sexta-feira, 28 de abril de 2017

Valeu muito a pena rever "Torre de Babel" no Viva

O Viva vem reprisando "Torre de Babel" desde 10 de outubro de 2016 e a trama está em plena reta final. A problemática novela de Silvio de Abreu obteve ótimos índices de audiência no canal a cabo, comprovando que a produção deixou uma boa memória no público. E esse resultado acaba refletindo a qualidade da bem estruturada história do autor, que conseguiu reverter a rejeição inicial dos telespectadores em 1998, transformando a obra em um grande sucesso, com direito a várias cenas marcantes.


A reprise expõe bem todas as modificações que o enredo sofreu ao longo dos meses, mas também mostra a habilidade que Silvio teve para mexer em tudo sem descaracterizar os personagens e a sua história. Inicialmente, a produção foi voltada exclusivamente para a vingança de Clementino, o papel mais complexo e desafiador da carreira de Tony Ramos. O protagonista assassinou a esposa com golpes de pá, foi preso por 20 anos, e saiu da cadeia disposto e destruir a vida do poderoso César (Tarcísio Meira), que testemunhou o assassinato, sendo o maior 'responsável' pela sua condenação.

A explosão do Tropical Tower Shopping foi a sequência mais marcante da novela e entrou para a história da teledramaturgia, até porque os efeitos especiais ficaram primorosos, principalmente considerando toda a infraestrutura de um produto da década de 90.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

"Lady Night" explora o melhor de Tatá Werneck

No dia 10 de abril estreou o "Lady Night", novo programa de entrevistas do Multishow. Na verdade, mais um talk-show em meio a vários que se proliferam na tv aberta e fechada. Mas o maior diferencial desse formato é justamente a apresentadora. Tatá Werneck é conhecida pela facilidade que tem em improvisar e nada mais justo que ser a primeira mulher a comandar um produto desse tipo em um canal a cabo ---- uma vez que Luciana Gimenez tem um talk-show na Rede TV! desde 2012 ("Luciana By Night") e Marília Gabriela nunca teve plateia ao longo dos 20 anos do "Marília Gabriela Entrevista" no GNT.


Vale ressaltar, entretanto, que a  própria Tatá teve um programa seu no mesmo Multishow chamado de "O Estranho Show de Renatinho" em 2016 ("Renatinho", por sinal, é o nome de sua banda). Mas era um formato mais parecido com os da extinta MTV, onde a humorista brilhava com seus trotes, imitações e brincadeiras. O "Lady Night" é um claro talk-show mesclado com alguns momentos de descontração da apresentadora, que protagoniza rápidos quadros com seus convidados durante as entrevistas e ainda conta com participações esporádicas dos comediantes Marco Gonçalves, Felipe Gracinco e Daniel Furlan ---- além deles, Grace Gianoukas (com quem a atriz fez uma ótima dupla em "Haja Coração") e o próprio pai de Tatá marcam presença.

Não há maiores novidades no formato. É um talk-show como outro qualquer, mas tem uma duração menor que vários similares (cerca de 40 minutos), deixando um gostinho de quero mais sempre que acaba. E Tatá é o maior trunfo do programa, como tem que ser em qualquer bom produto do gênero.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Com ótimas participações, show de Gui Santiago arrepia em "Rock Story"

No capítulo desta quarta-feira (26/04), "Rock Story" apresentou um de seus melhores capítulos. Isso porque a novela de Maria Helena Nascimento mergulhou de cabeça na sua essência: o rock. Pela primeira vez, o folhetim dedicou quase 15 minutos (que é bastante em se tratando de números musicais) a um show que marcou a volta de Gui Santiago (Vladimir Brichta) ao estrelato. O protagonista finalmente deixou a maré de azar de lado e conseguiu alcançar o sucesso novamente através de uma arrepiante superprodução.


