sexta-feira, 29 de abril de 2016

"Velho Chico" e o mundo das artes cênicas perdem muito com a morte de Umberto Magnani

Nesta quarta-feira (27/04), faleceu Umberto Magnani. O ator ---- que completou 75 anos justamente no dia que sofreu um AVE (Acidente Vascular Encefálico) hemorrágico (25 de abril) enquanto esperava as gravações de "Velho Chico" ---- é mais um grande nome que se vai, deixando o mundo das artes cênicas mais triste. Ele estava brilhando como o padre Romão na atual trama das nove e esteve presente nas duas fases do folhetim de Benedito Ruy Barbosa, escrito por Bruno Luperi e dirigido por Luiz Fernando Carvalho. Foi um dos poucos do elenco, inclusive, que continuou após a passagem de tempo ---- além dele somente Selma Egrei e Gésio Amadeu, coincidentemente seu grande amigo pessoal e que o acudiu na hora do mal súbito, permaneceram.


O intérprete (que ficou dois dias em coma) era um dos grandes destaques de "Velho Chico" e seu personagem transbordava emoção. Sempre tentando apaziguar os ânimos daquelas pessoas que protagonizavam vários embates, motivados pela rivalidade familiar e disputa por terras, o padre --- um costume nas obras de Benedito --- era uma espécie de 'coringa', pois estava presente em todos os núcleos. Ele fez ótimas cenas ao lado de Selma Egrei, Cyria Coentro, Rodrigo Santoro, entre tantos outros. Recentemente, emocionou ao lado de Domingos Montagner em uma sequência na igreja, onde Santo é acalmado pelo padre. Agora, após essa inesperada e triste morte, Carlos Vereza foi chamado para substituí-lo à altura.

"Velho Chico" perdeu um grande ator, mas não só a novela. O universo das artes cênicas ficou mais vazio sem uma figura dedicada ao ofício, que sempre esteve trabalhando, tanto no teatro, quanto no cinema ou na televisão. Também ficou marcado como produtor de espetáculos consagrados e sua última peça, onde atuou ao lado de Suely Franco, foi "Elza & Fred" em 2015.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Segunda temporada de "Os Dez Mandamentos" é bem menos atrativa que a primeira

Entre março e novembro de 2015, a Record exibiu a sua novela de maior sucesso: "Os Dez Mandamentos". O primeiro folhetim bíblico da emissora superou as expectativas até dos mais otimistas e chegou a vencer a Globo algumas vezes, algo impensável. Claro que o imenso êxito fez o canal esticar a trama. Porém, não foi só isso. Antes da produção de "A Terra Prometida", que inicialmente seria a segunda novela bíblica e seguiria a cronologia da passagem da Bíblia, fizeram uma segunda temporada de "Os Dez Mandamentos", que estreou na primeira segunda-feira de abril (04/04).


A nova 'temporada' terá cerca de 60 capítulos e a autora Vivian de Oliveira começou apresentando a história do ponto que havia parado no último capítulo, exibido em novembro do ano passado. Aliás, o grande final da novela foi uma decepção, pois não mostraram a conclusão em torno da saga de Moisés (Guilherme Winter) com os tão falados mandamentos de Deus e era o mínimo que se esperava, após tanta espera --- até mesmo para honrar o título do folhetim. Entretanto, problemas à parte, os desdobramentos foram expostos logo na estreia e já haviam sido mostrados no filme lançado pela Record com o intuito de aproveitar ainda mais o sucesso da novela.

