Após cinco retrospectivas relembrando os artistas que deixaram saudades, os piores do ano, os melhores casais, as cenas mais marcantes e as melhores atrizes e atores de 2024, chegou a hora de listar os destaques do ano que passou. A última retrô do blog é sobre o que mais marcou ao longo destes doze meses e foram (são) vários trabalhos admiráveis que merecem menção. Vamos a eles.
A melhor novela no ar. Após uma sucessão de novelas ruins em 2024, a Globo finalmente acertou com a deliciosa trama das seis. Após o sucesso de "Além da Ilusão" em 2022, que marcou sua estreia como autora solo, Alessandra Poggi volta ao horário com uma história muito mais redonda e bem trabalhada, onde todos os personagens são carismáticos e bem construídos, além do elenco transbordar talento. A trilha sonora é outro primor, assim como a direção de Natalia Grimberg, que vem servindo um complemento harmônico ao roteiro da autora. Até mesmo os casais vêm encantando o público, como é o caso dos mocinhos interpretados por Duda Santos e Pedro Novaes. A produção estreou em novembro e até agora não teve um capítulo ruim. A história, ambientada em 1958, está tão boa que nem há o que criticar até o momento.
Outro acerto do segundo semestre da Globo, após a equivocada produção anterior. Claudia Souto vem apresentando um folhetim correto e agradável de se acompanhar. A história não é repleta de acontecimentos, mas cumpre o papel de entreter e tem personagens até então bem desenvolvidos. O elenco também merece elogios e quase todos se destacam em cena. A ideia de ter uma empresa de ônibus e o universo do jogo do bicho, com direito a referências ao documentário "Vale o Escrito" como pano de fundo é criativa e tem funcionado. Só é preciso colocar os vilões agindo mais para provocar futuros desdobramentos na trama, o que começou a acontecer recentemente . A direção de André Câmara também merece reconhecimento, sendo necessário lembrar a excelente sequência envolvendo o acidente de ônibus no primeiro capítulo. E dá gosto de ver um casal de mocinhos pretos tão bem interpretados por Jéssica Ellen e Fabrício Boliveira.
A reexibição não fez sucesso no "Vale a Pena Ver de Novo", mas a novela foi a melhor da dupla Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Até hoje a produção tem tem o reconhecimento merecido e a reprise ao menos serviu para expor todas as qualidades da ótima história, que ficou eternizada no coração do público pelo casal de vilões formado por Bebel (Camila Pitanga) e Olavo (Wagner Moura). Mas o folhetim era mais do que isso. Tinha excelentes conflitos paralelos e um enredo central desenvolvido com competência.
Levando em consideração que foi exibida ao longo de todo 2024, merece ser colocada como a melhor novela do ano. O que só reforça como o setor de teledramaturgia da Globo deixou a desejar. O fenômeno de Walcyr Carrasco completa 20 anos em 2025 e mais uma vez fez um estrondoso sucesso no "Vale a Pena Ver de Novo". Várias vezes a trama espírita protagonizada por Rafael (Du Moscovis) e Serena (Priscila Fantin) alcançou índices de audiência maiores que o das três novelas inéditas no ar e beneficiou muito o desempenho da irregular "No Rancho Fundo" às 18h30. Várias cenas causaram grande repercussão nas redes sociais, como as maldades de Cristina (Flávia Alessandra) e a morte antológica de Débora (Ana Lucia Torre). O êxito também deixou claro que o público sente falta de folhetins espíritas, algo que a emissora deixou de produzir por conta da nova ordem de Amauri Soares, todo poderoso dos Estúdios Globo, segundo vários sites de notícias.
