A Globo promoveu na terça-feira retrasada, dia 11, a segunda coletiva virtual de "Vale Tudo". Participaram os atores Cauã Reymond, Debora Bloch, Paolla Oliveira, Carolina Dieckmann, Pedro Waddington, Edvana Carvalho, Ramille, Ricardo Teodoro, Malu Galli, Luis Lobianco, Alice Wegmann, Humberto Carrão, Samuel Melo, Rhaisa Batista, Luis Melo e Bella Campos. Fui um dos convidados e conto sobre o bate-papo a seguir.
Cauã Reymond falou como enxerga o futuro romance de seu personagem com a Odete: "Nunca parei pra pensar nisso. Tive o cuidado de ver um pouco a versão anterior, mas não quis ver muito porque como a Débora falou muito bem estamos fazendo um clássico e é um novo texto e uma nova 'Vale Tudo'. Se a gente fizer a metade do sucesso que ela fez, ficarei mito feliz. Não fiz ainda cenas com a Odete e estou na fase do plano com a Maria de Fátima pra ela conquistar o Afonso. Estou torcendo pra encontrar com a Débora que admiro muito, mas nunca contracenamos".
Debora Bloch comentou se assistiu ao produto original, como é sua parceria com Malu Galli e como enxerga a Odete em 2025: "Eu na época eu vi a novela um pouco porque estava no teatro, mas não via todo dia. Depois comecei a rever e achei que aquilo não estava me ajudando e achei melhor concentrar no texto da nova versão e concentrar na minha Odete. A novela virou um clássico e sempre que se remonta um clássico os atores vão dar a sua leitura daquele clássico, acrescentar seu repertório. Eu já assistia Malu no teatro e depois a gente fez a minissérie 'Queridos Amigos', onde ficamos amigas, e depois 'Sete Vidas'. Fizemos duas amigas na série e depois irmãs na novela. A gente se dá bem em cena, temos um jogo bom juntas, mas agora é uma relação diferente dessas irmãs.
Leio o texto e me pergunto 'como vou tratar a Malu assim?'. Porque são irmãs, mas a Odete não é uma irmã fofinha. A Odete é uma puta personagem. Ela é um retrato de uma classe brasileira que despreza o Brasil e ao mesmo tempo se beneficia dele, suga as suas riquezas. É uma personagem interessante e infelizmente muito atual. O Brasil mudou muito, mas estamos vendo uma volta no mundo de um pensamento conservador, preconceituoso, retrógado. A gente conseguiu caminhar tanto nas questões humanistas que nunca imaginei a gente assistir de novo essa ode a ideias tão ultrapassadas e fascistas. Mas estamos vendo a história se repetindo e a Odete representa esse pensamento. O que traz a personagem de 1988 é isso, uma mulher que não entende o valor do Brasil. Um texto muito bem escrito pelo Gilberto e atualizado pela Manuela Dias. Estou tentando fazer uma Odete que represente esse Brasil de hoje. Ainda não sei dizer sobre a relação da Odete com a Maria de Fátima porque não gravei ainda, mas ela continua preconceituosa e dizendo coisas horríveis. Ela vê na Maria de Fátima alguém que acha que pode controlar e subestima a Maria de Fátima, mas leva uma rasteira. A Odete só entra no capítulo 24, então ainda não sei como será exatamente essa relação. Mas intuo que é isso".Paolla Oliveira falou sobe sua preparação para Heleninha: "A expectativa só serve para a gente se frustrar. Procuro não pensar nisso e focar no trabalho. Eu e Pedro fomos ao AA pra nos conectar, mas isso acontece mais nas gravações. Eu quis muito fazer esse personagem e quando deu certo fui por todos os caminhos para encontrar cada minúcia dela. Assisti a outros trabalhos que têm a ver com essa temática, assisti a um pouco da novela porque não tem como não ver a Renata Sorrah trabalhando, mas vou acrescentar coisa nova para renovar essa personagem. A gente tem um texto precioso e consigo aprofundar a Heleninha muito mais. É uma mulher que tenta viver nas brechas do alcoolismo. Mas ela vai muito além dessa doença e todos os caminhos me fazem construí-la todos os dias. Estou com sorte em protagonizar cenas com Malu, Debora, Pedro e o Nero. Fiz aulas de corpo e voz, enfim, tudo para ficar disponível para o que a Heleninha exige de mim. E essa novela será aquilo de falem bem ou falem mal, mas falem de mim. Outro dia vi um comentário falando do absurdo da Globo fazer um remake com atores novos. Como assim? Não pode atores novos? Vai fazer com quem, gente?".
