 'CQTeste', 'Proteste já' e as entrevistas com as celebridades continuam sendo a base do programa.Além dessas opções,também tínhamos 'Luque Responde', 'Palavras Cruzadas', 'Repórter Inexperiente', 'Trabalho Forçado' e mais alguns que foram extintos. Merecidamente, diga-se.

A tal credibilidade que a atração sempre tentou mostrar, caiu por terra com os cortes,ou censura,melhor dizendo, que fizeram na entrevista com o sempre polêmico Jorge Kajuru. Segundo o próprio,não exibiram praticamente nada do que ele falou durante o quadro 'Resta Um'. Isso incluia sua crítica ao Ricardo Teixeira, Luciana Gimenez e mais uma penca de gente,já que o jornalista não perdoa ninguém. A Globo tem um acordo financeiro com a CBF para exibir campeonatos como o Brasileirão e os estaduais,e os compartilha com a Band em troca de dividirem os gastos com essa compra, então é óbvio que haja receio em qualquer situação que vá contra o todo-poderoso do futebol. Sabemos que há uma espécie de 'troca de favores', mesmo que as duas empresas neguem isso. Mas então a pergunta é: por que convidaram o Kajuru para participar do quadro? Isso acabou expondo o programa. Como cobrar dos deputados transparência se eles mesmos não se utilizam dela?

Os pontos positivos continuam sendo a entrevista com os políticos em Brasília, que ficou bem melhor com a Monica Iozzi no lugar do Danilo Gentili e o 'Top Five'. É vergonhoso vermos como nossas "autoridades" não têm o mínimo de preparo para ocupar o cargo a que se propõem. E sempre é divertido observarmos as situações patéticas apresentadas por alguns programas da nossa televisão. Mas o elevado número de propagandas, os chamados 'merchans', irrita qualquer um.Para assistir ao "Top Five", por exemplo,você precisa ver cinco vezes a propaganda da Pepsi.

A audiência continua muito boa para os padrões da Band(por volta dos 5/6 pontos, ficando quase sempre em terceiro lugar) e o "CQC" persiste sendo a melhor opção para se assistir nas emissoras abertas numa segunda-feira, caso não haja interesse no filme da "Tela Quente". Mas é notório que a boa repercussão que o programa tinha foi se dissipando com o tempo.

domingo, 24 de julho de 2011

Atual temporada de Malhação não trata adolescente como idiota

"Malhação" estreou em 1995, no dia 24 de abril. Fez um imenso sucesso por vários anos,até começar a decair em 2005. Após a bem-sucedida temporada da" Vagabanda", o seriado nunca mais atingiu níveis de repercussão desejáveis. Seu período de maior crise foi a fase em que se transformou em "Malhação ID". Apesar das menininhas terem ficado ensandecidas com o Fiuk, péssimo ator, diga-se, os índices de audiência não foram nada satisfatórios.

A atual temporada de "Malhação" se iniciou no dia 23 de agosto de 2010, tendo como autor o talentoso Emanuel Jacobina.Vimos um interessante roteiro e com um bom elenco de veteranos,dentre alguns temos: Helena Ranaldi, Chris Nicolloti, Marcio Ribeiro, Walter Breda, Joelson Medeiros, Aílton Graça, Marcos Winter, Inez Vianna, Sandra Corvelloni, e Raniere Gonzalez. A safra de novatos também agrada bastante. A maioria tem um bom potencial.

O grande diferencial da história é que não vimos na trama central  a vilãzinha querendo separar o lindo e fofo casal protagonista. É difícil especificar o tema central, já que muita coisa aconteceu. Mas o que se pode dizer é que tudo começou com o amor entre uma menina rica com um rapaz humilde que acaba se separando, não por causa dos problemas sociais e sim porque os irmãos dos protagonistas (Pedro,interpretado pelo Bruno Gissoni e Catarina feita pela promissora Daniela Carvalho) se envolveram numa briga onde um deles (o irmão da menina) foi atingido por uma pedra e acabou ficando com epilepsia. Somado a isso, tivemos diversos temas paralelos ao longo dos meses.Preconceito racial,gravidez na adolescência, alcoolismo, bipolaridade, homofobia, drogas, androginia (há uma personagem [Duda-interpretada pela Nathalia Jourdan] que se veste como menino e sofreu represálias por isso), AIDS, câncer de mama,envolvimento entre professor e aluno, enfim,foram muitas temáticas. Acredito que tenha sido a fase com o maior número de assuntos. São situações chichês? Claro, mas tudo foi abordado com competência.

