"Às vezes uma parte do que a gente é vai embora e nos deixa para trás. E se a vida trouxesse de volta partes suas que você sequer conhecia? Quantas marcas deixamos pelo caminho? Não conhecer a própria origem é como estar distante de si mesmo. O desafio de buscar suas próprias origens é grande. Meio-irmão, meio-pai, meio-filho, de quantas metades é feita a nova família? Falta uma parte, sobram perguntas." Tendo estas dúvidas e premissas como base, estreou, nesta segunda (09/03), "Sete Vidas", a nova novela das seis da Globo.
Escrita por Lícia Manzo e dirigida por Jayme Monjardim, a história gira em torno da trajetória de Miguel (Domingos Montagner), homem solitário que faz questão de se manter livre de laços ou amarras. No passado, foi acusado pelo pai de ser o responsável pela morte da própria mãe, e este fato sempre o marcou. O protagonista se apaixona por Lígia (Débora Bloch), mas, com medo de se envolver, resolve fazer uma perigosa expedição à Antártica, deixando o amor de sua vida para trás, sem saber que a mesma está grávida dele. E em meio a todo este drama, há ainda os filhos gerados através de uma doação de sêmen ---- feita pelo navegador, 30 anos atrás, nos Estados Unidos, para ganhar dinheiro na época.
Ou seja, tudo o que Miguel não queria acontece: se vê apaixonado por uma mulher, a engravida e ainda 'ganha' seis filhos espalhados pelo mundo. No total, são as Sete Vidas do título. Repensar as relações familiares é a proposta da autora, que criou um universo interessantíssimo e muito envolvente. A saga dos jovens oriundos da inseminação em busca do pai e das próprias origens (o que implica em uma aproximação entre eles também, claro) é uma sacada e tanto para um folhetim.