Pedro Waddington respondeu sobre a sua estreia na TV: "É um processo intenso de preparação e a relação da Heleninha com o Tiago é complicada porque começam distantes e depois vão se conectando. A Paolla é uma pessoa maravilhosa e foi importante ter ido ao AA com ela porque é um ambiente pesado e um lugar onde muita gente vai sentir emoção. Eu não assisti a novela porque é um outro momento do Brasil e preferi focar no momento atual. A expectativa é gigantesca e estrear em uma novela dessa é uma responsabilidade, mas também uma oportunidade. Tiago tem vários dilemas. Ele não é bem aceito pelo pai, precisa defender a mãe, está em uma família complicada com uma avó muito controladora e ainda tem que lidar com seus dilemas internos. Busco esse caminho da sensibilidade porque também tenho isso".
Ricardo Teodoro analisou seu personagem: "No processo de preparação, a gente entende os personagens e esse senso de se dar bem na vida. Eles aproveitam as oportunidades, não estou romantizando esses homens. Tanto o César quanto o Olavo aproveitam as oportunidades pra pagar as contas e se aproveitam das aparências.
Malu Galli falou da parceria com Debora Bloch e sobre a Celina: "Já fizemos melhores amigas e irmãs em 'Sete Vidas'. Temos muita parceria e intimidade, o que ajuda muito. Fizemos bons trabalhos juntas e agora fazemos irmãs em uma relação disfuncional. A gente ainda não gravou e começamos nesta sexta-feira. Eu assisti a primeira versão porque eu gosto de saber a história. O interessante do remake é que não é uma obra aberta, então me interessa em saber que história estamos contando e foi muito bom pra mim entender a história como um todo. Celina será atualizada. A história da tia solteirona que cuida dos sobrinhos a gente não vê muito hoje em dia. Eu sou mais jovem que a Nathalia Timberg era na época e ela com a Odete eram mais figuras senhoris do que é agora. Celina agora é uma mulher mais ativa e não vive apenas para os sobrinhos. E ela é tão sobrevivente a essa irmã tóxica quanto os filhos da Odete. Ela perdeu a juventude cuidando dos sobrinhos e acho que isso não aparecia muito na outra versão, mas Celina é mais jovial agora".
Carolina Dieckmann falou se Leila será dúbia como sua personagem em 'Vai na Fé': "Discordo da Lumiar ter sido dúbia, ela tinha uma retidão de caráter, algo que a Leila não tem. Ela no começo da novela entra muito devagarinho, não sei como era na outra novela. E tenho deixado um caminho bem aberto sobre essa dubiedade dela. Estou fazendo ela ser bastante sonsa para que ela possa fazer qualquer coisa mais para frente, inclusive nada. Ela pode não matar a Odete agora, mas pode matar outra pessoa ou não. A vida inteira fui apaixonada por novela. Tinha 10 ou 11 anos quando passou a versão original e minha mãe também fazia sanduíche natural pra vender na praia. Estou muito feliz em reencontrar o Paulinho (Silvestrini, diretor) porque ele que me chamou para fazer a Lumiar e Manuela Dias foi minha colega de escola, pouca gente sabe disso. Estou muito animada".
Alexandre Nero comentou o que acha da trama e do seu vilão: "Eu vi a novela quando tinha 18 anos, mas não lembro de nada. Só das coisas que reprisam, né, A cena da banana, a Odete morrendo, enfim. Vai revi porque todos falaram que era a novela das novelas quis conferir. Mas só vi uma semana. E realmente é a novela das novelas. Até agora estou achando o Marco Aurélio o herói da novela, até agora ele não fez absolutamente nada. Nesse momento sou a pessoa errada pra falar dele. Porque o ator não é juiz, é advogado. Então estou sendo o advogado do diabo. Ele não sabe sentar para conversar de forma civilizada, mas ele tem amor, sim, e a novela é tão bem escrita que as pessoas vão ver isso. Marco Aurélio é arrogante e grosseiro na capa, mas no fundo tem certas razões e as pessoas vão ver isso na novela".
Luis Lobianco complementou: "Não concordo em nada o que o Alexandre falou. Marco Aurélio é uó. Pelo menos com o Freitas, meu personagem. Ele tem essa relação direta com o vilão e acho que a comicidade do meu papel não serve pra fazer piada e, sim, trazer humanidade. Estamos fugindo de algo mais farsesco. É muito divertido fazer. O Freitas representa a pequena ambição. O cara que está em uma empresa passando por humilhação e assédio porque ambiciona o pequeno poder. Ele é muito humilhado o tempo todo, mas o personagem não pode ser subestimado. Todos os personagens têm suas viradas porque é uma novela muito bem escrita".
Alice Wegmann contou como vê a nova Solange Duprat: "Já tinha visto cenas soltas da novela e quando a Manuela Dias me chamou comecei a ver e não consegui mais parar. A Lidia Brondi construiu a Solange brilhantemente. É uma personagem moderna para aquela época e continua muito moderna. Agora falamos de diabetes, um assunto pouco falado no audiovisual, e a personagem terá isso. Já tenho recebido mensagens de mães falando dos filhos que sofrem dessa doença e muita gente nem sabe o que é uma hipoglicemia. Estou muito feliz, vivendo um sonho e trabalhando com vários amigos. Reencontrando colegas que contracenei a minha vida inteira, enfim. É meu primeiro remake, nunca tinha feito um. Queremos honrar a trama e trazer muita originalidade. A pessoa que ficar olhando o tempo todo no retrovisor vai perder uma viagem maravilhosa. Estamos contando uma história linda e atual".
