quinta-feira, 11 de junho de 2020

"Mestre do Sabor" é chato, desinteressante e sem emoção

O término do "BBB 20" deixou o público com um vazio grande. Afinal, a décima edição do Big Brother Brasil" fez sucesso e foi a companhia dos telespectadores que estão em quarentena por conta da pandemia do coronavírus. O reality era um dos poucos formatos inéditos em meio ao mar de reprises que ocorrem no mundo do entretenimento por conta da necessária interrupção das gravações. E após uma fraca primeira temporada, o "Mestre do Sabor" estreou para tentar suprir um pouco essa ''carência" da audiência por novidades. Isso porque as gravações foram finalizadas antes da pandemia. O problema é que não tem como se interessar pelo tipo de formato da disputa.


Apresentado pelo querido chef Claude Troisgros e seu inseparável amigo Batista, o programa conta com José Avillez, Kátia Barbosa e Leo Paixão como jurados. Os três são renomados chefs, donos de restaurantes, e também figuras conhecidas do público em virtude de muitas participações em atrações da Globo, como o "Mais Você", "É de Casa", entre outros. Ao contrário da concorrência, todavia, não há comentários mais pesados ou análises muito rígidas. Sem o jurado carrasco, o que é decepcionante. Afinal, um dos maiores chamarizes desse tipo de formato é o 'sincericídio' dos avaliadores. Tudo parece sempre perfeito ou quase.

A fórmula do programa é da própria Globo, portanto, não foi comprado de fora --- todos os derivados das demais emissoras são conteúdos prontos. Ainda assim, é perceptível a ''inspiração" nas regras do "The Voice Brasil", reality musical exibido desde 2012 pela líder --- e esse, sim, um formato do exterior.
A primeira fase (chamada de "Prato de Entrada") é uma espécie de audições às cegas, onde o trio avalia o prato sem identificar o cozinheiro. Quando dois ou todos aprovam a iguaria, a pessoa precisa escolher para qual time vai. Isso porque cada chef tem uma equipe para chamar de sua. Chefs profissionais de todo o Brasil disputam 24 vagas.

A segunda fase tem o nome de "Na Pressão". Cada time vai cozinhar um menu completo, com orientação de seu mestre. Quem avalia os pratos é o apresentador. O grupo que tiver o melhor menu ganha imunidade. Os outros dois times passam para a próxima parte da disputa, na qual cada participante cozinhará individualmente. Os mestres, então, avaliam cada prato e escolhem duas pessoas para deixar a disputa. A terceira fase é a de "Duelos". Definida em mata-mata entre os participantes, por escolha  dos cozinheiros.

"Na Balança" é a quarta fase. Os chefs cozinham um prato e os jurados elegem, cada um, seu preferido. Os escolhidos já se classificam para a semifinal. Os participantes restantes preparam outro prato. Novamente, os jurados elegem três preferidos, que também passam para a próxima fase. A semifinal tem apenas seis participantes. Na primeira etapa, os chefs cozinham e voltam a ser avaliados por Claude, que escolhe dois para a grande final. Os quatro cozinheiros que restam preparam novos pratos, desta vez para os mestres. Os três jurados definem os outros dois competidores, que também disputam a final. O campeão leva R$ 250 mil.

A questão é que nada funciona. Todo esse formato criado cansa rapidamente e não há emoção alguma nas disputas. O telespectador não tem tempo de se afeiçoar por qualquer candidato porque todos aparecem superficialmente e fica difícil até identificar as personalidades. As provas, em sua maioria, são realizadas com a ajuda dos jurados e eles nunca perdem a paciência. Até porque nem há como perder. Os candidatos são oriundos de restaurantes profissionais e raramente cometem falhas graves. É tudo muito perfeitinho. O eliminado acaba saindo por algo muito sutil e sempre coberto de elogios. As críticas feitas costumam ser tão bobas que parecem colocadas apenas para forçar uma imagem de jurados "rígidos". Vale um comparativo com o "Masterchef Profissionais", na Band, porque mesmo com candidatos experientes, há uma pressão muito maior nas provas, o que resulta em inevitáveis tropeços que resultam em uma tensão convidativa. O programa da Globo parece que usa uma fórmula fria. Sem intensidade.