Maria de Médicis e Dennis Carvalho merecem elogios pela realização desse show que pareceu real. Aliás, poderia até acontecer mesmo. Tony Belloto, Paula Toller e Paulo Ricardo fizeram participações especialíssimas e empolgaram junto de Vladimir Brichta. Os quatro cantaram o clássico "Será", da Legião Urbana, na íntegra e o clima de nostalgia foi inevitável. A apresentação arrepiou e fez valer a pena todo o trabalho que com certeza deve ter dado aos produtores da novela. Mas não foi só isso, pois a 4.4 também se destacou.

Zac (Nicollas Prates), JF (Maicon Rodrigues), Nicolau (Danilo Mesquita), Tom (João Vitor Silva) e Jaílson (Enzo Romani) arrepiaram quando cantaram "Do Seu Lado", sucesso de Nando Reis e Jota Quest, se apresentando pela primeira vez com cinco integrantes, uma vez que Nicolau conseguiu voltar para a banda temporariamente, enquanto se trata do câncer. E parece uma banda profissional, por mais que seja parte de uma mera ficção.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Triângulo central de "Novo Mundo" é praticamente igual ao de "Liberdade, Liberdade"

Que a atual novela das seis é um primor todo mundo já sabe. A trama escrita pelos talentosos Alessandro Marson e Thereza Falcão (a primeira deles como autores principais) tem esbanjado capricho e apresentado um delicioso contexto histórico servindo de pano de fundo para o clássico folhetim. A audiência, por sinal, vem correspondendo ao bom conjunto exibido. Entretanto, o triângulo amoroso principal de "Novo Mundo" vem causando um incômodo pela quantidade de semelhanças com "Liberdade, Liberdade", novela das onze exibida ano passado.


A destemida Anna Milman é professora de português da princesa Leopoldina (Letícia Colin) e se apaixonou perdidamente pelo aventureiro Joaquim (Chay Suede), sendo correspondida. Os dois têm o mesmo ideal de justiça e estão à frente do tempo. Mas a mocinha acabou despertando o interesse do ganancioso Thomas (Gabriel Braga Nunes), oficial da marinha inglesa que se transforma em homem de confiança da família Real portuguesa, escondendo seu verdadeiro intuito de impedir que o Brasil se torne independente, dando um golpe em todos.

Na semana passada, o poderoso homem conseguiu separar o casal graças a Elvira (Ingrid Guimarães), 'esposa' trambiqueira de Joaquim que foi atrás do 'marido', provocando um choque em Anna, que terminou tudo com o amado após saber do passado do rapaz, acreditando que ele tem um filho com a mulher.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

"Vade Retro" tem ótimo elenco, texto afiado e boa proposta

Estreou nesta quinta (20/04), na faixa antes ocupada pela fraca "Chapa Quente", na Globo, a nova série de Alexandre Machado e Fernanda Young. "Vade Retro" é a nova aposta da dupla de roteiristas, conhecidos pelas ótimas "Os Normais" (2001/2003), "Os Aspones" (2004), "Minha Nada Mole Vida"(2006), "Separação?!" (2010), "Macho Man" (2011) e "Como Aproveitar o Fim do Mundo"(2012). Vale lembrar, entretanto, que a última experiência do casal na emissora foi traumática, pois "O Dentista Mascarado"(2013) foi um imenso fracasso e massacrada pela crítica. A missão agora é justamente esquecer esse fiasco e voltar aos bons tempos.


E vale lembrar ainda que os autores tiveram duas experiências muito bem-sucedidas no canal a cabo GNT. Eles emplacaram duas temporadas da divertida "Surtadas na Yoga" (2013/2014) e uma da irônica "Odeio Segundas" (2015) ----- cuja segunda temporada já foi encomendada para ano que vem. De volta à televisão aberta, após quatro anos afastados, a nova produção deles na Globo é dirigida pelo competente Mauro Mendonça Filho e conta com um elenco repleto de talentos. Foi por causa dessa série, aliás, que Monica Iozzi saiu da bancada do "Vídeo Show" (onde fazia um imenso sucesso como apresentadora) para se firmar de vez na sua carreira de atriz. Ela protagoniza a trama ao lado do grande Tony Ramos.