A primeira novela da Netflix fez um baita sucesso e gerou muito burburinho nas rede sociais. Foram vários os elogios ao enredo muito bem escrito de Ângela Chaves, cujo último folhetim na Globo foi o remake primoroso de "Éramos Seis" em 2019. A história protagonizada por Juliana Paes, Vladimir Brichta e Felipe Abib, sobre uma mulher que engravidava de gêmeos de pais diferentes, foi um sopro de criatividade em meio a tantas repetições e acomodações na teledramaturgia. O elenco também era ótimo, vide Palomma Duarte, João Vitti, Amanda Spanner, Jussara Freire, Antônio Grassi, entre outros. Deu gosto de ver.
A maior medalhista da história do Brasil nos Jogos Olímpicos. As Olimpíadas sempre encantam o público mundo afora e em 2024 não foi diferente. O país viveu um clima diferente durante as transmissões e Rebeca foi a que mais trouxe alegrias aos brasileiros. Foram quatro medalhas: uma de bronze, duas de pratas e uma de ouro. Claro que os demais atletas brasileiros também merecem uma sucessão de elogios, incluindo os outros vários medalhistas, mas é inegável que Rebeca foi a grande destaque do ano.
A série do Globoplay que estreou no segundo semestre deixou o coração quentinho tanto das crianças quanto dos adultos. A ideia de colocar o quinteto protagonista na maturidade precisando relembrar como se conheceram na infância para Mônica recuperar a memória foi genial. E a escalação do elenco foi de uma precisão impressionante. Louise Cardoso como Mônica, Dhu Moraes como Milena, Paulo Betti como Cascão, Daniel Dantas como Cebolinha e Malu Valle como Magali divertiram e emocionaram. É preciso citar também o acerto da escolha das crianças, muito parecidas com os atores um pouco maiores que representaram os personagens nos filmes "Turma da Mônica - Laços e Lições".
A série sobre o maior ídolo brasileiro da Fórmula 1 estava cercada de expectativas por conta do elevado investimento da Netflix e da boa caracterização de Gabriel Leone na pele do protagonista. A história se mostrou chapa branca, o que era previsível por conta da interferência direta da família do piloto nas cenas do no roteiro, mas mesmo assim prende atenção e emociona em alguns momentos. Vale destacar ainda a impressionante caracterização e composição de Pâmela Tomé como Xuxa. No entanto, foi justamente esse ponto que resultou em uma massacre de críticas em cima do enredo, que destacou demasiadamente a apresentadora e apagou quase que por completo Adriane Galisteu. Obviamente, a ordem foi da família de Senna, que nunca suportou a atual contratada da Record. Embora a polêmica tenha sobressaído, é um produto que merece elogios.
Ao contrário de "Xuxa - documentário", que se mostra desinteressante e com inúmeras ausências de dados relevantes, a produção a respeito dos bastidores da saga das paquitas se mostrou muito mais atrativo e com muitas informações que grande parte do público desconhecia. Também foi importante expor os erros e omissões da Xuxa, que culpou Marlene Mattos por tudo de ruim que aconteceu ao longo de sua carreira e sempre se colocou como uma coitada. Ainda viralizou um trecho de uma menina indignada com a desorganização de um show, o que ajudou bastante na divulgação do documentário.
É inegável o desgaste do formato do reality culinário da Band. Não por acaso, até mesmo Ana Paula Padrão pediu para sair e 2024 foi seu último ano como apresentadora. Ainda assim, foi uma boa ideia a aposta em uma versão apenas com doces, que são justamente o terror dos competidores amadores. A competição foi feita por profissionais que se destacaram ao longo da disputa com pratos incríveis e a inserção de Diego Lozano no time de jurados foi benéfica, já que era o único especialista. Como a audiência foi muito baixa, é difícil prever o futuro da versão Confeitaria, mas outra temporada seria bem-vinda. A vitória de Cesar Yukio também foi merecida.
A série de Renata Andrade e Thais Pontes manteve o clima gostoso da primeira temporada, sem cair na repetição, o que não é fácil diante de um enredo que não possibilita tantos caminhos ou viradas. O elenco repleto de talentos, as participações especiais luxuosas e o texto afiado foram os pontos altos da produção do Globoplay.
