Nesta sexta-feira (28/03), para o alívio dos telespectadores, do elenco e da Globo, chegou ao fim "Mania de Você", o maior fracasso de público e crítica do horário nobre da emissora. A novela de João Emanuel Carneiro, dirigida por Carlos Araújo, foi uma das piores já escritas na história da teledramaturgia e se mostrou uma avalanche de equívocos, onde absolutamente nada se salvou. É um caso que jamais será esquecido e servirá para análises futuras do quão catastrófica foi essa produção.
Um dos graves problemas da obra foi o péssimo desenvolvimento do amor dos mocinhos, agravado ainda mais com os vários cortes na primeira fase, realizados através da intervenção de Amauri Soares, atual todo poderoso do setor de teledramaturgia da Globo, que só enfia os pés pelas mãos desde que assumiu o cargo. O amor avassalador que Viola (Gabz) e Rudá (Nicolas Prattes) sentiam um pelo outro teve um desenvolvimento sem qualquer cuidado. Amor à primeira vista de mocinhos quase sempre fracassa nos tempos atuais, ainda mais quando a relação tem como consequência uma dupla traição, sofrida por Luma (Agatha Moreira) e Mavi (Chay Suede).
Viola traiu Luma, tendo um caso com o namorado da amiga e sem nunca ter apresentado qualquer tipo de remorso, uma vez que a traiu novamente depois que foi perdoada. Rudá nunca demonstrou qualquer cuidado com Luma, mesmo diante de uma relação que teve seu início ainda na infância. Tanto que a traía várias vezes sem peso algum na consciência. E nem a passagem de tempo serviu para amadurecer o personagem.
Isso porque o rapaz escapou de um esquema de prostituição em Portugal graças a Filipa (Joana de Verona) e logo depois os dois iniciaram um namoro. Dez anos se passaram com ambos em uma relação estável. Mas Rudá viu Viola em um programa de culinária na televisão e foi o bastante para motivá-lo a voltar para o Brasil e deixar sua esposa sozinha, que tinha acabado de descobrir que a mãe estava muito doente. Ainda recebeu o apoio da tia, Moema (Ana Beatriz Nogueira), que o incentivou a largar a mulher para ficar com a protagonista. Se o autor achou que algum telespectador compraria um enredo assim, das duas uma: ou foi amador ou ingênuo demais.No entanto, mesmo com um casal de mocinhos muito mal construído, a primeira fase da novela despertou interesse pelo potencial do enredo, que até lembrava um pouco "A Favorita", um dos maiores sucessos de João Emanuel. Isso porque Viola e Luma aparentavam ser duas mocinhas dúbias, o que permitiria uma virada para a vilania de qualquer uma delas. A sequência envolvendo o assassinato de Molina (Rodrigo Lombardi) também gerou impacto e curiosidade a respeito dos desdobramentos daquele crime. Mas a verdade é que as inúmeras falhas da obra já estavam todas ali, a começar pela propaganda enganosa do pôster de divulgação da novela. A majestosa imagem tinha o quarteto central, além de Molina, Mércia (Adriana Esteves), Berta (Eliane Giardini) e Isis (Mariana Ximenes). Só que, ao longo dos meses, foi ficando claro que Berta e Isis não tinham qualquer conexão com o núcleo principal e foram jogadas em um núcleo terciário e repetitivo, onde a comicidade provocava vergonha alheia.
Isis aparentava ser uma daquelas vilãs inesquecíveis do autor. Mas em "Mania de Você" o escritor fracassou até no que fazia de melhor. Isis iniciou a história como responsável pela morte o marido e do amante, mas virou uma personagem cômica que passou a novela toda aceitando a chantagem de Leide (Thalita Carauta) e Sirlei (David Jr), que levaram a filha, Evelyn (Gi Fernandes), para morar na mansão junto com eles em uma situação igual a do filme "Parasita", só que com uma construção rasa e cheia de absurdos. As cenas eram tão repetitivas que Berta ficou a novela inteira sendo feita de idiota e descobriu a verdade apenas na reta final. O pior é que as cenas da revelação não tiveram impacto. Foram momentos tão mornos que nem as atrizes talentosas foram beneficiadas. Aliás, uma falta de respeito com a grandeza de Eliane Giardini e Mariana Ximenes, que foram duas figurantes de luxo. Mais desrespeitados que elas somente Ana Beatriz Nogueira, Ângelo Antônio e Bukassa Kabengele. A veterana tentou dar dignidade na atuação como Moema, mas a personagem nunca teve função e parecia uma maluca. Ana precisou deixar o elenco por problemas de saúde e nem um desfecho digno foi dado. Ângelo ficou avulso ao longo de todo o enredo e mal apareceu, enquanto Bukassa foi perdendo espaço junto com Gabz.
