terça-feira, 9 de julho de 2013

"Vai que Cola" estreia com erros se sobrepondo aos acertos

Após o Canal Viva apostar na volta do clássico "Sai de Baixo", em quatro episódios inéditos já exibidos, chegou a vez do Multishow apostar na fórmula que consagrou a família do Arouche. Assim sendo, estreou, nessa segunda-feira (08/07), o "Vai que Cola", série de humor que conta a vida dos inquilinos da pensão de Dona Jô (Catarina Abdalla), localizada no Méier, subúrbio do Rio de Janeiro.


Impulsionado pela Lei de Cota de Produção Nacional na TV Fechada e depois do sucesso da ótima "Oscar Freire 279", o canal a cabo resolveu apostar no humor popular, apoiado, muitas vezes, nas piadas de duplo sentido. Despretensiosa e abusando do texto que debocha das diferenças sociais, a série busca, sem muito êxito, mirar no sucesso alcançado durante anos por projetos como "Família Trapo", "Sai de Baixo" e "Toma Lá Dá Cá". Há uma plateia que acompanha a história como se fosse um teatro, porém, nesse caso, há vários cenários que giram sobre um eixo, o que proporciona uma visão ampla da pensão, englobando quartos, sala, enfim. E claro que esse fato proporciona um maior dinamismo para o programa.

Apesar de muitas vezes abusarem de algumas piadas previsíveis e totalmente infames, a série consegue arrancar algumas boas risadas do público. E não foi nenhuma surpresa constatar que Paulo Gustavo é o protagonista da atração. O ator ---- que vive um grande momento na carreira com "Minha Mãe é uma Peça, o filme", fenômeno de bilheteria, e que também foi um sucesso no teatro ---- proferiu frases impagáveis do
início ao fim. A facilidade que tem em fazer rir chega a impressionar. Valdomiro, seu personagem, é um fugitivo da polícia que encontra na pensão um refúgio. Ele tem um quê de Caco Antibes, uma vez que fez questão de enfatizar algumas diferenças entre Leblon e Méier. Aliás, foi a parte mais inspirada do texto.

Quem também se destacou foi Samantha Schmutz na pele da periguete Jéssica. A suburbana diverte com seu jeito despojado e muitas vezes arrogante. O tom de voz, aliás, foi fundamental na composição do papel e a atriz mostrou que fez bem em sair do "Zorra Total" para trilhar novos caminhos. Cacau Protásio (a Zezé de "Avenida Brasil"), foi outra boa surpresa do programa. No entanto, os demais atores (com exceção da veterana Catarina Abdalla, que interpreta muito bem a figura central) não conseguiram se destacar e nem fazer rir. O elenco ainda conta com Fernando Caruso, Emiliano D`Avila, Marcus Majella, Silvio Guindane e a fraca Fiorella Matheis.

Entre os erros da série, o maior é a exibição diária. Um formato como esse não tem fôlego para ser exibido de segunda a sexta e sim, no máximo, uma vez por semana, justamente para deixar o 'característico gostinho de quero mais'. Outro equívoco, que pode ser consertado com o tempo (e já foi melhorado no segundo episódio), é a entonação de voz dos atores. Todos gritam muito e se esquecem que, se por um lado a plateia presente tem que ouvir, o telespectador de casa está vendo televisão e não uma peça teatral. Muitas vezes parece que todos os personagens são surdos. E infelizmente fica visível o excesso de atores. Muita gente para pouco espaço. No entanto, é compreensível, uma vez que a trama é abordada tendo uma pensão com pano de fundo. Já o público presente muitas vezes força o riso, o que é claramente percebido por quem assiste. Parece até uma claque.

Ou seja, os equívocos acabam se sobrepondo aos pontos positivos. A proposta é interessante, o cenário giratório ótimo e o formato produtivo, entretanto, o texto e as piadas se perdem várias vezes, o ritmo não consegue ser mantido e só três atores são responsáveis pela graça do programa. A impressão causada é de que investiram na produção e na divulgação do projeto, mas não se preocuparam com o conjunto.

Embora tenha algumas boas piadas e situações inspiradas, a série do Multishow apresenta erros que acabam ficando mais evidenciados do que os acertos. Com direção de João Fonseca e César Rodrigues, o programa tem em Paulo Gustavo, Cacau Protásio e Samantha Schmutz a garantia de boas atuações e ótimas tiradas. Porém, serão 40 episódios exibidos. Portanto, será necessário mais do que esse talentoso trio para que o telespectador compre essa produção. Caso contrário, o "Vai que Cola?" dificilmente irá colar.