Atualmente a história se densenrola em torno do desaparecimento da Raquel (irmã da protagonista que entrou no meio da trama e é muito bem interpretada pela Ariela Massoti) que sumiu misteriosamente. O desenvolvimento das situações tem sido uma boa surpresa. Antes mostrados através de cenas bobas e sem grandes discussões, agora vemos diálogos mais "adultos" e maduros, comparados com anos anteriores. E grande parte dos atores novatos podem ser aproveitados nas demais produções da casa tranquilamente.

"Malhação" pode até estar saturada em alguns pontos, mas sempre revela bons atores para a emissora. Os mais recentes casos são representados pela Nathalia Dill, Mariana Tios e Sofhie Charllote. Caio Castro também se lançou na mesma temporada, mas seu talento é muito questionável. É só um rostinho bonito, pelo menos por enquanto. Já saíram de lá nomes como: Henri Castelli, Juliana Silveira, Bárbara Borges, Marjorie Estiano, Luiza Valdetaro (que brilha em "Cordel Encantado" como a sofrida Antônia), Manuela do Monte, Max Fercondini, Luigi Barricelli, enfim,é muita gente.

Mesmo com as crises nas fases anteriores, o seriado mais longo da Globo não correu riscos em nenhum momento.Sua audiência sempre alcança mais que o dobro da segunda colocada. Os bons números da décima-oitava temporada (ultrapassa os 20 pontos com frequência), fez com que a mesma fosse esticada em dois meses. Antes prevista para se encerrar em julho, todo o elenco foi avisado que as gravações se estenderiam até agosto. O sucesso é merecido.

'Festival SBT 30 anos' mostra uma emissora que deixou de existir

Quando estreou em 7 de maio de 2011, o "Festival SBT 30 anos" se propôs a mostrar aos telespectadores todos os programas que marcaram a emissora ao longo desses anos. É uma espécie de "Vídeo Show", com uma qualidade inferior, naturalmente. A começar pela apresentadora, já que Patrícia Abravanel é tão espontânea quanto um poste telefônico. Mas o objetivo desse texto não é falar da atração em si e sim da história do Sistema Brasileiro de Televisão.

Enquanto assistimos ao programa a sensação de nostalgia é inevitável. Eles começaram falando sobre a história do humorístico "A Praça é nossa", sem dúvida um marco no humor nacional. Como tinha comediante bom ali. Depois foram apresentados os programas infantis e seus respectivos apresentadores. Mara Maravilha, Bozo, Simony, Mariane, Eliana, Vovó Mafalda (Valentino Guzzo) e Sérgio Mallandro estavam presentes. A novelinha infantil "Carrossel" também é inesquecível. As crianças tinham uma programação de qualidade (e algumas "trash", sejamos francos) para assistir.

E as novelas? Por incrível que isso possa parecer, o SBT já teve novelas de altíssima qualidade. A melhor foi "Éramos Seis". Grande elenco,com nomes que hoje ocupam o mais alto escalão da Globo, e uma linda história. Ganhou prêmios na época e merecidamente. "As Pupilas do Senhor Reitor", "Os Ossos do Barão", "Brasileiros e Brasileiras", e o sucesso "Chiquititas", também devem ser lembrados. A direção e as cidades cenográficas não ficavam devendo em nada. Eram produções caprichadas mesmo. As tramas mexicanas também eram uma espécie de "trunfo" que quase sempre tinham uma grande audiência. Como esquecer da trilogia protagonizada pela Thalia?"Marimar", "Maria Mercedes" e o fenônemo "Maria do Bairro" sempre atingiam picos bem elevados no ibope e incomodavam muito a Globo. E "A Usurpadora", alguém lembra?Duvido que não. A vilã, caricata ao extremo, Paola Bracho ainda permanece viva na memória de muita gente.

