quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Tarcísio Meira foi e sempre será o maior galã da teledramaturgia nacional

Nesta quarta-feira (11/08), o mundo das artes sentiu a dolorosa perda de Paulo José, aos 84 anos, vítima de uma pneumonia. Hoje, dia 12, o Brasil perdeu Tarcísio Meira, aos 85 anos, vítima da covid-19. O veterano tinha problemas pulmonares e acabou não resistindo. Casado há quase 60 anos com Glória Menezes (que também contraiu a covid, mas se recupera bem), o ator teve uma carreira brilhante e tem sua vida misturada com a história da televisão. 


Um dos mais respeitados e conhecidos nomes da atuação no Brasil, Tarcísio tinha um currículo com mais de 60 trabalhos na televisão, entre novelas, séries, minisséries, teleteatros e telefilmes, numa carreira que começou em 1961 na TV Tupi. Também esteve em 22 filmes, dirigidos por cineastas como Anselmo Duarte, Bruno Barreto e Glauber Rocha, além de 31 peças de teatro. Foi o galã da primeira telenovela brasileira: "2-5499 Ocupado" (1963), na TV Excelsior, ao lado da mulher, Glória Menezes. Protagonizou mais sete novelas na emissora, até se transferir para a TV Globo em 1967, juntamente com sua esposa, onde estrearam em "Sangue e Areia".

A classificação de "galã" era vista como elogio há muitos anos, mas depois acabou virando uma espécie de rótulo pejorativo. No entanto, Tarcísio Meira sempre foi visto como o maior galã da televisão nacional e se orgulhava do título. Isso porque nunca ficou limitado ao papel de conquistador ou mocinho na teledramaturgia. Se destacou em inúmeros tipos, incluindo odiáveis vilões e perfis com grande veia cômica. O ator era pau para toda obra, como costumava-se dizer. Era comum os autores disputarem a presença do veterano em suas produções e a aparição do intérprete engrandecia qualquer obra. 

Desde 1962 estava casado com Glória, com quem teve o único filho, o também ator Tarcísio Filho. O artista também era padrasto de João Paulo e Maria Amélia, filhos que sua esposa teve no primeiro casamento. A relação dos dois era uma das mais sólidas do meio artístico e a cumplicidade que tinham, em cena e fora dela, encantava todo o país. Tanto que as novelas que contaram com o casal são até hoje lembradas pelo grande público, como "Irmãos Coragem" (1970), "Torre de Babel" (1998), "O Beijo  do Vampiro" (2002), "Páginas da Vida" (2006), "A Favorita" (2008), além da série "Tarcísio e Glória" (1988). Foram mais de 50 anos de Globo. 

É uma missão praticamente impossível listar todos os personagens emblemáticos de um ator da dimensão de Tarcísio Meira. Sua carreira é repleta de sucessos e de desempenhos admiráveis. Um ícone, não só para os colegas de profissão, como também para os fãs e admiradores. Como esquecer o capitão Rodrigo, do especial "O Tempo e o Vento," de 1985? Ou então o poderoso Giuseppe Berdinazzi, de "O Rei do Gado", de 1996? O asqueroso Dom Jerônimo, da minissérie "A Muralha" (2000), foi seu vilão mais lembrado na televisão. Que atuação! O veterano conquistou até as crianças e os adolescentes quando estrelou a já citada "O Beijo do Vampiro". Deu um show na pele do vampiro Bóris Vladesco. Até mesmo a breve participação em "Senhora do Destino", de 2004, entrou para a história da teledramaturgia em virtude da forte cena em que Nazaré Tedesco (Renata Sorrah) empurra seu personagem, Zé Carlos, escada abaixo. 

A última novela do ator foi "Orgulho e Paixão", em 2018. Tarcísio engrandeceu a deliciosa trama de Marcos Berstein na pele do elegante Lorde Williamson e protagonizou ótimas cenas. Infelizmente, não conseguiu ficar até o fim da história. Já apresentava problemas pulmonares e precisou se afastar. Já sua última aparição na TV foi no especial "Os casais que amamos", no Viva, ano passado, onde deu lindos depoimentos sobre sua carreira e a vida de casado com Glória Menezes. Seu último filme foi "Não se Preocupe, nada vai dar certo", de 2011, quando viveu o protagonista Ramon Velasco. 

