quinta-feira, 12 de abril de 2012

Máscaras tem uma estreia ousada e confusa

Nesta  terça-feira (10/04/2012) estreou a nova novela das 22 horas da Rede Record. Substituta de "Vidas em Jogo", a trama escrita pelo competente Lauro César Muniz --- "Cidadão Brasileiro" e "Poder Paralelo" foram suas duas últimas novelas na Record --- despertava interesse através de suas chamadas. O autor contava um pouco sobre a abordagem que fará e sua intenção em falar sobre as máscaras sociais que muitos utilizam e como isso pode enganar muita gente. Porém, com dois capítulos exibidos, quase nada foi explicado ao telespectador.


A trama começa mostrando imagens de um navio onde estão os personagensque mais apareceram até então: Maria (Miriam Freeland), o psiquiatra Décio (Petrônio Gontijo), Olivia (Iris Bruzzi) e Otávio (Fernando Pavão). Maria sofre de depressão pós-parto e é casada com um rico fazendeiro (Otávio). O primeiro capítulo foi praticamente dela. A personagem --- muito complexa e interessante --- é depressiva, bipolar e apresenta um sofrimento que, ao mesmo tempo que comove, deixa o telespectador desconfiado. O autor foi ousado em escolher esse papel para dominar o capítulo inicial. Miriam Freeland brilhou e convenceu nas cenas, mesmo havendo o péssimo áudio da Record atrapalhando, onde em vários momentos houve a impressão que a atriz estava sendo dublada por ela mesma.

Enquanto a víamos voltando para
a fazenda com seu marido, duas personagens --- as irmãs Tônia (psiquiatra interpretada por Daniela Galli) e Luma (Karen Junqueira) --- conversavam sobre a depressão pós-parto de Maria, que Tônia havia conhecido no navio; e o diálogo foi uma verdadeira aula sobre a doença, não fugindo do didatismo. Também acabou 'servindo' para apresentar ao público os conflitos que as duas irmãs terão: a mais velha (Tônia) tem um certo sentimento de posse em relação à irmã e já seduziu vários namorados da Luma para afastá-la deles, alegando que nenhum servia pra ela. As atrizes foram muito bem.

Os personagens de Heitor Martinez (Martin - o vilão que se faz passar por mocinho, esta sendo uma das justificativas do título da trama) e Gisele Itiê (dando vida a uma prostituta) aparecerem rapidamente e o objetivo foi abordar a crise financeira sofrida pelo Estados Unidos, ocasionada pela quebra de um banco de investimentos. Acabou servindo para enfatizar que essa fase da história se passava em 2010.

O primeiro capítulo termina com o sequestro de dois bebês (o filho de Maria e o da babá que cuidava do menino). Numa ótima cena de perseguição, dois caminhoneiros levam as crianças piorando o estado psicológico da esposa de Otávio e despertando a curiosidade do telespectador.

Lauro César Muniz está de parabéns pela ousadia. Estreou uma novela de uma forma totalmente diferente e fugiu das obviedades. Não vimos vilão, mocinha e nem personagem cômico. Observamos uma trama tensa e recheada de mistérios, com personagens muito enigmáticos. Porém, o autor acabou pesando a mão e se excedeu. O capítulo foi arrastado e totalmente confuso. Por vários momentos não havia como entender nada do que se passava. E ao contrário do que se poderia imaginar, o segundo capítulo não ajudou a entender a história, muito pelo contrário: despertou mais estranhamento e dúvidas. O sequestro criou desdobramentos que ficaram indecifráveis para a audiência. No entanto, vimos o aparecimento de um novo núcleo, onde estavam atores como Henrique Pagnocelli, Bete Coelho, Bruna Di Tullio e Luiza Tomé. Os personagens de Henrique e Bete estavam 'comemorando' o término do casamento com um jantar e muitos convidados. A parte estranha fica por conta das dancinhas esquisitas das mulheres após os maridos saírem do recinto.

Que Lauro César Muniz tem uma história instigante a ser contada, não resta dúvidas, mas fica difícil tecer qualquer previsão a respeito de "Máscaras", uma vez que não foi mostrado quase nada da novela em si. Porém, se os capítulos continuarem tão confusos quanto os dois primeiros, haverá um grande afastamento do público, que refletirá, obviamente, nos números de audiência. Resta ao telespectador esperar por uma boa surpresa ou uma triste decepção.