Além disso, não podemos nos esquecer de programas como: "Passa ou Repassa", "Domingo Legal" quando ainda era legal, "Topa Tudo por Dinheiro", "Programa Livre", as baixarias do  "Programa do Ratinho","Escolinha do Golias", "Show do Milhão", "Casa dos Artistas", que embora fosse um plágio do Big Brother Brasil, foi um fenômeno de audiência e deixava o tradicional "Fantástico" para trás todos os domingos, e tantas atrações que nos divertiam.

O SBT foi se perdendo aos poucos. Deixava de investir em novelas e viu todos seus atores de imenso talento migrarem para as concorrentes. O desespero pela audiência fez Silvio Santos interferir e mudar constantemente todos os programas de horário. Era uma verdadeira bagunça, para não dizer outra coisa. Há de se salientar que o tempo também fez muitos dos programas já citados ficarem obsoletos, verdade seja dita. A emissora não soube se modernizar.

Atualmente o que vemos é uma programação recheada de enlatados americanos, reprises do "Chaves" e "Chapolin", jornalísticos fracos e novelas de qualidade pífia, com atores em sua maioria péssimos. Até os programas de auditório,se perderam. Um dos poucos que ainda faz sucesso é o "Programa Silvio Santos"e mais pelo carisma do apresentador, que ainda é um dos melhores do país. Podemos citar como exceções o extinto "Supernanny", "Aventura Selvagem", "De Frente com Gabi" e o "Qual é o seu Talento?". Este último já correndo risco de não ser exibido ano que vem, por causa da simples incompetência da emissora que copiou o "Brittain Got Talent", mas não procurou entrar em um acordo com a responsável pelo formato.

O crescimento da Record atrapalhou o SBT que ficou vendo tudo sem tomar nenhuma atitude. Quando acordou era tarde demais. Mas aos poucos a situação parece não estar totalmente perdida. A emissora dos bispos ou pastores, que seja,não chegou na liderança como garantia que conseguiria em 2004. E nem atingirá tão cedo. Pelo contrário. Ao longo dos anos ela vem apresentando uma queda e a emissora de Silvio Santos crescendo,mesmo que timidamente. "A Praça é nossa" acabou com a festa do "Ídolos", que por sua vez teve a pior audiência nessa temporada, e o "Programa do Ratinho" vem ficando no segundo lugar várias vezes. O SBT vai conseguir se reerguer? É possível,mas só o tempo vai responder essa pergunta.

domingo, 17 de julho de 2011

O Astro: uma homenagem em forma de sucesso

Para comemorar os sessenta anos da telenovela no Brasil, a Rede Globo, grande responsável pela produção das mesmas no país, resolveu presentear o público com o remake de umas das tramas de maior sucesso da saudosa Janete Clair: "O Astro". Para isso "inaugurou" uma nova faixa em sua programação que se inicia a partir das 23 horas. Chamada inicialmente de macrossérie, acabou virando a "nova novela das 11".

Sendo constantemente anunciada durante toda a grade da emissora e com uma considerável antecedência, obviamente que a ansiedade de todos pela estréia estava mais do que nítida. Gerando muitos comentários na internet e em todas as mídias, "O Astro" estava sendo aguardada  tanto pelos saudosistas que puderam ter o privilégio de assistir a versão original, quanto pelos telespectadores "mais jovens" que ainda desconheciam toda a história.

Assim que as chamadas começaram a ser exibidas contando a trajetória de Herculano Quintanilha e dos demais personagens que fazem parte do enredo, pudemos ver que viria uma obra de qualidade.Essa boa impressão inicial se confirmou na estréia.

Vimos uma ótima história, um grande elenco em sua maioria, direção caprichada e um texto de qualidade. Óbvio que algumas coisas mudaram, e isso se faz necessário já que estamos em outros tempos, além, claro, do fato de condensarem uma novela de 185 capítulos em 60. E justamente por isso é preciso dizer que houve, sim, um excesso de correria.