A série do Globoplay em parceria com o AfroReggae Audiovisual e a Paranoid foi uma superprodução. Criada e escrita por José Júnior, a trama, ambientada nos anos 70, fala sobre o surgimento das facções do narcotráfico no Rio de Janeiro, como o Comando Vermelho, através de um show de horror que acontecia nos presídios. Repleta de episódios violentos e com direito a muito sangue jorrando para tudo quanto é lado, o enredo não é para todo mundo. Quem tem estômago fraco não vai aguentar muito tempo. Mas é um produto de qualidade e que marcou o início do chamado 'Afroverso', quando vários personagens de outras séries de José Junior se encontram, vide "A Divisão" e "Arcanjo Renegado".
A série é o maior sucesso da parceria do Globoplay co AfroReggae Audiovisual. E manteve o fôlego e a adrenalina em sua terceira leva de episódios. José Júnior sabe bem como desdobrar toda a podridão que envolve o Rio de Janeiro que a série impressiona pelo realismo das situações e também pelas ótimas cenas de ação. Uma quarta e quinta temporadas estão a caminho.
A série do Globoplay em parceria com Glaz Entretenimento manteve a qualidade da primeira temporada e a história criada por Carolina Alckmin e Denis Nielsen acertou em cheio quando focou no arco dramático de Helena e Marlene, que se despediram da trama em grande estilo e com uma química deliciosa de Fabiana Karla e Deborah Secco. Os demais arcos tiveram menos acontecimentos, mas também divertiram ao longo dos episódios, que seguiram com músicas criadas especialmente para o enredo e muito melhores que várias composições que vêm dominando o mercado musical.
O debate jornalístico é comandado por uma carismática Natuza Nery e todos os jornalistas convidados sempre debatem o que aconteceu na política nacional durante a semana. É um bate-papo ótimo e com boas análises sobre tudo o que ocorre em Brasília. O programa foi criado devido ao sucesso do "Central das Eleições" e se firmou na grade do canal a cabo.
Uma escolha certeira da Globo para substituir o fenômeno "Alma Gêmea" no "Vale a Pena Ver de Novo". A demora para o anúncio da nova reprise deixou evidente a dúvida que a cúpula da emissora teve para colocar em sua grade. O sucesso de Aguinaldo Silva foi um dos maiores marcos da história da teledramaturgia e vem alcançando ótimos índices de audiência 35 anos depois de sua primeira exibição. O único porém é a não exibição da icônica abertura por conta dos seios expostos de Isadora Ribeiro. Dava para produzir uma abertura cobrindo as partes, ainda que seja uma censura retrógrada. Simplesmente não exibi-la é de uma covardia sem precedentes.
Luciano Huck conseguiu dominar bem um programa que ficou conhecido pela forte marca do Faustão. É atualmente o melhor programa de entretenimento da Globo junto com o "Altas Horas". O apresentador tem usado seus quadros de sucesso da época do "Caldeirão", aos sábados, como o "The Wall" e "Quem Quer Ser um Milionário?", além de ter colocado no palco Dona Déa, Livia Andrade e mais alguns outros convidados que interagem com ele ao longo da atração. E em 2024 acertou em cheio ao deixar o "Melhores do Ano" ao vivo, como era na época de Fausto Silva, o que evitou vazamentos dos premiados e deixou a premiação muito melhor. Também fez uma bonita homenagem ao Silvio Santos e levou Patrícia Abravanel ao palco para receber o troféu em memória ao seu pai, o maior comunicador da televisão brasileira e que faleceu em agosto deste ano. Histórico.
