sexta-feira, 21 de abril de 2017

"Vade Retro" tem ótimo elenco, texto afiado e boa proposta

Estreou nesta quinta (20/04), na faixa antes ocupada pela fraca "Chapa Quente", na Globo, a nova série de Alexandre Machado e Fernanda Young. "Vade Retro" é a nova aposta da dupla de roteiristas, conhecidos pelas ótimas "Os Normais" (2001/2003), "Os Aspones" (2004), "Minha Nada Mole Vida"(2006), "Separação?!" (2010), "Macho Man" (2011) e "Como Aproveitar o Fim do Mundo"(2012). Vale lembrar, entretanto, que a última experiência do casal na emissora foi traumática, pois "O Dentista Mascarado"(2013) foi um imenso fracasso e massacrada pela crítica. A missão agora é justamente esquecer esse fiasco e voltar aos bons tempos.


E vale lembrar ainda que os autores tiveram duas experiências muito bem-sucedidas no canal a cabo GNT. Eles emplacaram duas temporadas da divertida "Surtadas na Yoga" (2013/2014) e uma da irônica "Odeio Segundas" (2015) ----- cuja segunda temporada já foi encomendada para ano que vem. De volta à televisão aberta, após quatro anos afastados, a nova produção deles na Globo é dirigida pelo competente Mauro Mendonça Filho e conta com um elenco repleto de talentos. Foi por causa dessa série, aliás, que Monica Iozzi saiu da bancada do "Vídeo Show" (onde fazia um imenso sucesso como apresentadora) para se firmar de vez na sua carreira de atriz. Ela protagoniza a trama ao lado do grande Tony Ramos.

A história retrata a clássica luta do bem contra o mal, explorando essa dualidade através da insegura advogada Celeste (Monica Iozzi) e do poderoso empresário Abel Zebu (Tony Ramos). Ela é uma profissional fracassada, que mora com a mãe (Leda - Cecília Homem de Mello) e sofre com a ausência de clientes. Seu grande 'feito' na vida foi ter sido beijada pelo Papa João Paulo II quando o pontífice veio ao Brasil.
Já ele é um milionário inescrupuloso que não se preocupa em esconder sua metodologia nada política de conseguir o que quer. Palestrante de sucesso e corrupto por natureza, o influente homem quer se divorciar da esposa Lucy (Maria Luisa Mendonça) e começa a manipular a advogada para conseguir se dar bem na separação, ganhando ainda sua confiança para seus negócios escusos.

Além do cacófato explícito dos nomes "Abel Zebu" (referente a Belzebu) e "Lucy Fergson" (Lúcifer), o casal tem um filho chamado Damien, que é uma citação ao filme de suspense "A Profecia", e uma filha chamada Carrie (do longa de terror "Carrie - A Estranha"). Os autores fizeram questão de desenhar isso para o público logo no começo, no momento em que Celeste achou graça da quantidade de 'coincidências' referentes ao diabo. O diálogo foi hilário. E a intenção do enredo é justamente essa: deixar o público sempre em dúvida a respeito da identidade desse homem tão sombrio. Pode mesmo ser o demônio lançando várias tentações em cima da uma mulher ingênua ou simplesmente um canalha qualquer querendo uma nova vítima. A única certeza é o total clima de deboche que permeia a produção. A cidade que serve de ambientação para o enredo, inclusive, parece muito com São Paulo, mas não tem nome. Simplesmente não existe. Mauro Mendonça Filho chegou a declarar que a referência é Gotham, onde vive o clássico herói Batman (pois na trama de Bruce Wayne há uma clara referência a Nova York, mas é um lugar inexistente).

A estreia foi gostosa e explorou o texto cáustico e sarcástico tão característico dos autores, abusando de piadas de duplo sentido e citações inspiradas. Mas é possível observar também a intenção de levantar questões éticas, aproveitando bem o atual momento do país, que vem expondo muita gente se corrompendo por dinheiro e benefícios. Afinal, a figura de Celeste representa a bondade do ser humano, ao mesmo tempo que reflete a fraqueza da pessoa ao se deslumbrar com as facilidades que um homem poderoso pode oferecer ---- Abel lhe oferece um cheque de 400 mil de 'entrada' e ainda consegue milhares de clientes poderosos para a advogada logo depois que a conhece (tudo com segundas intenções, obviamente).

