"A Força do Querer" foi a melhor novela da escritora, conseguindo superar até a elogiada e inesquecível "O Clone", de 2001. Isso porque Glória soube se reciclar, corrigindo os vários erros observados em tramas como "Caminho das Índias", "América" e a já citada "Salve Jorge". Após abusar do recurso da exploração de culturas estrangeiras, a autora resolveu apostar em um enredo 100% nacional, tendo o Pará (através da fictícia Parazinho) como um dos locais de sua história. Ainda assim, o ambiente esteve presente apenas no primeiro mês, sendo logo 'abandonado' quando todos os personagens de lá se mudaram para o Rio de Janeiro. E foi ótimo não ter 'dancinhas' ou bordões com expressões estrangeiras. Estava bastante repetitivo.
Outra medida adotada com êxito foi a escolha do protagonismo. Em meio ao empoderamento feminino, Glória colocou três mulheres como figuras centrais, intercalando o destaque de cada uma. E escalou três atrizes de peso: Paolla Oliveira, Juliana Paes e Isis Valverde. O trio honrou a confiança da escritora, fazendo de Jeiza, Bibi e Ritinha tipos marcantes, que caíram na boca do povo.
A Policial Militar que lutava MMA, a mulher ambígua que virou traficante por uma paixão doentia, e a sonsa menina que amava só a si mesma, simbolizando a sereia das lendas, foram interpretadas com brilhantismo, expondo o talento das intérpretes. A primeira despertava torcida, a segunda ódio e a terceira mesclava diversão e canalhice. Três personagens bem construídas.
Porém, Ritinha teve uma condução mais errônea. A autora destacou a sereia no começo da trama, mas depois não soube mais o que fazer com ela. Tanto que a menina ficou sem conflito durante boa parte da história, só ganhando destaque novamente na reta final, em virtude do cumprimento da profecia que o índio fez para Zeca (Marco Pigossi) e Ruy (Fiuk), implicando em um tiro quase fatal e a descoberta do verdadeiro pai de Ruyzinho. Gloria poderia ter desenvolvido isso antes, destacando a atriz e evitando uma correria desnecessária no fim ----- Zeca descobrir que é pai do menino só no penúltimo capítulo foi absurdo, eliminando um leque de dramas promissores, como luta pela guarda e conflitos com Jeiza.
Ao menos, Jeiza e Bibi tiveram um desenvolvimento excelente. A PM era a representação da Mulher Maravilha dos tempos modernos, fazendo um par apaixonante com Zeca. O casal transbordou química e 'Jeizeca' emplacou logo no início, para a surpresa da própria Glória, que inicialmente planejou um romance com Caio. A autora até adiou ao máximo a separação, mas, quando a juntou com o ex de Bibi, conseguiu deixar rivalidade da lutadora de MMA ainda maior com a Perigosa. Essa rixa, por sinal, foi um dos grandes trunfos do enredo. O ódio que a até então esposa de Rubinho (Emílio Dantas) tinha pela policial soltava faísca e havia sempre uma grande cena quando as duas se enfrentavam, empolgando o telespectador. O tradicional jogo de polícia X bandido era protagonizado por mulheres, fazendo o público torcer para a PM ---- feito raro, levando em consideração a dificuldade em fazer uma heroína cativante nos últimos tempos. Paolla Oliveira deu um show, assim como Juliana e Marco Pigossi.
A própria trajetória de Bibi movimentou a novela, expondo a complexidade daquela mulher que protagonizava momentos doces com a mãe (Aurora - Elizângela) e o filho (Dedé - João Bravo), ao mesmo tempo que colocava medo quando subia o Morro do Beco, se comportando como a Baronesa do Pó. Ela despertava ódio, tanto pelas atitudes com Jeiza, quanto pela burrice na paixão cega por Rubinho. Juliana Paes viveu seu melhor momento na carreira, após duas grandes interpretações ---- na pele da dúbia Carolina Castilho, em "Totalmente Demais" (2016) --- seu segundo melhor papel ---, e vivendo a passional Zana, em "Dois Irmãos" (2017). As cenas da atriz ao lado de Elizângela, João Bravo (melhor revelação mirim do ano) e Emílio Dantas eram fantásticas, sendo necessário citar a química com Rodrigo Lombardi, observada desde "Caminho das Índias" (2009). A parceria com Paolla também deu muito certo e vale citar o ótimo Jonathan Azevedo, intérprete do Sabiá. A autora mataria o traficante, mas mudou de ideia por causa do sucesso. Ele e Juliana formaram uma boa dupla. A intérprete da Bibi ainda dividiu bem a cena com a talentosa Totia Meirelles, ótima como Heleninha. O clima pesado entre as duas sempre rendia, assim como a amizade de Dedé e Iuri (Driko Alves).