A história retrata a clássica luta do bem contra o mal, explorando essa dualidade através da insegura advogada Celeste (Monica Iozzi) e do poderoso empresário Abel Zebu (Tony Ramos). Ela é uma profissional fracassada, que mora com a mãe (Leda - Cecília Homem de Mello) e sofre com a ausência de clientes. Seu grande 'feito' na vida foi ter sido beijada pelo Papa João Paulo II quando o pontífice veio ao Brasil.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

"Viva a Diferença": o que esperar da próxima temporada de "Malhação"?

"Malhação - Pro Dia Nascer Feliz" não deixará saudades. Após um começo promissor, Emanuel Jacobina repetiu todos os seus erros de "Malhação - Seu Lugar No Mundo". Após duas temporadas seguidas com o mesmo autor, o seriado adolescente contará agora com um 'estreante' na Globo: o competente Cao Hamburger. Responsável por sucessos como "Castelo Rá-Tim-Bum" (1994), "Disney Club" (1997), "Um Menino muito Maluquinho" (2006), "Que Monstro te Mordeu?" (2014), entre outros, o escritor agora se aventurará na produção dramatúrgica mais longeva da emissora.


Experiente em lidar com o público jovem, o autor preparou um enredo bastante convidativo em torno da amizade de cinco meninas completamente diferentes uma da outra. Isso porque pela primeira vez o seriado adolescente não contará com um casal protagonista. Serão cinco mulheres norteando a trama. Outra novidade é a ambientação. Após 24 temporadas tendo o Rio de Janeiro como cenário, agora é São Paulo a cidade selecionada como pano de fundo para os conflitos adolescentes. As zonas leste e sul de SP foram as escolhidas.

Entretanto, haverá uma similaridade com a fraca "Malhação - seu lugar no mundo": a presença de dois colégios, um particular e outro público. Resta torcer para que agora os dramas sejam abordados com competência, explorando bem as diferenças de ensino e da própria vida dos alunos, uma vez que Jacobina falhou totalmente na missão.

terça-feira, 18 de abril de 2017

"Os Dias Eram Assim" tem estreia despretensiosa e promissora

"O que a história separou só o amor pode unir de novo". A nova novela das onze, agora chamada de "supersérie", representa bem a frase dita no teaser da produção: um amor entre dois jovens sendo atingido o tempo todo por um doloroso contexto histórico. "Os Dias Eram Assim" estreou nesta segunda-feira (17/04) com um capítulo despretensioso e que retratou muito bem (em apenas 40 minutos) tudo o que o enredo irá abordar ao longo dos próximos meses. Um romance clássico norteia o roteiro, cujo foco é a Ditadura Militar e todos os processos enfrentados pelo Brasil nas décadas de 70, 80 e 90. Ficção e a realidade que muitos viveram sendo mesclados.


Prevista inicialmente para ser um folhetim das seis, a produção foi transferida para o horário das onze e acabou beneficiada, pois a faixa permite uma exploração bem maior em torno das torturas, crimes e momentos mais fortes envolvendo o regime militar. Angela Chaves e Alessandra Poggi estreiam a primeira novela delas como autoras principais, após anos trabalhando como colaboradoras. A Globo vem investindo cada vez mais em escritores novos e a atitude é mais do que válida. A exibição do primeiro capítulo (disponível uma semana antes pelo aplicativo Globo Play) mostrou um enredo bem estruturado e dramas bastante convidativos.

