sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Capítulos ousados de "Amor à Vida" proporcionam grandiosas atuações, levantam o debate sobre a homossexualidade e expõem a coragem de Walcyr Carrasco

Nada melhor do que acompanhar uma trama ousada e bem conduzida no horário nobre da Globo. Reviravoltas, personagens brilhantemente interpretados, histórias atraentes, enfim, tudo o que uma boa novela precisa ter. E, desde a estreia, tem ficado muito claro que "Amor à Vida" reúne todos esses requisitos. A obra de Walcyr Carrasco tem abusado dos temas polêmicos e na última semana presenteou o telespectador com um festival de cenas excepcionais.


A sequência em que Aline (Vanessa Giácomo) mostra sua verdadeira face para o público, quando encontra a tia (Mariah - Lúcia Veríssimo), expôs o talento das atrizes e a riqueza das personagens. Apesar de ainda não ter sido muito bem explicada, a trama que envolve a mãe biológica da Paloma (Paolla Oliveira) é repleta de desgraças, assim como a infância de Aline. A secretária de César (Antônio Fagundes) está tramando uma vingança contra toda a família Khoury e tem usado todas as armas para isso.

Após essa importante reviravolta ter ido ao ar no capítulo de terça (30/07), o público continuou sendo presenteado com grandiosas sequências que marcaram uma nova virada na história. Justiça seja feita, a novela tem apresentado ótimas cenas todos os dias desde que começou a ir ao ar, entretanto, não há dúvida de que essa semana foi especial. O ápice foi o momento em que Félix (Mateus Solano) teve sua homossexualidade
exposta por Edith (Bárbara Paz) diante de toda a família. E, sem exagero algum, pode-se dizer que o capítulo de "Amor à Vida" exibido na última quinta-feira (01/08) ---- que atingiu 39 pontos de média e 42 de pico ---- entrou para a história da teledramaturgia. Foi o capítulo que humanizou o vilão, o transformando em vítima momentaneamente, e transformou César na figura mais tenebrosa da trama.

Edith não suportou outra traição do seu marido e conseguiu se vingar dele por causa das fotos tiradas por Aline, onde a secretária flagra o vilão ao lado de seu Anjinho (Lucas Malvacini) ---- cenas, aliás, bastante ousadas. Após Félix pedir o divórcio assim que descobre a traição da esposa, a ex-prostituta conta para todos, na hora do jantar, que ele é gay. Entretanto, o susto maior foi o escândalo da mulher e não a revelação. Tanto César, quanto Pilar (Susana Vieira), Bernarda (Nathalia Timberg) e Paloma demonstraram ter plena consciência da condição sexual do rapaz. O único de fato surpreso foi Jonathan (Thalles Cabral).
Após esse maravilhoso capítulo exibido na quinta, repleto de cenas fortes e bem interpretadas, o público ainda foi presenteado com uma grande cena protagonizada por Antônio Fagundes e Mateus Solano na sexta-feira (02/08), quando César humilha Félix .

Todos os atores envolvidos nas fortes cenas brilharam e Walcyr Carrasco ainda deu um verdadeiro soco na cara do preconceito e do politicamente correto. Foi quase inacreditável ver o que estava sendo exibido em pleno horário nobre da Globo: claras representações em cima da hipocrisia que reina na sociedade em relação à homossexualidade e diálogos que primaram pela ousadia e total verossimilhança. O autor fez questão de tocar em pontos polêmicos; como na conversa entre Paloma e Jonathan (onde o garoto pergunta a respeito da ' suposta herança genética da homossexualidade' que muitos ainda acreditam, mesmo em pleno 2013); na declaração de César em resposta ao questionamento de Pilar ("Você não tem lido sobre o casamento gay, não, é? Sobre as mudanças na sociedade?" "Eu leio. Eu não tenho preconceito. Quem quiser ser gay que seja! Não o meu filho!") e na dura conversa que César tem com Félix ----- a parte mais forte da cena foi a hora em que o dono do hospital San Magno pergunta se o filho é o homem ou a mulher da relação.