É até impossível citar algum ator que não tenha sido desrespeitado na trama. Todos ganharam personagens frágeis, mal construídos e com conflitos que não despertaram qualquer interesse. Quase todos os integrantes dos núcleos paralelos foram caindo na irrelevância ao longo dos meses, a ponto de alguns sumirem ou serem assassinados de forma gratuita. É verdade que o autor nunca foi bom em tramas secundárias e todas representavam seu ponto fraco em obras anteriores, com exceção do fenômeno "Avenida Brasil". Mas em "Mania de Você" houve um fiasco generalizado. Até no que tinha potencial para conquistar o público, como o romance de Diana (Vanessa Bueno) e Fátima (Mariana Santos), que foi cancelado por conta da intervenção de Amauri Soares. A proximidade cada vez maior das amigas encantava e gerava uma repercussão positiva nas redes sociais. Ambas com casamentos tóxicos e que precisavam lidar com maridos abusivos, ciumentos e machistas. Com medo de uma rejeição ainda maior, foi ordenado o fim de qualquer a possibilidade do casal homoafetivo ser formado. A solução do autor foi a transformação de Hugo (Danilo Grangheia) em perfil cômico e a criação de um plano bobo em que Robson (Eriberto Leão) fingia ser um admirador secreto para humilhar Fátima ---- o que gerou como consequência um novo pretendente para a mulher, no caso o recepcionista Gael (Igor Cosso). Duas alterações nada sutis e que destruíram o único núcleo atrativo. Tanto que os personagens foram sumindo do enredo e só voltaram a ter algum destaque na reta final por conta de uma vingança de Robson, que trocou os exames de Hugo para que o ex-amigo achasse que estava com poucos meses de vida. Uma besteira que não alcançou dramaticidade e nem comicidade.
Nem mesmo o momento feliz de Dhu (Ivy Souza), após uma saga de sofrimento com o marido canalha Edmilson (Érico Brás), despertou interesse. A cozinheira ficou com Wagner (Bruno Quixotte) e os dois eram até bonitos juntos, mas perderam a função ao longo dos meses. O núcleo familiar, que contava com Iarley (Lucas Wickhaus), Lorena (Liza Del Dala) e depois Bruna (Duda Batsow), tinha como objetivo provocar risos, mas nunca cumpriu sua missão. Aliás, o que foi a súbita escolha de Iberê (Jaffar Bambirra) como o pai do filho de Lorena? Os dois nem se falavam na história e o improviso do autor ficou visível. O cúmplice de Mavi tinha uma sintonia perfeita com o vilão em cena, mas a relação foi destruída porque parte do público começou a torcer por um possível romance nas redes sociais. Iberê acabou jogado no núcleo desinteressante de Viola, teve sua personalidade alterada e no final ainda acabou assassinado por Molina.
E o que analisar do triângulo amoroso formado por Michele (Alanis Guillen), Cristiano (Bruno Montaleone) e Daniel (Samuel de Assis)? Uma situação repleta de absurdos e cenas que tiravam qualquer telespectador do sério. Cristiano passou a novela quase toda preso em Portugal e sendo espancado, enquanto sua namorada flertava com o patrão e fingia que estava ajudando o rapaz a sair da prisão. O ex-presidiário só voltou perto da reta final e passou a morar na mansão de Daniel. Qualquer desconfiança de uma traição era rebatida com indignação e a descoberta não teve qualquer catarse. Os três personagens andaram em círculos e não despertaram qualquer empatia de quem assiste. Até o fato de Michele e Cristiano terem sido traficados por Mavi acabou esquecido.
A novela foi piorando a cada capítulo e nem soluções dramatúrgicas comuns em qualquer folhetim funcionaram. Tanto que a virada da história envolvendo a falsa morte de Viola (Gabz) aniquilou o pouco que tinha de enredo e mínima lógica no folhetim. E o posterior retorno de Molina deixou tudo ainda mais equivocado na narrativa. Além da vingança da mocinha ter se mostrado ridícula e sem qualquer efeito prático, já que foi desmascarada em duas semanas, o todo poderoso empresário serviu de pretexto para a transformação de Mavi em um completo imbecil. Parece que o autor tinha uma 'cota' de vilão em "Mania de Você" e só podia um por vez. Mavi era um agente do caos. Um hacker imparável capaz de erguer um império, roubando a fortuna do pai e de Luma, para colocar Viola sob os seus domínios. Tudo o que ele fez desde o início da história teve como objetivo a conquista da mulher que era o fruto de sua obsessão. E ninguém conseguia pegá-lo.