Tony Ramos está fantástico no papel, o que não é surpresa. O versátil ator trabalha pela primeira vez com os autores e se adaptou perfeitamente ao texto da dupla, imprimindo veracidade a um tipo que tem forte tendência para a caricatura. Monica Iozzi também faz jus ao protagonismo e a comédia é uma área que ela domina com facilidade. A atriz consegue passar a docilidade da Celeste, ao mesmo tempo que expõe um lado atrapalhado que ajuda na composição da personagem. Maria Luisa Mendonça é outro grande nome e a intérprete adotou o tom caricatural para viver uma diaba, que nada mais é do que uma ex infernal. O elenco ainda conta com a luxuosa participação de Cecília Homem de Mello, que promete roubar a cena vivendo a mãe descompensada da advogada. Luciana Paes é outra que tem tudo para se destacar dando vida a Kika, secretária periguete de Celeste. Juliano Cazarré (Davi), Maria Casadevall (Lilith) e as crianças Enrico Baruzzi (Damian) e Nathalia Falcão (Carrie) também compõem o time.

"Vade Retro" tem coprodução da "O2 Filmes" e a série de Alexandre Machado e Fernanda Young tem uma boa proposta, ótimo elenco e o conhecido texto ferino dos autores. O primeiro episódio ---- disponível uma semana antes pelo aplicativo Globo Play ---- foi agradável de ser acompanhado e o formato tem boas chances de funcionar.

24 comentários:

Anônimo disse...

Achei meio chata...

Kika disse...

Achei divertida. Tony é um mestre. Não sabia que esses autores tinham escrito tanta série boa. Aquele do Dentista fi um acidente...

Bruna disse...

Monica e Tony estão muito bem e o elenco é mesmo ótimo. Achei alguns momentos engraçados e outros cansativos. Vou esperar os próximos.

Lulu on the sky disse...

Não curto a temática. Gosto do Tony Ramos, mas acho a Monica Iozzi chata
big beijos

Anônimo disse...

Achei mediana. E a Monica tava parecida com o que foi no Vídeo Show.

cantinhovirtualdarita disse...

Como náo estou assistindo........

Passando para deixar uma mensagem!!

Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado dos amigos, com certeza vai mais longe.
Clarice Lispector

Abraços com carinho!

└──●► *Rita!!

Bruna disse...

Eu achei mediana. Gostei do elenco, mas da história não. Verei o segundo e se não gostar abandono.

Sérgio Santos disse...

Entendo, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Tb acho, Kika.

Sérgio Santos disse...

Aguardemos, Bruna.

Sérgio Santos disse...

Ok, Lulu!

Sérgio Santos disse...

Não achei, anonimo, mas respeito.

Sérgio Santos disse...

Bjs, Rita!

Sérgio Santos disse...

Eu gostei do segundo, Bruna. Já vi no Globo PLay. bjsss

Debora disse...

Olá Sérgio tudo bem???


Assisti o 1º capítulo e ADOREI!!! Super divertido!!!


Beijinhos;
Débora.
http://derbymotta.blogspot.com.br/

Bell disse...

Quase não estou vendo TV aberta, agora estou na fase das séries rs...

bjokas e ótima semana=)

Vera Lúcia disse...


Olá Sérgio,

Vi o primeiro capítulo e me diverti com o diálogo entre Celeste e "Abel Zebu". O Tony Ramos é perfeito e a Monica Lozzi está ótima. Gosto de vê-la atuar. Não sei se vou seguir, mas sempre vou captando alguns pedaços-rsrs.

Abraço.

Adriana Helena disse...

Oi amigo, como vai Sérgio!
Ah, eu sou muito parcial quando se trata do Tony Ramos e adoro tudo onde ele atua...rsrs
Sou fã incondicional dele e como ele está interpretando bem! É mesmo um gênio!!!

Também gostei do texto bem humorado e sarcástico e tem tudo para ser um sucesso.
A Mônica me impressionou como atriz, ela está fazendo o papel muito bem!!
O único defeito, a meu ver, é esperar uma semana inteira para ver o segundo capítulo, que vai ao ar amanhã de noite...rsrs
Enfim, espero que seja um super sucesso!!
Um grande beijo e uma semana maravilhosa amigo!!
:)))

Sérgio Santos disse...

Tb, Debora. bjs

Sérgio Santos disse...

Ok, Bell. bjs

Sérgio Santos disse...

Tá bem bacana, Vera. bjsss

Sérgio Santos disse...

Tony é maravilhoso mesmo, Adriana, e está formando uma boa dupla com a Monica. E vc pode ver o episódio antes pela Globo Play,caso tenha. bjão!!!!

Unknown disse...

O grande problema de Vade Retro, porém, está na construção do texto, os autores precisam ser um tanto didáticos para explicar as situações surreais. E isso soa forçado, às vezes. No entanto, sempre que brincam com as periculosidades sociais, Tony e Monica conseguem diálogos debochados e bem-humorados. Piada precisa de ritmo, de timing.

Sérgio Santos disse...

Entendo, Oath.