Mateus Solano está extraordinário e a entrega do ator é visível. Félix é um grandioso personagem e todas as suas complexidades ficaram expostas depois da revelação. Ele usa o deboche como defesa e o ódio pela Paloma tem muito a ver com sua sexualidade reprimida desde a infância, afinal, o rapaz nunca pôde ser quem ele realmente é. Mateus emocionou ao lado de Paolla Oliveira ---- cena em que Paloma consola e até brinca com o irmão dizendo que só se aborreceria caso tirasse o Bruno (Malvino Salvador) dela ---- e quando contracenou com Nathalia Timberg e Susana Vieira, impecáveis ---- no momento em que Bernarda e Pilar ouvem os desabafos do vilão. O abraço que Jonathan deu no pai, sendo correspondido, também foi outra grande sequência. Aliás, Thalles Cabral tem convencido em seu primeiro papel e merece elogios. Bárbara Paz e Rosamaria Murtinho também brilharam e deram um show, assim como o mestre Antônio Fagundes, que tem interpretado um personagem extraordinário e que faz jus ao seu talento. O telespectador foi presenteado com cenas memoráveis.

Nunca uma novela tratou a homossexualidade do jeito que "Amor à Vida" está tratando. O tal famigerado beijo gay perdeu totalmente o valor e a importância diante do que tem sido apresentado na trama. O autor está tocando, sem leveza ou disfarce, em todas as feridas abertas da nossa sociedade e sua coragem tem ficado a cada dia mais evidente. E, ao contrário do que muitos pensam, o didatismo nos diálogos sobre a homossexualidade foi muito bem-vindo, uma vez que não falta gente desinformada no país, principalmente a respeito desse delicado assunto. Apesar de não ser função da teledramaturgia, um importante serviço tem sido prestado.

Como se não bastasse abordar o autismo (que está precisando voltar a ter a importância que tinha), a bissexualidade, a relação homossexual estável, o câncer terminal e ainda ter criado um vilão gay, Walcyr tem conduzido com muita coragem e competência os conflitos familiares em cima da 'descoberta' da homossexualidade de um parente.

"Amor à Vida" está a cada dia mais envolvente. Walcyr Carrasco escalou um grandioso elenco e tem apresentado uma bem construída história, desenvolvendo os conflitos dos personagens de uma forma ágil, evitando qualquer tipo de barriga ou enrolação. E todas as qualidades da trama ficaram ainda mais expostas nos capítulos mais recentes ---- através de grandes reviravoltas, maravilhosas atuações e impecáveis cenas ----, mostrando para o público e para a crítica que o autor não foi colocado no horário nobre por acaso.

48 comentários:

Meirioanai disse...

Lembro (sem saudades) da época em que as novelas ainda eram baseadas em triângulos amorosos onde os heróis eram politicamente corretos (e chatos), e os vilões faziam armações surreais para separar o casal. Amor à Vida, (mesmo com esse título) é ironicamente a novela dos vilões. Mas não vilões passionais e românticos, e sim pessoas rejeitadas, humilhadas e munidas de sede de vingança ou em outros casos com desvio de caráter. Felix e Leila querem dinheiro, poder e aceitação, César é galinha e homofóbico, Aline e Mariah querem vingança. E curiosamente, são exatamente esses personagens os que nos leva à discussão sobre um comportamento que teoricamente a maioria das pessoas tacharia de errado, mas na prática a gente vive vendo por aí... Sendo assim, a novela também poderia se chamar de Amor à hipocrisia. E eu amo muito a genialidade com que Walcyr Carrasco a escreve.

André disse...

Ola Sergio,tudo bem?
adorei seu post e concordo com a grande maioria das coisas que voce escreveu.
A unica trama que em minha opiniao nao ta rendendo é a trama de Amarillys Niko Eron,acho que pelos propios personagens insuporaveis que compoem esse nucleo.
O Eron é um cara que tem vergonha de seu companheiro,a Amarillys esta se demostrando uma cobra,o Niko é o unico que tem carisma nesse nucleo
Se Walcyr queria fazer um nucleo desses deveria usar personagens carismaticos.


Bom pra mim as estrelas dessa novela sao Aline,Felix,Glauce,Edith Tamara,Marcia e Valdirene

Bernalda merece mais espaço na trama em minha opiniao!

Abraços

chica disse...