A trama começou exibindo imagens reais de manifestações a favor da constituição, dos militares revistando pessoas nas ruas e capas de jornal a respeito do "AI-5" (o Ato Institucional mais duro do governo militar), do anúncio dos Gorilas de um golpe contra Jango, entre outras matérias. E toda essa compilação era embalada pela marcante música "Deus Lhe Pague", cantada pela saudosa Elis Regina.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Tiago Leifert terá que melhorar muito no "BBB 18"

A décima sétima edição do "Big Brother Brasil" chegou ao fim na última quinta-feira (13/04), saindo de cena como a pior da história do reality. A vitória da mimada e egoísta Emilly era previsível e acabou fazendo jus ao conjunto deplorável que foi a temporada, após meses de edições tendenciosas, elenco fraco e ausência de situações atrativas, culminando ainda em uma expulsão tardia. Infelizmente, um dos muitos erros do "BBB 17" foi justamente o comando de Tiago Leifert, que teve a dura missão de substituir  Pedro Bial, que apresentou o formato por 16 anos.


O novo apresentador foi escolhido em virtude do seu incontestável carisma e do seu bom desempenho no "The Voice Brasil" e "The Voice Kids". Realmente, analisando as opções disponíveis para a Globo, ele era mesmo a melhor escolha. E ainda é, apesar de tudo. Tem boa desenvoltura diante das câmeras e sabe conversar com o telespectador. Não por acaso virou o maior destaque do jornalismo esportivo da emissora na época que comandava o "Globo Esporte" de São Paulo,  se tornando ainda uma das figuras centrais durante a Copa do Mundo. Entretanto, seu desempenho no "BBB" foi muito questionável e inconstante.

Seu início foi decepcionante. Desanimado e apático, Tiago parecia pouco à vontade no lugar que Bial ocupou por tantos anos e muitas vezes passou a impressão de estar ali por pura obrigação. Mas, ao longo das semanas (e provavelmente após cobranças da direção para se soltar mais), o apresentador foi ficando mais seguro na função e encontrou o tom. Começou a brincar mais com os participantes e demonstrou estar a par de tudo o que estava ocorrendo na casa.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

"Os Dias Eram Assim": o que esperar da próxima novela das onze?

A Globo resolveu chamar as suas novelas das 23h de "supersérie". A razão é desconhecida, mas parece que nada mais é do que uma simples vergonha em assumir o gênero folhetim em mais uma faixa. A questão é que perceberam isso um pouco tarde, após seis novelas já terem sido exibidas ----- "O Astro", "Gabriela", "Saramandaia", "O Rebu", "Verdades Secretas" e "Liberdade, Liberdade". Até porque essa trama terá cerca de 90 capítulos, sendo mais do que os enredos anteriores (que tiveram por volta de 60). Ou seja, essa súbita alteração classificatória soa ridícula. Mas, deixando isso de lado, a nova produção vem apresentando chamadas convidativas e teve um clipe animador (que pode ser conferido aqui).


Com o título de "Os Dias Eram Assim", a novela das estreantes Angela Chaves e Alessandra Poggi foi escolhida às pressas para substituir "Jogo da Vida", folhetim de Lícia Manzo que iria ao ar este ano e acabou transformado em minissérie, adiado para 2018. A trama das autoras novatas --- que já trabalharam como colaboradoras de Manoel Carlos, Gilberto Braga, entre outros ----, dirigida por Carlos Araújo, terá a Ditadura Militar como pano de fundo e aproveitará o horário mais permissivo para cenas fortes para explorar toda essa fase tenebrosa do país. Mas, obviamente, terá uma linda história de amor norteando o roteiro, utilizando as diferentes ideologias políticas como foco de conflito. Vale lembrar de produções icônicas que conseguiram mergulhar no tema e contar uma bela trama, como "Anos Rebeldes" (1992), por exemplo, e até mesmo a primeira fase de "Senhora do Destino" (2004).