O enredo, agora, mostra a união dos hebreus em busca do objetivo de chegar a Canaã. Não há mais o chamariz das pragas e dos efeitos especiais para atrair o público. Será apenas a história mesmo a responsável pelo interesse do telespectador, que já está acompanhando a saga pelo deserto. E os vilões Ramsés (Sérgio Marone) e Nefertari (Camila Rodrigues) também não fazem mais parte da trama, que continua com a maioria do elenco.

terça-feira, 26 de abril de 2016

"Êta Mundo Bom!" e "Totalmente Demais": dois fenômenos de audiência, dois grandes acertos

Os dois maiores sucessos da Globo em 2016, levando em consideração audiência e repercussão, são "Êta Mundo Bom!" e "Totalmente Demais". A novela das seis e a trama das sete são verdadeiros fenômenos de popularidade e há tempos a emissora não obtinha tanto retorno nos respectivos horários. Conquistaram realmente o telespectador. Apesar de precipitado, vale colocar que as produções dificilmente serão superadas esse ano (talvez nem tão cedo), ao que tudo indica. E os folhetins fazem jus ao resultado obtido perante o público.


É sempre importante ressaltar que audiência e qualidade nem sempre andam juntas. Uma trama fracassada pode ser primorosa, ao mesmo tempo que um folhetim péssimo pode ser um sucesso. Entretanto, o caso das duas produções citadas reflete um conjunto de acertos, implicando ainda em ótimos resultados nos números do Ibope. São duas novelas escapistas, que priorizam situações tipicamente folhetinescas e muitas vezes tendo a leveza como ponto principal. Também se caracterizam pela despretensiosidade, onde não há a preocupação de inovar nada. São novelas que honram a condição de novelas.

Após 11 anos afastado do horário das seis, Walcyr Carrasco voltou para a faixa que o consagrou na Globo com os fenômenos "O Cravo e a Rosa", "Chocolate com Pimenta" e "Alma Gêmea". Depois de ter emplacado o maior sucesso da emissora em 2015, a novela das 23h "Verdades Secretas", o autor pediu para retornar às 18h e teve seu pedido atendido. Pois em menos de quatro meses no ar, o escritor conseguiu emplacar mais um estrondoso sucesso para chamar de seu.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Marco Ricca se mostra como um dos grandes acertos de "Liberdade Liberdade"

"Liberdade, Liberdade" ainda está em seu início. Há vários capítulos pela frente e muita história para ser contada. Porém, mesmo antes de sequer completar um mês no ar, já é possível observar o acerto da escalação do elenco. São muitos atores se destacando, incluindo a protagonista Andreia Horta, na pele da revolucionária Joaquina. E, entre os muitos nomes merecedores de elogios desse ótimo time selecionado, é preciso aplaudir um profissional que sempre brilha em seus trabalhos e não tem feito diferente agora: Marco Ricca.


O ator tem sido um dos grandes destaques da novela escrita por Mário Teixeira, baseada no argumento de Márcia Prates, e dirigida por Vinícius Coimbra. Na pele do perigoso Mão de Luva, Marco mostra o quão é talentoso e sua composição do bandido é primorosa. Ele adotou um sotaque mineirês bem acentuado, o que ajudou a expor ainda mais o jeito malandro do trambiqueiro. Aliás, é um dos poucos atores do elenco que tem mostrado o jeito de falar do povo de Minas Gerais, ainda que de forma mais caricata. E foi uma ideia de gênio, pois coube perfeitamente no papel.

Mão de Luva foi o responsável por um dos momentos mais tensos da rápida primeira fase, quando sequestrou Joaquina (Mel Maia) e quase matou Raposo (Dalton Vigh), após uma emboscada preparada junto com sua gangue. Ironicamente, após a passagem de tempo, a mesma situação ocorreu mais duas vezes. O bandido tentou saquear a carruagem que trazia Joaquina, Raposo, André (Caio Blat) e Bertolezza (Shreon Menezzes), mas não obteve êxito.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

"Sangue Bom" e "Totalmente Demais" têm algo em comum: a complexidade de Amora e Carolina

Nada é mais rico para um ator do que um personagem complexo. E para o enredo também. Um perfil que tem momentos de vilania e outros de fragilidade emocional enriquece a história, destacando o talento do intérprete e a boa construção do roteiro. É bem mais interessante não poder classificar um tipo como vilão ou mocinho. Mas o texto não é sobre Romero (Alexandre Nero), da recém-terminada "A Regra do Jogo". E, sim, sobre a similaridade de dois papéis ambíguos fascinantes, presentes em duas novelas das sete ótimas: a Amora Campana, de "Sangue Bom", e a Carolina Castilho, de "Totalmente Demais".