Somando inúmeros furos e conveniências de roteiro, o personagem era invencível. Apesar de todos os equívocos da produção, o vilão transbordava carisma graças ao talento de Chay e aos seus improvisos deliciosos, que desconcertavam Adriana Esteves e Agatha Moreira, que não conseguiam esconder a surpresa diante de alguns diálogos, o que não impedia que também embarcassem nas brincadeiras. Diante de uma obra tão ruim e com um texto tão sem sentido, era um alívio para os atores e também para o público. Tanto que ao longo dos meses a sintonia dos três só aumentou. Era o único trunfo do roteiro. Mas o autor preferiu emburrecer o vilão para que o plano de Viola tivesse um mínimo desenvolvimento, ainda que sem qualquer nexo. E o pior é que a obsessão que ele tinha pela mocinha sumiu feito um passe de mágica. Tudo para forçar um romance com Luma. Chay e Agatha têm química, mas nada funciona sem uma construção crível. Poderiam ter rendido muito mais como um par de vilões. E Luma não foi nem mocinha e nem vilã. O que foi a Luma? Uma apaixonada por gastronomia que desaprendeu a cozinhar assim que roubou o restaurante da Viola e ficou com o cara que roubou sua fortuna sem qualquer amor próprio. Uma personagem sem rumo, assim como os demais protagonistas. Até porque o que aconteceu com Viola e Rudá foi de uma covardia sem precedentes com os intérpretes. O mocinho passou a história toda fugindo da polícia por um crime que nem tinha acontecido e foi assassinado em uma cena constrangedora. A mocinha sonhava em ser cozinheira profissional, conseguiu seu objetivo, perdeu tudo em uma armação idiota, desapareceu, retornou, fracassou em sua vingança, nunca mais voltou a cozinhar e sumiu da história na reta final.
Vale citar ainda o péssimo arco de Mércia. Adriana Esteves engrandece qualquer elenco e a atriz ganhou uma vilã que nunca teve um mínimo sentido. Inicialmente, parecia que a governanta de Molina era um tipo complexo e enigmático. Mas depois ficou claro que só era mal escrito mesmo. Mércia começou a história sendo uma mulher fria e calculista, a ponto de ignorar qualquer vínculo afetivo com o filho. A mulher apenas manipulava tudo e todos para atingir seus objetivos. Depois, foi transformada em uma mãe leoa e obcecada por Mavi, a ponto de cometer atrocidades para manter o filho perto dela. A outra fase da personagem foi uma tentativa de encobrir seu passado porque se chamava Sônia e trocou de nome com uma freira, vivida por Jussara Freire. E nunca foi explicado, de fato, nada sobre os pecados escusos de Mércia. Ou o autor esqueceu ou desistiu. Já na última semana de novela o lado explorado de Mércia foi o sonho em ter uma família de verdade, a ponto de promover um piquenique com Molina, Luma, Mavi e um cachorro que adestrou em tempo recorde para protegê-la. Lendo parece absurdo, mas assistindo fica pior.
Por sinal, os momentos derradeiros da novela foram um circo dos horrores. Cristiano, que tinha reatado com Michele, viu que a namorada estava com ele por remorso e a levou de moto até Daniel, que se preparava para viajar em um jatinho. Os dois ficaram juntos e se entregaram ao amor, enquanto o corno foi embora resiliente. Uma cena que tinha o objetivo de emocionar e só causou vergonha pelo roteiro preguiçoso. Já no núcleo central, após a reunião familiar fracassada, Mércia acabou dopada e o tal cachorro não a salvou em nada. Molina tentou fugir com o quadro valioso que tanto cobiçava, mas Luma se recusou a partir com ele sem Mavi. Mavi pegou o cachorro de Mércia e deu um comando para avançar em Molina, que obedeceu prontamente e sabia quem era o Molina. Luma foi embora levando o quadro e teve a ajuda de um personagem que surgiu gratuitamente no capítulo anterior apenas para elogiá-la durante uma breve conversa sobre um passado que ninguém sabia. Ainda apareceram capangas, vindo do mais absoluto nada, que iniciaram um tiroteio, sem feridos. Houve uma cena de luta muito mal coreografada entre Molina e Mavi, enquanto Mércia surgiu com uma arma e atirou em Molina para salvar o filho. Uma sequência que teve ação, catarse e drama, mas ainda assim conseguiu fracassar em tudo, o que evidenciou outro grave problema perceptível ao longo do folhetim: a direção.