A trama começa no dia 21 de junho de 1970, dia da final da Copa do Mundo, com o Brasil terminando o torneio tricampeão. É no cenário de euforia das pessoas nas ruas que Renato (Renato Góes) e Alice (Sophie Charlotte) se conhecem, iniciando uma história de amor que atravessará duas décadas, cruzando com eventos históricos importantes do país --- da repressão às diretas.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Marcos, valores invertidos, expulsão e a irresponsabilidade da produção do "BBB 17"

Que a décima sétima edição do "Big Brother Brasil" é a pior da história do programa, é um fato consumado. Já foram listadas várias razões para confirmar isso. Mas agora essa edição conseguiu ficar ainda mais vergonhosa. Tudo porque Marcos, um dos participantes mais protegidos da produção junto com Emilly, foi flagrado em mais um completo descontrole, intimidando Ieda e acuando a sua 'namorada' de uma forma assustadora. Isso depois da mesma Emilly ter mostrado para Ieda seu braço roxo, alegando que ele a tinha beliscado várias vezes por ciúmes de um integrante de uma banda que foi fazer show na casa.


É assustador constatar o fanatismo das torcidas e como a produção desse "BBB" foi omissa em vários aspectos. Criaram dois monstros através de edições tendenciosas e agora perderam o controle. Depois das imagens aterrorizantes que o público foi obrigado a ver (e quem tem Pay-Per-View já havia visto), Tiago Leifert simplesmente disse que a equipe estava "alerta" e "preocupada". Para culminar, avisou que o que aconteceu na casa acontece muito na vida real, mas sem câmeras. Tudo bem, mas e daí? A diferença é que dessa vez o Brasil foi testemunha de uma intimidação, que culminou em agressão, principalmente quando Marcos enfiou o dedo na cara da Emilly (literalmente) e na hora que a imobilizou no chão, impedindo que ela o afastasse. Deu nojo.

O pior é que ele já havia repetido esse comportamento com ela semana passada, no quarto do líder. E também já acuou Ieda várias vezes, esbanjando agressividade. Conseguiu desrespeitar todas as mulheres que haviam restado na casa nessa reta final, incluindo ainda Vivian e Marinalva.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Os vencedores da 59ª edição do ultrapassado "Troféu Imprensa"

Foi ao ar na noite deste domingo (09/04), a quinquagésima nona edição do "Troféu Imprensa". Comandada por Silvio Santos, a premiação contou com Márcia Piovesan (Revista "Tititi"), Sônia Abrão ("A Tarde é Sua" - Rede TV!), Nelson Rubens ("TV Fama" - Rede TV!), Flávio Ricco (Portal Uol e Diário de São Paulo), Ricardo Feltrin (Portal Uol), Ligia Mesquita (Folha de São Paulo), Marcelo Bartolomei (Revista Caras e Contigo) e duas novidades: o blogueiro Hugo Gloss e Jorge Luiz Brasil, da Revista Minha Novela. Como ocorre em todos os anos, várias injustiças foram cometidas na seleção dos finalistas de cada categoria, resultando em algumas vitórias questionáveis, embora alguns vencedores tenham sido merecedores.


O maior absurdo segue sendo a escolha dos três finalistas para o juri selecionar o vencedor. Todos são definidos por votação popular (170 mil pessoas votaram pelo site do SBT e pelo Portal MSN) e isso resulta em situações inacreditáveis, como Bruno Gagliasso e Malvino Salvador concorrerem como Melhor Ator, por exemplo, ao lado do ótimo Sérgio Guizé, que deu show como Candinho em "Êta Mundo Bom!". Bruno é talentoso, mas seu mocinho em "Sol Nascente" foi totalmente insosso. Já Malvino Salvador nem deveria estar ali. Ao menos venceu merecidamente o Sérgio, incluindo o Troféu Internet. O esquecimento de nomes como Marco Nanini ("Êta Mundo Bom!"), Mateus Solano, Marco Ricca (ambos por "Liberdade, Liberdade") e o saudoso Domingos Montagner ("Velho Chico") foi surreal.