Solano está maravilhoso e o tema está mostrado muito bem, com todas as nuances até o preconceiro do pai. Está muito legal a novela! A única asquerosa, chata, detestável é a "secretária" do Fagundes.

abração,ótimo fds! chica

Anônimo disse...

Achei aquela cena da "revelação" da homossexualidade do félix um grande pastelão. Não é possível que um gay hiper-ultra afetado como ele nunca desse aquela família a certeza da sua condição sexual. Aquele filho adolescente dele nunca percebeu que o pai era extremamente delicado? Aliás como alguém como o félix extremamente mau caráter aprontou tanto com a própria família e ninguém ali percebeu nada até hoje, justamente numa família supostamente esclarecida e de médicos, e mesmo assim o felix gay e mau caráter enganou todo mundo ali? Ainda se fosse um gay discreto como o personagem do Marcelo Antony dava pra acreditar mas o felix que é quase um novo crô? E quanto a seu lado perverso vamos combinar que o próprio dá pistas disso o tempo todo tambem, só um tapado não perceberia quem é ele e parece não ser o caso daquela família. Muito sem sentido aquilo tudo.

Felisberto T. Nagata disse...

Olá!Bom dia
Sérgio
Bela análise,
sim...Walcyr não enxerga o público televisivo como uma grande massa q absorve apenas tudo que vê diante da tela,e sim, a responsabilidade social e artística de transmitir algo para outrem.Mesmo que teledramaturgia seja uma forma de lazer, de passatempo, para a população se divertir e se emocionar sem ser obrigada a ficar raciocinando muito para compreender e não tem como função fundamental educar é dever preponderante para quem se propõe a criar histórias ficcionais que serão assistidas pelas grandes massas um crescimento cultural.Assim, uma novela como Amor à Vida que levanta uma importante discussão com a homossexualidade e o politicamente correto, mostrando o preconceito da família,a negação do pai, a revelação, os medos e conflitos, leva o telespectador a refletir sobre sua postura diante daquelas situações. O resultado é uma geração que reflete sobre seus próprios problemas.
Obrigado pelo carinho da visita
Belo final de semana
Abração

Unknown disse...

Sérgio, também gostei dessas cenas. Mateus Solano, Bárbara Paz, Rosamaria Murtinho, Antônio Fagundes, Susana Vieira, Nathalia Timberg e Thalles Cabral se saíram muito bem. Achei Paolla Oliveira aquém dos colegas.
Concordo que todos da família, com exceção do Jonathan, sabiam disso, mas procuravam não enxergar a realidade.
Também acho que Vanessa Giácomo tem se saído muito bem.

Unknown disse...

Gostei da cena em que Amarilys tenta abrir os olhos da Paloma sobre o caráter dúbio do Félix.
As tramas que envolvem Amarilys, Niko e Eron, e a recuperação da memória do Atílio andam em círculos.

Vera Lúcia disse...


Olá Sérgio,

Fiquei impressionada com a interpretação de Mateus Solano no momento em que a sexualidade de Félix é exposta para a família. Félix comoveu e de repente transformou-se em vítima das contingências da vida. Seu desespero, dor, fragilidade, medo de ser rejeitado pela mãe, a conversa com Paloma, quando ele reconhece que agiu mal com ela, o apoio do pretenso filho , tudo isso emocionou. O que divertiu mesmo foi a risada descontraída dele quando a Paloma lhe disse que se aborreceria com ele caso ele lhe tirasse o Bruno. Foi sensacional.
A novela está mesmo numa ótima fase e o tema da homossexualidade tem sido muito bem direcionado pelo autor da trama.

Excelentes as suas colocações.

Ótimo final de semana.

Abraço.

MARILENE disse...

Sergio, as cenas a que se referiu foram magníficas. Que interpretação! Todos os sentimentos foram expostos, tanto por parte de Felix, quanto de seu pai. Eu aplaudi o desempenho dos atores. Bjs.

Max disse...

Muito bom tudo o que vimos nesta semana, e o melhor: real demais. OS diálogos pareciam mesmo reais, trancritos literalmente da realidade, como o filho que acha que pode ser gay como o pai, o pai que acha que a homossexualidade foi adquirida e também, a aceitação. Foi tudo lindo de se ver, sobretudo ver que um cara de quase 40 anos pode viver aquilo que geralmente ocorre na adolescência. Fiquei admirado da ousada de Carrasco e a capacidade de ele construir diálogos sólidos e graças a seu corpo de atores, conseguir traduzir isso com verdade.

