quarta-feira, 23 de maio de 2018

"Segundo Sol" apresentou primeira fase repleta de acontecimentos e com ótimas viradas

A nova novela de João Emanuel Carneiro tem a missão de manter os altíssimos índices de audiência de "O Outro Lado do Paraíso" e já começou corrigindo o erro da trama anterior, escrita por Walcyr Carrasco: uma primeira fase longa e lenta demais. O autor resolveu condensar a primeira fase de sua história em nove capítulos, ao contrário dos 30 da antecessora. Porém, resolveu apostar em uma avalanche de clichês, repetindo a estratégia de seu colega, que se saiu muito bem (vários elementos, por sinal, lembram a história passada). E todos foram expostos em ritmo ágil, não poupando trama e nem ganchos.


A trama abordou muito bem o drama de Luzia (Giovanna Antonelli) e a bagunça que Beto Falcão (Emílio Dantas) 'provocou' na vida de todo mundo, incluindo a sua. O curioso é que as chamadas da novela focavam no protagonismo do cantor de axé em decadência e mal citavam a mocinha --- provavelmente pelo receio de parecer com a saga de desgraças iniciais da Clara (Bianca Bin) do folhetim recém-terminado. Nessa primeira fase, entretanto, ela é a grande personagem central em virtude da avalanche de tragédias que despencaram na sua cabeça desde que conheceu Miguel ---- nome falso do rapaz, que se fingiu de morto, induzido pelos picaretas Remy (Vladimir Brichta) e Karola (Deborah Secco).

Foram várias situações que movimentaram esse início de enredo, incluindo falsa morte, gravidez relâmpago, assassinato, roubo de bebê, embate de mocinha e vilã, briga entre irmãos, prisão, armações, fim de um coma, fuga de presídio, entre outros mais.
João Emanuel se preocupou em prender o público com sucessivas viradas, evitando maiores enrolações, bastante vistas em "A Regra do Jogo" (2015), sua última novela, inclusive. E realmente foi impossível não ter se envolvido com todos os conflitos recheados de clichês do gênero apresentados tão bem pelo escritor.

O único erro foi em apressar o romance de Luzia e Beto, assim como as descobertas de Karola e Remy sobre o novo amor do rapaz. Tudo aconteceu em apenas um dia e ficou pouco crível, até para comprar as declarações apaixonadas dos pombinhos. As constantes idas e vindas dos vilões a Boiporã, fictícia ilha afastada de Salvador, acabaram deixando a impressão de que o tal lugar onde o cantor se escondeu nem era tão distante assim. Mas, apesar disso, Giovanna Antonelli e Emílio Dantas se destacaram e demonstraram uma boa sintonia, assim como Vladimir Brichta e Deborah Secco, muito bem vivendo dois interesseiros. É preciso citar ainda o carisma de Thales Miranda na pele do sapeca Ícaro, filho mais velho de Luzia.

Já a dupla Karola e Laureta promete muito. Deborah e Adriana Esteves estão ótimas interpretando duas mulheres ambiciosas e se sobressaíram quando as personagens armaram para arruinar a vida de Luzia. A cena em que Beto foi atingido por uma paulada dada pelo ex-marido da mocinha ----- que empurrou o pai de seus filhos, provocando sua queda de um penhasco e a consequente morte do agressor ----- destacou o bom desempenho dos atores, promovendo mais uma virada no roteiro. Responsável por um crime acidental e grávida de Beto, a protagonista ficou sob os cuidados de Karola e acreditou quando a vilã confirmou a morte do cantor, escondendo o estado de coma do rapaz.

Meses se passaram e Luzia teve seu filho em um casebre afastado, após muito sofrimento. A vilã roubou a criança com a ajuda de Laureta, que até arrumou um feto morto para enganar a mocinha. Entretanto, Luzia logo desconfiou da dupla e partiu para cima de Karola, protagonizando uma excelente cena de briga, com direito ao enfrentamento do trio. Laureta impediu uma surra maior, salvando sua parceira e ameaçando a protagonista com uma arma. Karola ainda resolveu revelar seu intuito de roubar mesmo o bebê da rival, escondendo o fato da criança estar viva. Foi o bastante para a mocinha pegar uma faca e quase matar a inimiga, sendo logo impedida pela polícia, que a prendeu em flagrante. Giovanna Antonelli, Adriana Esteves e Deborah Secco fizeram a melhor cena delas até agora ---- certeza que muitas outras ainda virão.

Vale destacar também o momento em que Dodô (José de Abreu) e Naná (Arlete Salles) descobriram que Beto estava vivo, graças aos filhos Ionan (Armando Babaioff) e Clóvis (Luis Lobianco), que desmascararam todo o plano de Remy. O foco inicial foi apenas o núcleo central, priorizando poucos personagens. Todavia, o autor também expôs uma outra trama que promete um bom vínculo com a principal: a de Roberval (Fabrício Boliveira), motorista dos ricaços Severo (Odilon Wagner) e Claudine (Cássia Kiss). Ele se interessa por Cacau (Fabíula Nascimento), irmã de Luzia, e acaba protagonizando várias brigas com Edgar (Caco Ciocler), que também se envolve com a sonsa mulher. A questão é que um filho da empregada e o outro filho dos donos da luxuosa mansão. Porém, eles são irmãos (filhos da empregada da casa com o patrão). O personagem só descobre esse segredo através de Claudine, que revela tudo em seu leito de morte ---- uma pena, aliás, Cássia já se despedir da novela, morrendo pela terceira vez em uma obra de João (o autor a 'matou' também em "Cobras & Lagartos" e "A Regra do Jogo", bem antes do fim). O conflito desse contexto foi outro que acabou logo exposto pelo escritor, sem poupar trama. Fabrício Boliveira, Cláudia Di Moura, Odilon Wagner, Caco Ciocler, Maria Luisa Mendonça e Fabíula Nascimento já se sobressaíram.