A personagem da excelente novela escrita por Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, em 2013, era uma it-girl arrogante, que teve uma infância difícil até ser adotada pela esnobe Bárbara Ellen (Giulia Gam). Amora Campana (Sophie Charlotte) acabou 'moldada' pela mãe e virou uma mulher influente no mundo da moda, aparentemente forte, e que não media as consequências para alcançar seus objetivos, passando por cima de qualquer um. Sua grande fragilidade era seu imenso amor, desde criança, por Bento (Marco Pigossi), um sujeito que era exatamente o seu oposto ---- humilde e avesso à fama.

Já Carolina Castilho (Juliana Paes) é de origem pobre e nasceu no subúrbio. Mas, foi crescendo até virar a editora da redação da revista "Totalmente Demais", uma das mais influentes do mercado. Se transformou em uma mulher refinada e poderosa, que trata seus funcionários com extrema rigidez e transborda arrogância por onde passa.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Nova fase de "Velho Chico" enfrenta crise de identidade e ritmo arrastado

A segunda fase de "Velho Chico" começou a ser exibida no dia 11 de abril, após 24 capítulos ---- que primaram pela entrega do elenco, belas imagens e cenas emocionantes  ---- da primeira fase. E a sensação é uma só: a novela mudou radicalmente. Começando pelas atuações e indo para o contexto do enredo, o conjunto do folhetim de Benedito Ruy Barbosa ---- escrito por Bruno Luperi e Edmara Barbosa ---- está reiniciando praticamente do zero, após uma passagem de tempo de 28 anos. Apesar das tentativas, fica difícil observar uma continuidade na maioria das situações.


E por incrível que pareça, o grau de fantasia aumentou na mesma proporção que o grau de realismo. Isso porque as mazelas que envolvem o Rio São Francisco e todas as famílias da região começaram a ser retratadas, enquanto todas as consequências da passagem dos anos vêm se mostrando fantasiosas demais. É a primeira vez que há um choque maior entre o enredo do autor e a direção de Luiz Fernando Carvalho. Há uma certa incompatibilidade que pode ser observada ao longo dos capítulos, o que não ocorria na primeira fase ---- afinal, era ambientada nos anos 60, 70 e 80, épocas propícias para a exploração do lado lúdico do diretor.

Agora, teoricamente, a trama é ambientada em 2016. Porém, fica claro que, apesar de ter seguido uma cronologia até então, "Velho Chico" mergulhou em um universo paralelo atemporal, onde os anos se passaram, mas as únicas coisas que mudaram foram os personagens, claramente afetados pelo tempo. Os carros são antigos e o figurino é híbrido, onde há uma espécie de mistura das vestimentas das três décadas passadas.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Sérgio Guizé e Eliane Giardini emocionam na cena mais aguardada de "Êta Mundo Bom!"

"Êta Mundo Bom!" tem sido um grande fenômeno de audiência. Após o imenso sucesso de "Verdades Secretas" no ano passado, Walcyr Carrasco emplaca mais um grande êxito em sua carreira com a atual novela das seis. A trama tem quebrado recordes, conseguindo números impressionantes que nem os mais otimistas previam. E a história do autor tem muitos méritos para tal. Tanto que o público foi presenteado na última terça (13/04) com uma linda cena, onde Sérgio Guizé e Eliane Giardini brilharam absolutos.