Só não entendi algo, o Felix é vilão, ou somente mau por se trancar no armário. Sei que uma vilania gratuita, sem motivo aparente, não conduz o personagem à realidade, porém nos diálogos percebi que se todos o aceitassem, ele se converteria num mocinho indefeso na mesma hora. O que o autor provavelmente aproveitará para substanciar as maldades de Felix deva ser sua revolta em não ser aceito pelo pai e seus colegas de trabalho, que têm motivos de sobra para piadinhas infames. O que acha, Sérgio, disso tudo?

Quanto à Aline de Vanessa Giácomo, bingo. Uma excelente atuação, incrível e crível. Parabéns por esse achado,e olhe que li que originalmente Leandra Leal tinha o papel. A troca foi justa!

eder ribeiro disse...

Sérgio, aí está o sucesso da novela, não há barriga. E ainda falta revelar q o Fêlix não é pai do Jonathan, mas o César. O mistério q envolve a mãe da Paloma, e tantas outras tramas da novela. Isso mostra a competência dos atorea da novela dando a mesma agilidade. Creio q essa novela ganhará todos os prêmios televisivo da categoria. Abçs.

Anônimo disse...

Agora é de se esperar um embate entre Aline e Félix. Que os dois se tornen grandes rivais ou até aliados, se bem que a primeira opção é bem mais interessante.

Rafael Barbosa disse...

Ótimo post, nessa semana Amor á Vida elevou sua qualidade como telenovela, não só como entretenimento, mas como um importante meio de se falar de um tema tão espinhoso e em voga no momento. Qualquer imperfeição do texto, qualquer erro ou defeitinho que possa ter tido, tem de ser ingnorado diante do que Walcyr propôs com essa virada, que expõe finalmente a homossexualidade de Félix. sem dúvida um momento único na televisão e teledramaturgia em geral, que merece ter sua devida importância. Todas as cenas e sequencias, foram de uma emoção e sensibilidade incríveis, vi um texto ousado e seguro do Walcyr que expôs a verdade nua e crua, como a coisa funciona na realidade, independente de didatismo e estilo. Meu respeito por Walcyr só aumenta, e ele está de parabéns. O elenco, sobre tudo os genais Mateus Solano e Antonio Fagundes, merecem todos os aplausos.

Abraços

Luana Rocha disse...

Bom, esse é meu primeiro comentário no blog, e gostaria de dizer que é maravilhoso. Adoro os textos.

Eu não estava gostando muito da trama, a estava achando parada, morna e definitivamente estava precisando dessa sacudida, e quanto aos últimos capítulos acho que apenas uma palavra pode descrevê-los: Perfeitos!

O elenco envolvido foi primoroso, todos os atores estão de parabéns.

Mateus Solano deu um show, excelente ator, que calou a boca de muitos que ainda duvidavam de seu talento.

Antônio Fagundes como sempre, foi genial. Ele e o Tony Ramos são os meus veteranos favoritos.

Susana Vieira é outra atriz que veio de alguns equívocos (particularmente eu não consegui gostar de nada que Susana fez desde a saudosa Senhora do Destino) mas ela está muito bem como Pilar, e foi ótima como uma mãe confusa, porém compreensiva.

Bárbara Paz, quem te viu, quem te vê, hein? Após pagar mico nos dramalhões do SBT como Maria Esperança e Marisol, está sendo um dos destaques de uma novela das nove Global. Ótima atriz, e que merece todo o destaque que a sua personagem vem recebendo.


Paolla Oliveira, que ao meu ver, é vítima de preconceito por grande parte do público (atiçado pela Fabíola Reipert) vem se saindo muito bem.

Acho que tanto Paolla, quanto Grazi Massafera são atrizes esforçadas e que mergulharam de cabeça em seus atuais trabalhos, e defendem muito bem seus personagens.

Mas como nem tudo são flores... A novela ainda peca em alguns pontos: Excesso de destaque para o canastrão Caio Castro e seu insuportável Michel. A trama dele com a Patrícia já está saturada, assim como a virgindade da Persefone.