O enredo em torno do transgênero Ivan/Ivana (Carol Duarte) foi mais um êxito da novela, funcionando como importante merchandising social. A trajetória daquela menina que não tolerava o próprio corpo cativou o telespectador, despertando atenção desde o início e revelando o talento de Carol para o mundo. A atriz deu um show de dramaticidade e se entregou ao papel, sofrendo transformações físicas desafiadoras. Ela realmente virou um menino ao longo da história, emocionando em meio a lindas músicas, como "True Colors" (Cindy Lauper) e "De Toda Cor" (Renato Luciano). Todos os conflitos familiares protagonizados pela personagem foram primorosos, sendo necessário destacar ainda Maria Fernanda Cândido e Dan Stulbach, que voltaram aos folhetins em grande estilo ---- ambos estavam afastados há um bom tempo. A dificuldade que Joyce e Eugênio tiveram com a nova condição do filho se mostrou crível, rendendo grandes momentos. Vale citar também a importância de Juliana Paiva e Cláudia Mello em todo o contexto, valorizando as cenas sempre que Simone e Zu participavam do drama familiar. O único erro desse drama foi a gravidez de Ivan, cuja relevância foi nenhuma e ainda prejudicou a verossimilhança do todo.
O núcleo de Parazinho se mostrou outro trunfo da produção. Tonico Pereira e Zezé Polessa preencheram o espaço cômico da história com precisão, fazendo de Abel e Edinalva uma dupla imbatível. As brigas eram hilárias e os exageros deles fizeram bem ao contexto. Luci Pereira (Nazaré) e Gisele Fróes (Cândida) também brilharam junto com a dupla, assim como Dandara Mariana (Marilda). A própria Isis Valverde protagonizou engraçadas cenas com todos, incluindo Marco Pigossi. E a entrada da genial Fafá de Belém, vivendo a mãe de Zeca, engrandeceu essa deliciosa turma, embora tenha aparecido menos do que se esperava ---- ela nem soube que o filho levou um tiro de Ruy, por exemplo.
Nem tudo foram flores, todavia. A vilania de Irene (Débora Falabella) deixou a desejar. Glória nunca foi uma autora muito boa em criar vilãs e essa foi mais uma prova. A psicopata que fazia de tudo para atingir seus objetivos virou uma chata, cuja única função era atazanar a vida de Eugênio e Joyce. No início, a trama empolgava. Mas, depois que levou uma surra de Ritinha e sapatadas da rival, sendo desmascarada, a mau-caráter ficou avulsa no enredo, se contentando em mandar fotos para Joyce com o intuito de irritá-la. Até o golpe da gravidez ela tentou dar. Enfim, decepcionou. O lado positivo foi ver Débora Falabella mostrando sua versatilidade, convencendo na pele de uma interesseira. A cena da morte da 171, por sinal, foi muito boa, surpreendendo pelo clima de terror. Maria Clara Spinelli também se destacou com a medrosa Mira, parceira da vilã, e a entrada de Betty Faria, na pele da impagável Elvirinha, movimentou um pouco o enredo e proporcionou um bom embate com a ex-amante de Eugênio.
Apesar do elenco mais enxuto, alguns nomes ficaram sem função e se perderam no roteiro. Elvira divertiu, mas entrou na trama com Garcia, vivido pelo grande Othon Bastos. Ele prometia engrandecer o contexto de Irene, mas ficou na promessa. Quem se destacou mesmo foi Betty, pois Othon não conseguiu bons momentos. Dantas foi outro perfil que não aconteceu. Anunciado como galinha e ambicioso, o empresário parecia um quase vilão no começo, mas acabou sumindo aos poucos. Edson Celulari voltou às novelas, após a recuperação do câncer, e isso já valeu muito. Entretanto, merecia mais. Por sinal, todo o núcleo dele se perdeu. Cibele (Bruna Linzmeyer) foi outra que teve ótimas cenas nos primeiros meses, se vingando de Ruy, até ficar avulsa e viajar por um tempo. Shirley (Michelle Martins), Anita (Lua Blanco), Amaro (Pedro Nercessian), Leila (Lucy Ramos) Alan (Raul Gazolla) e Junqueira (João Camargo) foram outros que ficaram soltos, mal aparecendo. Porém, justiça seja feita, Glória melhorou bastante em comparação a seus trabalhos anteriores, onde os elencos eram imensos e repletos de talentos desperdiçados. Só não é possível aceitar mesmo a escalação de Fiuk para viver um tipo tão importante como o Ruy. O ator é péssimo e não tinha a menor capacidade de viver um perfil de tamanho destaque. O massacre das críticas foi justo ---- a autora viveu situação semelhante em "Explode Coração" (1995), quando Ricardo Macchi acabou ridicularizado pela total inexpressividade do Cigano Igor.