O último capítulo fez jus ao conjunto catastrófico da produção. Não teve um desfecho minimamente digno. Mércia foi inocentada pelo assassinato de Molina, mas foi julgada como Mércia e não como Sônia. A Justiça brasileira é uma vergonha, mas não a esse ponto. Ninguém checou se a assassina tinha uma identidade falsa? Bem, não checaram e não descobriram que seu nome era na verdade de uma freira. E por qual razão a troca ocorreu? Porque Mércia cometeu um crime no passado. Qual crime? Nunca foi contado para o público. A personagem terminou feliz da vida ao lado de Mavi e Luma. Ah, Mavi foi condenado por tráfico humano a nove anos de cadeia. E por tráfico de animais silvestres? E pelo crime de stalker? E por tentativa de assassinato? Bem, esses não foram muito relevantes para o juiz. O vilão ainda teve direito a um último encontro com Viola, que recusou a fortuna de seu algoz e quase se desculpou por ter sido vítima de sua obsessão e por quase ter sido assassinada por ele. Ainda torceu para a sua felicidade com Luma. Um desfecho vergonhoso para uma mocinha que foi sacaneada pelo autor a novela inteira. Já nos núcleos secundários, o final de Fátima teve direito a um sequestro promovido por Robson, pouco antes de seu casamento com Gael. A mulher, que sofreu inúmeras violências do início ao fim da história, conseguiu escapar e teve seu final feliz. E Isis? Surgiu maquiada em um presídio que parecia um estacionamento e recebeu a visita de Leide. Rhodes (Leonardo Bittencourt) ficou se humilhando para Luma até o último minuto e a chamou para ir ao Uruguai. Não foi mostrado se recebeu alguma resposta, mas surgiu anos depois no país ao lado de Viola em um restaurante. Já Luma surgiu com uma criança junto de Mavi e Mércia, formando uma família de comercial de margarina. Mavi levou a bebê até sua sala de espionagem e na tela surgiu a palavra 'Fim'. Mais de quinze anos se passaram e todos seguiram exatamente iguais. Não teve um final sequer interessante ou crível.
"Mania de Você" chegou ao fim com a pior média de audiência da história do horário nobre da Globo: 21 pontos. A detentora do título até o momento era "Um Lugar ao Sol", novela da competente Lícia Manzo, que foi ao ar toda gravada por conta da pandemia. A obra da autora nunca mereceu índices tão baixos. O final se mostrou decepcionante, mas o conjunto teve muitas qualidades, tanto no texto quanto nos personagens complexos. Ao menos agora a justiça foi feita e um folhetim repleto de equívocos passou a ocupar o nada honroso posto. Apesar da segunda fase sofrível, João Emanuel Carneiro tinha dado a volta por cima com "Todas as Flores" em 2022, após os fracassos de "A Regra do Jogo" (2015) e "Segundo Sol" (2018). Mas o autor encarou sua pior fase na carreira com uma história de manias que não se sustentavam nem por três semanas. Infelizmente, todos saíram perdendo diante de um produto tão desastroso: a emissora, a teledramaturgia, o elenco e principalmente o público.
28 comentários:
Nunca opinei sobre "Mania De Você" (2024) durante o período em que esteve em exibição, mas posso afirmar que foi a cereja do bolo de um ano tão fraco para teledramaturgia como o de 2024. Talvez as análises definitivas de "Volta Por Cima" e "Garota Do Momento" reservem uma migalha de esperança no tocante às apostas folhetinescas do ano anterior...
Guilherme
Desde que li a sinopse já achei fraco vindo do JEC pra mim novela seria melhor ser viola tivesse sido a vilã e faria um par de vilões junto com mavi assim com a flora tudo bem que seria auto plagia mais seria muito melhor gabz se destacaria junto com chay
Parece que o JEC não vai superar desse trauma, tão cedo seria bom que ele, fazesse uma série, igual como aconteceu, pos - A Favorita, com A Cura que foi uma ótima série, o destino dele pode Globoplay ou RH.
