O dia 13 de outubro de 2024 marcou a estreia do "Tô Nessa!", que ocupou a faixa depois do "Fantástico" nas noites de domingo. Uma faixa que viveu seu auge na época do icônico "Sai de Baixo" e nunca mais teve outro formato tão vitorioso quanto. A primeira temporada da nova atração chegou ao fim neste domingo, dia 5, e ficou constatado que bons programas no horário seguem em falta.
O sitcom exibe a rotina da família de Mirinda (Regina Casé), que cria ideias inusitadas para conseguir pagar o boleto da vez. Nesse lar que falta dinheiro, mas sobra amor e união, as filhas Mari (Luana Martau), Ina (Heslaine Viiera) e Nana (Valentina Bandeira), junto da neta Belinha (Heleninha Repertório), fazem o possível e o impossível para ajudar a provedora em um novo trabalho a cada episódio, e assim conseguir a quantia necessária para pagar o tal boleto da vez. A trama se passa em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense do Rio, mas todo o subúrbio carioca foi usado como principal fonte de inspiração.
Criado por Regina Casé e Jorge Furtado, 'Tô Nessa!' é um sitcom com presença de plateia, participações e convidados musicais, formato que abre espaço para o improviso e a comunicação de Regina com o público - uma das principais vertentes de sua carreira. O cenário circular foi criado pelo diretor Fabrício Mamberti com o cenógrafo Pedro Equi e funciona como arena invertida, com a plateia no centro e os ambientes em volta, proporcionando maior proximidade do público com o elenco e o desenrolar das situações. Presente no cenário durante os episódios, a banda 'Faz um Pix', liderada pelo cantor Feyjão, além de animar a plateia, faz toda a sonoplastia da obra e a trilha musical.
O programa traz Regina Casé de volta à comédia e também conta com nomes experientes no humor como Luana Martau e Valentina Bandeira. Duas apostas que a atriz e criadora trouxe para o 'Tô Nessa!' fizeram sua estreia como atores na TV: o influenciador digital Dan Mendes, que vive a vizinha fofoqueira Darley; e Ju Amaral, irmã do saudoso Paulo Gustavo, que interpreta a ranzinza Muricy, dona do imóvel onde a família mora. Ao longo dos 11 episódios o programa teve participações, como Evandro Mesquita, Lázaro Ramos e Katiuscia Canoro, além de participações musicais, entre elas os cantores Xande de Pilares, Roberta Miranda e Natanzinho Lima - que também interpretou um personagem no primeiro episódio.
A descrição do programa faz parecer um excelente produto. Mas o resultado na tela foi o oposto. A estreia se mostrou uma catástrofe. Nenhuma cena provocou risos e tanta risada falsa foi utilizada como som ambiente que mal deu para ouvir os atores. As críticas nas redes sociais se proliferaram. Já no segundo episódio, a questão do riso fake foi amenizada, o que expôs uma preocupação da equipe com os comentários negativos na estreia. Porém, depois ficou claro o motivo de tanta gargalhada de mentira: a plateia não ria de quase nada. E realmente não tinha nada ali divertido. O texto era fraco, as cenas eram mal costuradas e nada ali parecia escrito por pessoas que vivem ou viveram no subúrbio. Os diálogos muitas vezes aparentavam a visão que as pessoas ricas têm dos pobres. Nem mesmo o elenco, repleto de talentos, salvou. Até porque não tinha muito o que fazer diante de personagens estereotipados e presos ao roteiro. Para culminar, os episódios terminavam quase sempre sem um fechamento de arco. A história acabava meio que do nada. A impressão final foi de um programa feito às pressas para preencher espaço na grade.
A Globo já garantiu a segunda temporada de "Tô Nessa!" porque a cúpula está satisfeita com a audiência. Bom para os atores, que se mantêm empregados, mas para o público talvez não tanto. Resta torcer para que a volta seja marcada por novas propostas e com mudanças significativas. Porque a primeira leva de episódios não teve a mínima graça.
4 comentários:
"Tô Nessa!", até agora, passa longe de emular o sucesso de muitas sitcoms originais da Globo populares principalmente nas décadas de 1990 e 2000. No máximo, procura espelhar-se em séries do Multishow com o subúrbio e a periferia como pano de fundo, e chegam a ser, na maioria das vezes, exageradamente acima do tom. Ainda há boas opções de séries voltadas para a comédia ofertadas pela emissora, caso de "Encantado's", mas não cativam tanto o público quanto na época de exibição de títulos do calibre de "Os Normais", "A Diarista" e "Sob Nova Direção". Pode não ter tanta relação com o que escrevi, mas na minha humilde opinião, tal qual as novelas não deveriam contar com quase 200 capítulos, as séries não deveriam permanecer por tantos anos em exibição, sob os riscos de esgotar o produto e apresentar roteiros pouco inspirados em suas derradeiras temporadas.
Guilherme
Ei Sergio!
Eu gosto de tudo que a
Regina Casé faz, porque ela
faz com alma e ela como o Chico Anísio,
vai reunindo gente deles ao redor, sempre
agregando.
Aproveito que estou retornando
a visitar os Blogs que gosto de ler,
e agradeço a você por estar sempre
presente lá nas ConVersas no
Espelhando.
Desejo um 2025 com saúde,
muitas alegrias e inspiração
para muitas publicações maravilhosas.
Bjins
CatiahôAlc.
entre sonhos e delírios
Parece interesante. Te mando un beso.
Atualmente, programa bom na Globo (e na TV aberta como um todo) é exceção!
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