sábado, 31 de agosto de 2013

Globo acerta ao tirar "Criança Esperança" da mesmice

Em seu vigésimo-oitavo ano, o "Criança Esperança" mais uma vez foi ao ar na Globo. Criado por Renato Aragão em 1985, quando o mesmo propôs à emissora fazer uma campanha para que os telespectadores doassem roupas e alimentos para ajudar as vítimas da seca do Nordeste, o projeto (nomeado primeiramente de SOS Nordeste) acabou se estendendo e se mantém vivo até hoje. A iniciativa do maior canal do país, em parceria com a Unesco, já beneficiou milhares de projetos voltados para crianças carentes. No entanto, o formato do programa precisava de mudanças há muito tempo. E talvez o fato de estar sendo dirigido pela primeira vez por Luis Gleiser, tenha contribuído para o ótimo formato exibido em 2013.


O diretor de núcleo resolveu criar uma grade especial para a atração. Todos os programas da grade de sábado ---- "Globo Cidadania", "Estrelas", "TV Xuxa" e Caldeirão do Huck" ---- foram temáticos e a programação matutina ainda contou com "Bom Dia Brasil", "Mais Você", "Bem Estar" e "Encontro com Fátima Bernardes" especiais, uma vez que os mesmos nunca são exibidos aos sábados, somente de segunda a sexta. Ou seja, houve uma inovação do formato mas a essência foi mantida.

E ainda ficou claro que a Globo tentou fazer uma espécie de maratona "Criança Esperança", imitando o SBT com o "Teleton". A diferença é que souberam usar a criatividade para inserir a maratona, sem afetar a grade, o que a emissora de Silvio Santos nunca fez. Já o tradicional show exibido depois da novela das
nove foi mantido; ou seja, nada de empolgante ou atrativo. O lado bom é que a duração foi reduzida. Durou pouco mais de uma hora. Mas o formato ---- dessa vez apresentado por Patrícia Poeta, Fernanda Lima e Lázaro Ramos ---- continuou sonolento. Entretanto, acabaram com os cansativos números circenses e apoteóticos que nunca causavam o efeito desejado na televisão, e optaram pela simplicidade nos números musicais. Outra situação que ficou evidente foi a diminuição da participação de Renato Aragão no comando. Ele parecia um convidado do próprio projeto. Mas, no saldo geral, o telespectador viu mais do mesmo.

O "Mesão da Esperança", uma criação relativamente recente, também foi mantido: ia ao ar durante os programas da casa e antes dos intervalos comerciais. Foram convocados cerca de 200 artistas da Globo e a apresentação do 'quadro' foi revezada por Ana Furtado, André Marques, Glenda Koslowski, Glória Maria, Sandra Annenberg, Tadeu Schmidt, Tiago Leirfert e Zeca Camargo. Nesse ponto não houve alteração alguma, o que já era de se esperar, afinal, o importante nesse caso era a doação do público.

Ou seja, a grande novidade desse ano foi a grade temática, o que foi um acerto. O "Globo Cidadania" foi gravado no Espaço Criança Esperança Rio de Janeiro, o "Bom Dia Brasil" foi dedicado ao projeto; o "Mais Você" focou no Educarte, do Lar da Criança em Salvador; o "Encontro com Fátima Bernardes" contou com a presença do Renato Aragão e da Viviane Senna, irmã do saudoso ídolo Ayrton Senna; o "Estrelas" exibiu o Instituto Rumo Náutico ---- iniciativa dos velejadores Torben Grael e Marcelo Ferreira para a inclusão social de jovens por meio do esporte ----- em Niterói; o "TV Xuxa" mostrou o Instituto Ilhas do Brasil, que beneficia comunidade costeiras locais; e o "Caldeirão do Huck"contou a história do Instituto Rogério Steinberg, ONG que atende crianças superdotadas, e ainda foi exibido excepcionalmente ao vivo.

O formato televisivo do "Criança Esperança" dificilmente sofrerá uma drástica mudança. O máximo que conseguiram fazer esse ano foi a redução do tempo, o que foi um alento. Portanto, é quase certo que o show musical que deixou de empolgar o telespectador há tempos continue sendo mantido todo ano. Porém, é preciso elogiar a tentativa de inovação promovida por Luis Gleiser, criando uma grade voltada exclusivamente para o projeto que completou 28 anos de vida. Nesse aspecto, pode-se constatar que houve uma saída bem-sucedida para sair da mesmice.