E o pouquíssimo destaque que Bruna Linzmeyer, essa sim atriz de talento, vem recebendo. O autismo ainda é algo desconhecido para muitos brasileiros, e abordar esse tema na novela das 21:00 é uma boa tacada para que muito mais gente possa ter uma melhor noção do que essa síndrome é e como ela afeta não somente aos portadores dela, mas também aos que vivem ao seu redor.

Espero que a novela continue assim, eu sei que nem todos os capítulos terão esse ritmo alucinante, porém, não posso esperar para ver o dia em que Paloma descobrir que foi o seu próprio irmão quem sequestrou e deixou para morrer a sua filha.

Unknown disse...

Oiiii Sérgio, estou adorando a novela, os atores que vc se referiu deram um show nos últimos capítulos, só não gosto muito da atuação da Paloma.
BjoBjo querido;)
Celina Alves
Luxos e Luxos

A Viajante disse...

Concordo em parte, Sérgio. Adoro Vanessa Giácomo e pelo olhar da personagem dela, já sabia que ela era vingativa e dissimulada. Mas achei, e tô achando, tudo muito explicadinho. Não suporto cenas óbvias. Gosto de mistério, nas novelas. Mas a reviravolta, parece que sempre está por vir, por mais que mais coisas aconteçam.

Beijão!

Uma Interessante Vida disse...
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Uma Interessante Vida disse...

A novela está muito boa mesmo e o tema que Walcy está tratando é super polêmico e delicado, Sérgio. beijos

Thallys Bruno Almeida disse...

Que semana foi essa, hein? O que já era ótimo agora se superou. Perto de César, Aline e Félix ficaram "jovens castos".

A Vanessa Giácomo merecia muito esse papel com toques de maldade séria (já que a Celeste de M&A era mais vilã cômica). E valeu pela volta da Lúcia Veríssimo, que há um bom tempo não fazia um papel decente na Globo e seu último papel foi na triste Amor e Revolução do SBT.

Se ninguém mais tinha dúvida do ótimo ator que é Mateus Solano, agora ele confirma mais uma vez que não veio a passeio. Através da rejeição sofrida por Félix se pôde perceber muita coisa do que estava por trás de toda aquela maldade, falhas de caráter, sarcasmo e inconveniência.

Fagundes, então... genialmente odiável. Tanta maestria que dava vontade de voar na cara de César. Um típico galinha, prepotente, do tipo que se acha o super-pegador que enlouquece as mulheres, não vê o menor problema em chifrar a esposa com a secretária gostosona e quando se depara com um caso de homossexualidade na família vem querer se preocupar com "reputação da família", diz que a culpa é da esposa, vem falar que é questão de princípios... um discurso infelizmente muito encontrado pelo nosso Brasil afora.

Isso sem falar em Suzana, Paolla, Nathalia, Thales Cabral, Rosamaria... todo mundo impecável.

Toda a abordagem da homossexualidade a essa altura do campeonato, com essa disputa entre evangélicos x homossexuais, ganhou bons contornos na mão de Walcyr e trouxe cenas maravilhosas. A essa altura do campeonato, beijo gay nem importa mais diante de uma discussão muito mais profunda que isso (o Tiago Santiago foi o primeiro, que eu me lembre, na já citada A&R, mas isso só pra causar).

Por falar em beijo gay, o Maneco chegou a falar que dependendo do desenvolvimento do casal lésbico (Alinne e Giovanna), até colocaria, mas na prática só vai mais servir pra atiçar o imaginário dos telespectadores devido ao carisma/beleza/talento delas. E mesmo Alinne sendo novamente uma lésbica, não vejo taaaaaanta repetição porque ela vai ser uma fotógrafa, uma mulher adulta, enquanto Clara e Rafaela (Paula Picarelli) eram adolescentes, época onde o jovem tem muita dúvida, enquanto agora imagino que seja criada uma relação mais resolvida.

Voltando a Amor à Vida, Walcyr está de parabéns por todas essas abordagens e essa discussão importantíssima no atual cenário, mandando o politicamente correto pr'aquele lugar e sem medo de ousar. Arrisco dizer que a trama é um de seus melhores trabalhos, com muito mérito. Abçs!

GustavoGM disse...

