terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Tudo sobre a coletiva online de "Confia: Sonho de Cria", novo filme do Globoplay

 O Globoplay promoveu na quinta-feira passada, dia 6, a coletiva virtual de 'Confia: Sonho de Cria', comédia romântica protagonizada poor MC Cabelinho, que estreou no Globoplay dia 6 de fevereiro. Participaram o protagonista, a cantora Malía, o diretor Fabio Rodrigo e os roteiristas Fabrício Santiago, Pedro Alvarenga e Renata Sofia. Fui um dos convidados e conto sobre o bate-papo a seguir. 


Pedro Alvarenga comentou sobre a história: "É um filme pensado para todo mundo assistir junto, teve essa preocupação. A escolha do Nando ser um entregador é para referenciar o trabalhador brasileiro, o universo do trap, enfim, foi uma construção cuidadosa das referências urbanas para não deixar como um filme de nicho. É um entregador que sonha em ser cantor de trap e tem um mosaico que reflete bem a juventude brasileira. Vou roubar a frase da Fernanda Torres porque estou me sentido o Pikachu. Sou um roteirista profissional, nós somos e contamos muitas histórias, mas essa é uma ideia nossa, o que nós queremos discutir com o mundo e isso é muito bonito. Contar a história de um jovem trabalhador e não podia estar mais feliz do que lançando esse filme com essa equipe e essas pessoas". 

Renata Sofia falou sobre a criação do roteiro: "Eu, Pedro e Fabricio fomos colaboradores de 'Vai na Fé' e nos três escrevemos muito para o personagem do Cabelinho. E o Hugo era um personagem pequeno, mas desde a primeira leitura o Cabelinho mostrou a que veio. O personagem tinha uma fala e em seguida a Kate falava 'ele é do movimento, fico nervosa, ele é muito bonito'. Aí o Cabelinho falou 'Eu gostei, hein' e todo mundo riu. Até Renata Sorrah caiu na gargalhada.

Ali a gente viu o potencial. Aí o que a gente dava de cena para o Hugo, a gente tinha um retorno muito bom. E lembro de conversar com o Cabelinho e dizer que ele que arrastaria uma multidão pro cinema. Aí no dia seguinte quis escrever uma comédia romântica para o Cabelinho. E li que o Globoplay ia começar a produzir telefilmes. Aí a gente fez um argumento e foi passando, até que fizemos uma reunião para mostrar pro Cabelinho. E ele falou: 'Vocês fizeram mesmo o filme'. Todo roteirista trabalha fazendo projetos que nunca vão ao ar e quando vão não são coisas tão nossas, é algum trabalho que a gente pega, enfim. Então é muito bom fazer isso entre amigos. É um clima ótimo. E todas as vezes que via o Cabelinho e a Malía ensaiando eu me emocionava todas as vezes. Acredito muito nessa história, nesse projeto e em pessoas periféricas fazendo arte". 

Fabrício Santiago complementou: "A gente observou na época de 'Vai na Fé' o engajamento do público jovem com o personagem do Cabelinho. Gente falava 'é a novela do Cabelinho' e acompanhava pelos vídeos nas redes sociais. E normalmente na ficção o entregador aparece só entregando em uma cena e vai embora. A gente quis jogar holofote nessas pessoas. Comecei na Globo como ator fazendo pequenas participações e sempre os pretos ocupavam um único espaço. Isso gerava um desconforto muito grande porque nós acabávamos competindo uns com os outros já que não havia espaço pra todo mundo porque era uma espécie de cota, né. Agora estamos ocupando todos os espaços. E temos três roteiristas pretos nessa produção contando nossas histórias. Isso é muito importante". 

Fabio Rodrigo acrescentou: "Quando eu pego o roteiro que outra pessoa escreveu tento encontrar o coração desse roteiro e todas as vezes que tinha oportunidade de falar de pessoas jovens dentro desse universo a gente, como eu, Renata, Fabrício e Pedro, vê mais do que o personagem porque a gente vê nossos primos, nossas tias, nossas avós. A gente teve como norte apontar para a periferia em um lugar inspirador, belo, lúdico, bonito. A gente desde o início teve essa preocupação de apresentar a leveza de ir atrás de um  sonho e ser possível realizar". 

Cabelinho falou sobre a missão de protagonizar uma história: "Fazer esse projeto foi maravilhoso, agradeço a todos. O Nando tem muita coisa que me faz lembrar do meu passado. Fui criado pela minha vó, ele também canta como eu e teve uma cena que mexeu comigo quando a vó do Nando compra uma roupa pra ele fazer o primeiro show e minha vó também fez isso comigo. Nunca esqueço. Essa cena fez pensar muito no que vivi. A Jaque, da nossa grande atriz Malía, ajuda muito ele e dá força. Adorei trabalhar com todos eles. To ansioso e muitas pessoas de comunidade vão se identificar. E não precisou falar de crime, de tráfico, de nada. Parabéns aos roteiristas. É um jovem que ajuda a avó dele e queria ser músico. Só". 

Malía, que estreia como atriz no longa, explicou sobre sua personagem no filme: "Jaqueline é muito desenrolada, faz as coisas para poder sobreviver. Ela está sempre pronta. Dá pra se identificar com essa história. Me identifico porque em algum momento das nossas vidas a gente vai ser subestimado, que é o que aconteceu com o Nando. Todo mundo passa um pouco por isso e o contraponto é a Jaque. Ela não tem uma família e dá seu jeito de viver bem. To muito feliz de estar nesse filme, tanto como atriz como como artista e consumidora também. Não tem felicidade maior. Tem muitos filmes sobre essa temática, mas dessa forma não", finalizou. 

'Confia: Sonho de Cria' está disponível no Globoplay e faz parte do projeto de lançamento de filmes da plataforma de streaming da Globo. 

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