Após a avalanche de críticas ano passado, em virtude da substituição de jornalistas por influenciadores que mal sabiam do que falavam na cobertura do Carnaval, a Globo voltou escalar profissionais que entendem do assunto e trabalham há anos nas reportagens da festa mais amada do Brasil. No entanto, mais uma vez um nome sobressaiu e virou o protagonista: Milton Cunha.
O carnavalesco e cenógrafo, com pós-doutorado em História da Arte e mestrado em Letras, especialista em Moda, graduado em Psicologia, entre outras especialidades, se tornou a figura mais popular da cobertura da Globo. Tanto que a emissora o colocou para trabalhar também nos desfiles do Grupo Especial de São Paulo em 2024 e manteve na dupla função em 2025. E como os desfiles no Grupo Especial do Rio de Janeiro tiveram uma novidade --- foram três dias e não dois, como de costume ---, Milton trabalhou por seis dias praticamente sem dormir direito.
O profissional comenta os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro na emissora desde 2013, quando foi contratado para a função. No mesmo ano, após o término do Carnaval, chegou a integrar o júri do "Got Talent Brasil", formato da Record que não funcionou, mas logo retornou para a líder, de onde não saiu mais.
Desde então, virou a figura mais importante do canal em se tratando de mundo carnavalesco. A o longo dos anos, foi ficando cada vez mais à vontade na função de comentarista, até virar uma espécie de showman, com direito a entrevistas com integrantes das escolas e muitas brincadeiras.Sempre com comentários bem embasados e muitas vezes impagáveis, Milton virou uma referência de boas informações durante a transmissão dos desfiles. O quarteto formado com Karine Alves, Pretinho da Serrinha e Alex Escobar funciona, mas a dupla com Mariana Gross é imbatível. São dois apaixonados por Carnaval e que entendem do assunto. Tanto que seu desempenho na hora da Apuração das Notas, na quarta-feira de Cinzas, também merece menção, pois, mesmo falando bem menos, consegue informar e profere algumas pérolas deliciosas quando a disputa fica acirrada. Ele ainda tem um quadro no "RJ TV - Primeira Edição" --- telejornal local do Rio de Janeiro --- ao lado da jornalista carioca no período da preparação das escolas para a chegada da folia.
Nos desfiles deste ano, Milton se destacou em vários momentos, mas o principal deles foi durante a passagem do "Paraíso do Tuiuti", escola do Rio de Janeiro, que tinha o enredo "Quem tem medo de Xica Manicongo?", a primeira mulher trans documentada no Brasil. O comentarista deu uma pausa nas brincadeiras e emocionou o público com palavras muito fortes: "Parem de nos matar. Somos crianças espancadas, julgadas, jogadas para escanteio. A gente não pode ir na sala, porque os vizinhos, os juízes, os diretores de colégio, os padres, todo mundo nos odeia. Somos seres humanos, merecemos todo o respeito do mundo. Viva a tolerância! Viva a democracia! Viva a fraternidade! Viva o humanismo!".
Já em momentos de maior descontração pintou e bordou ao longo dos desfiles e das entrevistas. Chamou o cantor Xamã de gostoso, convidou Simone para cantar "Então é carnaval" em vez de "Então é Natal" e, ao se deparar com Mart`nália fantasiada de vampiro junto com os bateristas da Vila Isabel, gritou: "Eu quero ser chupado! Me chupa!". Até tentou entrevistar um cachorro robô da Mocidade Independente de Padre Miguel.
O carisma de Milton Cunha é incontestável e sua alegria de viver contagia quem assiste. Não à toa virou o queridinho do público e uma peça fundamental no Carnaval da Globo.
4 comentários:
Ele é mesmo bem animado e risos garantidos com ele!
abração,chica
Muito interessante!
Aproveito para desejar um bom fim de semana!
Bjxxx,
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Maravilhoso. E junto com Mariana Gross... imbatíveis. Parabéns por reconhecer essa figura.
Eu amo os comentários do Milton Cunha, muito lucido e cheio de conhecimento, sempre aprendo quando escuto as falas dele, para mim, como professora de História, é um deleite ouvir ele, aprendo muito. As escolas de samba dão o show e a cobertura vai lá elucidando os pontos, trazendo curiosidades e conhecimento novo que muitas vezes eu vou atrás, aprofundo, organizo e levo para a sala de aula.
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