Ainda bem que não assisti muito dessa novela, inclusive até minha mãe detestou essa novela horrível, Mania de Você já vai tarde
Sérgio, fiz recentemente uma análise especial sobre O Show dos Looney Tunes, versão sitcom de Looney Tunes no ANMTV em virtude da trágica notícia da demolição do prédio histórico da franquia vindo do tratamento questionável da Warner Bros. Discovery à franquia recentemente. Eis o link: https://anmtv.com.br/analise-o-show-dos-looney-tunes-a-melhor-versao-da-franquia-looney-tunes/
Confesso que assisti apenas aos primeiros quatro capítulos. Achei ruim logo no início! Não costumo acompanhar novela das nove, mas queria ver o Chay. Ele estava muito animada com o personagem. Parecia bem promissor no início. Aliás, ele brilhou muito né? Além dos quatro capítulos, eu acompanhei algumas cenas do Mavi no twitter. Ele é incrível! Como fã desde Rebelde, fico muito feliz em ver como ele conquista o público e como é elogiado pela crítica. Ele merece todos os frutos. Espero que o Chay tenha mais sorte no próximo trabalho. Não só ele, como todos os outros. Enfim... Acho que não deixará saudades, né?
Como habitualmente uma completa e excelente análise.
Abraços e bom fim de semana
A verdade é a seguinte: em Avenida Brasil o JEC já mostrava obsessão em redenção dos vilões. Ele não aceitava ser o autor das "Vilãs loiras diabólicas". Ele queria transformar o horário nobre num catálogo de séries. Ele tinha intenções cada vez mais próximas de descaracterizar as novelas.
Todo autor acaba fazendo de sua obra uma confissão pessoal. Essa obsessão por transformar gente ruim em gente morna, burra ou sonsa q ele faz desde a regra do jogo, talvez revele que ele fez alguma m#rd@ no passado e quer desabafar no texto PQ NÃO É POSSÍVEL.
Não é possível que ele lute tanto contra um formato genérico de uma novela.
O formato, msm com clichês, funcionou por anos. Chega nas mãos desse homem ele quer inventar demais.
Tenho certeza que depois de Travessia Glória Perez vai se redimir no próximo trabalho. Pq ela aceita o formato genérico.
João Emanuel Carneiro só precisava pensar assim:
- Bom, mais um trabalho, lá vamos nós. Só preciso de uma trama inicial criativa. Uma loira diabólica. Uma mocinha corajosa. Um mocinho doce porém carismático. E um vilão gostoso.
Eu fico até hoje pensando quanto Atena seria grandona se Ela fosse tão diabólica quanto a Leona. Ironicamente A regra do jogo terminou do mesmo jeito que mania de vc, com o bebê de um protagonista dúbio.
Olá, tudo bem? Mania de Você poderia ter funcionado, caso tivesse seguido o formato de Todas as Flores. Já divulguei o balanço com os pontos positivos e negativos da novela no meu blog. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br
Que desperdício de tempo, recursos e talentos. Que pena!
Beijo
Pois é, Guilherme... Essa novela foi a minha maior frustração em anos
concordo
ele renovou com a Globo até 2029...
Vou ler, Ana!!!
Nenhuma...
Bjs, Maria.
Perfeita análise, Lisandra!!!!!
abçs
Desperdício é a palavra chave, Marly!
O que mais me incomoda, nas novelas do João Emmanuel Carneiro, é essa "pretensão" e "soberba"(dramatúrgica), como se a novela dele, tivessem a obrigação de ser uma nova "Avenida Brasil", e ser a novela do ano, infelizmente, ele ainda não superou isso, praticamente (quase todas), as histórias dele são sobre vingança, ele precisa se "reciclar" ♻️♻️♻️♻️♻️, virar a página 📄📃📄📃📄📃, e deixar "Avenida Brasil"(2012+)descansar em paz 🕊️🕊️🕊️🕊️🕊️!!!!!!!!!!!!!!!!
Eu achava "Segundo Sol", a pior novela do João Emmanuel Carneiro, mas "Mania de Você", superou em tudo!!!!!!!!!!!!
Acho Regra do Jogo uma excelente novela que é desvalorizada por todo mundo!!
