quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Globo tem um histórico de desrespeito com Lícia Manzo

 Nesta quarta-feira, dia 30, saiu a notícia na coluna de Anna Luiza Santiago sobre o cancelamento de "O País de Alice", nova novela das seis que estrearia em março de 2024, escrita por Lícia Manzo e dirigida por Natalia Grimberg. Seria a centésima trama das 18h da Globo. A produção já tinha sido aprovada e estava em processo de escalação de elenco. Agora a empresa chamou Mário Teixeira, que escreveu "Mar do Sertão" ano passado, para substituí-la. Um desrespeito com a autora, diretora e toda equipe. Porém, há um histórico de atitudes controversas da cúpula do canal com a escritora. 


A justificativa para o fim de "O País de Alice" era a sinopse elitista e de pouco apelo popular. A protagonista Alice, uma premiada violinista criada na Europa pela mãe brasileira, voltaria ao Brasil em busca de suas origens. No país, conheceria João, estudante de música a quem se juntaria para formar uma orquestra. A mocinha também despertaria o interesse de um jovem e rico empresário que investiria no projeto. A ideia era escalar atores negros para o time central e apostar em novos talentos. A história era elitista? Depende do ponto de vista. O grande público não pode gostar de música clássica? E se havia tamanha resistência da cúpula da Globo, por qual motivo aprovaram o enredo e só depois cancelaram, com todo o projeto em pleno andamento? Parece um boicote. 

Infelizmente, a lamentável situação foi apenas mais uma sofrida por Lícia Manzo na emissora. Vale lembrar que a autora escrevia, em 2017, "Jogo da Memória", um folhetim de 90 capítulos para a extinta faixa das 23h, reservada para as chamadas novelas das onze, iniciada com o remake de "O Astro", em 2011, e encerrada com "Onde Nascem os Fortes", em 2018. Em 2023, a Globo retoma a faixa com a reprise de "Todas as Flores", mas é uma mera exceção. As novelas extras serão sempre destinadas ao Globoplay.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Por que Gilda sempre odiou tanto Marê em "Amor Perfeito"?

 Os vilões são os responsáveis pela movimentação de todo folhetim. São eles que fazem a história andar. Grande parte da crítica especializada prefere os malvados complexos e com camadas, aqueles que costumam ter um leve traço de humanidade. Porém, é mais fácil os personagens maniqueístas deixarem uma marca maior na teledramaturgia. Aquela vilã que transborda maldade e até ri de sua própria crueldade é um perfil que cativa o público. E não há mesmo nada de errado em perfis assim. Só que até para um papel vil e desprezível é necessário que suas motivações sejam minimamente plausíveis. Por isso é tão complicado comprar as ações de Gilda em "Amor Perfeito". 


Mariana Ximenes é um dos destaques do elenco da novela das seis de Duca Rachid, Júlio Fisher e Elisio Lopes Jr, o que não é uma surpresa. A atriz se destaca em qualquer produção que conte com seu talento. No entanto, nunca deu para entender os motivos de sua personagem na história dirigida por André Câmara. O ódio descomunal que Gilda sente por Marê (Camila Queiroz) não tem qualquer embasamento ou construção. E o sentimento tinha que ter sido muito bem delineado porque é ele quem move todas as suas ações na trama desde o primeiro capítulo. 

É importante lembrar que "Amor Perfeito" teve um início tão corrido que o enredo da novela foi contado praticamente em duas semanas e até hoje causa a sensação de falta de fôlego. E em meio a tantas cenas atropeladas no primeiro capítulo, os momentos em que Marê aparecia com a madrasta sempre foram cercados de amor e carinho de sua parte.