Edvana Carvalho falou de sua expectativa: "Sempre tenho receio quando começo a fazer uma personagem porque acho difícil e que não sei fazer. Mas a gente deslancha quando começa. Minha personagem dentro da novela está em uma ponta vermelha que é a Maria de Fátima e uma ponta verde a Raquel. E acho que ela está mais pra ponta verde. A Eunice é uma mulher do nosso tempo. Agora tem uma nova forma de viver acima dos 50 anos. Acho que vai falar desse tema do etarismo. Eunice é muito solar, muito feliz e bem mais próxima de mim do que a Inácia, de 'Renascer'. Me lembro muito da novela, assisti a umas duas cenas da Eunice, que era feita pela Íris Bruzzi, mas vi que não estava me ajudando porque é um novo texto e um novo Brasil agora. E contar histórias é algo que gosto muito de fazer".
Ramille explicou um pouco sobre sua personagem: "Não quis assistir a primeira versão para trazer a minha nova Fernanda. A questão dela agora é a feminilidade e não a virgindade, como era na época. Estou bem feliz, tenho ótimos companheiros. E não será um assunto abordado a questão da racialidade. Claro que faz parte da nossa história, traz representatividade, mas não é algo abordado pelos personagens. Estamos vivendo e sendo felizes. E nessa versão a personagem não está no ensino médio, está na faculdade".
Samuel Melo também analisou o seu papel: "Franklin mora junto com o César, mas ele não tem o caráter que o César tem. Ele está no meio de um tiroteio nessa trama do César com a Fátima. César conheceu o Franklin no mundo na moda e foi morar junto com ele e depois vem a Maria de Fátima morar com os dois. Na primeira versão, o personagem era cúmplice do César e agora não vejo isso".
Rhaisa Batista comentou sobre a sua participação: "A princípio minha personagem fica só um período na novela e ela não é só uma modelo. A moda me trouxe um estofo geral de muita coisa. Para quem não conhece o meio, temos um julgamento pela capa. Mas tem uma disciplina também. E Cláudia tem muita personalidade".
Humberto Carrão falou sobre o remake: "É a terceiro remake que eu faço e o segundo em que vivo um personagem feito pelo Cássio Gabus Mendes. A primeira foi em 'Ti Ti Ti'. Não encaro o remake como um peso, um fardo, a ponto da gente ter que chegar no mesmo lugar. O mais bonito é criar a nossa versão, como homenagem. Não procurei ir atrás, mas claro que a gente consome as cenas. Só que não fui assistir as cenas do Afonso para compor o personagem. 'Vale Tudo' é considerada a novela das novelas porque conseguiu dar conta de transformações políticas e sociais como nenhuma outra conseguiu".
Luis Melo contou sobre o seu personagem: "Um dos pontos marcantes do Bartolomeu é a relação com a família. Sempre defendo que o homem quando passa por uma situação de desemprego ele deprime, a mulher não. Ela vai procurar alternativas. Não sei ainda de que maneira a dramaturgia vai direcionar o meu personagem, mas tenho um carinho muito especial porque esse personagem foi vivido pelo Claudio Correa e Castro. Espero defendê-lo bem. Acho muito interessante a questão do etarismo ser abordada".
Bella Campos explicou seu processo de composição de sua vilã: "Tenho sotaque de Cuiabá que é diferente do da Maria de Fátima, o que também é diferente da minha personagem anterior que era carioca. Tenho uma fono, uma preparadora corporal, uma preparadora geral, a que acompanha a gente no set e a que me ajuda a bater o texto em casa. É uma personagem bastante complexa e estudei muito ela antes de fazer o teste. Tenho muita troca com a direção o tempo todo, com a Manuela Dias, então é uma dedicação do tamanho que a personagem exige que seja. Estamos em uma rotina intensa de gravação e o que mais está contando é o feedback da direção e da autora. 'Vale Tudo' é uma obra tão icônica que acho que ela merece ser recontada inúmeras vezes. A relação da Maria de Fátima com a Odete nessa versão foi muito debatida porque ela é racista e a Maria agora é preta. Mas o racismo está cada vez mais sutil na sociedade. Não é o fato da Odete conviver com a Maria de Fátima que muda o fato dela ser racista, até porque a Maria está a serviço dela".
'Vale Tudo' estreia na próxima segunda-feira, dia 31.
4 comentários:
No que diz respeito a mim, a expectativa, com relação a esse remake é grande. Estou torcendo muito para que seja um sucesso!
Beijão
Genial . Te mando un beso
Tomara, Marly
bjsss
Postar um comentário