E a presença da talentosa Monique Alfradique nada acrescentou. A atriz foi selecionada por conta das críticas feitas na primeira temporada sobre a dificuldade de entendimento das falas de Claude. Porém, o chef francês segue como "apresentador principal" e Monique explica as provas em raros momentos. Ela mal aparece. Vale mencionar também um detalhe: todos os pratos são de alta gastronomia. Pratos que a maioria dos brasileiros desconhece, o que afasta ainda mais a identificação com o programa. Há um ar de luxuosidade presente a todo momento. Algo até meio pedante. E uma das provas que o equívoco está no formato e não na seleção do júri foi a troca de um dos jurados no meio da temporada. José Avillez precisou voltar a Portugal por causa da pandemia e acabou substituído por Rafa Costa e Silva. Nada mudou.

O "Mestre do Sabor" tinha tudo para ser um ótimo reality gastronômico, mas fracassa em todos os aspectos. É um programa chato, desinteressante e não envolve quem assiste. A emoção é zero. O formato do "Superchef Celebridades", quadro anual do "Mais Você", comandado por Ana Maria Braga, é um bom exemplo de competição atrativa realizada na Globo. Ou seja, a emissora sabe fazer algo tão interessante quanto o aclamado "Masterchef BR". Mas definitivamente não é o exibido às quintas-feiras. O vazio deixado pelo "BBB 20" segue intacto.

19 comentários:

Anônimo disse...

Resumiu tudo nesse programa: dá vontade de dormir mais cedo.

Unknown disse...

Amo mestre do sabor melhor programa de tv do mundo

Unknown disse...

Amo esse programa esse é o melhor de todos

Unknown disse...

Amo o programa

Unknown disse...

Melhor prova

Unknown disse...

Adoro esse programa #mestredosabor

Gabriel Ruam disse...

Agora vai

Gabriel Ruam disse...

Tô com água na boca

Anônimo disse...

Esse programa é péssimo e eu realmente nao consigo decorar os nomes dos participantes porque nao há envolvimento.

Anônimo disse...

É nítida a intenção da Rede Globo produzir um reality gastronômico, mas o modo como "Mestre Do Sabor" é desenvolvido nem de longe cativa o telespectador como "Masterchef" o faz. A primeira temporada foi apagada, e a atual caminha para ser tão apática quanto. Pena de ver Monique Alfradique tendo seu talento desperdiçado num formato malconcebido.

Guilherme

FABIOTV disse...

Olá, tudo bem? Confesso que tento até assistir para acompanhar os ex-masterchefs Dario e Francisco, mas a edição é muito bagunçada.... O programa carece de uma linha estrutural. Abs, Fabio www.blogfabiotv.blogspot.com.br

Sérgio Santos disse...

Dá, anonimo...

Sérgio Santos disse...

Que bom que gosta, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Que bom que curte, Gabriel!

Sérgio Santos disse...

A Monique é quase figurante, Guilherme.

Sérgio Santos disse...

É verdade, Fábio.

Lulu on the sky disse...

O programa é uma sequência de erros:
1- Se o Claude é apresentador, não tem critério para que ele vire julgador da prova da disputas dos times
2- Os chefs poderem escolher um da equipe para salvar não tem lógica. Se determinado chef gostar mais de um participante é óbvio que sempre vai salvá-lo da eliminação.
3- Monique Alfradique não tem que ficar no programa, não tem justificativa, uma vez que ela sequer entrevista os participantes
4- A falta de legenda de determinados pratos é absurda. Diferente do masterchef que explica coisas de culinária que nem todo sabe o significado.

Muito chato, eu só vejo porque gosto de rever as entrevistas da Tatá no Lady Night.

Big Beijos
www.luluonthesky.com

Sérgio Santos disse...

Adorei o comentário, Lulu. bjssss

Natália Lopes disse...

Eu também achava o programa muito chato, mas depois de um tempo o programa pega no ritmo e fica interessante.