Essas cenas da revelação do Felix foram boas para levantar a novela que estava bem caída, além de evidenciar que quando a Pamonha e o Bruno somem de cena a novela melhora horrores.

O roteiro da novela é bem interessante, agora só falta melhorar o texto da novela que continua na maioria das cenas um tragédia.

Unknown disse...

Olá Sérgio! É impossível não cair de amores por essa novela, Walcyr tem sido de uma genialidade ímpar! Amor à Vida é cheia de surpresas, e que surpresas!!!
O jeito que Walcyr trata a homossexualidade na novela é um verdadeiro tapa na cara de muito preconceituoso e homofóbico, é muito bom ver a teledramaturgia tratando de um assunto tão polêmico e delicado de uma forma profunda, uma vez que as novelas sempre tiveram o poder de atingir as massas e causar reboliço e reflexão.
A cena foi memorável, todos os atores envolvidos estão de parabéns, dando destaque a Mateus Solano, que tem nos presenteado com o seu talento na pele do vilão Félix.
Essa semana foi movimentada, mas as surpresas ainda não acabaram, já aguardo ansiosamente pela segunda-feira afim de ver o segredo de Edith sendo revelado, rsrs.
E como sempre Sérgio, vc nos presenteou com um ótimo artigo!
Beijos e bom domingo.

Demian disse...

Que texto brilhante, Sérgio. Parabéns. Você traduziu em palavras tudo aquilo que senti... Orgulhoso e emocionado pelas cenas que assisti essa semana... Abraços...

Zilani Célia disse...

OI SERGIO!
PERFEITOS!
´R O MÍNIMO QUE SE PODE DIZER DE ELENCO E TRAMA, QUE TEM PRENDIDO O TELESPECTADOR DIA APÓS DIA, PRINCIPALMENTE PELA DINÂMICA DO ENREDO.
MATEUS SOLANO PERFEITO EM SEU PERSONAGEM, O FÉLIX, TÃO PERFEITO QUE DEU PARA PERCEBER EM SEU DIÁLOGO COM A PALOMA, QUE SÓ PRECISAVA DA ACEITAÇÃO DA FAMÍLIA PARA SE TRANSFORMAR EM UMA PESSOA MELHOR,MOSTRANDO O QUANTO ESTA NÃO ACEITAÇÃO É PREJUDICIAL, POIS APÓS O DIÁLOGO COM UM PAI PRECONCEITUOSO, RETOMA A RAIVA QUE É PECULIAR AO PERSONAGEM.

ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/

Letícia disse...

Boa noite Meu caro Sérgio,

como sempre uma ótima análise. Realmente os últimos acontecimentos em "Amor à Vida", humanizaram Félix e particularmente adorei isso. A forma como Edith se vinga da nova traição do marido não deixou de ser em grande estilo, apesar de tudo ter sido planejado pela fria Aline (Vanessa Giacómo está ótima, como não sentir raiva dela). Como se vê há algo ainda mais podre no reino da família Khoury. A sensação que se tem é que o Grande vilão da história é César e não seu filho. Félix seria apenas o resultado do preconceito do pai, um filho rejeitado pelo fato de ser gay, o oposto do pais que se considera um garanhão (honestamente não me surpreenderia se próprio César tivesse problemas com a sua sexualidade, mas aí é uma outra história, mas é muito preconceito e isso justificaria tal atitude).

Achei bastante delicada a cena de Félix com a irmã, a declaração de amor que ela faz ao irmão e a forma como isso o toca, mesmo confessando que prejudicou no passado, mesmo ela não perguntando como, o momento em que ela o abraça ele retribuiu o abraço de maneira sincera.

É claro que a família sempre soube da condição do filho, mas por pura conveniência resolve ignorar causando muito mal a todo núcleo familiar.

Definitivamente esta novela é do Mateus solano, cada vez mais aumenta minha admiração por este excelente ator.

Não posso deixar de parabenizar ao autor pelo belo trabalho que tem realizado nesta novela. Walcyr Carrasco mostrou uma nova faceta com esta história, vem construindo uma novela rica de acontecimentos e que prende que assiste. Obviamente que nem tudo é perfeito, há o excesso de personagens, alguns atores já não aparecem a algum tempo na trama exemplo a irmã do César (até me esqueci o nome do personagem), espero que o autor resolva isso. Mas em termo gerais a novela é muito boa e tenho prazer em assistir.