Tarcísio Meira foi e sempre será o maior galã da teledramaturgia nacional. Um dos maiores atores do país. Um profissional que honrava o mundo das artes cênicas e engrandecia a cultura brasileira. Sua morte é mais uma perda inestimável de um doloroso 2021. Que Glória tenha força! Siga em paz, Tarcisão! 


23 comentários:

chica disse...

Uma grande perda essa! Tenho pena da Glória agora...Tomara se recupere bem! abraços,chica

Unknown disse...

Estou muito triste, Tarcísio Meira era um dos maiores atores do Brasil era muito mais do que um galã, além dos já citados personagens deu vida a outros inesquecíveis como o Hermógenes de Grandes sertão veredas, Euclides da Cunha em Desejo e o Coronel Totonho de Um só Coração, cotei algumas minisséries o de ele brilhou.

Anônimo disse...

Que tristeza, meu Deus.

Heitor disse...

Que tempos horriveis estamos vivendo.

Fernanda disse...

Bela homenagem, Sérgio.

Anônimo disse...

Tarcísio Meira e Paulo José farão bastante falta. Dois atores renomados, com amor à profissão, deixam um rico e respeitável legado. Que descansem em paz, e Deus conforte os corações dos familiares, principalmente o de Glória Menezes.

Guilherme

Luma Rosa disse...

Oi, Sérgio!
Que Deus conforte os familiares. Muito triste!! Espero que a Glória tenha muita força para suportar.
Beijus,

Chaconerrilla disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Chaconerrilla disse...

Zamenzito, você não escreverá sobre Paulo José? Ele foi grandioso, um verdadeiro artista.
Tarcísio Meira e Paulo José vão fazer muita falta para a teledramaturgia brasileira. Duas perdas dolorosos em um ano muito difícil. Que alguém nos ajude a manter a esperança viva!

Ana J disse...

Ótima postagem!O post Tarcísio Meira foi e sempre será o maior galã da teledramaturgia nacional vai me ajudar na escrita de um artigo que estou publicando no meu blog. vlw!

Anônimo disse...

Tarcísio era gigante. Como ator e como ser humano. Era de uma humildade que muitos novatos não tem. Foi irmão coragem,Capitão Rodrigo, Euclides da Cunha. Foi Anjo, foi vampiro, foi vilão, foi mocinho e será pra sempre o nosso maior galã. Uma cena, de páginas da Vida, me marcou muito. Seu personagem, Tide, se despede da esposa Lalinha ( Glória) em uma igreja e ironicamente ela vem a falecer. Maneco, 2006.

Paulo José também era gigante e merecia uma homenagem só pra ele. Me marcou demais em O Palhaço ( Filme inesquecível do Selton Mello) e também em Por Amor. Seu melhor papel na televisão. Vou me lembrar dele sempre como o amável Orestes.

Jovem Jornalista disse...

Bela homenagem à esse grande ator.

Boa semana!

O blog está em Hiatus de Inverno entre 02 de agosto e 02 de setembro, mas comentaremos nos blogs amigos nesse período.

Jovem Jornalista
Instagram

Até mais, Emerson Garcia

Sérgio Santos disse...

Tb tenho, Chica.

Sérgio Santos disse...

Idem, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Mt triste.

Sérgio Santos disse...

Horriveis, Heitor.

Sérgio Santos disse...

Obrigado, Fernanda.

Sérgio Santos disse...

Verdade, Guilherme.

Sérgio Santos disse...

Mt triste, Luma.

Sérgio Santos disse...

Escrevi, chaconerrilla.

Sérgio Santos disse...

Que honra, Ana.

Sérgio Santos disse...

Assino embaixo, Anonimo!

Sérgio Santos disse...

Obrigado, Jornalista.