O vício em jogo de Silvana (Lília Cabral) foi um enredo promissor, mas acabou repetitivo. A trama rendeu ótimas situações, mesclando bem drama e comédia. Lília é fantástica e mais uma vez se sobressaiu em um trabalho, merecendo todos os elogios. Sua parceria com Juliana Paiva, Karla Karenina (Dita) e Humberto Martins (Eurico) se mostrou um acerto, assim como as mentiras deslavadas que a personagem contava para camuflar o seu vício. Porém, depois que Silvana finalmente se internou para se tratar, o contexto simplesmente retrocedeu. Ela fugiu e tudo voltou à estaca zero, Ou seja, o núcleo passou a andar em círculos, ficando cansativo. A cegueira do marido ultrapassou os limites da estupidez e a autora ter deixado essa conclusão só para o último capítulo foi equivocada. Poderia ter encaminhado o desfecho antes, evitando atropelos.
Aliás, Glória errou bastante em cima da conclusão de sua história. Ela deixou absolutamente tudo para o último capítulo. O resultado, obviamente, foi uma correria desnecessária, deixando muitos desfechos rasos, eliminando cenas que renderiam muito. Uma das situações mais aguardadas,por exemplo, era a descoberta de Eurico a respeito da verdadeira profissão de Nonato (Silvero Pereira). Mas, ele só descobriu no final do penúltimo capítulo. O mínimo que o telespectador merecia era que isso fosse resolvido antes, até para dar tempo do conservador empresário aceitar e finalmente deixar o preconceito de lado. Afinal, Eurico nunca foi uma má pessoa e a escritora acertou em mostrar que nem todas as pessoas preconceituosas são canalhas. Muitas são apenas ignorantes. Ao menos, o contexto rendeu bons momentos para Humberto e Silvero ao longo da obra. Por sinal, Silvero é mais uma grata revelação da trama e o paralelo que Glória fez de Nonato e Ivana, diferenciando o travesti do transgênero, foi excelente.
O penúltimo capítulo teve a ótima atuação de Marco Pigossi, Isis Valverde, Paolla Oliveira e Tonico Pereira quando Zeca finalmente descobriu que Ruyzinho é seu filho, após Nazaré ter visto a marca de nascença do menino. A cena primou pela emoção e vale um adendo especial ao menininho Lorenzo, que é uma graça e muitas vezes atuou sem perceber. Não podiam ter escolhido criança melhor para 'representar' o Ruyzinho. Que fofura. Vale destacar ainda o momento em que Bibi atirou em Rubinho e ainda negou o convide de Sabiá para chefiar outro morro. Juliana, Emílio e Jonathan muito bem, como sempre. Juliana ainda emocionou na hora em que Bibi ouviu de Aurora que Caio deu a casa onde estavam, percebendo o quanto foi estúpida ao longo dos anos. Carol Duarte, Maria Fernanda Cândido e Dan Stulbach também merecem menção, sensibilizando no instante em que Ivan foi para a sua esperada cirurgia de retirada dos seios. Já a imagem de Eurico em choque vendo Elis Miranda se apresentando em um desfile de moda arrancou gargalhadas de quem assistia. Humberto Martins genial.
Ao menos todo o restante do último capítulo foi maravilhoso. Sabiá e Rubinho se enfrentando na favela tirou o fôlego do telespectador, culminando em Sabiá matando Rubinho e salvando a Jeiza sem querer. Kikito (Marcos Junqueira) ainda assumiu o comando do morro, para o interesse de Carine (Carla Diaz, ótima). Muito bom. Vale destacar ainda a luta de Jeiza, se consagrando campeã de MMA em Las Vegas, conseguindo virar o jogo graças ao incentivo de Zeca. Ela, inclusive, reatou com seu marrento e teve dois filhos com ele. Bibi se entregou e pagou pelo seus erros na cadeia, recebendo sempre o apoio de Aurora. Saiu de lá com seu livro pronto (baseado na história real de Fabiana Escobar, a verdadeira Bibi Perigosa) e reencontrando Caio, com quem se reconciliou. Finais coerentes e bem conduzidos. Até Cibele teve um desfecho interessante, se casando com ela mesma, sem noivo. Já a última cena mostrou a liberdade de Ivan, finalmente sem camisa na praia (efeitos especiais primorosos), e iniciando uma relação de afetividade com Cláudio (Gabriel Stauferr), com direito a um selinho de aceitação. Delicado momento. Já Ritinha fez sucesso como sereia, enquanto Garcia narrava os demais fins, incluindo o hilário casamento de Edinalva e Abel. Mas, como mencionado, ficou uma sensação de corrida contra o tempo. Não precisava.
