terça-feira, 5 de abril de 2016

"Big Brother Brasil 16" reuniu tudo o que agrada em um reality: ótimos participantes, alianças, embates, rivalidades e jogo

A décima sexta edição do "Big Brother Brasil" estreou no dia 19 de janeiro e chegou ao fim nesta terça, dia 5 de abril. Após algumas edições que deixaram bastante a desejar (vide as duas anteriores, por exemplo), pode-se constatar que o reality voltou aos bons tempos e conseguiu uma ótima repercussão, movimentação na internet e de quebra um ótimo retorno nos números de audiência. A boa seleção de participantes fez toda a diferença e deixou a atração bem atrativa, com direito a empolgantes rivalidades.


O fato de Pedro Bial pela primeira vez ter participado ativamente das seleções foi bem proveitoso, até porque o apresentador, que comanda o programa há 15 anos com extrema competência, sabe mais do que ninguém os tipos que podem ou não render na edição. Mais até do que a própria produção. E os participantes foram bem escolhidos, despertando paixões e ódios no público. A variação nas idades dos candidatos --- as mais jovens tinham 19 anos e as mais velhas 63 e 64 --- também foi muito benéfica para o aumento de conflitos, além de servir para expor uma boa diferença de perfis.

E não foi nem necessário a produção estimular conflitos, uma vez que os mesmos foram sendo criados 'naturalmente'. Entretanto, o estopim foi graças ao primeiro desafio, muito bem elaborado pela equipe do reality, que criou pela primeira vez uma liderança quádrupla.
O grupo vencedor da primeira prova do líder (quatro pessoas - Ronan, Daniel, Alan e Tamiel) dividiram o poder da indicação, o que implicou em uma grande confusão na casa, em virtude da proliferação de uma fofoca espalhada primeiramente por Ronan. A partir de então o jogo tinha começado e bem.

Várias reviravoltas marcaram a edição, começando pelo próprio Ronan, que virou o mais odiado na primeira semana, escapou do paredão graças ao Big Fone, e logo ganhou a aliança de Ana Paula, que foi crescendo no jogo com sua espontaneidade (excessiva) e sua falta de limites. O participante mais isolado da casa virou um dos mais fortes por causa da nova aliança, que foi ficando mais sólida com a chegada de Munik e Dona Geralda. Aliás, os grupos foram sendo formados, aumentando o clima de disputa e despertando torcidas fervorosas nas redes sociais.


A própria produção, muito espertamente, soube se aproveitar disso e nomeou os times, lembrando o que tinha feito na época do "BBB 5", quando a edição se dividiu em "Os Inacreditáveis" (grupo liderado por Dr. Rogério) e "Os Defensores" (grupo de Jean, Grazi e Pink). O quarteto de Ana, por exemplo, foi chamado de "Quadrilha Suicida", enquanto o grupo composto por Juliana, Adélia, Renan, Daniel e Tamiel foi nomeado como "Esquadrão Meditação". Já a dupla formada por Maria Cláudia e Matheus foi intitulada "Facção Sabonete", em virtude da falta de comprometimento do 'casal', que fingia não ter um lado para escapar dos paredões.


A maior protagonista da edição foi, sem sombra de dúvidas, Ana Paula. Ela simplesmente entrou no seleto time de participantes memoráveis do "BBB" e deixou sua marca na décima sexta edição. Sem papas na língua, arrogante, descontrolada, barraqueira, 'sincericida', jogadora voraz e fiel aos seus amigos, Ana dominou os grandes acontecimentos da casa, sendo o foco central de praticamente todos eles. Protagonizou a primeira grande polêmica do programa, quando chamou Laércio de pedófilo durante um dos maiores barracos da atração. Foi depois dessa grande discussão, inclusive, que ela passou a ser a figura mais forte do jogo, pois voltou do paredão contra o próprio Laércio, ganhando uma torcida fanática e atuante.


Ana Paula ainda esteve em um dos momentos mais empolgantes da edição: o paredão falso. O recurso já havia feito sucesso com Ana Mara, no "BBB 13", mas foi ainda melhor no "BBB 16". Após sua falsa eliminação, a participante proferiu inúmeras pérolas enquanto via e ouvia tudo o que os outros falavam dela, até voltar com um espírito vingativo clássico de folhetins. A sua entrada no quarto do líder, surpreendendo as inimigas Juliana e Adélia, aos gritos de "Olha elaaaaaaaaa!", já entrou para a história do reality. Suas brigas com Renan também fizeram sucesso, principalmente quando disse que o rapaz tinha um cabelo horroroso e dentes falsos.