O próprio sistema de votação do juri também continua injusto, pois só cinco são escolhidos aleatoriamente em cada categoria. Ou seja, não são todos que votam em cada rodada. Se a questão é o tempo, bastaria selecionar os votos com comentários e os sem. Simples assim. Mas, infelizmente, esse tipo de reclamação é algo recorrente e nunca mudarão.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Nathalia Dill convence na pele das gêmeas Júlia e Lorena em "Rock Story"

Interpretar gêmeos não é uma tarefa fácil, ainda que a presença de irmãos idênticos tenha virado um clichê folhetinesco. Já foram vários ao longo de mais de cinquenta anos de novelas. Tony Ramos em "Baila Comigo", Eva Wilma na primeira versão  de "Mulheres de Areia", Glória Pires no remake de "Mulheres de Areia", Reynaldo Gianecchini em "Da Cor do Pecado", Murilo Benício em "O Clone", Alessandra Negrini em "Paraíso Tropical", Mateus Solano em "Viver a Vida", Cauã Reymond em "Dois Irmãos", enfim, vários atores já viveram essa experiência na teledramaturgia e todos se saíram muito bem. A missão agora é de Nathalia Dill, que entrou para esse seleto time e está totalmente à vontade em "Rock Story".


Na pele das gêmeas Júlia e Lorena, a atriz está podendo expor a sua versatilidade diariamente, convencendo tanto na pele da gêmea boa quanto no corpo da gêmea má. São dois perfis bem diferentes, embora iguais fisicamente, fazendo jus aos outros exemplos já abordados nas novelas. Afinal, qual a graça em ter gêmeos iguais em tudo? Nenhuma. A não ser que eles nem se conheçam, como foi o caso de "Baila Comigo", em um ótimo recurso de Manoel Carlos, que também explorou com competência as nuances de Jorge e Miguel em "Viver a Vida", evitando qualquer traço de vilania em um e excesso de bondade em outro. Mas a autora Maria Helena Nascimento optou pelo clichê mesmo.

E vem acertando na condução até agora. Seu grande erro foi ter demorado tanto em trazer Lorena para o Brasil. A vilã ficou cinco meses fora do país (desde que a novela estreou, em novembro de 2016), aparecendo apenas para falar com Júlia pelo computador ou telefone. O recurso cansou e a enrolação ficou evidente.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

"BBB 17" é a pior edição da história do "Big Brother Brasil"

A décima sétima temporada do "Big Brother Brasil" pode ser definida em uma palavra: catastrófica. Após uma aparente boa seleção de participantes, priorizando a diversidade, o reality se mostrou tedioso e repleto de pessoas sem carisma, atitude e lealdade alguma. Para culminar, a apresentação de Tiago Leifert se mostrou inconstante e a edição ultrapassou todos os limites da parcialidade, beneficiando claramente alguns jogadores e prejudicando outros, influenciando o telespectador de forma descarada. E infelizmente vários outros problemas foram detectados ao longo das semanas, como novos quadros que não surtiram o efeito desejado e tentativas fracassadas de movimentar um jogo morto.


Ao não homenagear Pedro Bial, por exemplo ---- que teve sua imagem vinculada ao programa por 16 anos ----, a edição expôs a ingratidão da produção do formato e também uma falta de consideração com o público, simplesmente fingindo que o jornalista nunca existiu ali. Nem sequer o citaram uma única vez. E, claro, a ausência do apresentador foi muito sentida. Leifert é desenvolto, mas teve um começo inseguro e estava apático. Com o tempo foi se soltando e até se encontrou na apresentação. Entretanto, acabou se perdendo na sua total parcialidade, não fazendo questão alguma de esconder suas preferências, e ainda interferiu demais no jogo, chegando ao cúmulo de sugerir que o grupo mexicano (quando a casa foi dividida por um muro) escondesse objetos para manter a mentira que eles haviam criado sobre o vencedor da prova do líder.