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

"Segunda Chamada" apresentou uma segunda temporada impecável

 A primeira temporada de "Segunda Chamada" foi exibida no segundo semestre de 2019. E foi um sucesso. Chamada de "Sob Pressão" da educação, a trama abordou com propriedade a precária situação das escolas públicas do país e como os adultos enfrentam ainda mais dificuldades para o estudo. O êxito garantiu a produção da segunda temporada para 2020, mas veio a pandemia do novo coronavírus. Após muitos adiamentos, a continuação foi finalizada em 2021 e com apenas seis episódios. A Globo ainda optou por exibi-la somente na Globoplay e a disponibilizou completa no dia 10 de setembro de 2021. Dois anos depois, a emissora estreou a série em sua grade nesta terça-feira, dia 22 de agosto


Neste ano, o cenário do curso noturno para jovens e adultos da Escola Estadual Carolina Maria de Jesus é ainda mais preocupante do que o habitual e coloca em risco a própria existência do turno. As poucas matrículas não são suficientes para manter os portões abertos. O diretor Jaci (Paulo Gorgulho) não encontra solução para o problema e se vê obrigado a comunicar que não há mais nada a ser feito. Os professores se desanimam mais mais quando percebem que foram em vão os anos de luta contra a péssima infraestrutura, a falta de reconhecimento e o cansaço extremo em prol da educação. 

Para Lúcia (Deborah Bloch), todavia, a possibilidade de que o curso deixe de existir é inimaginável. A protagonista já tomava para si a responsabilidade de não perder um aluno sequer na temporada passada e agora sua missão se torna ainda maior.

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Chegada de Eliane Giardini engrandece e movimenta "Terra e Paixão"

 A volta da mãe de Caio (Cauã Reymond) era o momento mais aguardado de "Terra e Paixão". Afinal, quem está acostumado aos sucessos de Walcyr Carrasco já sabia que a personagem não seria tão citada na história desde o início à toa. O retorno de uma pessoa dada como morta é um dos maiores clichês dramatúrgicos, mas não são todos os autores que sabem explorar bem o recurso. Só que o responsável pela atual novela das nove da Globo sempre soube e agora não é diferente. 


A grande Eliane Giardini foi escolhida para viver a Agatha e a saída da personagem da cadeia, após vinte anos presa, já rendeu uma cena brilhantemente interpretada pela atriz ao lado de Inez Viana, que emocionaram em um momento de sensibilidade com a mãe de Caio brincando com Angelina na praia e curtindo a liberdade. A sequência, exibida semana passada, marcou o início da terceira fase da trama, que agora conta com um novo foco central: uma mulher cheia de mistérios e inimigos. Vale lembrar que a primeira se deu em cima da rivalidade de Antonio (Tony Ramos) e Aline (Barbara Reis) e a segunda com a morte de Daniel (Jhonny Massaro). 

O pai de Caio sempre culpou o filho pela morte de Agatha, já que a causa de seu 'falecimento' foi uma complicação no parto. A relação deles nunca teve amor ou qualquer dose de respeito por conta do fato. A volta da personagem deixa Antonio sem chão e não somente por conta dos muitos anos de enfrentamento com Caio, uma vez que a 'ex-morta' faz questão de dizer que fugiu porque tinha medo de ser assassinada pelo então marido. O próprio vilão chegou a dizer que ameaçou a esposa algumas vezes, embora não esconda que foi o único amor de sua vida.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

"Rensga Hits!" tem o DNA de uma boa novela das sete

 A Globo estreou nesta segunda-feira, dia 21, "Rensga Hits!", série de sucesso do Globoplay, disponibilizada na plataforma de streaming da emissora em agosto do ano passado. Ou seja, a trama que engloba o universo do sertanejo, tão em alta no Brasil, migrou para a televisão praticamente um ano depois e com a segunda e terceira temporadas já em processo de gravação e produção. 


O título causa estranhamento por ser uma expressão conhecida apenas em Goiânia, onde é ambientada a história. 'Rensga' é uma interjeição tipicamente goiana, que sai do fundo da alma quando uma coisa impressionante acontece diante dos olhos. Pode ser um espanto, uma admiração, um susto. Você nem pensa para falar. É uma palavra que simplesmente sai direto do coração quando algo impacta, em uma demonstração de que aquilo que você acabou de ver ou ouvir realmente te afetou de alguma forma. É uma expressão natural no meio sertanejo. 