"A Força do Querer" foi uma novela que deu gosto de assistir e fez jus ao horário nobre da Globo. Após tantas novelas problemáticas, a faixa mais prestigiada da emissora voltou aos bons tempos. Glória Perez viveu seu melhor momento como novelista, fazendo uma parceria bem-sucedida com o diretor Rogério Gomes, que soube exibir tudo o que a escritora queria ---- vale lembrar a dificuldade da autora com a direção de Jayme Monjardim, em "América", e "Marcos Schechtman, em "Salve Jorge". Esse folhetim foi um belo exemplo de uma produção vitoriosa e será sempre lembrada como um exemplo a ser seguido. O sucesso de público e crítica é mais do que merecido.
40 comentários:
A novela como um todo foi muito boa, com boas histórias e personagens marcantes. Mas como você achei o final bem fraco. Valeu pela cena do morro, a redenção da Bibi, Zeca e Jeiza na luta e só. O resto foi tudo muito corrido, mas mesmo assim não tirou o brilho da novela. Fazia tem que uma novela não fazia esse sucesso (repercussão e audiência). Os 50 pontos em final que eram imagináveis nesses tempos virem com fim da novela. Erros houve como você apontou, mas o conjunto da obra foi muito positivo. Acabou que os erros ficaram pequenos diante de uma história cativante. Fará falta essa novela. Que venha O Outro Lado do Paraíso e seja uma novela ótima também. Até porque senão for, só teremos Malhação para curtir até final do ano. Walcyr vai nos agraciar com uma boa novela, se Deus quiser.
Sérgio, esses seus textos finais são impecáveis. Eu concordo com cada parágrafo, tanto nos elogios quanto nas críticas.
Que texto, hem!Gloria deveria Ler.Até pra verificar seus erros.
Achei a novela toda muito boa, foi bem construída e apresentada, o elenco foi bem escolhido - menos Fiuk é claro - mesmo com alguns ficando avulsos. Concordo co vc Sérgio que ficou algumas coisas para em cima da hora que poderiam ter se resolvido antes e rendido ótimas cenas. Achei injusto a Simone - da maravilhosa Juliana Paiva - ter terminado aparentemente só, não que ela precisasse de alguém pra ser feliz,por que não precisava, mas para cuidar um pouco dela, já que a mesma passou a novela cuidando de Deus e o mundo, mesmo a personagem não sendo tão grande como outros, mesmo assim a Ju brilhou, deu tanta naturalidade para a personagem que dava pra se identificar com a aquela prima atenciosa e filha cuidadosa, agora ela merece um personagem que mostre de uma vez por todas o seu talento. Outro ponto em que a Glória ficou devendo foi o momento de conversa entre Ivan e Simone, onde elas relembrassem a trajetória até a transição de Ivana para Ivan e onde ele pudesse expressar a gratidão que tinha pela prima que sempre esteve do seu lado, mesmo quando não entendia ou sabia o que se passava com ele, isso representaria também um obrigado a todos que lutam contra a homofobia e todo tipo de intolerância ás diferenças!!! enfim a novela foi brilhante a autora, equipe técnica, elenco, todos os envolvidos estão de parabéns!!!
A melhor foi O Clone .
Que baita texto! E críticas precisas. Eu particularmente nem achei essa novela maravilhosa, mas foi boa comparada a antecessora.
Parabéns, Sérgio. Não só pelo texto impecável como por ter sido o único crítico que não tentou manipular seu leitor dizendo que foi o maior sucesso depois de Avenida Brasil. Como se empatou com Amor à Vida na média geral e vale lembrar que AAV teve mais de 200 capítulos e essa 170. Porque tudo pra esses fanáticos é Avenida Brasil...E impressionante como tentam desvalorizar o Walcyr Carrasco. Amor à Vida foi um imenso sucesso sim, gostem ou não. Tanto que depois do Félix, por exemplo, Mateus Solano nunca mais foi lembrado por trabalho algum. Tá nessa das sete e ainda só falam do vilão inesquecível. A Força do Querer foi mesmo a melhor novela a Gloria mas esse último capítulo foi decepcionante pra mim.Tudo corrido e situações absurdas.Valeu pela guerra na favela. Só.