Era justamente a sequência mais aguardada do folhetim: o encontro de mãe e filho. A dura saga de Candinho em busca de sua mãe, e de Anastácia procurando seu filho, começou a ser contada logo na estreia da produção. Era, inclusive, o eixo central do enredo. Tanto que, seguindo a lógica do desenvolvimento de uma novela longa (essa só termina em setembro), a esperada revelação só deveria acontecer lá para o meio da história. Porém, Walcyr mostrou que não está disposto a enrolar o telespectador e fez questão de presentear o público com o tocante momento bem antes da metade da sua novela. 

A cena fez jus à expectativa e a emoção foi a grande protagonista daquele instante tão delicado. Candinho e Anastácia já haviam se encontrado algumas vezes na igreja, onde trocavam rápidas palavras. E a sintonia entre os dois sempre esteve presente. Não só entre os personagens, como entre os atores também.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Volta de Sofia insere clima de tensão e movimenta "Totalmente Demais"

A atual novela das sete é um dos maiores acertos da Globo na faixa dos últimos anos. A estreia de Rosane Svartman e Paulo Halm como novelistas ---- após duas temporadas de sucesso de "Malhação" ("Intensa" - 2012 e "Sonhos" - 2014, que não deixam de ser novelas adolescentes) ---- não poderia ter sido melhor. O delicioso folhetim é um verdadeiro fenômeno de audiência. E os autores estão provando que têm muitas cartas na manga para continuar prendendo o telespectador diante da tevê. A volta da Sofia (Priscila Steinman) é uma das provas disso.


A novela chegou a sofrer algumas injustas críticas a respeito da 'dependência' do concurso da Garota Totalmente Demais. Porém, o enredo da novela nunca foi refém da competição, com exceção da trajetória da mocinha Eliza (Marina Ruy Barbosa), que obviamente era toda voltada para o tema. O concurso era apenas um bom pano de fundo para todos os desdobramentos. A comprovação foi a nova virada da produção com o retorno da filha de Germano (Humberto Martins) e Lili (Vivianne Pasmanter).

A personagem, sempre citada na história e sendo a 'responsável' pelos grandes problemas emocionais da família, forjou sua própria morte, enganando a todos. A menina sempre teve uma vida dupla e passou a vida enganando os pais. Seu grande prazer era a adrenalina do perigo, que fazia questão de passar ao furtar lojas mesmo sem qualquer necessidade financeira.

terça-feira, 12 de abril de 2016

"Liberdade, Liberdade" estreia com capricho, dados históricos e trama forte

"Liberdade. Liberdade que todos desejam, mas que pelo tão poucos lutam. Amor à liberdade que nos faz cruzar limites e pagar todos os preços por ela. Uns têm a liberdade no sonho, outros têm a liberdade no sangue." Baseada nessa premissa, divulgada no primeiro teaser da nova produção, estreou, nesta segunda (11/ 04), "Liberdade, Liberdade", nova novela das onze, escrita por Mário Teixeira e dirigida por Vinícius Coimbra, mesmo diretor da primorosa minissérie "Ligações Perigosas", exibida em janeiro deste ano.


O folhetim foi ideia da autora Márcia Prates --- antes era colaboradora de várias produções e estrearia seu primeiro trabalho solo ---, que começou a desenvolver seu projeto com aprovação da emissora, até o surgimento de vários problemas em torno do texto e das situações históricas. Houve até a entrada de Euclydes Marinho como supervisor, que logo foi desligado, 'cedendo' lugar para Glória Perez, que também não durou muito na função. Após esse conjunto de contratempos, uma atitude mais drástica foi tomada: a responsável pelo enredo, então, acabou retirada do projeto, que passou para as mãos de Mário Teixeira. Ou seja, a elaboração desse folhetim foi bastante complicada.