Nada mais interessante do que se ver uma novela ágil e que não "enche linguiça". Mas essa agilidade está,pelo menos por enquanto, se tornando acima do ideal. Por vários momentos tem-se a impressão que o telespectador tinha que ter tido a obrigação de já ter se informado sobre todo o conteúdo da trama. Em um curto espaço de tempo vimos Herculano (Rodrigo Lombardi) sendo traído pelo amigo,perseguido por populares, sendo preso, aprendendo truques de ilusionismo com um misterioso homem (Ferragus-Francisco Cuoco) na  prisão,  sendo solto e atingindo o sucesso com seu show de mágicas. Tudo isso só no primeiro capítulo.

Além disso, também observamos Marcio Hayalla(Thiago Fragoso), filho do poderoso Salomão Hayalla (Daniel Filho), revoltado com o pai porque ele tem muito dinheiro e é incapaz de ajudar os necessitados (?). Tal conflito o fez ficar nú no meio de uma festa em que o empresário comemorava a inauguração de mais um Supermercado do grupo. A rapidez com que tudo foi mostrado fez parecer que o rapaz é um só mais um jovem mimado e que quer mudar o mundo com a grana dos outros. O intuito disso tudo era fazer o público sentir raiva do Salomão. Mas como ninguém teve tempo de entender os motivos dos personagens ficou uma situação meio forçada. E assim acabou diluindo todo o impacto que essa cena causou na versão original, onde Tony Ramos interpretava o filho do empresário. A pressa com que Clô Hayalla (Regina Duarte) começa a se envolver e já sair dando dinheiro para seu amante, Felipe (Henri Castelli), também se faz necessário criticar.

O elenco tem grandes nomes e muita gente que não aparece sempre na telinha como: Selma Egrei, Pascoal da Conceição, Maria Pompeu, Daniel Filho, Rosamaria Murtinho e José Rubens Chachá. E os conhecidos de sempre, que nem por isso desmerecem o reconhecimento: Alinne Moraes, Antonio Calloni, Reginaldo Faria,Regina Duarte (que há tempos não fazia uma novela inteira), Humberto Martins, Carolina Ferraz, Tatu Gabus Mendes, Marco Ricca, Carolina Casting,enfim. Os únicos destoantes desse imponente time são:Guilhermina Guinle, que não muda de expressões, Rodrigo Lombardi,exagera na canastrice, e Carolina Ferraz,que acaba fazendo ela mesma na maioria das novelas em que participa.

"O Astro", adaptado pelos autores Alcides Nogueira (também autor do ótimo remake de "Ciranda de Pedra") e Geraldo Carneiro, estreou com uma ótima audiência (27 pontos) e se manteve com bons índices para o tardio horário das 23 horas (que na quarta se inicia às 23h45m, nas quintas e sextas às 23h30m). O sucesso é merecido e duvido muito que esses dados diminuam com o tempo. A qualidade e o capricho estão tão presentes que a tendência são esses números subirem ainda mais. Janete Clair, onde quer que ela esteja,  merece. E o público também!

terça-feira, 12 de julho de 2011

TV Xuxa muda de horário mas continua entediante

Xuxa estava querendo há tempos que seu programa saísse das manhãs de sábados e fosse para os domingos à tarde. A emissora a ignorava sempre. Mas esse ano resolveu ceder aos apelos da loura. Sendo assim o "TV Xuxa" saiu do  horário matutino e foi para às tardes, mas não de domingo e sim do sábado. Agora ela poderia se livrar dos cortes que os jogos de vôlei, corrida ou qualquer outra modalidade esportiva a impunha.

Porém, agora ela está num horário mas competitivo e que exige muito mais do que o infantil. Para isso ela precisaria adequar seu programa, mas absolutamente nada foi alterado. As provas bobocas persistem e dificilmente alguma coisa ali atrai o telespectador.