Olá Sérgio
Sou suspeita para falar porque sou apaixonada por essa novela!
Achei muito interessante como temas diversos foram tratados e as interpretações foram feitas com arte e "querer" porque quase todos se saíram maravilhosamente bem <3
A alternância entre as protagonistas foi um baita acerto, não deixou a narrativa cansativa e instigou pela maneira como eram inseridas umas nas tramas das outras.
Claro que teve seus desatinos e enganos assim não foi perfeita, mas cumpriu com méritos a proposta de entretenimento e trazer à tona causas e reflexões.
Bibi brilhou poderosamente e fechou com chave de ouro tendo até direito a parafrasear Fernando Pessoa, aliás quem nunca hihihi
Concordo plenamente com você que o último capítulo foi desnecessariamente apressado, afinal tínhamos pela frente uma "última semana".
Queria ver Zeca mais com Ruyzinho sabendo que era seu filho, um embate mais aterrorizante de Bibi com Rubinho, Eurico saber antes a verdade sobre a vida dupla de Nonato, a tomada de consciência de Silvana sobre o vicio, mas no final das contas, pra mim, vai deixar saudades.
Aproveito para agradecer você por textos tão incríveis e maravilhosos, foram verdadeiros presentes pra quem é fã, e foi uma experiência singular acompanhar muito do enredo por aqui!
Gratidão!
Bjs e excelente fds pra ti
Luli Café com Leitura na Rede
A voz forte e clara da personagem Abigail - linda Mariana Xavier - criada por Glória Perez faz coro com muitas outras que acreditam que você deve amar seu corpo sempre, não importa o seu tamanho — e essa é uma mensagem que precisamos desesperadamente na nossa sociedade.
Novela muito boa, mas teve muitos erros.
Concordo plenamente com tudo que você falou.
O maior pecado de Glória foi o desfecho. Com essa mania triste que os escritores tem de deixar absolutamente tudo para ser solucionado no ultimo capítulo.
A gravidez de Ivana/Ivan como você bem falou foi cronologicamente mal planejada, além do desperdício de oportunidade de aprofundar sobre o mal-uso dos hormônios e suas consequências, um grande trunfo jogado fora. Na cena da agressão seria o momento certo para a reaproximação de Ivan com os pais, visto ser um fato que ocorre diariamente no Brasil e extremamente abafado pela mídia. Sem contar com o deslocado fim da personagem com Cláudio, que sempre quis afemina-la e nunca compreendeu seus questionamentos. Acharia mais que necessário antes daquela cena na praia, que houvesse ao menos um diálogo entre eles, com alguma hesitação de Cláudio quanto aquela situação, e só então a reaproximação e talvez, ai sim, uma possível descoberta dele pela bissexualidade, e o amor vencendo barreiras, algo mais lógico. E não ocorrendo tudo isso no último capítulo.
Nonato e Biga foram excelentes papéis, contexto e desfecho. Inclusive, a aproximação de Ivan com esses personagens foi enriquecedor.
Amaro, confidente de Ruy é um papel necessário apesar de ser vazio por não ter contexto próprio. Ele praticamente era o cérebro que faltava em Ruy. Tendo, na minha humilde opinião apenas um único momento BEM interpretado, que me comoveu, no momento da descoberta da não paternidade de Ruyzinho, Ruy me convenceu com alguma emoção. No mais, ele era beeem forçado.
Irene, um tanto obsoleta, foi a vilã de um personagem só. Sendo seu grande momento, na despedida da trama.
A grande falha, na personagem de Silvana, foi o desfecho com Eurico, onde seria crucial um diálogo, tendo a princípio uma não aceitação dele a respeito do vício de Silvana que foi tão trabalhado durante toda a novela. Sendo o grande motivo das absurdas mentiras dela. Fato este que tornou Eurico um bobão que se acha esperto. No momento de passar a mensagem do problema da perca não apenas de dinheiro, mas do meio familiar, realidade pulsante de pessoas com esses vícios, foi escanteada por falta de tempo para se concluir o ultimo capítulo. Eurico, simplesmente aceitou o vício da mulher sem nem titubuar. Ele poderia sim terminar com ela, mas se a problemática da trama vinhesse sendo trabalhada nas duas ultimas semanas não haveria necessidade de suprimir coisas tão relevantes. Em relação a Nonato, pelo menos surtiu um efeito cômico, dele não aceitar (ou cegar propositalmente para as coisas do mundo, que ele não "compreende"). Mas, não renegar Nonato. Rendendo ainda um patrocínio. Afinal, Eurico tem um coração enorme, coberto por uma falsa capa de durão.