Mas, após a exibição do caprichado primeiro capítulo, ficou evidente que os problemas ficaram apenas por trás das câmeras e já estão no passado. Baseada no livro "Joaquina, Filha do Tiradentes", da autora Maria José de Queiroz (lançado em 1987), a novela retrata inicialmente um Brasil do século XVIII e a saga de uma personagem bem desconhecida dos historiadores, mas que foi herdeira do mártir da Inconfidência Mineira, uma das figuras mais conhecidas e representativas do país.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Direção primorosa, linda fotografia e entrega do elenco marcaram a primeira fase de "Velho Chico"

A primeira fase de "Velho Chico" chegou ao fim no último sábado (09/04), com a rápida continuação do casamento de Tereza (Júlia Dalavia) e Carlos Eduardo (Rafael Vitti). Depois do desfecho dessa cena, foi exibido o desespero de Santo (Renato Góes) e um compacto com várias cenas sendo reprisadas. O capítulo, aliás, foi quase um "Vale a Pena Ver de Novo", onde os flashbacks reinaram. Não havia mais o que mostrar e optaram por uma espécie de retrospectiva. Mas, apesar desse encerramento decepcionante, a primeira etapa da novela foi marcada pela direção primorosa, belíssima fotografia e grandes atuações.


Foram 24 capítulos e três passagens de tempo. A primeira fase foi focada principalmente em duas sagas amorosas, que sofreram diferentes tipos de empecilhos. O romance de Afrânio (Rodrigo Santoro) e Iolanda (Carol Castro) foi abruptamente interrompido por causa da morte do pai do rapaz, o poderoso coronel Jacinto (Tarcísio Meira), fazendo o bom vivant voltar para sua terra (Grotas de São Francisco) e assumir o lugar do homem mais temido da região. Já a história de amor de Tereza e Santo (Renato Góes) foi justamente destruída por Afrânio, pai da garota, que era inimigo mortal dos familiares e amigos do mocinho. Conflitos amorosos dentro da mesma família.

O Rio São Francisco, que sempre foi classificado como o grande pano de fundo do enredo (vide o próprio título do folhetim), não teve muita importância. Serviu apenas como cenário para a primeira transa de Santo e Tereza, em um clipe lindíssimo repleto de belas imagens. Ao que tudo indica, na segunda fase o rio terá sua importância aumentada e servirá como base para muitos conflitos.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

"Tá no Ar: a TV na TV" se supera ao homenagear Carlos Alberto de Nóbrega

A terceira temporada do "Tá no Ar: a TV na TV" chegou ao fim na última terça (05/04), mesmo dia da final do "Big Brother Brasil 16". E o melhor humorístico do país mais uma vez apresentou uma sucessão de esquetes geniais, conseguindo fechar o terceiro ano com bastante fôlego para várias outras temporadas. O programa roteirizado por Marcius Melhem, Maurício Farias, Marcelo Adnet e equipe ainda se superou ao homenagear Carlos Alberto de Nóbrega, em uma esquete relembrando o sucesso da Velha Surda.


A atração fez história homenageando um dos formatos mais antigos do SBT ---- está no ar há 29 anos na emissora, desde que Silvio Santos comprou a produção em 1987 (antes já havia passado pela TV Paulista, TV Rio, Record, Band e Globo) ---- e celebrando a importância de uma figura tão querida pelos brasileiros. Foi uma das muitas ótimas ideias da produção do humorístico, que tem liberdade total para fazer o que quiser. Tanto que a Globo liberou o convite e o SBT concordou, expondo ainda um gesto de amizade e respeito entre os canais.

O quadro foi impagável. Marcius Melhem interpretou a Velha Surda com uma perfeição impressionante e por vários momentos houve a impressão de volta no tempo. A icônica personagem foi vivida com maestria pelo saudoso Roni Rios (falecido em 2001) e era uma das figuras mais conhecidas da praça. Ele com certeza ficaria orgulhoso do colega.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

"Pé na Cova" mesclou humor negro e melancolia com eficiência

A série de Miguel Falabella ---- escrita em parceria com Artur Xexéo, Antônia Pellegrino, Flávio Marinho, Alessandra Poggi e Luís Carlos Góes, dirigida por Cininha de Paula ---- estreou em janeiro de 2013. A produção provocou um estranhamento inicial pela quantidade de tipos caricatos e ausência de um enredo que despertasse atenção. No entanto, essa primeira impressão durou pouco. Com o tempo, foi ficando claro que o maior atrativo era justamente aquela turma nada normal, além do texto repleto de boas tiradas e muito humor negro.