A amizade que Ana e Munik tiveram foi outro ponto que merece menção, além do imbatível quarteto formado com Ronan e Geralda, que conseguiu eliminar todos os seus adversários. A "Quadrilha Suicida" derrotou todos os 'inimigos' e a parceria deles foi boa de se ver. Ana, inclusive, foi uma participante tão icônica que foi a primeira a ser expulsa do "BBB" por agressão. Ela não só eliminou todos os seus rivais, como conseguiu eliminar a si mesma. Após dar dois tapas em Renan, Ana foi desclassificada. Porém, continuou 'mandando' no jogo, conseguindo fazer diferença nos paredões dos desafetos --- e ainda virou repórter do "Vídeo Show", em função da sua participação de sucesso.


A aliança inquebrável de Munik, Ronan e Geralda (que ficou ainda mais forte após a expulsão da 'líder') só foi desfeita na reta final por causa das duas vitórias de Cacau nas últimas provas do líder. O jogo da participante consistiu em fugir do paredão de todas as formas, através do não comprometimento e da tentativa de ser a 'amiga' de todos, mesmo tendo escolhido veladamente o lado da turma da Juliana e Adélia. Acabou dando certo e ela foi para a final com Munik. Ronan e Geralda só perderam porque precisaram se enfrentar e o paredão mais acirrado da edição foi justamente com eles, onde Dona Gê saiu por 5 X 1. Já Ronan saiu logo depois quando enfrentou a futura campeã Munik.


Aliás, a forma de votação foi alterada na décima sexta edição. O último paredão que contou com o método antigo foi o de Daniel X Ronan. Com o fim do Horário de Verão, a Globo decidiu pela primeira vez mudar o esquema de contagem de votos para tentar minar um pouco a força das torcidas organizadas. Assim, os votos passaram a ser divididos por regiões e votações por SMS. É feita uma média em porcentagem de cada região do Brasil (Sudeste, Centro-oeste, Norte, Nordeste, Sul) e das ligações por telefones fixos ou celulares. Os resultados viram pontos, que somados indicam o eliminado. Porém, a tentativa não surtiu efeito algum nos resultados finais. Serviu apenas para deixar as enquetes feitas por vários sites ainda mais frágeis.


Entre outros bons momentos da edição, pode-se mencionar a rápida passagem do ator Juliano Laham, que fingiu ser um participante do "Big Brother Líbano", movimentando a casa. Ele provocou a fúria de Ronan e ainda conquistou Munik. Porém, apesar dos vários acertos da atual edição, é preciso citar o marasmo das duas últimas semanas. Com apenas quatro participantes, a disputa ficou monótona e a tentativa de prolongar a penúltima prova do líder com quatro etapas (ao invés de três) não surtiu efeito. Claro que o fato se deu por conta da expulsão de Ana, uma vez que não foi substituída por outro, o que prejudicou a dinâmica do reality. Outro equívoco foi a não utilização do Big Fone. O elemento que mais provoca tensão no jogo foi usado apenas duas vezes, repetindo o equívoco da edição passada, que também não o aproveitou a contento.


A final (que marcou 29 pontos) contou com o show de Wesley Safadão, Ivete Sangalo e Ludmilla. Como acontece sempre em todas as edições, foram relembrados os maiores barracos, momentos mais marcantes, amores, embates, enfim. E como não poderia eixar de ser, a grande campeã foi a Munik, que fez jus ao prêmio, após ter jogado lindamente, ter sido fiel aos seus amigos e ainda conseguido conquistar o público com seu incontestável carisma. A vitória foi mais do que merecida e fechou essa edição em grande estilo. Foi um encerramento bonito.


O "Big Brother Brasil 16" foi ótimo e o reality brasileiro mostrou a razão de ser um dos mais longevos do mundo. Após algumas edições fracas, o "BBB 16"  conseguiu voltar aos velhos tempos, resgatando o público e atraindo a audiência ---- teve média geral de 24 pontos, contra 23 do "BBB 15" e 22 do "BBB 14". Com o protagonismo de Ana Paula e a merecida vitória de Munik, a décima sexta edição do programa presenteou o fã do gênero com tudo o que ele mais gosta: jogo, embates, rivalidades, perfis adoráveis e odiáveis, brigas, alianças sólidas e muito entretenimento.