28 comentários:

Vera Lúcia disse...


Oi Sérgio,

Li suas ótimas considerações e já fiquei antenada quanto ao "Vai que Cola", mas não pretendo assistir.

Vim principalmente deixar meu abraço e desejar a você uma excelente noite.

Já estou de volta.

Beijo.

paulo disse...

Vixe, se o original(SDB) já é sem graça que dirá a(s) cópia(s).
abrçs.

lino disse...

Sergio achei a serie bem mediana mas admito que dei algumas garalhadas por causa do riso frouxo , o elenco bom acho que ainda estao se familiarizando mas claro que Paulo gustavo e Cacau protasio sao um bom destaque mas a melhor ate aqui e a Samantha que ta muito bem no pragama, ja o resto do elenco ainda tem que melhorar bastante O Marcos deveria para de repitir toda hora que nao e um zelador fica chato pakas ele falando isso e A fiorella se nao tiver logo mas falas em portugues sua personagem vao ser reijeitada pq nao tem funcao ate agora e gosto do Emiliano nao e ruim so acho que ele nao esta acostumado em fazer humor nao e ruim mas tem que melhorar e nao sei se vc reparo ele ainda tem muita baianidade pra fazer um suburbano as vezes se percebe o sotaque bom foi isso bjus.

Felisberto T. Nagata disse...

Olá!Bom dia
Sérgio
gosto muito do Paulo Gustavo.Mas, tudo que eu for comentar aqui,não vai colar, porque não sabia da existência dessa série.
Só posso parabenizar pela sua bela análise, que será de grande valia para quando assistir pela primeira vez.
Obrigado pelo carinho
Bela quarta feira
Abração

Patricia P. Galis disse...

Vixe sem tv paga sem chance de ver a serie...mas espero resolver isto logo acho que até o mesmo que vem terei em casa de novo afff...rsrs

Sérgio Santos disse...

Vera, bem-vinda de volta! =) Bjsss

Sérgio Santos disse...

O original é excelente, Paulo. Mas esse é bem irregular... Abraços.

Sérgio Santos disse...

Oi Lino! Eu ri de algumas tiradas também, mas não foi muita coisa... E só esse trio talentoso se destaca. O resto é muito sem graça. O Emiliano se destacou em Avenida Brasil, mas parece deslocado na série. Enfim, hj vi mais um episódio e acho que precisará melhorar muito ainda... abraço!

Sérgio Santos disse...

Sem problema, Felis! rs Obrigado pela presença constante aqui! abçs

Sérgio Santos disse...

Até que enfim, Paty... rsrs bjsssss

Patricia P. Galis disse...

Sérgio gostaria de saber se gostaria de ser entrevisto pelo meu blog, vc é uma pessoa que gostaria de conhecer mais, saber o que pensa etc... se desejar basta enviar um e-mail para
cafeentreamigos1@gmail.com que te envio as perguntas desde já agradeço.

Sérgio Santos disse...

Sem problema, Patrícia. Não me acho uma pessoa interessante pra ser entrevistado, mas ok. rs Obrigado pelo carinho. bj

allalezan disse...

Concordo com você quanto ao fato do programa ser diário! Não há fôlego, e nem criatividade suficiente pra um texto de comedia diário nesse formato! E acho que o texto já nasceu sem fôlego, abraços

Thallys Bruno Almeida disse...

Bom artigo, Sérgio. Paulo Gustavo, Samantha Schmutz e Cacau Protásio vêm salvando a série e garantindo as melhores piadas, mas o roteiro tem sido bem irregular. Dos três, destaco especialmente Paulo, que vem numa merecida crescente depois do sucesso de 220 Volts, Divã e Minha Mãe é Uma Peça (e garanto que se ele estivesse na equipe de roteiristas ajudaria a elevar o nível, já que ele mesmo é o autor de "Minha Mãe" - peça e filme). Outra vantagem é o palco giratório, possibilitado pela gravação do programa em estúdio com platéia. Sobre a exibição, de fato não é uma boa ideia se exibir diário.

A série era até promissora, mas de fato não pode depender só dos 3 primeiros e do cenário. Abç!



Sérgio Santos disse...

Allalezan, exatamente. Não há fôlego pra isso. Um dia por semana já estava de bom tamanho! O texto é fraquinho msm! abçs

Sérgio Santos disse...