CONTINUANDO...
Bibi e Caio foi ótimo, houve diálogo, mensagem positiva, redenção, superação, reviravolta. Tudo que merecia! Tendo ainda a facilidade de Glória se basear em uma história real, ajustando apenas para tornar a história mais vendável no contexto da novela. Sendo primorosamente interpretada por Juliana.
O núcleo do Morro do Beco, terminou com maestria. Tendo Sábia ganhado espaço na trama e enriquecendo aquela parte da história, dando lugar pra vários outros brilharem.
No núcleo de Parazinho, que pra mim foi disparado o melhor... Todos sem exceção brilharam do início ao fim. Exceto, por situações do desfecho, que pelo excesso de solução para se concluir a novela, ficou a desejar.
Seu Abel, Dona Edinalva, Dona Cândida e Nazaré eram a parte cômica da novela. Estavam sempre ligados a problemática dos filhos, porém sempre traziam frescor as cenas. Além de uma atuação impecável, nunca estiveram apagados no decorrer da história.
A falha, ao meu ver, se deu em essencial no decorrer das ultimas cenas que envolvem Ruy, Zeca e Ritinha. Primeiramente, por que antes de Ritinha aparecer na vida de Ruy e Zeca eles já tinham a ligação do afogamento e da profecia. Se durante toda a novela sempre havia menção a profecia, por que não da mais espaço para esta cena tão esperada, onde o índio explicasse de forma mais clara aquela previsão dele, que seria Ritinha, o que vem das águas, em forma de sereia. Isso pra mim, ficou extremamente descabido. Logo, na sequência, Ruy e Zeca já se tratam como irmão? Que despautério. Não houve briga, não houve embate. Não houve nada. Como assim? Ficou um grande e absurdo vazio nessa história tão "enrolada" durante todaaaa a novela.
Ritinha por sua vez, qual foi sua mensagem? Uma pessoa que se ama em demasia e por isso passa por cima de todos. Ela pra mim representa uma pessoa sem noção, incosequente e sem maldade, ao mesmo tempo. Fora que ela foi pra outro país, com o filho o qual não possuía a guarda e ninguém a barrou. Na ultima fala diz que gosta muito dos dois (Ruy e Zeca) porém, ama mais a si. E fica por isso mesmo, se ela era a profecia, por que essa fala no último capítulo? A mim, aparentou que a profecia de nada serviu. Visto que por tudo que aconteceu o ódio entre Ruy e Zeca ocorreria naturalmente sem necessitar de profecia. Além, do fato da grandiosa oportunidade de trabalhar a dupla paternidade de Ruyzinho. Quem ficou com a guarda? O embate entre Ruy e Zeca na justiça pela guarda da criança seria tão interessante. O compartilhamento da guarda entre eles. Aparentando ainda que esse feitiço da sereia foi eficaz em Zeca, por que em Ruy era amor de verdade.
E por fim, Glória deu espaço a uma linda despedida entre Jeiza e Caio. No entanto, trabalhou tanto o machismo de Zeca e a não aceitação de Jeiza, por ser uma mulher empoderada, moderna e bem resolvida, que seria necessário um espaço a mais para o fim. O casal tinha química, ganhou espaço e teve ótimos embates... mas justamente na hora de explorar esse pensamento machista e ciumento de Zeca passando uma imagem legal de evolução da parte dele, visto que os vários términos se sucediam por essa razão, ocultou um diálogo que considero importante. Ao meu ver, seria tão positivo que eles conversassem após reatarem. Reconhecendo que estava errado em agir como agiu algumas vezes com ela, por puro machismo. Que ao longo do tempo aprende alguma coisa. Passar essa mensagem em um Brasil tão machista é SUPER VÁLIDO. Ele arriscou perder uma mulher incrível e que ele amava por essa razão e isso sequer foi mencionado. Logo, pulou para o eu, você, dois filhos e um cachorro e o final feliz. Sem contar com o fato, de algo que desse ensejo a uma relação mais palatável quanto a Ritinha e o casal, já que Zeca e ela tem um filho. E Jeiza não se dava bem com Ritinha justamente por efeito do "feitiço".
No mais, todos brilharam e foi a novela que eu mais gostei nesses últimos longos anos.