A série conta a história de Raíssa Medeiros (Alice Wegmann), uma jovem do interior que descobre que é traída pelo ex-noivo e o abandona no altar, partindo rumo ao sonho de viver da música sertaneja na grande Goiânia.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

"Fuzuê" tem início vibrante e animador

 A missão de substituir um grande sucesso muitas vezes é mais complicada do que entrar no lugar de um fracasso. Porque quando uma novela é rejeitada, normalmente, há uma boa vontade, tanto no público quanto na crítica, de assistir ao produto novo com um olhar mais benevolente, ainda que seja algo até involuntário. Já a trama que ocupa o vazio deixado por uma história aclamada costuma enfrentar mais resistência. No entanto, Gustavo Reiz parece que não sofrerá deste mal com a sua "Fuzuê". 


A novela que marca a estreia do autor na Globo, após anos trabalhando na Record, estreou nesta segunda-feira, dia 14, no lugar do fenômeno "Vai na Fé", de Rosane Svartman. E a sua proposta é totalmente diferente da que foi apresentada por sua colega, que optou pelo realismo através de temas sérios sendo mesclados com toques de humor e bastante delicadeza. Gustavo aposta na comédia e no exagero em um enredo cujo foco principal é a caça ao tesouro, premissa típica de aventuras infanto-juvenis. Ou seja, um folhetim apenas para entreter sem maiores responsabilidades. 

E a primeira semana de "Fuzuê" mostra que o autor tem tudo para cumprir o seu objetivo. O tom acima de vários personagens não incomoda diante de tudo o que é visto na história, incluindo os cenários, todos muitos coloridos e exagerados, principalmente o da loja de Nero (Edson Celulari), que transborda cafonice em cada espaço.

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Léa Garcia abriu muitas portas para artistas negros na dramaturgia nacional

 A atriz Léa Garcia faleceu nesta terça-feira, aos 90 anos, vítima de um infarto. Ela iria receber o Troféu Oscarito na noite do mesmo dia de seu falecimento no Festival de Cinema de Gramado, a mais tradicional honraria do festival. A veterana seria homenageada ao lado da igualmente grandiosa Laura Cardoso e Léa já era uma figura corriqueira em Gramado, pois ganhou quatro Kikitos com "Filhas do Vento", "Hoje tem Ragu" e "Acalanto". 


O falecimento da atriz foi um choque porque estava tudo bem até ontem e a sua alegria em ser homenageada era visível nas fotos divulgadas em sua rede social ao lado dos amigos. Em virtude de sua morte, a Globo antecipou a exibição de um especial que ainda nem foi lançado pela emissora, chamado "Tributo", que presta reverência a atores veteranos que fazem história no país. O especial foi lindo, exibido logo após o reality "No Limite", e expôs a importância que Léa teve para as artes cênicas e a referência que deixou para inúmeros atores negros que sonhavam com um lugar ainda muito distante na época em que a intérprete começou a atuar. Depoimentos de nomes como Sheron Menezes, Taís Araújo, Antônio Pitanga, Camila Pitanga, Elisa Lucinda, Emiliano Queiroz, Conceição Evaristo, Tonico Pereira e Neusa Borges emocionaram. 

A atriz possuía no currículo mais de 100 produções, incluindo cinema, teatro e televisão. Em 1957, foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina por sua atuação em "Orfeu Negro", filme que ganhou o Oscar em 1960 como melhor longa estrangeiro, representando a França.

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

"Fuzuê": o que esperar da nova novela das sete?

 A estreia de Gustavo Reiz na Globo estava programada para 2021 na faixa das sete, após dez anos como autor na Record. No entanto, veio a pandemia e o adiamento foi inevitável. Agora, em agosto de 2023, dois anos depois do prazo originalmente previsto, o escritor finalmente estreou o seu "Fuzuê", nova novela das 19h, cuja missão é manter os elevados índices do fenômeno "Vai na Fé". A premissa é totalmente oposta ao do folhetim de Rosane Svartman, cujo realismo se mesclava com momentos de sensibilidade e humor. A nova história é carregada nas tintas e bem típica do horário. 