26 comentários:

Thallys Bruno Almeida disse...

Gostei do artigo, Sérgio.

A mobilização da grade em torno do projeto dessa vez chamou mais atenção do que o show em si. Aliás, da inserção dos programas da manhã, a melhor sacada foi a inserção do Bom Dia Brasil. De todos, seria o que melhor funcionaria na manhã de sábado, embora eu duvide que a Globo faça isso. Os outros serviram mais como especiais mesmo, já que não teriam condições de ser fixados por causa das transmissões esportivas de F1 e vôlei/basquete.

O show melhorou um pouco. Luiz Gleiser acertou em diminuir aquela coisa toda circense que Ulysses Cruz e Wolf Maya adoravam (e só eles mesmo, convenhamos) e a duração. Ainda assim, poucos duetos me atraíram. Nessas horas percebe-se o quanto Aloysio Legey, que dirigiu o show nos áureos tempos dos anos 90/2000, faz falta (sou do tempo em que todo o repertório era dos grandes sucessos dos artistas, e não músicas temáticas). E também estranhei a escolha do Citibank Hall, talvez por estar acostumado à visão televisiva das arquibancadas da HSBC Arena do Rio ou do Ginásio Ibirapuera em SP.

No saldo final, o grande acerto mesmo foi a tematização da programação de sábado direcionada ao projeto, convocando Renata-Chico, Mariana-Fernando, Ana Maria e Fátima e os artistas no Mesão. A tentativa de reinventar foi válida e merece ser melhor aprimorada em 2014. Abçs!

Milene Lima disse...

Pois o que eu gostava nos Teletons de antigamente era justamente a conotação especial da programação durante o dia. Os de hoje são tão chatos quanto o Criança Esperança de hoje, em que o Renato Aragão disse querer todas as crianças na escola. Ele será presidente?
Também achei os duetos meio chatos. A ideia dos mesões é bacana, instiga a população a ligar. No fim, tudo por uma boa causa, ne´?
Que tenha significância.

Beijo, Sérgio.

chica disse...

Eu passei o dia fora de casa e queria ter assistido a programação do dia, algumas. Mas assisti só o show à noite.

Gosto do Projeto, da campanha e acho que vale tudo pra ajudar as crianças e me emociona ver o Didi, vermelho de alegria e emoção. Que bom seria se o seu sonho fosse realizado! abração,chica

Unknown disse...

Bom dia de domingo Sergio!

Vi uma boa parte do programa e confesso que adorei, foi diferente sim e gostei da maneira que foi conduzido, com certeza precisa sempre renovar para que as pessoas ao ligar ligue com alegria. e com vontade de fazer a doação.
E elogio vc tbém por esse post tão valioso
Tenha um dia de alegria e viva seu domingo cheio de amor
Bjuss com carinho
_____________Rita!!!!!

Unknown disse...

AH esqueci de dizer que apesar de fazer sempre esse programa, eu acho o Renato Aragão um pouco triste.
Talvez seja por não ter mais um especial só dele como antes.Fazer graça a vida toda e parar acho que não faz bem a ninguém
Acho falta dele sim pq sempre esteve ligado ao riso e as crianças, falei o que senti
Bjãooooooo

Unknown disse...

Sérgio, a iniciativa merece elogios, mas acredito que o Poder Público é que deveria cuidar das crianças carentes, se não houvesse tanta corrupção. Percebi a imitação do esquema do Teleton. Achei fraca a seleção de cantores convidados para o show, com raras exceções.

Clau disse...

Oi Sérgio!
Só vi a Xuxa e o Pe.Fábio cantando.
Nem continuei assistindo porque pensei que fosse ver mais do mesmo...
Mas,se a duração do programa diminuiu,já merece meus aplausos.
Bjs!

Lulu on the sky disse...

