quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

"Verão 90" tem estreia nostálgica e corrida

A novela que mesclou passado e presente através de uma família de 1886 descongelada em 2018 saiu de cena. Agora o intuito da Globo é apresentar um folhetim que vai mexer com a memória afetiva do público relembrando moda, músicas e costumes dos anos 90, período nunca antes abordado em uma trama. Afinal, é uma época nem tão distante assim e muitas histórias clássicas, como o remake de "Mulheres de Areia" (1993), "Quatro por Quatro" (1994) e "A Próxima Vítima" (1995), foram exibidas naquela década. "Verão 90", dirigida por Jorge Fernando, é uma produção claramente nostálgica.


Escrita por Izabel de Oliveira e Paula Amaral (que trabalharam juntas com Filipe Miguez no fenômeno "Cheias de Charme" e no fracasso "Geração Brasil"), a nova história das sete traz João (João Bravo/Rafael Vitti), Manuzita (Melissa Nóbrega/Isabelle Drummond) e Jerônimo (Diogo Caruso/Jesuíta Barbosa) como protagonistas. O trio estourou como a Patotinha Mágica, grupo infantil que era febre nos anos 80 e se apresentava em vários programas. No entanto, tudo naufragou por conta de um escândalo (João desmaiou no palco e a mãe foi acusada de negligência) e cada um seguiu seu rumo. É a partir dessa nova ''saga'' que o folhetim se inicia de fato. 

A estreia teve como principal objetivo prender o público através de várias imagens de programas dos anos 80/90 e músicas de sucesso que até hoje se mantêm na memória do espectador. "Batman & Robin" e "Cassino do Chacrinha", por exemplo, marcaram presença, assim como canções icônicas, vide "Do Leme ao Pontal", "Freak Le Boom Boom" e "Nós vamos invadir sua praia".
A atração do velho guerreiro, inclusive, foi a escolhida para apresentar a performance de Manuzita diante dos fãs apaixonados, entre eles João e Jerônimo, que logo quiseram fazer fazer parte do grupo da menina.

Uma pena que essa primeira fase tenha sido tão corrida. Confundiram agilidade com pressa. Não havia a necessidade de apresentar a fase criança dos protagonistas de forma tão rasa. Isso acabou prejudicando, inclusive, a relação dos mocinhos. João e Manuzita se viram, se encantaram e logo viraram "namoradinhos", excluindo Jerônimo. Ironicamente, esse início construiu bem a personalidade do vilão. Deu para entender bem a paixão do menino pela fama e sua raiva vendo o irmão conseguindo o que ele planejava. Também foi interessante a cena do garoto falsificando notas de um colega de classe, mediante pagamento adiantado, expondo sua índole duvidosa. Mas a correria afetou a construção do amor do casal principal ainda na infância.

As cenas de João Bravo e Melissa Nóbrega foram muito bonitinhas, mas, mesmo após a passagem de tempo, ficou difícil comprar aquele desespero todo porque foram separados pelas respectivas mães. Por sinal, Cláudia Raia promete dar um show na pele da deslumbrada Lidiane e o perfil (uma ex-atriz de pornochanchada) parece escrita especialmente para ela. Já Dira Paes ganhou um tipo cujas características podem cansar com o tempo: Janaína é uma mãe batalhadora e íntegra, mas nunca gostou de fama e não tem ambição. Logo na estreia, tentou impedir o sonho dos filhos e acabou comprando briga com Lidiane, após o fim da Patotinha Mágica. Resta aguardar como essa rivalidade será trabalhada pelas autoras. É mais fácil o público ficar do lado da perua irresponsável.