Junte um grande mistério, duas mulheres de personalidades fortes – que têm mais coisas em comum do que imaginam – pistas sobre uma mãe desaparecida, uma pitada de amor à primeira vista, e muito humor na busca pelos tesouros da vida. Está pronto o fuzuê. Ou melhor, a ‘Fuzuê’, com direção artística de Fabricio Mamberti. A nova novela é uma comédia romântica, que trata, de forma leve e bem-humorada, sobre diferentes relações sociais e familiares, tendo como pano de fundo, a busca de duas irmãs por seus desejos e realizações pessoais. Na história, Luna (Giovana Cordeiro), heroína da trama, é uma mulher simples, carismática, moradora do Bairro de Fátima, no centro do Rio de Janeiro, que produz e vende biojoias e busca, incansavelmente, por pistas que desvendem o paradeiro de sua mãe, Maria Navalha (Olivia Araújo), ex-cantora da Lapa, que desapareceu misteriosamente.  

Do outro lado do mapa, vive Preciosa (Marina Ruy Barbosa), a antagonista da história. Uma conhecida e poderosa empresária, dona de uma joalheria, que recebe como herança do pai, Cesar Montebello (Leopoldo Pacheco), documentos que indicam a localização de uma fortuna escondida.

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Sucesso de público e crítica, "Vai na Fé" chega ao fim consagrando Rosane Svartman

 Rosane Svartman sempre foi uma autora corajosa e apaixonada pela arte. É uma profissional que ama o que faz e sua paixão é vista em todos os seus trabalhos. Não por acaso, está sempre produzindo e 2023 tem sido um ano recompensador. "Vai na Fé" estreou em janeiro e em julho foi a vez da série "Vicky e a Musa", exclusiva do Globoplay, e do seu livro "A Telenovela e o futuro da televisão brasileira". Três grandes sucessos, sendo que o maior deles chegou ao fim nesta sexta-feira (11/08), após 179 capítulos repletos de emoção, música e personagens carismáticos. 


A novela foi um fenômeno de repercussão e elevou a audiência da faixa das sete em três pontos, após quase três anos de dificuldades por conta da pandemia do coronavírus e de novelas inéditas que não emplacaram. A missão de Rosane não era nada fácil, mas até o momento a autora desconhece o significado de fracasso. Com uma respeitada carreira no cinema, a sua estreia como autora na Globo foi em 2012, ao lado de Glória Barreto, com a até hoje lembrada "Malhação Intensa". Dois anos depois, permaneceu na faixa do seriado adolescente e iniciou sua vitoriosa parceria com Paulo Halm. A dupla lançou "Malhação Sonhos", outro sucesso. Em 2015, migraram para o horário das sete e escreveram "Totalmente Demais", uma das melhores novelas das 19h. Os dois seguiram juntos na mesma faixa em 2018/2019 e emplacaram mais um fenômeno: "Bom Sucesso". 

"Vai na Fé" marcou a estreia de Rosane como autora solo. E foi um trabalho muito bem-sucedido. O folhetim conseguiu ser tão bom quanto os dois anteriores, tanto na potência do enredo quanto no desenvolvimento da história dos protagonistas, que formaram o primeiro casal de mocinhos negros na história da teledramaturgia ----- importante lembrar que nos poucos casos anteriores sempre havia um casal branco para dividir o protagonismo e eram sempre eles que ganhavam mais destaque.

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Tudo sobre a festa de lançamento de "Fuzuê", a próxima novela das sete

 Um trono de abacaxi, escadas imponentes, palmeiras imperiais e muita cor. Não poderia ser outro o cenário escolhido para o lançamento de ‘Fuzuê’, próxima novela das 19h, que estreia dia 14 de agosto, na TV Globo. O elenco se reuniu na noite da primeira terça-feira de agosto, dia 1º, na Fuzuê do Nero, loja de departamentos do personagem vivido por Edson Celulari, que fica nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro. Fui um dos convidados e conto sobre o evento que reuniu todo o elenco, além do autor e diretor.


