quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

"Sem Volta": um seriado mediano da Record

O seriado de ação da Record estreou, completamente gravado, no dia 4 de janeiro. Com 13 episódios e exibida diariamente, a trama foge da mesmice das produções bíblicas da emissora e só por isso já merece um justo reconhecimento. Criada por Gustavo Lipsztein e dirigida por Edgar Miranda, "Sem Volta" tem um quê de "Lost" (famoso seriado americano que fez sucesso no mundo) e "Supermax", formato exibido pela Globo ano passado.


A história narra a aventura de um grupo de montanhistas que partem para uma excursão na Serra dos Órgãos (Rio de Janeiro), onde escalam o perigoso Pico da Agulha do Diabo. No meio da expedição, já quando desciam, são surpreendidos por uma forte tromba d`água e acabam presos na mata. A partir de então, todos se veem isolados e precisando lutar pela sobrevivência enquanto não surge uma equipe de resgate. Uma situação observada nas séries citadas anteriormente e em outras produções, mas que costuma render momentos convidativos.

O telespectador acompanha os percalços do grupo, ao mesmo tempo que alguns flashbacks são exibidos mostrando acontecimentos que antecederam a excursão e que ajudam a apresentar os personagens. O mesmo recurso, vale lembrar, foi usado no início de "Supermax", quando os participantes do reality macabro tinham seus passados expostos para o público através de cenas de uns 3 minutos, no máximo.
E, assim como na série da Globo, o recurso cansa e não ajuda a despertar empatia por ninguém. Apenas prejudica a narrativa, ainda que umas sequências expliquem a motivação de alguns.

O enredo, por sinal, demora a desenvolver. Há situações que nada acrescentam e que estão ali claramente para preencher o tempo dos episódios, enquanto momentos mais relevantes não acontecem. O nível de tensão é constante, mas a direção peca no excessos da trilha sonora, muitas vezes exagerada, tentando passar um nível de adrenalina que às vezes nem existe. Outro problema que causa incômodo é a má qualidade dos efeitos de computação gráfica. Todos claramente identificáveis até por telespectadores mais 'desatentos'. Essa 'precariedade' acaba comprometendo várias sequências, principalmente quanto estão à beira do precipício.

Apesar dos erros citados, a série apresenta belas imagens e o elenco tem bons nomes. Flávia Monteiro (Inês), Camila Rodrigues (Juliana), Juliana Schalch (Suzana), Roger Robeth (Solis), Angelo Paes Leme (Salomão), Silvio Guindane (Yordi), Cláudia Mauro (Claire) e Mariana Molina (Lulli) são bons destaques. Além deles, Rhaisa Batista (Malena), Ivone Hofmann (Eulália), Eduardo Mello (Carlinhos), Nicola Siri (Veredas), Heitor Martinez (João), Henrique Pagnoncelli (Aurélio), Guilherme Dellorto (Dogui) e Camila Camargo compõem o time escalado.

"Sem Volta" tem uma boa premissa e apresenta algumas sequências atrativas, mas a história peca na sua execução ---- e, assim como "Supermax", é um fracasso de audiência: média em torno dos 6 pontos. Alguns momentos também despertam atenção, provocando interesse em acompanhar os desdobramentos daquela luta pela sobrevivência, incluindo os mistérios que envolvem o caráter dos personagens (principalmente Solis e Yordi). Ou seja, a produção alterna bons e maus momentos. No saldo geral, é uma série mediana e a tentativa da Record em sair da mesmice é válida.

18 comentários:

Anônimo disse...

Mediano é elogio, é trash demais!

Vânia Bertoldi disse...

Nã gostei muito das imagens. É muito estranho, todas as cenas parecem um videogame.

Débora disse...

É uma série amadora. Direção pífia e efeitos toscos. O elenco eu achei péssimo.

Anônimo disse...

Não achei que tivesse coisa pior do que Supermax mas tem sim!

Fabiana disse...

Dava muito por essa série, mas me decepcionou completamente.

Anônimo disse...

A série é mediana e não é bem um FRACASSO, até porque diferente de Supermax, a série vem se mantendo com uma audiência bem igual entre 6/7 pontos. Supermax começou na liderança e terminou na terceira colocaçao.

O que me incomoda é o fato de eu não ter empatia por ninguém da série. Nesses episódios já exibidos poderiam ter explorado a personalidade dos personagens, mas tudo o que fizeram foi criar conflitos e brigas bobas e só.

Sem contar que diferente de Supermax, essa série tem uma direção fraca e efeitos beeem toscos.

Anônimo disse...

Sem Volta, uma série confusa e com falta de agilidade.

Pensei que seria como aqueles filmes de terror, que as pessoas vão morrendo aos poucos e vão restando apenas alguns no final.
O que vimos até aqui foi o vício novelesco, que estragou Supermax, de enrolar bastante e deixar tudo pro final.

Sérgio Santos disse...

O efeitos ficaram toscos msm, anonimo.

Sérgio Santos disse...

É msm, Vãnia. E videogame antigo.

Sérgio Santos disse...

Entendo, Débora.

Sérgio Santos disse...

Achei as duas empatadas, anonimo.

Sérgio Santos disse...

Idem, Fabiana.

Sérgio Santos disse...

Outra semelhança entre as séries foi justamente essa, anonimo: não deu pra criar empatia por ninguém. Dane-se quem ia morrer ou não. E 6 pontos é fracasso sim pq a Record esperava dois dígitos. Tb concordo com a diferença gritante dos efeitos e direção. Nesses pontos Supermax foi beeeem melhor.

Sérgio Santos disse...

Ótimo comentário, anonimo!

Unknown disse...

Ñ vi, nem tchum

Unknown disse...

Gostei muito!Elenco maravilhoso.

Sérgio Santos disse...

Sem problema, Maria.

Sérgio Santos disse...

Obrigado pelo comentário, Gislene.