Normalmente a atração apresenta uma banda para cantar "ao vivo" (quase nunca é,pois o famigerado playback ainda é uma constante), uma entrevista (o Papo X), o eterno "Transformação" (onde ela pega duas pessoas da platéia para melhorar o visual) e alguns games que dão muito sono. Um dos poucos jogos que era interessante, nos apresentava a reação de dois convidados (normalmente atores da Globo) ao se depararem com pessoas com quem eles convivem diariamente (padeiro, motorista, jornaleiro, enfim...) e tinham que lembrar quem eles eram e onde estariam presentes em suas rotinas. Sempre no final aparecia um amigo de infância e a emoção era quase sempre presente, já que os participantes não os viam há muito tempo. Porém, o quadro foi extinto.

A verdade é que a Xuxa não conseguiu amadurecer profissionalmente como a Angélica, ou até mesmo a Eliana. Sua linguagem "tatibitati" ainda continua e sua voz infantil idem. Seu programa também não tem força para gerar repercussão e muito menos sucesso. A atração fica na liderança com alguma folga,mas graças a emissora em que está. E seus concorrentes também não têm um programa de peso para um  enfrentamento. A apresentadora tentou inúmeras vezes emplacar um programa infantil nas manhãs globais, mas após o Xuxa Park (e seu fim trágico) nunca mais obteve êxito. Assim sendo, resolveu mergulhar em uma atração "mais voltada para a família", como ela mesmo diz, mas os problemas continuam, são nítidos, e não há perspectiva de melhora. O "TV Xuxa" que o diga.

sábado, 9 de julho de 2011

Bem Estar: a simplicidade que deu certo

Para tentar melhorar a grade matutina que vinha sofrendo com o baixo ibope do "Mais Você", a Globo resolveu lançar um programa sobre saúde,maior qualidade de vida e dicas domésticas. Assim sendo, em 21 de fevereiro de 2011 estréia o "Bem Estar".

Apresentado pelos jornalistas Fernando Rocha e Mariana Ferrão, o programa conta com um time de médicos, chamados de "consultores" da atração, além de convidados, que normalmente são outros médicos, mas que não fazem parte do, digamos, elenco. Todos eles ficam dando dicas e fazendo uma espécie de consulta para os telespectadores. É interessante,pois como o programa não tem uma longa duração,os assuntos são abordados de uma maneira rápida e de fácil entendimento.

Entre os consultores, temos: Alfredo Halpern (Endocrinologista), Ana Escobar (especializada em Pediatria), Caio Rosenthal (Infectologista), José Bento (Ginecologista), José Rubens D`Elia (formado em Educação Física) e Roberto Kalil Filho (Cardiologista). Todos muito desenvoltos e simpáticos. Destaque para o médico Alfredo, que sempre costuma se destacar com boas tiradas e bom humor. Um detalhe interessante é que eles são orientados a falarem olhando para a câmera, como se realmente estivessem dando uma consulta para quem assiste.

Mariana se adaptou perfeitamente ao programa. Está sempre à vontade e comanda bem. Já seu companheiro Fernando, exagera muitas vezes nas brincadeiras bobas e forçadas. O que ambos precisam é dar uma diminuída na linguagem infantilóide, ao tratar o telespectador como um completo idiota. Mas já deram uma melhorada desde a estréia.

O "Bem Estar" não é nenhum programa de outro mundo, e muito menos inovador,mas com certeza foi um grande acerto da Globo. A audiência tem correspondido e coincidentemente os indices do "Mais Você", que o antecede, também deu uma boa melhorada. Pelo visto a legião de médicos da atração não está só ajudando os que assistem a melhorar a qualidade de vida, como também "levantaram" a grade nas manhãs globais. Todos agradecem.

domingo, 3 de julho de 2011

Caldeirão do Huck já cansou faz tempo

Luciano Huck tinha um programa na Band, o "Programa H". Era uma espécie de programa de auditório mais voltado para os adolescentes. Foi lá que ele revelou a "Tiazinha" e a "Feiticeira". Ainda se lembra delas? Pois é, por causa da relativa repercussão da atração, o apresentador foi convidado pela Globo para integrar o time da casa. Obvimente não recusou. Convite aceito e assim vimos , em 8 de abril de 2000, a estréia do "Caldeirão do Huck" nas tardes de sábado.