O trio é bom demais, Thallys. Mas fica nisso. O resto não se destaca e a trama também não ajuda. Pra piorar ainda exibem diariamente... Complica. Abraços!

Anônimo disse...

Achei o programa fraco. São poucas risadas, piadas forçadas, previsíveis, enfim, falta criatividade em termos de humor. O elenco não é de todo ruim, há bons profissionais (vc destacou os três principais), mas não eh um programa que me prende a TV. Exceção feita alà Fiorella, o que mais me decepciona é o Marcus Malleja: trata-se de alguém que posa de grande ator, sempre muito crítico ao trabalho alheio, mas que, nesse programa, está péssimo, sem graça, piadas repetitivas! De zero a dez, o programa leva nota 3,5 - a idéia eh boa, mas a execução nao tem sido das melhores.

Sérgio Santos disse...

Concordo com o seu comentário, Anônimo. Abraços!

Anônimo disse...

Boa tarde:

Legal o blog!
O encontrei pelo recente VAI QUE COLA?...
E até gostaria de opinar; assisti até ontem - de fato parte do elenco é bom mesmo. Alias faltou a CACAU PROTÁSIO (uma das principais)_só que achei bem pesado o nível/alias é um dos primeiros programas da TV que vejo PALAVRÕES (acho que poderá até haver alguma coisa tipo PROCESSO/ADVERTENCIA)_pois nestes humorísticos, sempre há uma punição para isso: como aconteceu no SAI DE BAIXO e TOMA LÁ DA CÁ. Além da novela LAÇOS DE FAMILIA (onde o que lá era abordado era forte, e que MENORES NÃO PODERIAM ATUAR: a filha do Manoel Carlos (a JULIA ALMEIDA) era na época e esta quase foi cortada).
Aliás, o humor no Brasil sempre apelou (ESCOLINHA DO PROFESSOR RAIMUNDO por exemplo): além da TV se encontrar fraca ultimamente.
Vi que és do RJ, eu também: só que resido no sul há tempos. E inclusive tenho parentes formados em BIOLOGIA.
Seria isso.

Tchau,
Rodrigo

http://rodrigo-arte.blogspot.com/

Anônimo disse...

É legal, mas muito palavrão, gente. E sem necessidade nenhuma, pois eles são muito talentosos.Vai diminuir o número de telespectadores, que se sentirão constrangidos com esse excesso.

Sérgio Santos disse...

Oi Rodrigo. Que bom que gostou do blog. Sim sou do RJ!

Não vejo problema nos palavrões desde que bem usados e também não creio que processo seja a solução, pois parece censura. Obrigado pelo comentário. Abraços.

Sérgio Santos disse...

Arley, eu só vi três episódios. Nesses não vi muito palavrão, mas pelo visto tá tendo bem mais agora. Achei o elenco fraco, com exceção do trio central que citei e o texto repetitivo. Abraços!

Camila Gusmão disse...

Estou acompanhando a série desde o começo. Concordo que alguns personagens estão deslocados na trama. O trio Cacau, Paulo e Samantha impressionam quanto à facilidade em fazer o telespectador rir. A Catarina Abdala, que é uma atriz consagrada no teatro tem me surpreendido, pois como ela não faz essa linha do humor, pensei que ela ficaria 'perdida' na trama, mas ela está excelente na trama. O Caruso e o Majella é que eu acho que poderiam ser melhor explorados, mas adoro as cenas do Wilson com a Dona Jô.

Abraços a todos, independente de gostarem ou não da série

Anônimo disse...

apesar de todas as criticas o programa ainda assim e muito bom. concordo plenamente que o texto e um tanto fraco, e nesse ritmo que o programa e exibido , todos os dias,não creio que fara tanto sucesso. gostei muito do elenco apesar do peso das piadas esta centralizado em poucos atores. emiliano não existe nesse programa suas atuações estão horríveis.

Unknown disse...

O programa é ótimo..
Adoroooo...

Anônimo disse...

Um saco....chaterrimo e olha que amo paulo gustavo mas o programa e fraco muita gente e pouco riso detestei mesmo....mudem o programa porque vai que cola mas nao colou e nem rolou

luana zardi disse...

Paulo gustavo da um show.....mas sozinho esse vai que cola esta ficando chato....e todo dia nao rola.....menos personagens porque estao perdidos e ainda nso se soltaram....o programa dele 220 volts sim e tudo de bom....ve se leva um pouco fo seu programa para a pensao da fona ju pq do jeito que esta nao da

Anônimo disse...

Adoro o programa muito bom!