Novos acontecimentos estão por vim, como a morte da Nicole e a perda do bebê do Niko e Eron, e o envolvimento do segundo com a amiga do casal Amarilys, como se vê o autor ainda tem muitas cartas na manga. Vamos esperar...

Um abraço Sérgio e uma ótima semana..

Sérgio Santos disse...

Meirioanai, posso assinar embaixo do seu comentário? Pois eu assino. Concordo com tudo! Bjsss

Sérgio Santos disse...

Oi André. Tudo indo.

Tenho quase certeza que a Dani Winits e o Antony foram escalações do Wolf Maya. Concordo que o Thiago Fragoso é o ponto alto do núcleo.

Acho que Bernarda já tem um bom destaque. Tá no principal núcleo da trama. Abraços.

Sérgio Santos disse...

Oi Chica. Eu adoro a Aline e acho a personagem fascinante. Sobre o Solano, concordo plenamente. bjsss

Sérgio Santos disse...

Desculpe, anônimo, mas vc sabe o que significa pastelão? Discordo de todo o seu comentário. Aliás, vc não percebeu o que estava nas entrelinhas: todos já sabiam que ele era gay. Vc nunca soube de casos de familiares que se fingem de cegos? Acha isso fruto de ficção? Se seu pai fosse extremamente afeminado, mas estivesse casado com sua mãe, vc cogitaria a hipótese dele ser gay?

Sérgio Santos disse...

EXATAMENTE, Felis. Concordo com cada vírgula escrita por você. Abraços.

Sérgio Santos disse...

Que baita cena, hein Elvira? Foi um festival de grandes atuações e ótimos diálogos. Discordo sobre a Paolla, porque a achei tão bem quanto os demais.

Também acho que a trama da inseminação tem andando em círculos, mas sobre o Atílio discordo, porque vejo evolução no núcleo da Valdirene, por mais que as pessoas achem as situações repetitivas. Bjsss

Sérgio Santos disse...

Eu também, Vera. Foi impressionante! Mateus esteve fantástico. E a cena em que Paloma brinca com o Félix e ele ri foi MUITO boa e inesperada. A novela está imperdível. Beijos.

Sérgio Santos disse...

Magníficas mesmo, Marilene. Dignas de aplausos de pé! Deu gosto de ver. bjsss

Sérgio Santos disse...

Max, exato! Os diálogos foram absurdamente verossímeis e isso ficou claro. Aliás, tudo ali ficou bem real.

Acho que a vilania do Félix se dá pela rejeição do César, que muitos, no início, achavam uma bobagem, mas que a partir daquela cena ficou bem evidenciado. Ele sempre sofreu com sua homossexualidade reprimida e acabou extravasando no ódio e no deboche pelos outros. O personagem é incrível.

Aline é outra grandiosa personagem. Vanessa está impecável. Leandra Leal deve ter se arrependido de ter recusado o papel para viver aquela mala da Zélia em Saramandaia. abraços.

Sérgio Santos disse...

Eder, é verdade. As tramas do Walcyr nunca tiveram bariga e essa é mais uma. A trama merece mesmo ganhar muitos prêmios, assim como os atores. Abraços.

Sérgio Santos disse...

Anônimo, creio que dificilmente serão aliados. Rivais já são e espero que piore mais pra frente.

Sérgio Santos disse...

Concordo plenamente, Rafael. Foi um momento único e que já entrou na história da teledramaturgia. Já era fã do Walcyr, mas agora sou mais fã ainda! Foram cenas grandiosas, tanto na direção, quanto no diálogo, na intenção e nas atuações. Abraços.

Sérgio Santos disse...

Luana, muito obrigado! É por causa de vocês que eu continuo por aqui.

Os capítulos foram perfeitos mesmo. Solano e Fagundes foram excepcionais. QUE CENAS!

Também gosto da Paolla e da Grazi como atrizes e vejo, sim, uma birra pra cima da Paolla.