Achei bem legal a iniciativa. A exemplo do Teleton que são 24hs, é válida esse novo formato, porém pelo que pude perceber nas redes sociais, as pessoas colaboram menos do que no Teleton pois não acreditam na veracidade do projeto.
Big Beijos
Lulu on the sky

eder ribeiro disse...

Olhando pelo show, acho esses programas um saco, lógico que deva-se elogiar a iniciativa do projeto em relação aos programas sociais. Abçs, Sérgio e uma boa semana.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Uma Interessante Vida disse...

Eu acho essa iniciativa bonita, Sérgio, pena que eu não vi a deste ano, mas gostei de sua narração. beijinhos

Sérgio Santos disse...

O único acerto foi essa grade temática, imitando a maratona do Teleton, mas com criatividade. O show eu achei chato como sempre, mesmo sem os números exagerados. É a típica atração que dá sono, que nem o famigerado Show da Virada. Aliás, a maratona do Teleton também é chata pra caramba. Vale a iniciativa e só.
Mas esse ano valeu pela tentativa de fugir do óbvio. Aí acertaram. abçs

Sérgio Santos disse...

Bem, Milene, acho que vc foi generosa. Achei os duetos insuportavelmente chatos, assim como o show em si. A grade temática é que foi bacana e serviu para entreter e chamar atenção. A bancada dos artistas também é uma ideia boa. Sim, tudo por uma boa causa. Nesse caso o programa mesmo fica em segundo plano. Acho até que nem escreverei nada ano que vem sobre isso, senão ficarei repetivo que nem o formato. bjssssss

Sérgio Santos disse...

Chica, eu não ia acordar 8 da matina num sábado, por isso deixei tudo gravando e vi depois, adiantando várias partes, óbvio. Mas foi uma boa iniciativa. O show foi chato como sempre. bjsssss

Sérgio Santos disse...

Rita, obrigado pelo seu carinho de sempre.

Olha, pra falar a verdade, eu acho o Renato uma pessoa triste desde que os Trapalhões acabaram. Posso estar enganado, mas em toda entrevista ele tá desanimado. bjs

Sérgio Santos disse...

Ah, isso com certeza, Elvira. Mas nosso país é podre em inúmeros aspectos, então esses projetos acabam tendo que ser financiados. Eu não gostei de nada do show. bjsss

Sérgio Santos disse...

Olha, Clau, fez bem. Foi mais do mesmo. Só o tempo é que foi mais curto, menos mal. bjs

Sérgio Santos disse...

Sim, Lulu, muitos acreditam que a Globo desvia o dinheiro. Mas isso é uma bobagem sem tamanho, até porque a emissora fatura o triplo disso em um único intervalo comercial. bjs

Sérgio Santos disse...

Eder, concordo. Elogio a iniciativa, mas também acho esses shows um saco. Não tenho paciência. abçs

Sérgio Santos disse...

Obrigado pelo carinho, Barbie. bjsss

Luma Rosa disse...

Oi, Sérgio!
Não assisti o Criança Esperança, mas me disseram que o Renato Aragão apareceu pouco... daí não gostei!! Ele tem de ser a estrela do evento sempre!
Boa semana!!

A Viajante disse...

Em plena terra de Jorge Amado, estava eu ilhada, literalmente, em Ilhéus, no horário desse evento. Assisti do início ao fim, com a chuva lá fora, imensa. Não vida nada de novo, moço. Mais do mesmo. E cá entre nós, artitas e apresentadores estavam visualmente sem energia. Não gostei. Não posso mentir... ainda, assim, li seu texto e te parabenizo por ter observado coisas que eu, sinceramente, nem percebi. Um beijo!

Sérgio Santos disse...

Luma, obrigado pelo comentário. bjssss

Sérgio Santos disse...

Oi Ju. O show não teve nada de novo mesmo, a novidade foi a grade temática e só. bjão e obrigado.

Vera Lúcia disse...


Oi Sérgio,

Passei para ler suas considerações, pois já não tenho mais paciência para ver o programa integralmente, embora ache a inciativa extremamente importante. Sempre faço minha doação durante o programa e no embalo dele (para não esquecer depois-rs).

Abraço.

Sérgio Santos disse...

Vera, obrigado pelo seu carinho de sempre. ;) bjsss