A chegada aos anos 90 ---- mudando a fase, após dez anos ---- logo destacou Isabelle Drummond na pele de Manuzita. Hilária a cena da menina trabalhando como figurante de "Tieta" e 'canastrando' no momento em que Tieta (Betty Faria) tirou a peruca de Perpétua (Joana Fomm). A mocinha é uma péssima atriz, cantora e dançarina. Não tem talento para nada, ao contrário da sua época de criança. Essa saga em busca do sucesso e da fama, ao lado da mãe, promete mais do que o seu romance com João (Rafael Vitti), cujo reencontro ocorreu no gancho do primeiro capítulo. Outra situação que tem tudo para agradar é a vilania de Jerônimo. Jesuíta Barbosa mal apareceu e já se sobressaiu. O personagem tem boas camadas.

E a trilha sonora será a grande protagonista. As passagens de cena são 'clipadas' com lindas imagens do Rio de Janeiro e gravações de ruas e comércios nos anos 90, enquanto músicas que marcaram época engrandecem o capítulo. Além das canções mencionadas, "Your Love" (The Outfield), "Unbelievable" (EMF), "Flores" (Titãs), "Saideira" (Skank), "Preta" (Beto Barbosa), "Step By Step" (New Kids On The Block), "Scatman" (Scatman John), "The Look" (Roxette), "Fading Like A Flower" (Roxette), "The Best" (Tina Turner), "Grand`Hotel" (Kid Abelha), "Spending My Time" (Roxette), "Rio 40 Graus" (Fernanda Abreu) e "Your Song" (Elton John) são alguns outros clássicos que embalam a novela. Um verdadeiro oásis para os amantes da boa música. É preciso, ainda, elogiar a maravilhosa abertura que utiliza várias referências fantásticas da década, incluindo até o Pião da Casa Própria, do programa Silvio Santos. São tantas lembranças que dá vontade de ver várias vezes. Tudo ao som da dançante "Pump Up The Jam" (Technotronic).

"Verão 90" teve uma estreia repleta de nostalgia e essa, até o momento, foi a maior qualidade observada na novela. O enredo de Izabel de Oliveira e Paula Amaral ainda não pôde ser muito bem observado. A Patotinha Mágica acabou e agora resta saber se esse reencontro do trio vai render uma história atrativa pelos próximos meses. O tempo dirá.

14 comentários:

Anônimo disse...

mais um lixo que esse Zamenza vai acompanhar assiduamente, kkkk. É cada doido nesse mundo... E nem adianta tentar fazer o publico voltar a assistir as novelas da Globo fazendo se passar nos anos 80 ou 90 porque continuam péssimas, queremos novelas feitas de verdade naquela época no canal Viva que agora resolveu reprisar lixos dos anos 2000.

Anônimo disse...

Lixo é esse seu comentário que ninguém se importa.

Vitória disse...

Também achei corrida. Não entendi porque nao aproveitaram a fase das crianças porque tá na cara que o enredo dessa novela vai estagnar logo logo.

Unknown disse...

Nossa que interessante esse plot da Patotinha magica, que novelão, e esse elenco hiper talentoso, nossa, essa vai marcar época mesmo, kkk.
*contem ironia

Heitor disse...

Péssima a construção dos mocinhos e péssima a edição das cenas. To achando tudo muito ruim por enquanto, tirando a trilha.

Gabriella disse...

Achei tudo muito superficial. Vale pelas músicas mas é pouco pra uma novela.

gabriel disse...

A Globo é tão incompetente hoje em dia que a novela tá parecendo muito mais anos 80: roupas coloridas, cabelão, etc. Anos 90 não teve nada de marcante, foi uma década bem sem graça. Até a abertura é 80s total, nada a ver com os insossos anos 90.

Anônimo disse...

Vale pela nostalgia. Lembro de muita coisa da minha infância quando vi algumas cenas da novela.

Sérgio Santos disse...

Concordo, Vitoria.

Sérgio Santos disse...

Tb achei isso ruim, Heitor.

Sérgio Santos disse...

Vdd, Gabi.

Sérgio Santos disse...

Discordo, Gabriel.

Sérgio Santos disse...

Eu tb, anonimo.

Filha do Rei disse...

Oii!! A trilha sonora traz saudade!!
Tenha uma linda semana!!Bjs