Coração da história e ponto de encontro de diversos personagens da trama criada e escrita por Gustavo Reiz e com direção artística de Fabricio Mamberti, a Fuzuê traz a brasilidade no DNA e conta com uma decoração tropical e multicolorida. No espaço de 1200 m² localizado em uma das cidades cenográficas, a diversidade de departamentos – de moda praia a eletrodoméstico – caiu no gosto popular dos personagens na ficção e chamou a atenção também dos convidados que circularam no local. Habitué do cenário, Edson Celulari também atuava um hostess na noite recepcionando todos e fazendo questão de apresentar a loja para imprensa e influenciadores digitais. “O Nero é um personagem incrível, um personagem que transborda coração, amor, brasilidade e energia. É também um personagem muito impulsivo e forte. Ele briga por aquilo que ele tem, que é a Fuzuê”, ressaltou.

 Dentre as atrações da loja que tem como foco a venda de produtos típicos regionais, artesanato, além de moda praia, home, etc, um grande trono de abacaxi se tornou o “point” do espaço para registros divertidos. Na trama, Alícia, vivida por Fernanda Rodrigues, é a atual rainha do ‘Fuzuê’ e dona do trono de abacaxi de onde costuma fazer suas lives e posts para as redes.

terça-feira, 8 de agosto de 2023

Clara proporcionou grandes momentos para Regiane Alves em "Vai na Fé"

 A complexidade, quando bem desenvolvida, sempre destaca o personagem e possibilita um arco de possibilidades para o ator que o interpreta. Claro que tipos maniqueístas também proporcionam para os intérpretes grandes momentos, basta ser bem escrito e desenvolvido. Mas quando um perfil aparentemente íntegro e sofredor toma atitudes controversas, há uma natural confusão de sentimentos no público. É para torcer ou detestar? Criticar ou enaltecer? As duas coisas? As dúvidas engrandecem a narrativa e expõem a densidade do papel. É exatamente o que ocorreu com Clara, em "Vai na Fé". 


Não é exagero afirmar que a personagem é a melhor da carreira de Regiane Alves desde a Dóris, de "Mulheres Apaixonadas", exibida em 2003. A atriz há muitos anos não ganhava um papel que a valorizasse, de fato. Ao longo dos vinte anos de seu último grande sucesso na carreira, a intérprete brilhou em todas as suas aparições, vide a doce Belinha, em "Cabocla" (2004); a patricinha Alice, de "Páginas da Vida" (2006); a íntegra Joana, em "Beleza Pura" (2008); e a fútil Cris, em "A Vida da Gente" (2011). Mas a atriz estava precisando de uma mulher que tivesse uma história rica e um destaque que fizesse jus ao seu talento, assim como teve no último grande folhetim de Manoel Carlos, atualmente reprisado no "Vale a Pena Ver de Novo". 

Rosane Svartman conseguiu dar um fim ao longo hiato e presenteou Regiane com um dos melhores papéis de sua novela de sucesso. Clara iniciou a história sem muito destaque e aparecendo em poucas cenas que mostravam o casamento desgastado de uma mulher rica, moradora da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Aracy Balabanian era uma gigante das artes cênicas

 O mundo das artes cênicas sofreu mais uma dura perda nesta segunda-feira (07/08). Aracy Balabanian faleceu, aos 83 anos, vítima de um câncer no pulmão diagnosticado em outubro do ano passado. A veterana optou por não fazer o tratamento e preferiu cuidados paliativos para ter um restante de vida longe de uma cama de hospital. O último registro da atriz foi feito por Claudia Raia, que levou seu filho, Luca, para a colega e grande amiga conhecer em julho deste ano. 


Filha de imigrantes armênios, Aracy nasceu em 22 de fevereiro de 1940 em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Se reconheceu como atriz aos 12 anos e estreou na televisão em 1964 na TV Record na novela "Marcados pelo Amor", migrando para a TV Tupi logo depois, onde virou um dos grandes nomes da emissora em produções como "Antônio Maria" (1968), "Nino, o italianinho" (1969) e "A Fábrica" (1971). Em 1972, foi para a Rede Globo, de onde nunca mais saiu. Na emissora esteve em inúmeras novelas de sucesso e se destacou em todas as produções que contaram com o seu talento. Emendou um sucesso atrás do outro. 