Concordo também sobre esse excesso de Caio Castro, que é um ator limitadíssimo. Aliás, só aparece pra transar e ficar pelado. Gosto da Maria Casadevall e da Patrícia, mas essa situação já cansou mesmo. Tomara que a volta do Márcio Garcia movimente o núcleo. Sobre a Perséfone, concordo que as situações são repetitivas, mas como gosto da personagem e da Fabiana, não me incomodo. Pelo menos ainda.

Linda precisa mesmo voltar a ter o destaque que estava tendo. Quem sabe quando Leila se mudar pra mansão, a família não vai junto. Aí ela pode aparecer mais. Bruna está extraordinária. Ainda vou escrever sobre ela.

Obrigado pelo carinho! Beijos!

Sérgio Santos disse...

Obrigado pelo comentário, Celina. bjs

Sérgio Santos disse...

Oi Ju. Achei os diálogos mais explicadinhos da questão da homossexualidade necessários, ainda mais em uma sociedade onde há tanta ignorância.

Sim, muitas reviravoltas estão por vir. bjsss

Sérgio Santos disse...

Verdade, Barbie. bjsss

Sérgio Santos disse...

Foi uma baita semana, Thallys. E ao ver aquelas cenas, sem modéstia, me orgulhei de mim mesmo por nunca ter rejeitado o Félix, mesmo quando a internet passou a encher a paciência criticando supostas caricaturas e os bordões. Sempre vi grandiosidade nesse vilão e na revelação isso só ficou comprovado mais uma vez.

Vanessa Giácomo conquistou o Walcyr e isso é ótimo. Ele só deu bons papéis pra ela. Tanto em M&A, quanto em Gabriela e Amor à Vida.

Fagundes está magistral e há tempos não ganhava um papel tão bom. Creio que desde Terra Nostra.

Acho que esse casal lésbico da novela do Maneco será o melhor casal de longe, porém, não gostei dessa declaração dele sobre o beijo. Pareceu marketing. Alinne vai viver outra lésbica, mas são situações distintas. Só que não tô ansioso pela novela porque estou muito satisfeito com a trama do Walcyr e sentirei falta quando acabar. Ainda bem que ainda falta muito. Abraços.

Sérgio Santos disse...

Gustavo, eu acho a novela ótima e gosto do casal Bruno e Paloma. Inclusive do desempenho dos atores. Nada tenho contra o texto do Walcyr, acho que cada autor te um estilo. Abraços.

Sérgio Santos disse...

Thairyz, obrigado pelo carinho e pelo elogio. Realmente a novela está muito boa e Walcyr merece todos os elogios. Mateus Solano deu um show. Baita ator!

Sim, agora, na segunda, a Edith vai contar que o Jonathan é filho do César e não neto. Mais reviravoltas virão. Beijos!!!

Sérgio Santos disse...

Puxa, Demian, muito obrigado. Abraços!

Sérgio Santos disse...

É exatamente isso, Zilani! E o Walcyr está abordando isso com genialidade. Bjsss

Sérgio Santos disse...

Olá, minha cara Letícia. É verdade, essa humanização do Félix foi perfeita. E ainda explicou todo o seu ressentimento e ódio que vem guardando ao longo da vida. O deboche e a ironia são suas formas de defesa e Paloma é o bode expiatório, digamos assim.

Mateus Solano foi genial em todas as cenas. Todas. A com a Paloma foi uma das melhores, embora seja difícil destacar uma.

Nossa, eu tinha me esquecido TOTALMENTE da irmã do César. A Cristina Mutarelli é ótima e merece voltar a ter destaque. Mesmo com esse excesso de atores, acho que o Walcyr consegue dar um bom destaque a todos. Só critico a diminuição do núcleo da Linda e a irmã do César, lembrada por vc. Os demais vejo que estão todos bem valorizados.

O que não falta nessa novela é história e o Walcyr tá cheio de cartas na manga. Tem valido a pena assistir. Beijão e boa semana!

Anônimo disse...

Oi Sergio

Mateus Solano entrou para o rol dos mais brilhantes atores brasileiros ao interpretar com tanta verdade e assertividade esse personagem genial e bem construído que é o Felix.

Realmente, o acerto na escolha dos atores resulta nessas cenas espetaculares protagonizadas pela família Khoury.

Beijos

Sérgio Santos disse...

Van, concordo plenamente com você! Beijos!