18 comentários:

Pedro disse...

MUNIK CAMPEÃ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Renato disse...

Concordo. Foi um bom programa e bem melhor que as edições anteriores. Só se falava em Ana Paula.

Quércia disse...

Pra variar, um excelente balanço final. Eu adorei essa edição. Queira Geralda campeã, mas fico feliz pela Munik.

Elisa disse...

Que texto bom, Sérgio. E torci mt pela Munik depois da saída da Ana. Pena que aquela Cacau ridícula foi pra final no lugar da Gege.

Anônimo disse...

EXCELENTE POSTAGEM E EXCELENTE EDIÇÃO.

Matheus Nogueira disse...

Sérgio, nós conversávamos no Twitter,um pouco antes de Ana Paula ser expulsa,e vc me dizia q Munik tinha bem mais chance.vc cantou bem essa pedra.

William O. disse...

A final perfeita seria Munik e Geralda ou Munik e Ronan.Mas sempre tem um intruso nas finais.O programa foi bem melhor que os anteriores mesmo e seu balanço ficou completo. Não deixou escapar nada.

Gabriel disse...

Q beleza esse BBB16 ein, teve de td. Desistência, participante de mentira, a primeira expulsão por agressão da história do reality, paredão fake e ainda um bordão q ficou na boca do povo.

Finalmente o publico se desamarrou dessa q os participantes q entram no jogo não podem jogar. E a quem tem uma grande parcela de culpa nisso é Ana Paula, q não foi a campeã do jogo, mas foi a dona da edição.
Ela provocou aqueles q se diziam "agir com o coração"(o q por causa das edições passadas a gente sabia q fazia vencedores),o q fez com q o público conseguisse ver as incoerências nesse discurso. Ana fez com q todos os "mocinhos" jogassem para se defender.Até Tamiel destinado a ser planta Ana transformou em uma mente q só pensava em estrategias de jogo.

Sobre a campeã é legal perceber q do quarteto cheio de extremos ganhou talvez a mas equilibrada deles. Munik q percebeu o jogo na primeira semana,rapidamente se aliou e se comprometeu.Mas do q merecida a vitória.

Agora é torcer por um bbb17 com um cast tão bom quanto esse.

Vera Lúcia disse...


Olá Sérgio,

Tenho que começar elogiando o seu trabalho, pois seu texto está excelente.
Concordo que o BBB-16 foi bem melhor do que os dois últimos, mas, a meu ver, ainda deixou a desejar. De início, quando vi o nível dos participantes, cheguei a pensar que o reality seria bem mais interessante e até cultural. Só que o pessoal que entra lá só sabe conversar sobre o jogo e sobre votos. Alguns 'bate-papo' inteligentes viriam a calhar. Não fui fã da 'Quadrilha suicida'. Gostava mais de alguns participantes do 'Esquadrão Meditação'. O final já estava mais ou menos previsível. Embora não gostasse da maneira de agir da Ana Paula, verdade é que ela foi a verdadeira estrela do reality. E faltou mesmo um Big Fone mais atuante.

Abraço.

Sérgio Santos disse...

Merecido, Pedro!

Sérgio Santos disse...

Fato, Renato!

Sérgio Santos disse...

Mt obrigado, Quércia.

Sérgio Santos disse...

Tb queria Gg na final, Elisa.

Sérgio Santos disse...

Obrigado, anonimo, e concordo.

Sérgio Santos disse...

Eu lembro, Matheus!

Sérgio Santos disse...

Obrigado, William. E a injustiça foi essa Cacau na final mesmo...

Sérgio Santos disse...

Excelente comentário, Gabriel. E teve de tudo mesmo. Foi mt movimentado, com direito ao protagonismo absoluto de Ana Paula. Munik mereceu a vitória e Geralda e Ronan mereciam a final, pena que não deu. Abçs e tomara que a próxima edição seja tão boa quanto.

Sérgio Santos disse...

Vera, mt obrigado e fico feliz que vc sempre leia meus textos. Ana foi a protagonista mesmo e uma das poucas falhas foi o pouco uso do Big Fone. Concordo sobre a questão dos bate-papos. Bjsss