Ok, Mania de Você foi uma novela horrorosa e merece ser esquecida no fundo do baú. Nada aqui se salvou. Mas o que me revoltou mais foi a sensação de injustiça e desserviço social que o último capítulo passou. Ao dar protagonismo a dois personagens como Luma e Mavi, tão mal desenvolvidos(senão pior) quando os mocinhos, Viola e Rudá, a trama defendeu vergonhosamente um
relacionamento tóxico e abusivo, vitimizou a figura do sujeito abusador de mulheres e valorizou a figura da mulher submissa e sem amor próprio que é constantemente humilhada e traída mas sempre perdoa. Além de fazer parecer que uma traição cometida pela mocinha é mais grave e imperdoável do que todas as violências cometidas contra ela pelos vilões traídos, e que sequer tiveram a devida reparação. Mas mesmo que você ache que eu esteja "militando" ao dizer tudo isso(alguns dirão "é só uma novela"), ninguém assiste novela pra ver o mal vencer o bem e foi essa a sensação que esse final me causou: a de que Mavi, Luma e Márcia foram recompensados pelos crimes que cometeram. Mavi, como citado, cometeu todo tipo de violência contra Viola, tendo Luma como cúmplice, mas só foi condenado por... tráfico de animais! E Viola praticamente pediu perdão a ele por ter sido vítima da sua obsessão! Luma, que roubou as receitas de sua ex-amiga e ajudou a espalhar mentiras contra ela na Internet, nunca se redimiu desse ato e aliás quase não contracenou mais com Viola nos dois últimos meses da trama!
Ou seja Luma e Mavi, junto de Mércia, destruíram a vida de Viola, foram os responsáveis indiretos pela morte de Rudá, mas terminaram ricos, soltos e felizes! O desfecho da Viola, sem encontrar outro amor, poderia ser interessante(quantas protagonistas terminam sozinhas e priorizando a carreira profissional?) se a importância dela não tivesse sido totalmente aniquilada nós últimos capítulos e se ela tivesse realmente vencido os vilões. Mas o autor preferiu fazê-la desistir de ficar com os bens de seu algoz, porque se você tem muito dinheiro, não é uma boa pessoa, de acordo com a moral contraditória dessa novela.
Enfim, uma novela que em pleno 2025 romantiza relacionamento abusivo, que passa pano pra violência contra a mulher, e onde o vilão e sua cúmplice vencem os mocinhos e terminam felizes só poderia ser mesmo um enorme fracasso de público e crítica e foi justamente o que Mania de Você encontrou. Que seja no futuro usada como um exemplo de como NÃO fazer novela.
Isso que não entendo! Demitiram o Aguinaldo depois do fracasso de “O Sétimo Guardião” e também a Lícia Manzo! E renovaram com o João depois desse fracasso histórico???
A Globo e sua derrocada! Quem diria, em?
Ótima análise! Boa semana!
O foda que essa novela tinha tudo pra trama principal ser um desdobramento do O Quartilho, mas sem os desenvolvimentos cortados da primeira fase já começou errado, infelizmente, pq depois dali não teve uma decisão que prestasse. E 90% disso tem dedo da bispa que ventava qualquer desenvolvimento mínimo da trama que fugisse do padrão casto e sem ousadia
Essa produção eu passo.
Boa semana!
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Até mais, Emerson Garcia
Foram muitas oportunidades perdidas de fazer a novela engatar. A trama do passado da Mércia que empolgou o público foi esquecida, o personagem do Volney foi totalmente sem sentido, tanto q acabaram matando ele, a volta do Molina não teve o menor cabimento e nem acrescentou na novela, Iberê q era bandidāo virou um bobo, Mavi q no início era um super hacker, envolvido com tráfico internacional virou um deprimido por longos capítulos e no fim virou bonzinho, Viola fingiu a morte, montou um novo restaurante de absoluto sucesso q depois abandonou e voltou praquele circo q não tinha sentido nenhum. Acabou aí sua história.. Até a ideia dela fazer uma real vingança contra Mavi ficou esquecida. A portuguesa ficou perdida lá no circo, assim como o pai do Mavi, q já podiam ter deixado a trama já q perderam função.
Todas as mulheres da novela foram assediadas, abusadas , mas como boas moças perdoaram. Luma ficou com o cara q destruiu sua vida, até o mocinho q ensaiou um romance com ela era um sufocador, a Diana q não conseguia dizer não para o ex, a Duh q acabou com o ex morando na sua casa, a Berta ficou com o homem q deu um golpe nela e a Mércia q parecia uma vilā de primeira, uma mulher empoderada era só um capacho de Molina que humilhou ela do início ao fim. No fim das contas nenhuma mulher forte nessa trama. Até a mocinha virou uma boboca..
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