A atriz esteve no elenco do infantil "Vila Sésamo" em 1972 e depois passou a fazer praticamente uma novela por ano, vide "Corrida do Ouro" (1974); "Bravo!" (1975); "O Casarão" (1976); "Locomotivas" (1977); "Pecado Rasgado" (1978); "Coração Alado" (1980); "Brilhante" (1981); "Elas por Elas" (1982); "Guerra dos Sexos" (1983); "Ti Ti Ti" (1985); e "Que Rei Sou Eu?" (1989).

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Renata Sorrah foi um dos grandes destaques de "Vai na Fé"

 A atual novela das sete, escrita por Rosane Svartman e dirigida por Paulo Silvestrini, foi um sucesso e fez por merecer. Foram vários os acertos do folhetim da Globo e entre eles o bem escalado elenco, onde quase todos foram valorizados como mereciam. E um dos grandes destaques da produção foi a grandiosa Renata Sorrah. 


A veterana estava afastada das novelas desde 2015, quando viveu a problemática Nora, na controversa "A Regra do Jogo", de João Emanuel Carneiro. Três anos depois, a atriz fez uma breve participação em outra produção do mesmo autor: "Segundo Sol", que enfrentou muitos problemas de desenvolvimento. A intérprete esteve apenas nas semanas finais e brilhou ao lado de Adriana Esteves. Já em 2021, protagonizou "Filhas de Eva", ótima série do Globoplay, exibida pela Globo ano passado, onde viveu a elegante Stella Fontini. 

Após oito anos longe dos folhetins, Renata ganhou uma personagem que engrandece seu talento e ainda faz uma deliciosa homenagem a vários clássicos da teledramaturgia. Isso porque Wilma Campos é uma atriz decadente, apaixonada por teatro, que chegou a fazer sucesso no passado, mas foi se frustrando ao longo dos anos com a escassez de bons papeis para profissionais da sua idade. Em suma: uma pessoa que sofre do chamado etarismo, preconceito com os mais velhos.

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Irretocável como Theo, Emilio Dantas viveu seu melhor papel em "Vai na Fé"

 A faixa das sete da Globo não é conhecida por ter grandes vilões nas novelas. Como são histórias mais leves e quase sempre voltadas para a comicidade, a vilania acaba mergulhada no humor ou sem força na narrativa. Mas há exceções, como o caso de Rosane Svartman. A autora nunca teve medo de criar personagens densos e até assustadores. Foi assim em "Totalmente Demais" e "Bom Sucesso", ambas escritas com o talentoso Paulo Halm, e é em "Vai na Fé", já em plena reta final. 

Theo é o grande vilão da atual novela das sete de sucesso e Emílio Dantas vem se destacando desde a primeira semana de trama. O personagem é um poderoso empresário que aumentou os recursos que tinha com o bom casamento que fez com a agora ex-esposa, Clara (Regiane Alves), e utilizou a Bastos Imports para sonegar impostos através de contrabandos realizados pelo parceiro, Orfeu (Jonathan Haagensen). Os crimes praticados no trabalho ainda são até poucos comparados aos cometidos em sua vida particular. Quando jovem, embebedou e abusou sexualmente de Sol (Jê Soares), por conta da obsessão que sempre nutriu por Benjamin (Samuel de Assis), seu amigo de infância. O abuso ainda resultou em uma filha, Jenifer (Bella Campos)

Aliás, a relação que nutre a amizade (agora rompida definitivamente) entre mocinho e vilão tem a essência do que ocorria com Flora (Patrícia Pillar) e Donatela (Cláudia Raia), em "A Favorita", de 2008, onde a vilã aterrorizante demonstrou que todo aquele ódio que sentia pela ex-dupla sertaneja na verdade era um misto de obsessão, inveja e amor. Theo sente tudo isso por Ben. Embora pareça absurdo ter o amor entre os sentimentos citados, em várias situações o personagem demonstrou profunda dor apenas com a possibilidade da perda do 'amigo'.