A excêntrica família do subúrbio era composta por várias figuras tragicômicas e o pano de fundo da história não poderia ter sido mais apropriado: uma funerária, a "F.U.I" (Funerária Unidos do Irajá). Ruço (Miguel Falabella) herdou o negócio do pai e passou por muitos perrengues para se sustentar. Sua ex-esposa --- que na verdade sempre foi atual ---, Darlene (Marília Pêra), era a maquiadora dos defuntos, enquanto uma das melhores amigas da família (a esquizofrênica Luz Divina - Eliana Rocha) exercia a função de carpideira.

Os três sempre foram os grandes destaques da série. Os personagens eram os melhores e mais ricos, além de mais engraçados. Ruço vivia proferindo ensinamentos que achava ser de Shakespeare e costumava rir da própria desgraça. Darlene era uma alcoólatra que não largava o copo de gim e ainda vivia com seu cigarrinho na boca.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

"Liberdade, Liberdade": o que esperar da próxima novela das onze?

Após o fenômeno "Verdades Secretas", em 2015, a Globo resolveu adotar de vez o esquema de novelas inéditas na faixa das onze. Se antes era apenas uma tentativa de sair da linha de remakes (foram quatro), havendo possibilidade de retorno a qualquer momento, agora é uma realidade. Claro que a possibilidade de adaptações continua existindo, porém, foi observado que é bem mais vantajoso apostar em obras inéditas em um horário onde é permitido maiores ousadias. Assim, a emissora passará a exibir a partir do dia 11 de abril "Liberdade, Liberdade", trama de época que contará a vida da filha de Tiradentes --- cujo clipe pode ser visto aqui .


Baseada no argumento de Márcia Prates e inspirada no livro "Joaquina, Filha do Tiradentes" --- da autora Maria José de Queiroz, lançado em 1987 ---, a trama retratará o Brasil do século XVIII, capitania de Minas Gerais, Vila Rica. O enredo começará no período da Inconfidência Mineira e se desenvolverá na época em que a família real portuguesa vem para a colônia, nas Américas. Será uma verdadeira 'aula' de história, com direito a muitas situações folhetinescas, obviamente. Ou seja, o horário das onze terá novamente uma novela de época ---- a primeira foi o remake de "Gabriela", em 2012.

Porém, ao contrário da maioria das tramas desse período, o foco não será o Tiradentes, figura que marcou a luta pela independência do Brasil. O foco será justamente a sua filha, cuja história ainda não é muito conhecida. Aliás, muitos nem sabem que um dos homens mais representativos do país teve uma herdeira.

terça-feira, 5 de abril de 2016

"Big Brother Brasil 16" reuniu tudo o que agrada em um reality: ótimos participantes, alianças, embates, rivalidades e jogo

A décima sexta edição do "Big Brother Brasil" estreou no dia 19 de janeiro e chegou ao fim nesta terça, dia 5 de abril. Após algumas edições que deixaram bastante a desejar (vide as duas anteriores, por exemplo), pode-se constatar que o reality voltou aos bons tempos e conseguiu uma ótima repercussão, movimentação na internet e de quebra um ótimo retorno nos números de audiência. A boa seleção de participantes fez toda a diferença e deixou a atração bem atrativa, com direito a empolgantes rivalidades.


