Os indicados na categoria Melhor Ator de Novela foram Chay Suede, Juan Paiva e Marcos Palmeira. Chay está roubando a cena como Mavi e tem feito do seu carismático vilão o maior trunfo de "Mania de Você". Não por acaso, foi consagrado vencedor. Uma vitória merecida. Já Juan emocionou na pele de João Pedro, no remake de "Renascer", e mais uma vez mostrou seu talento na pele de um personagem sofredor.
No entanto, a escolha de Marcos foi um equívoco. Com todo respeito ao ator, seu desempenho como Zé Inocêncio passou longe de uma unanimidade e as semelhanças com Zé Leôncio, seu protagonista no remake de "Pantanal", foram visíveis. O ator não conseguiu repetir o brilho. A indicação de Humberto Carrão, pelo Inocêncio na primeira fase de "Renascer", teria sido mais justa, ou então Vladimir Brichta, que não deveria ter sido colocado como Coadjuvante, já que Egídio era o grande vilão de "Renascer". E Alexandre Nero, que deu show como Tico Leonel em "No Rancho Fundo", também merecia indicação.Na categoria Atriz Coadjuvante, a quantidade de injustiças foi imensa. Foram selecionadas as talentosas Daphne Bozaski, pela Lupita em "Família é Tudo", Drica Moraes, pela Joyce em "Volta por Cima", e Edvana Carvalho, pela Inácia em "Renascer". Em relação ao trio, nada a criticar. Mas como são apenas três indicadas, vários outros nomes faltaram, como Sophie Charlotte, que se destacou como Eliana, e Giullia Buscacio, que esteve ótima na pele de Sandra; ambas no remake de "Renascer". Rayssa Bratillieri e Valentina Herszage, que foram muito bem como Ísis e Cris no remake de "Elas por Elas", também foram ausências sentidas, assim como Grace Gianoukas e Ana Hikari, como Leda e Mila, respectivamente, de "Família é Tudo". E o que dizer sobre a ausência de Mariana Lima, que roubou a cena como Tia Salete em "No Rancho Fundo"? Difícil de engolir. A vitória foi de Daphne Bozaski e a atriz é um nome que sempre se destaca.
Na categoria Ator Coadjuvante, os indicados foram Ailton Graça, Matheus Nachtergaele e Vladimir Brichta. Como já mencionado, Vladimir deveria estar na categoria de Melhor Ator, mas venceu a de Coadjuvante. É bom ressaltar que seu papel em "Pedaço de Mim", trama da Netflix, foi infinitamente melhor e com bem mais importância. O troféu é mais válido por esse trabalho. Ailton está muito bem como Edson, mas ainda não teve grandes cenas em "Volta por Cima". Se tinha que indicar alguém da novela das sete atual, Milhem Cortaz vem se destacando bem mais como Osmar. Matheus brilhou como Norberto no remake de "Renascer" e sua sugestão de colocar o personagem quebrando a quarta parede, aceita pela direção e pelo autor, foi uma sacada de mestre. Mas é preciso citar algumas ausências, como Marcos Caruso, que se destacou como Sérgio no remake de "Elas por Elas"; e Du Moscovis, que se saiu bem na pele do sovina Ariosto em "No Rancho Fundo".
A categoria Revelação do Ano contou com Alice Carvalho, Gabz e Larissa Bocchino. Três atrizes maravilhosas. Alice emocionou do início ao fim do remake de "Renascer" com sua atuação visceral como Joaninha, enquanto Larissa segurou o peso de sua mocinha em "No Rancho Fundo". Mas Gabz não é revelação, uma vez que estreou em "Malhação - toda forma de amar", exibida em 2019, esteve em três séries, além de uma breve participação em "Amor Perfeito". Ela deveria estar em Melhor Atriz e em seu lugar deveria estar Mell Muzillo, que foi uma grata surpresa na pele de Ritinha no remake de "Renascer". Xamã, que convenceu como o temido Damião em "Renascer"; além de Dandara Queiroz, como Benvinda, e Igor Fortunato, como Zé Beltino, ambos em "No Rancho Fundo", também mereciam menção.
Já a categoria Melhor Novela nem deveria ter existido em 2024. O ano foi catastrófico para a teledramaturgia da Globo, com cortes visíveis nos investimentos, histórias fracas, elencos mal escalados, ausência de veteranos, entre tantos outros problemas. Não por acaso, o maior sucesso da emissora foi a reprise de "Alma Gêmea", no "Vale a Pena Ver de Novo", que muitas vezes deu mais audiência do que todas as inéditas no ar. Um folhetim de quase vinte anos atrás. Mas indicaram "Mania de Você", "No Rancho Fundo" e "Renascer" para a votação popular. Nenhuma merecia o título, mas levou o remake fracassado do clássico de Benedito Ruy Barbosa. O neto, Bruno Luperi, nem apareceu para agradecer.
No entanto, se por um lado a categoria de Melhor Novela foi uma vergonha, por outro a mais justa da premiação foi Atriz de Série. Belize Pombal, Marjorie Estiano e Letícia Colin foram as indicadas por "Justiça 2", "Fim" e "Os Outros", respectivamente. Nada a acrescentar ou pontuar. Perfeitas escolhas. Apesar dos absurdos no roteiro de Manuela Dias, Belize foi de uma entrega impressionante na pele da sofrida Geiza e o público chorou junto com a personagem. Marjorie teve mais uma atuação magistral como Ruth na série baseada no livro homônimo de Fernanda Torres. E Letícia foi um dos poucos trunfos da equivocada segunda temporada da série de Lucas Paraizo, onde se destacou como Raquel. Venceu Marjorie, que levou seu quarto troféu "Melhores do Ano".