Não acompanhei na integra, mas gostei.
bjokas uma ótima semana =)
Olá, é a primeira vez que escrevo neste blog, os seus textos são ótimos. A Força Do Querer foi realmente um tremendo sucesso, a sensação de agora é um vazio enorme, desde Avenida Brasil não víamos uma trama fazer tanto sucesso pelo seu conjunto total, é muito raro ver isso em novelas desse horário. A trama teve alguns erros sim, mas ainda assim o saldo foi satisfatório. Torço para que O Outro Lado Do Paraíso consiga manter esse interesse do público, e tenha um conjunto tão satisfatório quanto Avenida e A Força. A julgar pelas chamadas, tem tudo para isso. Até.
Sérgio, que maravilha de cenário nos mostrou com seu texto!
Concordo veementemente, pois a correria do último capítulo deixou muito a desejar!!
Alguns episódios só foram descobertos no penúltimo capítulo, como o fato do Zeca ter descoberto ser o pai do fofo do Ruyzinho. Puxa, foi muito tarde!! Realmente se fosse antes ,renderia momentos emocionantes!!!
Marcos é um ator excelente, já o que fez o Ruy, pelo amor, dava até dó...rsrs
Um embate com os dois era desconcertante para o Fiuk, ruinzinho demais, tadinho, não convenceu!! Como ator ele é um ótimo cantor!! rsrs
Enfim, uma novela muito boa, vai deixar saudades!!
Um grande beijo amigo!!
E uma semana maravilhosa!! :)))
Boa tarde Sérgio!
A novela foi muito boa, e rendeu bastante ponto pra globo... A Glória Perez sempre arrasa.
Boa semana!
Um beijo!
A novela foi boa, só achei que não precisa resolver tanta coisa no último capítulo.
Espero que vença o Emmy em 2018.
big beijos
Olá Sérgio! Sou apaixonada pelo Clone até hoje, eu tinha até um caderno de fanfics. Hehehe. Fiquei feliz quando vi a referencia no ultimo capitulo, mas foi desnecessário. E por falar em ultimo capitulo...
("EXTRA, EXTRA: ARQUI INIMIGOS VIRAM "IRMÃOS" APÓS "NADAREM" EM ÁGUAS MILAGROSAS. Mas Kim Jong-un e Donald Trump se recusam a fazer o mesmo.")
Zeca e Ruy amiguinhos foi impossível de engolir. E sim eu também acho que Zeca descobri a paternidade no penúltimo capitulo foi um erro. Antes poderia ter rendido conflitos de verdade destacando a Ritinha e não aquelas baboseiras da Cibele, aliás a Sereia que gosta dela mais que dos homens, porem é Cibele que casa consigo mesma (Eu sei Glória que você se inspirou no caso daquela moça lá.) Como a Ritinha foi pro exterior com uma criança pequena sem autorização do pai que detinha a guarda da criança? O Ruy não foi punido pelo tiro? Tá que o Zeca aliviou a barra dele, mas... E o que a Garcia faz? É remédio? Porque o Eurico aceitou que foi feito de trouxa tão de boa que ou ele fabrica maracugina ou andou bebendo uma certa "água milagrosa". (É serio eu não descobri do que é aquela empresa) Era no minimo pra ele ter tido um surto psicótico. E sabe eu nunca vi uma novela com tanta gente desocupada é pra representar a crise? Mas o que são esses absurdos quando a miga encostada mora na casa da sogra da BFF isso porque o casalzinho podia comprar ou alugar um apart. Gosto muito da Simone sei que ela era a orelha da trama, mas custava dá uma vida pra essa menina? E por falar em vida qual foi o final dos outros personagens que nem deram as caras no ultimo capitulo a gente meio que entende que eles continuaram na mesma, no entanto seria legal ter mostrado no decorrer da semana esses finais secundários. Outra coisa sem sentido foi a cronologia do tempo.
Elizangela e Juliana Paes fizeram uma grande parceria. Excelentes. Bibi indo do Apogeu ao poço sendo punida e se regenerando foi muito bom. Eu defendo punição pra quem comete erros, mas também acredito em segunda chance e perdão pra quem se arrepende e muda de verdade o que foi o caso dela. As cenas de Rubinho e Sabia ótimas (Uma pena que essa seja a cruel realidade) e Rubinho se fu... Melhor ainda. Jeizeca juntos formando família e ficando com Iron foi maravilhoso isso salvou o final, aliás Iron, Dedé e Ruyzinho♥ D. Edinalva e seu Abel juntos todo mundo já sabia, mas foi ótimo.