A mudança de fase aconteceu nesta quarta-feira (23/05), saindo do ano 2000 e chegando em 2018. Luzia conseguiu fugir da cadeia ---- em uma sequência muito bem dirigida por Dennis Carvalho e Maria de Médicis ---- e foi para a Islândia com o melhor amigo Groa (André Dias, muito bem). O cantor de axé segue se fingindo de morto e acabou casando com a ex. A mocinha adotou o nome de Ariella, virou uma DJ famosa, e volta ao Brasil para reconquistar os dois filhos, sem imaginar que o terceiro está vivo sendo criado por Karola e Beto. Roberval ficou milionário graças a um golpe dado em uma ricaça e Laureta, passando anos na África, sem manter contato com a mãe (Zefa - Cláudia Di Moura). E vários novos personagens entram na história. Agora João Emanuel Carneiro tem o desafio de manter a agilidade da primeira fase, provocando novos desdobramentos tão atrativos quanto os já apresentados até então em "Segundo Sol". Que venha!

20 comentários:

Anônimo disse...

ESSA NOVELA É UMA CÓPIA DE O OUTRO LADO DO PARAÍSO!

Anônimo disse...

Tudo é por causa de OOLDP, PQP, que fanatismo.

Debora disse...

Olá Sérgio tudo bem???



Estou gostando bastante dessa nova novela e estou ansiosa pra começar a nova fase...



Beijinhos;
Débora.
https://derbymotta.blogspot.pt/

Zilani Célia disse...

Oi Sérgio!
Estou acompanhando a novela e gostando, alguma coisa que me havia escapado, fiquei sabendo agora, Graças a leitura de teu texto súper completo.
Abrçs

Marcos disse...

Oi Sérgio! De início essa novela não me atraiu, tanto que até desliguei a tv antes do primeiro capítulo acabar rsrs Mas não demorou muito pra eu gostar e essa novela realmente promete nessa nova fase.
Um detalhe que eu queria falar é a Giovanna Antonelli, que eu não botava fé nenhuma como essa mocinha, mas que me surpreendeu e muito e eu já adoro ela e quero ela tendo uma volta triunfal haha Mas da pra notar mesmo uma semelhança com a Clara de OOLDP, afinal a vida da mulher é uma sucessão de desgraças!!! Agora estou curioso pra ver como o JEC vai conduzir essa novela.
Abraços

Anônimo disse...

Achei uma novela cheia de furos e tosca. E ainda falavam de O Outro Lado do Paraíso...

Anônimo disse...

Acho que João Emanuel planejou mesmo foi essa segunda fase, com os conflitos já estabelecidos e os personagens bem pensados. A primeira fase foi boa mas me pareceu ter sido introduzida pra explicar melhor toda a trama, que é cheia de camadas e um pouco complexa ( como era A Regra do Jogo). Melhor exemplo disso é o próprio Beto Falcão que, agora, vive como Miguel sob a sombra do mito que se formou com sua morte e é infeliz com isso (melhor trama da novela com certeza). Acho que vem uma trama maravilhosa agora, bem movimentada e com esses temas maravilhosos desse autor. Ansioso pelos próximos capítulos.

Diná Fernandes de Oliveira Souza Souza2 disse...

Boa noite Sérgio, inda não assisti nenhum capítulo da nova novela, o sina digital aqui está complicado, espero poder assistir a partir da próxima semana, gosto do elenco, e creio que a novela promete.

Noite de paz e um bom findi!

Bjss no core!

Sérgio Santos disse...

Não é cópia, anonimo, mas que há semelhanças claras, há.

Sérgio Santos disse...

Eu tb, Débora.

Sérgio Santos disse...

Que bom, Zilani!!!! bj

Sérgio Santos disse...

Exatamente, Marcos. rsrsrs abraços

Sérgio Santos disse...

Eu to gostando bastante, anonimo. Mas que há dois pesos e duas medidas, é óbvio.

Sérgio Santos disse...

Que pena, Diná. Tomara que resolvam logo. bjs

Sérgio Santos disse...

Concordo, anonimo.

Anônimo disse...

Uma novela comum, qualquer. Ainda falavam que ia ser melhor que o outro lado. Não é! Só o puxa saco do JEC que gostou (teledramaturgia) e o pau no cu do thallysbalm. Duvido ser melhor que a forca do querer.

Dean Winchester disse...

A novela tá boa, mas ainda não acho espetacular.E aquela Família do Beto Falcão é uma cópia da Família Tufão de Avenida Brasil, só que sem a metade do carisma claro.E aqueles filhos da Luzia são chaaaaaaaaaaatos.A trama das lésbicas é mal feita e foi claramente criada para gerar polêmica, as personagens não têm carisma e já começou errado por causa da infidelidade.Os destaques por enquanto são a Adriana Esteves, Emílio Dantas, Giovanna Antonelli e Letícia Colin.Déborah Secco tá bem, mas exagera em algumas cenas.

Sérgio Santos disse...

Aguardemos, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Tb ainda não acho espetacular, Dean. Longe disso.

Sérgio Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.