O fato de Pedro Bial pela primeira vez ter participado ativamente das seleções foi bem proveitoso, até porque o apresentador, que comanda o programa há 15 anos com extrema competência, sabe mais do que ninguém os tipos que podem ou não render na edição. Mais até do que a própria produção. E os participantes foram bem escolhidos, despertando paixões e ódios no público. A variação nas idades dos candidatos --- as mais jovens tinham 19 anos e as mais velhas 63 e 64 --- também foi muito benéfica para o aumento de conflitos, além de servir para expor uma boa diferença de perfis.

E não foi nem necessário a produção estimular conflitos, uma vez que os mesmos foram sendo criados 'naturalmente'. Entretanto, o estopim foi graças ao primeiro desafio, muito bem elaborado pela equipe do reality, que criou pela primeira vez uma liderança quádrupla.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Perfil mais dramático de "Totalmente Demais", Lili faz jus ao talento de Vivianne Pasmanter

Há tempos que Vivianne Pasmanter não ganhava um papel à sua altura na televisão. A última que teve o destaque merecido foi a Maria João, em "Uga Uga" (2000). Depois dessa personagem, a atriz ganhou perfis que não aconteceram ou que ficaram devendo muito. Não por culpa dela e, sim, por causa dos autores, que não souberam conduzir suas criações a contento. A intérprete sempre convence quando está em cena e foi assim ao longo dos seus trabalhos (sendo eles bons ou não). Mas, após um longo período sem um tipo desafiador, ela ganhou a Lili, de "Totalmente Demais".


A personagem, escrita por Rosane Svartman e Paulo Halm, é a mais sofrida da novela das sete e desde o primeiro capítulo ficou perceptível o quanto que aquela mulher sangrava por dentro. A empresária, dona da Bastille, nunca superou a 'morte' trágica da filha e precisou enfrentar um desgaste no seu casamento após tanta tristeza. Mesmo amando Germano (Humberto Martins), deu um basta em seu casamento assim que descobriu o antigo caso que o marido teve com a babá da família, anos atrás. 

Para culminar, acabou se envolvendo com o ex-genro, Rafael (Daniel Rocha), que namorava a sua filha, 'morta' em um acidente. Seu relacionamento com o filho Fabinho (Daniel Blanco) também passou por muitas provações, até eles finalmente se entenderem.

sábado, 2 de abril de 2016

"Amor & Sexo" cumpriu sua missão e foi bom para todo mundo

Foram nove temporadas de muito amor e sexo. O programa comandado por Fernanda Lima, ao que tudo indica (pois já teve alguns encerramentos anunciados antes), chegou ao fim neste sábado, dia 2 de abril ---- todos os temas já foram explorados, segundo a apresentadora, e não há mais como continuar. A nona temporada estreou no dia 23 de janeiro e ocupou a vaga do novo "Zorra", que entrou de férias. Foi a primeira vez que o "Amor & Sexo" foi para os sábados, em um horário mais cedo. Mas a essência da atração em nada mudou e novamente cumpriu sua missão com louvor: informar, divertir e levantar temas considerados tabus.


Otaviano Costa, Regina Navarro Lins, Xico Sá, José Loreto e Mariana Santos novamente fizeram toda a diferença na bancada, comentando todos os assuntos tratados com muita descontração e brincadeiras. A atração ainda contou com algumas participações, como André Marques, Paolla Oliveira, Dani Calabresa, João Gordo, Cláudia Ohana, Flávia Alessandra, entre outros. Mas o casal que mais se destacou foi o formado por Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. Isso porque a repórter do "Vídeo Show" falou sobre uma atriz de quem teria ciúmes, fazendo até o marido desistir de uma novela por conta do 'fato'. O assunto rendeu.

Os temas importantes continuaram servindo para o desenrolar dos programas, levantando debates relevantes, ainda que em uma clima descontraído. A forma de se vestir foi explorada, levantando as conhecidas questões em relação ao direito que a mulher tem sobre o seu corpo, assim como a questão em torno do ciúme que as vestimentas podem provocar nos parceiros.