Na verdade, a final mesmo foi decidida na terça-feira, no paredão entre Fael e Jonas, onde o modelo foi eliminado com 54% dos votos. Ele era o único participante que tinha chances de tirar o prêmio do apático candidato, que virou favorito com menos de um mês de programa no ar. Mas não deu. Após uma prova do líder muito controversa --- onde Fabiana foi claramente favorecida através de uma sucessão de equívocos (a mesa dela estava sensível demais, ela teve mais tempo para pensar e foram feitas 14 perguntas e não 15, já que uma foi anulada, sem ser devidamente substituída) ---, Jonas acabou perdendo a vaga na final e se viu fora do jogo com uma diferença bem pequena.
O desfecho dessa edição do BBB foi decepcionante. Os melhores momentos
selecionados foram muito fracos e as poucas cenas que renderam alguma discussão foram exibidas rapidamente. As tradicionais pérolas ditas pelos BBBs foram ignoradas (olha que eles disseram muitas) e os clipes não foram felizes. A charge de Maurício Ricardo foi previsível e nem um pouco engraçada. O chargista, aliás, também não foi nada feliz esse ano. O conflito Selva X Praia, que norteou essa edição, serviu para Pedro Bial proferir um discurso politicamente correto, onde ele defendeu os dois grupos, citando qualidades e defeitos de cada um.
Para se ter uma ideia de como a final deixou a desejar, a produção teve que 'apelar' para um longo vídeo a respeito de todas as edições do BBB. A desculpa foi homenagear a história do programa, mas caso a décima-segunda edição tivesse material o suficiente para preencher a grande final, não haveria necessidade de retrospectiva alguma. Só mais um detalhe interessante: Fabiana e, principalmente Fael, os dois finalistas, apareceram muito pouco nos clipes apresentados. Isso apenas comprova a falta de relevância do vencedor para a atração.
Não houve emoção na final. A impressão causada era que haviam prorrogado um jogo que era pra ter sido encerrado dois dias antes e de uma forma melhor, com mais emoção. Pedro Bial não se emocionou, os participantes não se emocionaram e muito menos o telespectador. Não que o reality prime pelo sentimentalismo, mas em toda final houve momentos que tocaram o público. Nesse não.
A audiência foi a pior de todas as edições: 26 pontos (no BBB11 a final alcançou 30). No entanto, essa tristeza Boninho só terá em relação aos números do encerramento, uma vez que na média geral há motivos para comemoração: o BBB termina com índices superiores ao do ano passado, interrompendo uma crescente queda.
Pode-se dizer que a décima-segunda edição foi recheada de polêmicas dentro e fora da casa mais vigiada do Brasil. Dois candidatos desistiram antes mesmo do programa ir ao ar, mas, verdade seja dita, em quase todo ano há esse tipo de situação. Depois veio a polêmica do suposto estupro. Até polícia foi parar dentro do Projac e, devido à pressão popular, Boninho foi obrigado a expulsar Daniel da casa. Após a eliminação de Monique, onde a mesma garantiu que houve consentimento, o processo foi arquivado e a emissora tem tentado melhorar a imagem do rapaz. Já deu entrevista para Ana Maria Braga e participou da final. Não era mais o homem invisível que havia desaparecido subitamente. Ficou decidido que todos devem fingir que não viram imagem alguma e que acreditam no que foi divulgado. Apesar de parecer que tudo foi resolvido, o programa sentiu o baque da repercussão negativa. Embora a audiência tenha aumentado, o faturamento caiu. Alguns patrocinadores se assustaram.
Além dessa polêmica, Boninho não esteve muito inspirado nessa edição. Foi um grande equívoco terem voltado com os paredões duplos. Com isso, o Big Fone foi praticamente inutilizado. Serviu apenas para imunizações e um poder supremo (obtido por Laisa). Pra piorar ainda causou 'danos' para o próprio BBB, pois perdeu-se candidatos que poderiam render bem mais, como Analice e João Maurício (paredões triplos há mais chances de salvar quem acrescenta algo mais à atração). A eliminação da 'xepa', onde os perdedores da prova da comida acabam só podendo comprar alimentos não muito gostosos, foi outro erro. Não havia disputa entre grupos nesse caso, e todos lutavam pelos mantimentos juntos. Em suma: houve menos conflitos, obviamente. A justificativa do diretor era remeter à primeira edição, onde tudo começou. No entanto, acabou sendo incoerente, porque para isso deveria abolir Anjo, Big Fone e prova da comida, situações inexistentes na primeira temporada. Os erros nas provas de líder também foram motivos de críticas. Após a confusão que houve na prova da moto, onde Yuri perdeu sua liderança, revertendo o rumo do jogo; ainda tivemos a última prova com o favorecimento de Fabiana.
O "Big Brother Brasil 12" não foi a pior edição de todas --- será muito difícil superar o fatídico BBB6 ---, mas com certeza foi uma das mais fracas até então. Vamos torcer para que na décima-terceira edição, no ano que vem, Boninho volte a ser o que era e apresente um reality show tão bom quanto os das edições passadas.
8 comentários:
De olho nos detalhes mesmo!! KKKKK!! Muito bom você é!!
Ai, esse big brother tinha é q acabar, já tá mt chato, sem novidades nenhuma.
Queria te falar q estou mt decepcionada com a novela das 7 da globo. Essa emissora devia contratar um consultor jurídico para ajudar nos roteiros e a personagem da Greyce Kelly já ultrapassou os limites do ridiculo....
Bjos!
amonailart.blogspot.com
Pura emoção, obrigado pelo carinho! Beijo.
Valquíria, obrigado pelo comentário. Sempre gostei muito de BBB, mas essa edição foi uma das piores. Realmente Aquele Beijo não aconteceu. Gracy Kelly está sendo muito mal interpretada pela Leialh Moreno e também achei algumas situações bem absurdas. Beijos e obrigado pela visita de sempre! ;)
Já faz muito tempo que o BBB não tem emoção.
Sérgio, uma análise perfeita ...
Eu não assisti ao programa e lendo o que escreveu deu para ter uma ideia de tudo o que aconteceu...
Já vai tarde ,ainda bem que acabou!!!
Um abração amigo e ótimo finalzinho de domingo!!!
RafaKun, obrigado pelo comentário. Abraço!
Adriana, obrigado pelo carinho de sempre. Que bom que gostou do texto. Beijão!
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