Nesta quarta-feira, dia 30, saiu a notícia na coluna de Anna Luiza Santiago sobre o cancelamento de "O País de Alice", nova novela das seis que estrearia em março de 2024, escrita por Lícia Manzo e dirigida por Natalia Grimberg. Seria a centésima trama das 18h da Globo. A produção já tinha sido aprovada e estava em processo de escalação de elenco. Agora a empresa chamou Mário Teixeira, que escreveu "Mar do Sertão" ano passado, para substituí-la. Um desrespeito com a autora, diretora e toda equipe. Porém, há um histórico de atitudes controversas da cúpula do canal com a escritora.
A justificativa para o fim de "O País de Alice" era a sinopse elitista e de pouco apelo popular. A protagonista Alice, uma premiada violinista criada na Europa pela mãe brasileira, voltaria ao Brasil em busca de suas origens. No país, conheceria João, estudante de música a quem se juntaria para formar uma orquestra. A mocinha também despertaria o interesse de um jovem e rico empresário que investiria no projeto. A ideia era escalar atores negros para o time central e apostar em novos talentos. A história era elitista? Depende do ponto de vista. O grande público não pode gostar de música clássica? E se havia tamanha resistência da cúpula da Globo, por qual motivo aprovaram o enredo e só depois cancelaram, com todo o projeto em pleno andamento? Parece um boicote.
Infelizmente, a lamentável situação foi apenas mais uma sofrida por Lícia Manzo na emissora. Vale lembrar que a autora escrevia, em 2017, "Jogo da Memória", um folhetim de 90 capítulos para a extinta faixa das 23h, reservada para as chamadas novelas das onze, iniciada com o remake de "O Astro", em 2011, e encerrada com "Onde Nascem os Fortes", em 2018. Em 2023, a Globo retoma a faixa com a reprise de "Todas as Flores", mas é uma mera exceção. As novelas extras serão sempre destinadas ao Globoplay.