Com mais de 20 anos de atraso, o SBT finalmente criou um programa para homenagear o primeiro remake de "Chiquititas", que foi um fenômeno no Brasil em 1997. Apresentado por Thiago Abravanel, a atração relembrou músicas e cenas marcantes, promoveu apresentações no palco e contou com a presença de vários atores da produção, como Fernanda Souza, Magali Biff, Nelson Freitas, Flávia Monteiro, Aretha Oliveira, Pierre Bittencourt, entre outros. Foi divertido e emocionante.
O clássico programa da TV Brasil, antiga TVE, foi criado em 1985 e era um dos produtos mais longevos da história da televisão brasileira. Sempre funcionou como um gostoso bate-papo entre a entrevistadora e seus vários convidados ao mesmo tempo. Diversas apresentadoras estiveram no comando das rodas de conversa. Em 2019, foi retirado do ar pelo governo Bolsonaro e pouco tempo depois voltou sem ser ao vivo e com um novo formato. Em fevereiro deste ano, o programa voltou às origens e sob o comando de Cissa Guimarães, que tinha sido desligada da Globo, após 40 anos na emissora. E agora o programa está ainda melhor do que já foi um dia. Totalmente à vontade, Cissa se diverte e conduz com competência todas as conversas. Também gera boa repercussão nas redes sociais. Ainda há um time de debatedores que se revezam durante a semana, como Milton Cunha, Rodrigo França, Dadá Coelho, Murilo Ribeiro (Muka), entre outros.
Tatá Werneck mais uma vez deu um banho de desenvoltura no comando do melhor programa do Multishow. Após um hiato de um ano, por conta de seu trabalho como atriz em "Terra e Paixão", a apresentadora voltou com tudo e trouxe ótimos convidados que roubaram a cena como duplas, vide Eliane Giardini e Marcos Caruso, Xuxa e Angélica e a melhor de todas: Narcisa e Inês Brasil. A presença do 'Hector Bolígrafo', com sua máquina da verdade, foi uma novidade genial. Vários trechos das entrevistas impagáveis viralizaram nas redes sociais e a temporada encerrou com uma deliciosa entrevista com Rafael Vitti, marido da Tatá. Os dois se divertiram tanto quanto quem assistiu.
Foram seis retrospectivas até aqui e nada melhor do que terminar o ano relembrando tudo o que foi bom no mundo televisivo e do streaming. Todas as produções esbanjaram qualidade e conquistaram o público. Esta é a última postagem do blog em 2024 e desejo aos leitores (tanto os que comentam quando os que apenas leem os textos) um 2025 com muita saúde, paz, realizações e prosperidade. Que ano que vem mais novelas, séries e programas atrativos sejam produzidos para o bem dos telespectadores e do audiovisual brasileiro. Feliz Ano Novo!
7 comentários:
E assim se encerra mais um ano com o melhor (e o pior também, risos) do que as emissoras de TV podem apresentar sobretudo em termos de teledramaturgia. Feliz Ano Novo, Sérgio, com muitas bênçãos, saúde, paz, sucesso, alegria, esperança, felicidade, e por que não, muitas análises das mais diversas atrações televisivas, no melhor blog do melhor criador! Abração!
Guilherme
Cadê o filme "Ainda Estou Aqui"????
concordo plenamente, garota do momento é a melhor novela atualmente. tb gosto muito de volta por cima. não sei como eles vão lidar com a contravenção tomando todas as tramas. como amo paraíso tropical. beijos, pedrita
Garota do momento é realmente maravilhosa! Não perco um capítulo! E, quando acaba, fico ansiosa para o próximo!
Ah Sérgio, adoro acompanhar as retrospectivas e lembrar do que assisti na TV e nos streamings.
Gostei das obras destacadas. As reprises sempre me fisgam, talvez pela nostalgia, rsrs.
Beijão e que 2025 seja muito bom pra você!
Faz tempo que não acompanho novelas, mas vejo streaming. Adorei a série Senna na Netflix e Rensga Hits na Globoplay.
Feliz 2025!
Beijos
www.luluonthesky.com
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