12 comentários:

Thallys Bruno disse...

Uma coisa é certa: Máscaras tem tudo para ser instigante, bem ao estilo adotado por Lauro César especialmente em Poder Paralelo (que tratou da máfia italiana). Mesmo com esses aspectos confusos, que à primeira vista parecem arrastados.

O Fernando Pavão, fisicamente, lembrou um pouco o Gabriel Braga Nunes (com o qual o LCM pretendia contar, mas Gabriel assinou com a Globo em contrato longo depois de Insensato Coração e, por isso, Fernando foi escolhido).

Quanto a Heitor Martinez, acredito que a imagem dele pode cansar, pois antes de Máscaras tem a reprise de Vidas Opostas (que pra mim foi a melhor novela que a Record já produziu, onde ele viveu outro vilão, o bandidão Jacson).

Miriam Freeland foi a dona do primeiro capítulo e a personagem promete muito, seja pela comoção ou desconfiança. Mas também gostei do Petrônio, do Fernando, da Karen Junqueira e Daniela Galli. Sobre o áudio, senti essa mesma impressão de que vários atores teriam dublado a si mesmo.

Sobre a abertura, o trabalho gráfico em si eu achei um tanto simplório para a proposta. A música Porto Solidão (de Jessé, agora na voz do Fagner) é linda, mas se analisar a letra, ela remete ao título anterior da trama (Navegantes), já que foi divulgado que a história se passaria num transatlântico, como mostraram algumas das chamadas.

Apesar de tudo, espero uma boa surpresa e que a Record tenha sucesso com Máscaras. Tem tudo para ser uma grande novela, dada a genialidade de Lauro César.

BLOGZOOM disse...

Faz tempo que não consigo mais perder meu tempo assistindo novelas.
Eu leio um pouco sobre algumas somente para saber o que as pessoas tem a comentar.

BEIJOS

Sultana disse...

Vai vendo e me contando. Eu não me arrisco rs rs

Sérgio Santos disse...

Thallys, obrigado pelo comentário. Não sei se acompanherei a novela, acho difícil, porém, vamos ver se será uma trama interessante como parece ser. A abertura é muito cafona. Pouca coisa foi apresentada até agora e há tantos mistérios que a trama acaba ficando complicada de se entender. Vamor aguardar. Abraço.

Sérgio Santos disse...

Sissym, obrigado pelo comentário. :) Beijos.

Sérgio Santos disse...

Sultana, tá certo. rsrs

Anônimo disse...

Estou vendo até agora, são 3 capítulos, só estou irritada com a Maria, kkk apesar da atriz estar ótima, mas não sei...ainda não deu aquele cham..mas sem duvida muito bem feita até agora.

Sérgio Santos disse...

Patricia, obrigado pelo comentário. Miriam Frelland é ótima mesmo. A personagem é instigante. Beijos.

Fabio Dias disse...

Boa trama, porém mal produzida!
Mas ainda tenho esperanças que melhore, continuarei vendo, gosto de ousadia!

Fabio
www.ocabidefala.com

Sérgio Santos disse...

Fabio, no início pensei que seria uma boa novela. Mas também achei muito mal produzida e não achei o texto do competente Lauro César Muniz tão incrível assim. Não tenho mais assistido, mas tentarei acompanhar mais um pouco pra ver se melhora. Abração!

Elvira Akchourin do Nascimento disse...

Sou fã do estilo do Lauro César Muniz e do trabalho de Miriam Freeland e Paloma Duarte. O autor acertou na maioria das novelas anteriores na Globo e nas anteriores na Record, "Cidadão Brasileiro" e "Poder Paralelo", que conseguiram unir qualidade e aceitação popular.
"Máscaras" tem um enredo de difícil entendimento. Mais parece um trabalho psicanalítico. Daí talvez um dos motivos da baixa audiência.

Sérgio Santos disse...

Elvira, também gosto muito da Miriam e da Paloma. Não acompanhei essas duas novelas do Lauro citadas por vc. Achei que Máscaras seria uma ótima novela porque gostei das chamadas, mas o resultado não foi bom. Mistério é bom, mas desde que o telespectador entenda o contexto geral. Demoraram para esclarecer isso e o público se afastou. beijos.