As indicações para Ator de Série também fizeram jus ao talento dos atores, vide as escolhas de Juan Paiva, Eduardo Sterblitch e Julio Andrade, por "Justiça 2", "Os Outros" e "Betinho - No fio da navalha", respectivamente. Juan emocionou na pele de Balthazar, outro personagem que sofreu o tempo todo. Edu mais uma vez fez do miliciano Sérgio o perfil mais aterrorizante da série e Júlio mostrou sua versatilidade ne pele Herbert José de Souza, uma figura que foi tão importante para o Brasil, com destaque para o incrível processo de caracterização. Juan foi o vitorioso e o mérito é incontestável. Um dos maiores talentos da nova geração.
A categoria de Série do Ano contou com "Fim", "Os Outros 2" e "Justiça 2". Em um comparativo, "Fim venceria de lavada a disputa. A série baseada no livro homônimo de Fernanda Torres foi envolvente, com direito a um elenco estelar, processo de caracterização primoroso e cuidadosa retratação de época. Um trabalho muito complicado, inclusive na narrativa, que teve um resultado incrível na tela. A produção mais caprichada do Globoplay em 2024. Já as segundas temporadas de "Os Outros" e "Justiça" se mostraram controversas e com diversas falhas no roteiro. Infelizmente, por conta da popularidade, uma vez que teve bem mais divulgação da Globo e do próprio Globoplay, "Justiça 2" levou sem merecer.
A categoria Jornalismo costuma ser quase um mais do mesmo em todo ano, então fica até repetitivo uma análise mais detalhada. César Tralli, William Bonner e Maju Coutinho foram os indicados e Tralli levou com méritos. A categoria Humor também costuma ter quase sempre os mesmos nomes e os indicados foram Paulo Vieira, Tatá Werneck e Fábio Porchat. Paulo venceu pelo segundo ano seguido e fez um discurso muito bonito. Na categoria Profissionais do Esporte, criada por conta das Olimpíadas, disputaram Everaldo Marques, Luis Roberto e Karine Alves, que levou a melhor. Já Música do Ano teve como indicações: "Dois Tristes", de Simone Mendes; "Macetando", de Ivete Sangalo e Ludmilla; e "Nosso Primeiro Beijo", de Gloria Groove. Não deu para entender a vitória de "Dois Tristes", diante do fenômeno que foi "Macetando".
A premiação ainda teve um diferencial por conta de uma homenagem que Luciano Huck fez a Silvio Santos. O apresentador levou até o palco Patrícia Abravanel e o encontro foi transmitido simultaneamente pelo SBT. Algo histórico. Daniela Beyrute, outra filha de Silvio e atual toda poderosa da emissora, também esteve presente. Aliás, várias presenças ilustres, vide Amauri Soares, atual responsável pelo setor de teledramaturgia da Globo, e Paulo Marinho, um dos herdeiros do império da Vênus Platinada. Até mesmo Sônia Abrão, que vive descendo a lenha em tudo quanto é programa da Globo, estava lá. Vale citar ainda as interações de Paulo Vieira, sempre cirúrgicas e impagáveis, tocando em várias feridas de forma leve e inteligente. E o final ficou a cargo de Fábio Jr, que fez todo mundo cantar junto com seus sucessos e ainda homenageou involuntariamente a melhor novela do ano: a reprise de "Alma Gêmea". Entre justiças e injustiças, saias justas e bonitos encontros, o "Melhores do Ano" de 2024 foi um evento que honrou a televisão brasileira.
7 comentários:
A Marjorie já perdeu sim para a Adriana, estava ela e a Letícia na mesma competição. Na minha opinião a Marjorie é a melhor atriz e emocionante e visceral sua interpretação. A melhor série sem dúvida alguma foi o Fim. As outras duas tiveram erros grotesco no roteiro. (perderam o efeito "fantástico" da primeira temporada.
Confesso que achei desnecessária a presença da Sônia Abrão, que realmente desce a lenha na programação global, mas acima de tudo, já perdeu a credibilidade há muito tempo. São tantos absurdos que essa mulher defendeu e defende. A defesa aos pais da Larissa Manoela foi um desserviço. Acho que forçaram muito a barra convidando ela.
Concordo, vários atores não indicados chamaram mais a atenção em seus papéis, Racho Fundo andou em círculos mas o time de elenco atuou muito bem. Gosto da Daphne mas todas as outras mencionadas no post deveriam ter sido pelo menos indicadas. O melhores do ano poderia incluir mais pessoas nas indicações, 5 em cada acabaria sendo melhor até para o público escolher
Concordo número e grau com vc , na categoria novela as três merecia um troféu Framboesa de ouro, de tão ruins, que foram as indicadas , mais aqui e Brasil, não Hollywood.
Oi!
Na premiação fiquei mais focada nas séries, que também contam com elenco bom e andam bem mais elogiadas.
https://deiumjeito.blogspot.com/
Meus parabéns àqueles que, merecidamente, receberam a devida premiação. Que continuem nos presenteando com o belo trabalho que vêm desenvolvendo!
Beijo e boa semana
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