A edição absurdamente tendenciosa servia de base para o apresentador influenciar o público a pensar da forma como eles queriam, beneficiando claramente Emilly e Marcos, que foram os protagonistas dessa temporada em virtude da fraqueza dos concorrentes. Como os dois rendiam cenas para o programa, a equipe não se preocupou em disfarçar a preferência pelos dois, sempre os favorecendo o quanto podiam.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

A postura correta da Globo e o machismo de José Mayer

A última semana de "A Lei do Amor" foi marcada não pelo final de uma novela problemática e desfigurada, mas sim pela repercussão da denúncia de que José Mayer teria assediado uma figurinista da produção ---- segundo consta, ela vinha sendo assediada há 8 meses e só recentemente teve coragem de denunciar. O ator demorou para se pronunciar e nem esteve presente na tradicional confraternização do elenco no último capítulo. Sua única resposta, dias depois, havia sido "Não confundam ficção com realidade", tentando colocar a vítima como idiota, a responsabilizando por confundi-lo com o asqueroso Tião Bezerra, vilão do folhetim de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari.


Mas, ontem, terça-feira, dia 4 de abril, José Mayer escreveu uma carta aberta assumindo sua culpa e se desculpando. O 'documento' foi lido no "Jornal Hoje", "Vídeo Show" e "Jornal Nacional", com direito ainda ao pronunciamento da Globo a respeito do caso, prestando total apoio a Su Tonani, figurinista assediada que fez a denúncia. A emissora ainda fez questão de anunciar a suspensão do ator por tempo indeterminado ---- antes do escândalo, ele já estava escalado para um dos principais papéis de "O Sétimo Guardião", novela de Aguinaldo Silva prevista para 2018.

A carta aberta diz o seguinte: "Eu errei. Errei no que fiz, no que falei, e no que pensava. A atitude correta é pedir desculpas. Mas isso só não basta. É preciso um reconhecimento público que faço agora. Mesmo não tendo tido a intenção de ofender, agredir ou desrespeitar, admito que minhas brincadeiras de cunho machista ultrapassaram os limites do respeito com quem devo tratar minhas colegas.

terça-feira, 4 de abril de 2017

"A Força do Querer" tem uma estreia morna

"Querer... querer não é sonhar. Querer é se jogar. Querer é trabalhar, superar, realizar. Querer não é desejo, desejo sem suor. Querer é movimento, insistência, persistência, o meu melhor." O teaser de "A Força do Querer" apresentou essa mensagem para o público, iniciando uma espécie de descrição a respeito da motivação dos personagens da nova novela das nove, que estreou nesta segunda-feira (03/04), substituindo a problemática e desfigurada "A Lei do Amor". A responsabilidade de Glória Perez, agora, é recuperar a audiência do horário nobre ---- afinal, ironicamente, sua 'tarefa' com "Salve Jorge" (2013) era manter o imenso sucesso de "Avenida Brasil", falhando na missão.


Pela primeira vez, após várias novelas, a autora não abordará cultura de outros países e focará exclusivamente no Brasil. Tanto que a história começou na fictícia vila do Parazinho, no Pará, tendo a sensual Ritinha (Isis Valverde) como figural central. Ela é uma das três protagonistas do enredo, dividindo o posto com Bibi Perigosa (Juliana Paes) e Jeiza (Paolla Oliveira). Glória adotará um esquema de rodízio de protagonismos, mesclando as três futuramente, tendo a policial vivida por Paolla como elo de ligação, pois a mesma se envolverá com o ex de Ritinha (Zeca - Marco Pigossi) e tentará prender Bibi ---- que vira a Baronesa do Pó após se envolver com um traficante (Rubinho - Emílio Dantas).

O curioso é que na estreia só uma protagonista apareceu de fato e ainda assim bem pouco. O desgaste da relação de Bibi com Caio (Rodrigo Lombardi) foi exposto, para logo depois vir o término e a junção definitiva dela com Rubinho. Já a sensual Ritinha só apareceu nos minutos finais, nadando no rio em meios aos peixes. Nada de Jeiza.