No modo geral a novela foi boa e eu entendo que todos esses erros é porque segundo a Glória a gente precisa ♪voar, voar, subir, subir♪
E por fim acho que a Glória não precisa mais pegar o Caminho das Índias pra descobrir a América, clonar o Jorge... Ops salva o Jorge O Clone é o Léo (Aliás, Alá vai castigar quem acha essa novela melhor que O Clone. kkkk) porque o Brasil já é um País com vários "países" dentro o que não falta é cultura pra ser explorada e estória pra ser contada.
Olá Sérgio!!
Eu gostei demais de A Força Do Querer, fazia muito tempo que eu não me apegava assim em uma novela das 9. Sendo assim, dá até pra perdoar alguns dos "voos" da trama; outros, no entanto, ficaram mais difíceis de engolir.
Concordo plenamente com tudo que foi dito sobre a correria do último capítulo; dava perfeitamente pra ter colocado todas aquelas resoluções ao longo da última semana, no mínimo. A sorte é que pelo menos a novela não teve barriga, porque aí sim ia ter um problema grande.
O elenco estava ótimo, com a exceção óbvia do Fiuk. Inclusive, pra mim, esse erro de escalação prejudicou todo o núcleo. Se Ruy fosse interpretado por um ator mais competente, penso que essa parte da história não teria ficado adormecida por tanto tempo, pois não haveria temor em dar grandes cenas a ele. E Ruy chamando Zeca de irmão no final foi uma das coisas mais forçadas que eu já vi na vida.
Também fiquei reticente com a aproximação entre Ivan e Cláudio. Se a intenção era fazer com que eles ficassem juntos desde o começo, deveriam ter construído o Cláudio de outra maneira, tentando entender a Ivana, e não afeminá-la. Ou então criar um outro interesse romântico para que servisse de contraponto: enquanto um queria que ela fosse mulher de qualquer jeito, o outro tentava compreender os seus anseios...
O restante, porém, ficou ótimo. Jeiza (melhor personagem da novela) e Zeca juntos com direito a título e virada foi vibrante e muito bonito; Caio e Bibi reconciliados também ficou muito bom; Abel e Edinalva impagáveis até o último minuto, Sabiá representando o Brasil inteiro matando o Rubinho...
A Força Do Querer não foi uma novela perfeita, longe disso; mas foi ótima e cumpriu com louvor sua missão de entreter o público e levantar o horário nobre.
No mais, é isso. Abraços!!
Mt bom seu comentário, anonimo.
Mt obrigado, Ana.
Valeu, anonimo.
Ótimo comentário, Eliton!
Achava O Clone até vir essa, anonimo.
Mt obrigado, Joana. Sim,contra fatos não há argumentos. Agora qd forem falar a média vão ter que dizer que ficou empatada com AAV. Tentaram desmerecer, mas novamente falharam.
Eu que agradeço sua presença constante aqui, Luli. É um prazer!bjão
Concordo, Izabel, mas a personagem ficou avulsa.
Teve, anonimo.
Valeu, Cézar!
Excelente comentário, Thamires!!!
Aliás, Thamires, seu resumão foi perfeito.
Ok, Bell. bjs
Pois é, Adriana, Fiuk foi uma vergonha alheia...rs bjssssss
Bem vinda, Alinne. Venha mais vezes, viu!!! Demoro, mas respondo todo mundo. rs bj
Quem merece o Emmy é Novo Mundo, Lulu. bj
Rendeu msm, Smareis.
Adorei seu comentário, Leitora...kkkkkkk
Perfeito, Germana! bjs
Não tá fácil ser o Fiuk esses dias… Qualquer texto sobre a novela sempre diz que todo mundo estava bem, menos…
Biga e Simone, duas personagens muito legais, sem vida, que só serviam de escada.
Nossos respeitos a todos os atores que fizeram personagens de quinto escalão, onde estão “namorada do Celulari”, “amigo do Rui”, “amiga de Nonato”, “marido da Heleninha”, “amiga da Ritinha” e “menino do bairro de Niterói que só aparecia fazendo merchan do Santander”.
Paola Oliveira me fez gostar muito mais dela.
Isis Valverde fez uma Ritinha inesquecível.
Carol Duarte foi o Ivan que a gente queria ver.
Maria Fernanda Cândido foi uma deusa.
Silvério Pereira conferiu a Nonato a humanidade mais especial.
Cibele casou consigo mesma numa outra manobra nada óbvia. Mas, como com quase tudo que aconteceu nesse último capítulo, não havia nenhuma verdade na cena.
Seu Abel e Edinalva foram outro arremedo de última hora.
Apesar do último capítulo complicado, A Força do Querer marca seu nome como uma das produções nacionais mais importantes da história.
Mas ele foi péssimo mesmo. Mereceu cada crítica.
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