A emissora que nunca deu muito valor para a sua programação vespertina desse dia específico, começou a ver que havia acertado em cheio nessa contratação. Não demorou muito para o programa fazer sucesso e Luciano se firmar como um ótimo comunicador. Ao longo desse tempo vários quadros foram,e ainda são, apresentados na atração: "Lata Velha", "Lar Doce Lar", "Pulsação", "Agora ou Nunca", "Olha Minha Banda", "Cantando o 7", "Vou de Táxi", "Super Chance"e mais alguns. Todos têm o objetivo de premiar generosamente os participantes.

Porém, se antes o programa era mais voltado ao entretenimento, com entrevistas, provas engraçadas (se lembram das gincanas que tinham no palco?) e bandas,de uns tempos pra cá acabou se transformando exclusivamente num projeto assistencialista. Muitas vezes não temos nada a ser apresentado a não ser um único quadro. O "Lata Velha" e o "Lar Doce Lar" são os principais. Quantas vezes não vimos o programa resumido exclusivamente a isso? Todos os quadros do programa têm uma duração excessiva e que com o tempo foi cansando o telespectador. Os dois que eu acabei de citar, quase sempre são intercalados.Um sábado temos o primeiro e no da semana seguinte o outro. São sempre histórias quase iguais, de famílias pobres, que sofreram muito na vida e precisam de ajuda. Existem muitas pessoas de clásse média, por exemplo, que tem um carro bem esculhambado ou uma casa precisando muito de uma reforma. Mas essas ele não "melhora". Precisa ter uma historinha triste pra contar. Aí vem a pergunta: os quadros são para nos entreter ou para ajudar os necessitados?

Além disso, a maioria dos outros quadros citados (onde sempre estão relacionados com prêmios em dinheiro) também só envolvem participantes humildes. Nada contra ajudar pessoas pobres, mas quando isso se torna o único objetivo do programa é porque tem algo errado.

O programa está necessitando de novos ares e de muita criatividade. Uma reformulação mesmo. Há anos estamos vendo as mesmas coisas o tempo todo. O que ainda se salva é o "Soletrando", um projeto interessante, que nos entretém ao mesmo tempo que ensina. E ainda assim, esse ano fizeram questão de estragar o quadro ao reduzir o tempo de duração do mesmo e não colocar mais a disputa entre os alunos no palco da atração, com exceção da final.

Havia um formato muito bom, o "Mandando Bem", onde uma família recebia ajuda para conduzir o seu estabelecimento comercial,normalmente restaurantes ou bares. Ali víamos o objetivo do entretenimento já que não eram só pessoas necessitadas que eram contempladas. Mas não vingou sabe-se lá o porquê. Talvez justamente porque não era assistencialista e nem todos tinham uma história infeliz pra contar.

O "Olha minha Banda" seria interessante, mas com o tempo também vimos que só é ajudado quem tem uma banda e ao mesmo tempo tem uma vida difícil. Se a pessoa quer que seu grupo musical tenha fama e notoriedade, mas leva uma boa vida financeira, não conseguirá ser "sorteado". E convennhamos que isso também não deu muito certo. A única banda que teve um relativo sucesso foi um grupo formado por meninas que recebeu o nome de "Agnela". Elas lançaram uma música que tocou nas rádios e outra que emplacou  e foi tema do filme "Desenrola". Os demais...

A prova de que tudo ali já cansou é simples: tenho certeza que em meados de agosto teremos o concurso da "Musa do Brasileirão" (concurso de mulheres boazudas) e no último programa do ano a junção do "Lata Velha" com o Lar Doce Lar" para uma só família humilde.

O "Caldeirão do Huck" ainda faz sucesso? Óbvio que faz. A prova é a liderança isolada da atração, que mesmo mudando de horário em 2011 (era exibido às 14h30 e agora foi para às 16h30), continua numa zona de conforto muito grande. Mas também é verdade que os quadros não geram mais a repercussão de antigamente e o Luciano Huck foi perdendo sua essência como apresentador. Se antes nunca era criticado, agora as coisas mudaram um pouquinho. Loucura, loucura, loucura...